segunda-feira, 9 de julho de 2007

REPORTAGEM
Inoculação potencia imunidade ao organismo...
Vacinas salvam milhões de pessoas


A indução da imunidade através da inoculação, na forma enfraquecida, de agentes causadores de doenças (vacinação), como meio para evitar estados patológicos, constitui uma das acções básicas no domínio da saúde pública e, com excepção do advento do saneamento básico, nenhum outro avanço trazido pela modernidade – nem o surgimento dos antibióticos – teve o mesmo impacto em termos de redução da mortalidade e do crescimento da população mundial.

As vacinas – que a Organização Mundial de Saúde estima terem evitado cerca de dois milhões de mortes apenas em 2002, enquanto cinco milhões de pessoas terão escapado à paralisia provocada pela poliomielite desde 1988, e entre 1999 e 2003 as mortes devidas ao sarampo tenham sofrido uma diminuição de 40 por cento – representam o maior avanço mécico-científico do século XX, porque permitiram a erradicação de doenças como a varíola, e fizeram também baixar, quase ao zero, a prevalência de patologias como a poliomielite, o sarampo ou a difteria, que não há muito tempo eram diagnósticos mortais. Consequentemente, a OMS reconhece a vacinação como um dos investimentos em saúde mais prementes e efectivos em termos de custos.
No entanto, apesar de essencial à salvaguarda do bem-estar dos indivíduos e das sociedades, a vacinação dos adultos é muitas vezes negligenciada, o que em parte se justifica com uma certa ignorância que faz com que se pense que só as crianças têm de respeitar um calendário de imunizações. Exemplo desse alheamento, e de algum obscurantismo dos mais velhos face ao dever da vacinação, é o facto de, na cidade brasileira de São Paulo, onde a vacina contra o tétano é eficaz e disponível nos serviços de saúde, 90 por cento dos diagnósticos ocorrerem em adultos. À luz de dados recentes da OMS, cerca de 45 mil óbitos registados por ano em cidadãos brasileiros adultos devem-se a doenças facilmente evitáveis através do recurso à vacinação.

Profissionais de saúde
Médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e farmacêuticos são profissionais que lidam de perto, e todos os dias, com pessoas infectadas pelas mais variadas patologias. O quadro clínico de um qualquer paciente pode facilmente ser exportado para um destes profissionais de saúde, que devem, por isso, ter cuidados redobrados em termos de salvaguarda do seu estado de saúde, até porque se encontram numa situação em que vêem aumentado o seu risco de contrair infecções, mas também a propensão para as transmitir a outros doentes. Reagindo a esse risco aumentado de doença, a Organização Mundial de Saúde e os responsáveis pelos aparelhos sanitários em todo o mundo recomendam e alertam para a extrema necessidade da imunização dos profissionais de saúde contra certas doenças infecciosas, com uma tríplice fundamentação: proteger os profissionais, as suas famílias e os doentes que lidam com eles.
Apesar de serem instrumentos fundamentais nas estratégias de implementação de programas de vacinação que abarquem toda a sociedade, estudos vários apontam para uma taxa de imunização insuficiente entre médicos, enfermeiros, auxiliares e farmacêuticos, avisando da necessidade de melhorar esses parâmetros. Expostos diariamente a diversas doenças infecciosas – transmissíveis por via aérea (como a tuberculose, a varicela, a rubéola, o sarampo, a gripe, as viroses respiratórias e a doença meningocócita), pelo sangue ou por fluidos orgânicos contaminados (sida, hepatites B e C e raiva), por via fecal/oral (hepatite A, gastroenterite e cólera), ou pelo simples contacto com o paciente (escabiose, pediculose e colonização por estafilococos, entre outras) –, todos os profissionais de saúde, e não só aqueles que trabalham em ambiente hospitalar, devem ter em conta a necessidade de se vacinarem regularmente.
Gripe, hepatite B, sarampo, rubéola e tuberculose (a chamada BCG) são as cinco principais vacinas recomendadas aos profissionais de saúde, a que acrescem as imunizações contra o tétano e a difteria, muito importante para a generalidade da população. Além destas, deve ainda avaliar-se a necessidade eventual de outras vacinas, designadamente contra a poliomielite, a febre tifóide, a febre-amarela ou a coqueluche, tendo em conta a prevalência local de cada uma destas infecções e os riscos individuais de exposição a elas. Em todos os casos é importante a garantia de que o profissional de saúde não representa um risco para os doentes que trata.

