segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Capacete refrigerador pode evitar lesões cerebrais em recém-nascidos

Depois de um parto complicado, uma recém-nascida inglesa foi salva de possíveis lesões cerebrais irreversíveis através de uma técnica pioneira de arrefecimento que consiste na utilização de um capacete refrigerador capaz de impedir o cérebro de inchar depois de ter estado privado de oxigénio.

A bebé, nascida no passado mês de Julho, esteve cerca de dez minutos sem receber oxigénio depois do parto, pelo que a hipótese de lesões cerebrais era muito forte. Como tal, os médicos do Hospital de Saint Michael colocaram à recém-nascida um capacete que é bombeado com líquido de refrigeração para reduzir o inchaço que ocorre quando o tecido é privado de oxigénio e que causa os danos cerebrais.

Alguns dias depois, foi realizado um scanner às funções do cérebro da criança e verificou-se que as suas funções cerebrais estavam normais, sendo-lhe concedida alta médica.

O capacete de arrefecimento cerebral foi concebido nos EUA mas foi a britânica Marianne Thoresen que liderou a pesquisa acerca desta técnica durante 10 anos, desenvolvendo a cápsula em programas que envolveram mais de 800 bebés de todo o mundo.

Thoresen começou esta investigação em 1992 e tem aplicado como projecto-piloto o capacete em bebés no Saint Michael desde 1998. Neste hospital, o capacete foi testado em 40 bebés e na maioria dos casos resultou.

Marianne Thoresen afirmou ter já dados suficientes para considerar que a descoberta é um grande avanço para salvar de lesões cerebrais muitos dos bebés que sofrem complicações durante o parto, embora saliente que não resulta sempre.

"Olivia tem apenas três meses de idade e, apesar de o tratamento ter resultado bem, ainda é cedo para dizer que está totalmente salva", acrescentou Thoresen, realçando que só é possível dizer com certeza que um bebé não tem lesões cerebrais quando este atinge cerca de dois anos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

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