segunda-feira, 26 de novembro de 2007

FDA reúne para avaliar efeitos secundários do Tamiflu

Medicamento associado à morte de várias crianças no Japão

Um painel de especialistas da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) vai reunir esta terça-feira para analisar os relatos de anomalias comportamentais observados em mais de 1.800 crianças às quais foi administrado Tamiflu (Oseltamivir). O medicamento, produzido pela farmacêutica Roche, foi associado a efeitos secundários “graves” em 22 casos ocorridos nos Estados Unidos da América, como convulsões, delírios ou alucinações.

Embora nos EUA nenhum dos casos denunciados tenha acabado de forma fatal, no Japão o cenário é mais crítico, com a morte de cinco adolescentes menores de 16 anos em resultado de problemas neurológicos ou psiquiátricos. “Quatro foram quedas fatais, e a outra foi uma encefalite num paciente com leucemia”, afirmou Terry Hurley, porta-voz do laboratório.

Para além destes, o Japão assistiu ainda a outras duas mortes de doentes medicados com Tamiflu com idades entre os 17 e os 21 anos, um “acidente fatal com comportamento anómalo”, afirmou Hurley, e o segundo em resultado de uma encefalopatia. A causa da morte de outros sete adultos, também no Japão, foi igualmente associada a problemas neuropsiquiátricos.

No entanto, o porta-voz da farmacêutica afirma que não existem provas de que o Tamiflu é responsável por estas ocorrências, salientando que foram relatados sintomas semelhantes em pacientes com gripe que não tomaram o medicamento.

A possível relação entre a toma do Tamiflu e a ocorrência de efeitos secundários neurológicos e comportamentais surgiu pela primeira vez no Japão, em Março deste ano, tendo levado o governo nipónico a emitir um aviso de segurança que restringia a utilização do medicamento em adolescentes.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, USA Today, Farmacia.com.pt.

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