Carla Teixeira
Fonte: Livro «Ambientes favoráveis à prática: condições de trabalho = cuidados de qualidade», RiscoBiologico.com, Diário de Notícias, IMIP, informações de fontes próprias
Farmacêuticos têm papel-chave no aconselhamento
Farmácia portátil para as férias

Independentemente do destino que se adopte e das precauções específicas a que ele possa obrigar, como a vacinação, há doenças que podem “atacar” em qualquer parte do mundo, no momento menos esperado. A inclusão de uma farmácia portátil na bagagem, nomeadamente por parte dos doentes crónicos, pode ser um acto de extrema importância e salvar-lhes a vida. O farmacêutico deve aconselhar cada doente sobre o que ele deve transportar em viagem.

Além da fuga aos horários rigorosos, do apelo ao repouso e da tentativa de dormir mais horas, a adopção de uma alimentação saudável, com ingestão de água em quantidade, e da prática regular de exercício físico, que não deve ser descurada nas férias, a Associação Nacional das Farmácias faz recomendações específicas para este período em termos de medicamentos, nomeadamente para os doentes crónicos, que devem munir-se da quantidade suficiente de fármacos para o período em que pensam ausentar-se de casa. O farmacêutico deverá ser uma importante ajuda no esclarecimento dos pacientes sobre o tipo de medicamentos e produtos que devem levar para as férias, bem como a sua correcta armazenagem.
No cálculo dessa quantidade, a ANF recomenda que seja tido em conta o número de medicamentos que toma diariamente, calculando assim quantos necessitará em todo o período de ausência, mas avisa que deve ser levada uma quantidade extra, para o caso de perder alguns, de estes se deteriorarem, ou de, por qualquer razão, ter de ficar mais tempo do que o inicialmente previsto no local de destino escolhido para as férias. Cada doente deve ainda fazer-se acompanhar de uma receita com todos os produtos de que normalmente tem necessidade, para mais facilmente poder comprá-los, se for preciso. Uma recomendação que a ANF estende a todos os viajantes, ainda que tenha particular importância nos doentes crónicos.
Os medicamentos devem ser transportados nas embalagens originais, que incluem as indicações relativas à sua correcta utilização e constituem uma forma adequada de os conservar, ao contrário dos usuais “pastilheiros”, em que fármacos de várias espécies se misturam e confundem. A farmácia portátil para férias deverá conter sempre fármacos para dar resposta a dores, alergias, constipações, problemas de digestão, diarreias e prisão de ventre, enjoos, queimaduras solares e picadas de insectos, e ainda desinfectantes para a pele (álcool, água oxigenada, soluções de iodo, gazes, algodão, adesivo, ligaduras, preservativos, termómetro, repelentes de insectos, protectores solares adequados à pele de cada membro da família e creme hidratante para o corpo destinado a aplicação em casa, depois do banho.

Carla Teixeira
Fonte: ANF, Correo Farmaceutico, revista Rotas e Destinos

Uso do preservativo aumenta entre os jovens

A popularidade do preservativo subiu em flecha, nos últimos 50 anos, vencendo mitos e preconceitos, alcançou o estatuto de principal método anticoncepcional usado pelos jovens durante a sua primeira relação sexual.

Um estudo desenvolvido pela Durex Network (organização do fabricante de preservativos que se dedica à pesquisa na área das doenças sexualmente transmissíveis), sobre a primeira relação sexual, revelou que 75% dos 26 mil jovens inquiridos, entre os 16 e os 19 anos, usaram preservativo no seu primeiro contacto sexual.

Os especialistas consideram que o momento da primeira relação sexual é um bom indicador dos cuidados futuros, pois os jovens que tomam a iniciativa de recorrer ao preservativo neste momento, desenvolvem maior consciência da necessidade do uso do preservativo e tendem a usa-lo na sua vida sexual, dai em diante.

O estudo foi desenvolvido em 26 países e mostrou uma realidade positiva. Os gregos são quem mais pratica sexo seguro, já que 88% dos indivíduos inquiridos desta nacionalidade, afirmam ter usado o preservativo logo na primeira experiência. Por outro lado, o estudo revela também que as mulheres são mais cautelosas que os homens no momento do primeiro acto sexual, bem como os universitários.

No que respeita à idade da primeira relação sexual, os austríacos são os mais precoces, iniciando a sua vida sexual em média aos 17,3 anos, logo seguidos dos brasileiros que se iniciam na sexualidade aos 17,4 anos. No extremo oposto encontram-se os malaios, que experimentam a primeira relação sexual entre os 22 a 25 anos e os indianos, entre os 22 e os 24 anos.

De acordo com o estudo, as precauções baixam consideravelmente quando se trata de relações estáveis, registando-se também uma diminuição do uso do preservativo à medida que a idade aumenta, de tal forma que a probabilidade de ser utilizado, na iniciação sexual, por um jovem de hoje é oito vezes superior à de uma de uma pessoa com 65 anos, na mesma situação.

