quarta-feira, 17 de outubro de 2007

FDA aprova Ixempra para o cancro de mama avançado

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) autorizou a comercialização do fármaco para o tratamento do cancro de mama avançado, o Ixempra (ixabepilona), da Bristol-Myers Squibb. O fármaco injectável foi aprovado pela FDA para ser utilizado sozinho ou em combinação com outras terapias, como Xeloda (capecitabina), da Roche, para pacientes com cancro da mama metastizado que não responderam ao tratamento com outros três tipos de quimioterapia. A companhia espera que o Ixempra esteja disponível dentro de dias.

Estudos demonstraram que o Ixempra pode ajudar as pacientes com tumores incuráveis a viver mais tempo após outras terapias deixarem de funcionar, tais como, o Taxol e genéricos. Uma combinação de ixabepilona e capecitabina, um comprimido de quimioterapia que atrasa o crescimento do tumor, prolongou a sobrevivência livre de progressão numa média de 5,8 meses, em comparação com os 4,2 meses em pacientes que receberam somente capecitabina, segundo o estudo apresentado em Junho no encontro da “American Society of Clinical Oncology”, em Chicago. Esta investigação envolveu 752 mulheres com cancro da mama metastizado que deixaram de responder a outras terapias.

Este novo fármaco pertence à família das epotilonas, que bloqueiam o crescimento do tumor ao ligar-se a uma proteína, denominada tubulina, necessária para a divisão celular, e é a primeira nova terapia em 14 anos para o tratamento do cancro da mama.

A FDA concedeu revisão prioritária à ixabepilona em Junho, reduzindo o processo de aprovação para seis meses, em vez de dez, devido ao seu potencial para tratar necessidades médicas ainda não atendidas.

A Bristol-Myers também está a estudar a possibilidade da ixabepilona ser vantajoso para tratar as pacientes com cancro da mama em fase inicial, e como terapia para outros tumores, incluindo cancro da próstata, pulmões e ovários. O fármaco poderá gerar vendas anuais de 500 milhões de dólares até 2012.

As mulheres da América do Norte apresentam a taxa mais alta de cancro da mama. Aproximadamente 180 mil novos casos serão diagnosticados, este ano, nos Estados Unidos, e mais de 400 mil mulheres irão morrer devido à doença, segundo a “American Cancer Society”. Cerca de 120 mil mulheres nos Estados Unidos têm cancro da mama metastizado. A nível mundial, aproximadamente 1,15 milhões de novos casos são diagnosticados anualmente, e 475 mil mulheres morrem. Em Portugal, há 4 500 novos casos do cancro da mama por ano, e 1 500 mulheres morrem todos os anos devido à doença.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, The Wall Street Journal Online, www.laco.pt

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