As causas do aumento da popularidade do preservativo são essencialmente de cariz social, apontam os autores do estudo, e passam pela desvalorização cultural da virgindade até ao casamento, bem como pelo maior acesso dos jovens a informação e a métodos contraceptivos.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Estado dificulta o acesso dos doentes reumáticos a terapias adequadas

Dos cerca de 40 mil doentes reumáticos existentes em Portugal, apenas um por cento, cerca de 250 indivíduos, recorre à medicação biológica, cujos resultados possibilitam ao doente levar uma vida praticamente normal.

Depois de a Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) ter entregue ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, uma petição com 16 mil assinaturas, solicitando um maior acesso dos doentes com artrite reumatóide aos medicamentos essenciais ao tratamento e a comparticipação dos remédios biológicos, chegou agora a vez dos médicos reumatologistas se juntarem à causa.

Aroso Dias, médico reumatologista do Hospital de S. João, no Porto, e membro da Sociedade Portuguesa de Reumatologia considera que o problema “é uma chaga social”, já que em sua opinião “não se compreende as razões porque um doente que não contribuiu para sofrer de uma doença incapacitante não tenha acesso a medicamentos que lhe podem dar qualidade de vida e torná-lo um cidadão activo, fazendo uma vida praticamente normal.”

O Ministério da Saúde a as administrações hospitalares são acusadas de dificultar o acesso de quem sofre de artrite reumatóide às terapias biológicas, devido aos elevados custos dos tratamentos. Tratar cada doente com artrite reumatóide com as terapias biológicas, unicamente disponibilizadas nos hospitais, representa um custo para as administrações hospitalares que pode ascender a 15 milhões de euros anuais.

O reumatologista compara os custos do tratamento da artrite reumatóide aos custos de tratamento de outras doenças, igualmente dispendiosos ou talvez superiores, como os tratamentos da sida ou hepatite C, entre outras doenças. No entanto, estes doentes “têm acesso aos mais recentes medicamentos”, ao contrário dos doentes com artrite reumatóide.

Os doentes, por sua vez, queixam-se de estarem a ser tratados segundo uma perspectiva economicista, já que estes tratamentos têm sofrido diversos cortes de verbas. Contudo, os doentes avisam que o Estado é o principal prejudicado, pois sem o tratamento adequado estão mais tempo de baixa médica e passam mais tempo nos hospitais, em consultas e exames médicos, quando poderiam ser úteis ao País, estando mais tempo a trabalhar.

A artrite reumatóide é uma doença crónica, altamente incapacitante, que atinge cerca de 40 mil portugueses, dois milhões de europeus e um milhão de pessoas no resto do Mundo, predominantemente mulheres, entre os 30 e os 40 anos.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã

domingo, 8 de julho de 2007

Anticoagulante da Pfizer e Bristol-Myers Squibb cumpre objectivos

Um medicamento anticoagulante que se encontra em fase experimental atingiu os principais objectivos de eficácia e segurança num estudo de fase intermédia. As conclusões da investigação sobre o fármaco, desenvolvido em parceria pela Bristol-Myers Squibb e pela Pfizer, foram hoje (8 de Julho) apresentadas no XXI Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hematose, em Genebra, na Suíça.

Os doentes tratados com comprimidos de Apixaban, denominação atribuída à substância, revelaram taxas comparáveis, em duas escalas principais, com aqueles aos quais foi administrado o tratamento padrão – uma terapia injectável de um medicamento da mesma classe em associação com um outro fármaco que pertence à mesma categoria da varfarina.

Apesar de serem muito eficazes na dissolução de coágulos, muitas terapias anticoagulantes acarretam sérias desvantagens. As heparinas, anticoagulantes de uso parentérico com início de acção imediato, mas duração de acção curta, são administradas via injecção ou intravenosa. Por sua vez, a varfarina é de difícil regulação devido às suas interacções com os alimentos e com outros fármacos. Já o Apixaban é um medicamento de administração oral que não implica vigilância regular ou alterações na dosagem. Para além disso, os resultados não deram conta de quaisquer reacções adversas.

Esta é uma “óptima alternativa”, considera Harry Buller, o principal responsável pela realização do estudo e presidente do departamento de medicina vascular no Centro Médico Académico, em Amesterdão. De acordo com o especialista, a procura de novos anticoagulantes não tem como principal objectivo superar a eficácia dos que já existem, mas antes “facilitar a vida aos pacientes”.

A última fase de ensaios clínicos do medicamento já está a decorrer e as farmacêuticas responsáveis esperam poder submeter o fármaco para ser aprovado nos Estados Unidos da América no segundo semestre de 2009. Tal como o Lovenox (Enoxaparina sódica), da Sanofi-Aventis, ou o Rivaroxaban, que está a ser desenvolvido pela Bayer, o Apixaban bloqueia uma proteína denominada Factor Xa, que cumpre uma função crucial no processo que conduz à formação dos coágulos sanguíneos. Os investigadores estão confiantes de que o medicamento possa também ser utilizado em doentes com fibrilação auricular ou batimento cardíaco irregular, com o objectivo de prevenir ataques cardíacos.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Infarmed.

Intercell e Novartis criam sociedade

A farmacêutica austríaca Intercell AG e a suíça Novartis fizeram um acordo que custou 270 milhões de euros. Com esta sociedade, a Novartis adquire os direitos exclusivos sobre os projectos de vacinação da Intercell.

A Intercell cede assim à Novartis a vacina que está a desenvolver para a prevenção e tratamento de doenças infecciosas, o IC43 (em fase III de ensaios) e uma vacina (IC47) para a pneumonia, que é possível de ser administrada em adultos e em crianças.

O acordo entre as duas farmacêuticas tem ainda de ser aprovado pela União Europeia.

sara pelicano

fontes: Fincor, Pm Farma
Hospital espanhol oferece método inovador às grávidas
Gás analgésico substitui epidural


O bloco de partos do Hospital de La Plana, na localidade de Vila-Real, na província espanhola de Valência, implementou um método inovador e alternativo à anestesia epidural, que consiste na administração de um gás analgésico que diminui as dores do parto de uma forma suave e sem provocar efeitos secundários quer para a mãe, quer para o bebé.

A administração do analgésico é feita por intermédio de uma boquilha, através da qual, no momento da contracção, a parturiente aspira a quantidade necessária de gás para controlar a dor, que depende exactamente da intensidade da contracção. A partir desse momento, a mulher deve respirar de forma normal. A inalação deste gás, composto em partes iguais por oxigénio e óxido nitroso, depende da mulher, e representa, de acordo com os médicos do serviço onde a sua administração está a ser implementada, uma inovação sem contra-indicações.

Carla Teixeira
Fonte: La Voz de Galicia

China retira do mercado medicamento para leucemia

As autoridades chinesas suspenderam a comercialização de um medicamento destinado ao tratamento da leucemia e da artrite reumatóide com base em reclamações emitidas por vários doentes.

De acordo com a Xinhua, a agência oficial chinesa, o metotrexate com os números 070403A e 070403B terá provocado dores nas pernas e dificuldades de locomoção em algumas crianças que foram injectadas com a substância produzida pela Hualian Pharmaceuticals, uma empresa sedeada em Xangai.

Os responsáveis ordenaram que o medicamento seja reavaliado pela Administração Estatal de Alimentos e Fármacos. Esta medida segue-se à recente condenação a pena suspensa de morte do antigo dirigente do departamento de registo de fármacos da entidade reguladora, que foi acusado de aceitar subornos para proceder à aprovação de medicamentos, alguns dos quais não cumpriam os padrões recomendados.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo News, Xinhua.

Livro recupera estudos antigos sobre propriedades terapêuticas da cannabis
“Um medicamento seguro e versátil”


O consumo de cannabis parece relevar capacidades terapêuticas que a ilegalidade e o preconceito associados àquela droga não permitem explorar do ponto de vista médico e farmacológico. Um livro recentemente editado em Portugal vem recuperar conclusões de estudos antigos, que definiam a marijuana como um “medicamento proibido”…

Acabado de chegar às bancas com a chancela da Esfera dos Livros, «Marijuana, a medicina proibida», da autoria de Lester Grinspoon e de James B. Bakalar, é uma segunda edição, revista e aumentada, da obra que revolucionou o pensamento da comunidade científica relativamente àquela droga produzida a partir da planta da cannabis sativa, que tem presente na sua composição uma substância psicoactiva (o delta-9-tetrahidrocanabinol, THC). Geralmente a marijuana contém até oito por cento de THC, mas algumas variedades (cruzamentos entre a espécie Cannabis Sativa e Cannabis Indica) chegam aos 33 por cento.
Neste livro Grinspoon e Bakalar defendem o uso da cannabis com fins terapêuticos e apresentam alguns casos de sucesso, afirmando que “nos últimos anos tornou-se claro que a cannabis é um medicamento seguro e notavelmente versátil”, pelo que a edição agora publicada desenvolve mais detalhadamente a “análise científica e sócio-política das perspectivas de aceitação da marijuana pela Medicina”, incluindo os testemunhos de várias pessoas que se submeteram a tratamentos com a droga e obtiveram resultados que reputam como muito positivos, lamentando que o tema não seja mais vezes explorado pela imprensa.
Refutando alguns “disparates” que se dizem sobre a cannabis, os autores do livro agora lançado destacam o uso clínico da marijuana como um dos mais importantes e mais negligenciados efeitos que ela pode ter. “Se qualquer outra substância tivesse revelado potencialidades terapêuticas semelhantes, os profissionais e o público teriam mostrado muito mais interesse nela”, disse Grinspoon, médico e professor na Harvard Medical School. A primeira edição desta obra foi editada por ambos em 1971. Em 1993, um estudo da Universidade de Harvard examinou a eficácia da cannabis como medicação, mas até ao momento não há consenso nem estudos em grande escala sobre a sua alegada eficácia terapêutica.
Proibida nos Estados Unidos desde 1930 e no Brasil desde 1938, e tendo a ONU preconizado a interdição da sua comercialização em todo o mundo em 1960, várias têm sido as tentativas de a legalizar, suscitando protestos, nomeadamente a partir dos anos 80 do século passado. Em países como a Holanda, a marijuana é hoje de uso corrente e despenalizado, e há estados em que o seu uso terapêutico colhe o apoio da comunidade médica e da sociedade. Em Portugal a sua posse é tolerada em termos criminais, mas não é incentivada do ponto de vista médico.

Carla Teixeira
Fonte: contactos telefónicos

Rivaroxaban destrona Lovenox na prevenção de coágulos

A farmacêutica alemã Bayer anunciou que os resultados dos últimos ensaios clínicos demonstraram que o Rivaroxaban, um medicamento em fase experimental, é mais eficaz na prevenção de coágulos sanguíneos após uma cirurgia ao joelho do que o tratamento actualmente utilizado com injecções de Lovenox.

De acordo com o laboratório, o Rivaroxaban revelou uma diminuição de 49 por cento no risco dos pacientes desenvolverem trombose venosa e embolismo pulmonar do que os que foram tratados com Enoxaparina. Estas conclusões vão ao encontro das mais recentes ambições da farmacêutica para lançar no mercado uma nova classe de anticoagulantes orais.

A mesma investigação demonstrou também que o risco de desenvolver tromboembolismo venoso profundo foi 62 por cento inferior nos doentes que tomaram Rivaroxaban, relativamente àqueles a quem foi administrada a Enxoparina. Michael Lassen, cirurgião ortopédico no Hospital Hoersholm, na Universidade de Copenhaga, e principal orientador deste estudo, salientou o facto de um comprimido de toma diária demonstrar melhores resultados do que a actual terapia administrada através de injecções. Para esta especialista “isto é muito importante”, uma vez que, quando um paciente recebe alta hospitalar a ingestão de um medicamento oral é muito mais prática e conveniente e não necessita de vigilância.

O Rivaroxaban está a ser desenvolvido pela Bayer em conjunto com a norte-americana Johnson & Johnson e as conclusões deste ensaio clínico de Fase II foram apresentadas no XXI Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hematose, em Genebra, na Suíça. O laboratório alemão acredita que os dados adicionais acerca deste ensaio clínico poderão estar disponíveis no segundo semestre deste ano e planeia submeter o medicamento para aprovação da entidade reguladora europeia no final de 2007 e nos Estados Unidos da América em 2008.

Apesar de estar dependente do consentimento das autoridades de saúde, Xarelto deverá ser o nome comercial seleccionado para o Rivaroxaban. Tal como o Lovenox da Sanofi-Aventis, o Rivaroxaban actua através do bloqueio de uma proteína denominada Factor Xa, que desempenha um papel fundamental no processo químico que desencadeia os coágulos sanguíneos. Porém, a Bayer não é a única farmacêutica na corrida contra esta proteína, já que a Pfizer e a Eli Lilly estão a desenvolver substâncias semelhantes.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Scotsman.com

Prolongar utilização do Lovenox aumenta a prevenção de coágulos

A toma do anticoagulante Lovenox (Enoxaparina sódica) durante cinco semanas é mais eficaz na prevenção de coágulos do que o tratamento habitual, que prevê a utilização do medicamento durante apenas 10 dias, anunciou a Sanofi-Aventis.

Os doentes graves que sofriam de coágulos potencialmente fatais, viram diminuir em 44 por cento os riscos de desenvolver trombose venosa ou embolismos pulmonares quando foram injectados com o fármaco durante cinco semanas, comparativamente aos pacientes que receberam o tratamento habitual. Os resultados do estudo foram hoje (8 de Julho) apresentados durante o XXI Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hematose, em Genebra, na Suíça.

Por norma, os doentes graves e os pacientes acamados, cuja falta de mobilidade aumenta o risco de desenvolverem coágulos, são tratados com Lovenox durante um período de 10 dias como medida preventiva. Até porque, quando recebem alta hospitalar “os pacientes não deixam à porta o risco de tromboembolismo venoso”, salientou Victor Tapson, professor de medicina no Centro Médico Universitário Duke em Durham, na Carolina do Norte.

Enquanto se esforça pela inserção de novos fármacos no mercado, a farmacêutica francesa lança agora uma tentativa de expandir a utilização do Lovenox, o seu medicamento mais bem sucedido no último ano, tendo gerado receitas no valor de 2,4 mil milhões de euros. Isto porque a empresa enfrenta alguns desafios no que diz respeito à patente deste medicamento e perdeu recentemente os direitos de patente sobre o ansiolítico Ambien (Zolpidem de Tartrato).

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, RTT News, Infarmed.

Arixtra recebe avaliação positiva do CHMP para tratar síndrome coronária aguda

A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline revelou que o Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) emitiu um parecer positivo relativamente à fórmula de toma diária do anticoagulante Arixtra (Fondaparinux sódico), destinado ao tratamento da síndrome coronária aguda (SCA).

“Estamos muito satisfeitos pelo facto do CHMP ter proferido uma opinião positiva para o fondaparinux destinado à síndrome coronária aguda”, afirmou Lawson Macartney, vice-presidente do Centro de Desenvolvimento Cardiovascular e de Medicina Metabólica da GlaxoSmithKline. “O fondaparinux tem potencial para ajudar os pacientes com SCA a gerirem a sua doenças e oferece a possibilidade de uma vida mais longa”, acrescentou.

O comité analisou dois ensaios clínicos de Fase III que incluíram a participação de mais de 32 mil doentes e que avaliaram a utilização do fondaparinux no tratamento de uma grande variedade de pacientes com SCA. As conclusões demonstraram que o fármaco apresenta uma eficácia superior ao tratamento habitual (heparina não fraccionada ou placebo) na redução do risco de morte e recorrência de ataque cardíaco.

A SCA afecta cerca de três milhões de pessoas em todo o mundo e é responsável pelo internamento hospitalar de 2,5 milhões de doentes. Para além disso, os portadores de síndrome coronária aguda correm um maior risco imediato e a longo prazo de ataque cardíaco recorrente e morte cardíaca.

O fondaparinux é um pentassacarídeo de síntese, inibidor selectivo do factor Xa, uma proteína essencial do processo de coagulação. É um anticoagulante para a profilaxia do tromboembolismo venoso após cirurgia ortopédica maior dos membros inferiores. Na União Europeia, o medicamento é actualmente actualizado no tratamento da doença tromboembólica venosa em pacientes sujeitos a grande cirurgia ortopédica dos membros inferiores, tais como fractura da anca, grande cirurgia do joelho ou cirurgia protésica da anca. Há casos em que a sua aplicação é também recomendada em doentes sujeitos a cirurgia abdominal que se julga poderem ter um elevado risco de complicações tromboembólicas, tais como doentes sujeitos a cirurgia oncológica abdominal.

Marta Bilro

Fonte: Medical News Today, GlaxoSmithKline, Médicos de Portugal, Infarmed.

Será instalada no Parque Industrial de Tortosendo em 2008
Plataforma farmacêutica na Covilhã


A cooperativa Farbeira, resultante da fusão, em Dezembro de 2006, das empresas Farbeiras, Coferpel e Farcentro, pretende ter operacional no início do próximo ano, na Zona Industrial de Tortosendo, na Covilhã, uma grande plataforma logística de distribuição de produtos farmacêuticos. O projecto representa um investimento de cerca de 600 milhões de euros, que pretende agilizar o processo de distribuição de medicamentos pelas farmácias.

Luís Miguel Silvestre, presidente da direcção da cooperativa Farbeira recorda que a fusão das três empresas acabou por transformar a nova entidade na “quarta maior distribuidora farmacêutica de Portugal”, pelo que, fazendo jus a esse estatuto, será necessário “colocar os medicamentos nas farmácias o mais rapidamente possível”. A Farbeira conta actualmente 600 farmácias associadas, localizadas no perímetro geográfico compreendido entre as cidades de Vila Real, em Trás-os-Montes e Alto Douro, e Portalegre, no Alentejo. O Parque Industrial de Tortosendo, na Covilhã, assume-se assim como uma área de centralidade, justificando a sua escolha para a localização do empreendimento, que vai nascer de raiz junto ao Parque da Ciência e da Tecnologia (Parkurbis).
A aquisição dos terrenos destinados à construção da plataforma foi formalizada em Maio, estando o arranque das obras previsto para Setembro ou Outubro deste ano. O responsável máximo da Farbeira prevê “uma grande margem de crescimento das farmácias” na sua área de intervenção, e considera por isso que a nova plataforma se assume como um investimento de valor e oportunidade inquestionáveis. O novo espaço tem uma área de 6600 metros quadrados, com possibilidade de expansão, e um pavilhão com mais de mil metros quadrados, além da área que será destinada aos serviços administrativos da plataforma.

Carla Teixeira
Fonte: Farbeira, Urbi et Orbi, Notícias da Covilhã

Entidade reguladora repreende a Roche

O laboratório suíço Roche foi severamente advertido pela entidade reguladora da indústria farmacêutica por alegar que um jornalista teria concordado não revelar um pagamento de cerca de 295 euros para participar numa reunião com a empresa.

O Código de Práticas da Autoridade de Prescrição de Medicamentos, a unidade auto-reguladora da associação de comércio das empresas de fármacos, admoestou a Roche por causar má reputação à indústria farmacêutica.

O caso foi despoletado quando surgiram reclamações de que uma parceira da Roche se teria oferecido para pagar a um doente com cancro para ajudar a promover o Herceptin (trastuzumab), um medicamento utilizado no tratamento do cancro da mama que, em 2006, registou vendas no valor de 888 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Financial Times

II Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Podologia, na Póvoa de Varzim

A Associação Portuguesa de Podologia organiza, nos dias 20 e 21 de Julho, no Novotel Vermar, na Póvoa de Varzim, o II congresso nacional, contando com a participação de especialistas nacionais e estrangeiros. Os principais temas que serão abordados versarão sobre a “Biomecânica e Ortopodologia”, “Biomecânica”, “Pé e Tornozelo”, “Podologia Clínica”, “A Dor”, “Podologia Cirúrgica”, “Pé Diabético” e “Pé de Risco – Diabetes Mellitus e Paramiloidose – Cuidados Primários”.

No primeiro dia, as questões que serão abordadas de forma mais específica relacionam-se com “Conceitos Arquitectónicos do Pé”, “Patologias de Externalização da Marcha”, “Influência da Orientação do Eixo da SAG no Comportamento do Pé do Idoso em C.C.F.”, “Lesões Podológicas no Desporto”, “Biomecânica do Pé”, “Pé e a Propriocepção”, “Teoria do Equilíbrio Rotacional – Técnica de Kirby”, “Pé Valgo – Sinónimo de Pé Infantil”, “Alterações Funcionais da Tibiotársica”, “Uso de Factores de Crescimento na Patologia Ligamentar de Pé e Tornozelo”, “Prótese do Tornozelo vs Artrodesis”, “Recuperação Física do Pé” e “A Podologia – Formação/Actuação”.

No dia 21, os temas específicos em discussão serão acerca de “Manifestações Reumatológicas no Pé”, “Intervenção Podológica Multidisciplinar em Meio Hospitalar”, “Diagnóstico Diferencial das Lesões Dermatológicas no Pé”, “Manifestações Dermatológicas mais comuns no Idoso com Insuficiência Vascular: A propósito de um estudo”, “A abordagem do Doente Idoso”, “Prevenção e Tratamento da Dor Pós-Operatória da Cirurgia do Pé”, “Influência da Estimulação Musical na Dor no Pós-cirúrgico Imediato: Dados Comportamentais”, “Tratamento Farmacológico da Dor Podológica”, “Utilização de Escalas de Dor na Consulta de Podologia”, “Técnica de Austin”, “Tratamento Definitivo das Queratopatias Digitais”, “Tratamento de Onicocriptose”, “O Doente Diabético – Abordagem e Orientação”, “Patologia e Avaliação Vascular do Membro Inferior”, “As Implicações da Ausência de Dor na Biomecânica de Pé e na Qualidade de Vida do Doente Diabético”, “Uso da Câmara Hiperbárica no Tratamento das Úlceras”, “Uso de Factores de Crescimento no Tratamento das Úlceras”, “Evidências Neuropáticas na Podologia” e “Prevenção de Alterações Dermatológicas no Pé Diabético”.

No final, haverá um simpósio dirigido a profissionais e à população intitulado “Pé de Risco – Diabetes Mellitus e Paramiloidose – Cuidados Primários”, que englobará as questões sobre “A Educação do Diabético”, “Orientação Nutricional do Diabético” e “Podologia Preventiva do Pé de Risco – Diabetes Mellitus e Paramiloidose”.

Para mais informações ou inscrições contactar a Associação Portuguesa de Podologia, na Avenida Oliveira Zina, 18, em Valongo, ou através do telefone 224 225 337, pelo fax 224 225 337, pelo e-mail
info@appodologia.com ou no site www.appodologia.com.

Isabel Marques

Fontes: Jasfarma,
www.appodologia.com

sábado, 7 de julho de 2007

Adiamento na aprovação do Provenge causa controvérsia nos EUA

O atraso na aprovação do Provenge, por parte da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration), está a causar reboliço nos Estados Unidos da América. A decisão enfureceu muitos dos pacientes que sofrem de cancro da próstata em fase avançada, desencadeando um debate aceso a nível nacional.

O tratamento inovador destina-se a prolongar a vida dos doentes com cancro da próstata em fase avançada através da estimulação do sistema imunitário. De acordo com o matutino The Washington Post, o facto da entidade reguladora do sector ter adiado a autorização de comercialização do Provenge para realizar mais estudos acerca da sua eficácia causou desconforto tanto nos pacientes como nos investidores.

O Provenge recebeu aprovação do conselho científico da autoridade reguladora dos medicamentos em Março, parecer que a FDA não era obrigada a aceitar. Foi o que aconteceu. No dia 15 de Maio, altura em que deveria pronunciar-se sobre essas recomendações, a FDA exigiu mais testes que comprovassem a eficiência da vacina, depois de alguns especialistas a terem questionado.

Howard I. Scher, do “Memorial Sloan-Kettering Cancer Center” e Maha Hussain, da Universidade do Michigan, foram dois dos oncologistas que defenderam a apresentação de mais provas a favor da eficácia da vacina. Os especialistas afirmaram que o estudo apresentado pela Dendreon, a empresa norte-americana de biotecnologia responsável pelo desenvolvimento do produto, era demasiado reduzido o que poderia significar que os resultados podem ter sido fruto de um acaso.

No dia 4 de Junho, vários grupos de pacientes e advogados reuniram-se numa manifestação junto ao Capitólio exigindo uma reunião com o comissário da FDA, Andrew C. von Eschenbach, acto que lhes valeu um encontro, com o próprio, logo nesse dia. Os manifestantes exerceram pressão para que fosse alterada uma legislação sobre a FDA que estava a ser analisada pelo Congresso, de forma a facilitar o acesso a medicamentos experimentais. No entanto, a FDA insistiu que são necessários mais dados científicos.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Xinhua.

Lei do Aborto: Apenas dois hospitais invocam objecção de consciência

A uma semana da entrada em vigor da lei do aborto, um balanço da preparação dos serviços permite já perceber que a objecção de consciência não deverá ser problemática para a aplicação da lei, uma vez que dos hospitais ao nível do continente, apenas dois não irão praticar abortos, devido ao facto da objecção de consciência ser invocada pela generalidade dos médicos.

O Hospital de Matosinhos e o de S. Francisco Xavier, em Lisboa, são os únicos hospitais do continente que se recusam a praticar a interrupção voluntária da gravidez, enquanto que no arquipélago dos Açores a situação agrava-se, já que apenas a Unidade do Faial está pronta a receber mulheres que queiram abortar até às dez semanas.

No entanto, a lei prevê que em caso de escassez de recursos humanos que ponham em causa a sua aplicação, os hospitais são obrigados a contratualizar o serviço com outra unidade, de forma a assegurar o seu cumprimento.

Apesar da polémica acerca da invocação da objecção de consciência, o facto é que, mesmo antes da entrada em vigor da lei, alguns hospitais começaram já a praticar abortos, como é o caso da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, do hospital Garcia da Orta, em Almada e do de Portimão, no Algarve.

No que respeita à zona norte do pais, a Administração Regional de Saúde autorizou 12 hospitais a iniciarem a pratica do aborto em mulheres grávidas até às 10 semanas, a partir de segunda-feira, o que na opinião do presidente da Comissão de Saúde Materna e Neonatal, Jorge Branco, constitui uma situação perfeitamente normal, pois "a pressão da população é muito grande. Desde que cumpram a lei, não me parece que seja um problema".

De acordo com a lei, cada mulher que decida abortar terá direito a uma consulta marcada no prazo máximo de cinco dias, seguida de três dias de reflexão para regressar e realizar a interrupção, pelo método que escolher. A mulher poderá também contar com apoio psicológico ou assistência social e será depois encaminhada para planeamento familiar.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Wyeth procura aprovação para o Tygacil para tratamento da Pneumonia Adquirida na Comunidade

A Wyeth irá ainda conduzir um estudo adicional para a Pneumonia Adquirida no Hospital (PAH) e Pneumonia Associada à Ventilação (PAV).

A Wyeth Pharmaceuticals anunciou que planeia submeter um Pedido de Licença de Novo Medicamento (NDA) à FDA, este Verão, para o antibiótico de primeira classe, o Tygacil (tigeciclina), para o tratamento de pacientes com Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC). O NDA é baseado em dois estudos clínicos de fase 3, nos quais a taxa de cura para o Tygacil e levofloxacina foram comparadas para os dois tratamentos.

A PAC é definida como uma pneumonia não adquirida num hospital ou numa unidade de cuidados prolongados. É uma infecção bacteriológica nos pulmões, sendo uma doença respiratória comum, mas grave, que afecta cerca de 5,6 milhões de americanos todos os anos.

Os custos do tratamento dos pacientes com PAC atingem cerca de 10 milhões de dólares por ano, em que as despesas com pacientes internos representam 92 por cento da soma total e pacientes hospitalizados acrescentam cerca de 7.500 dólares cada. A PAC é também responsável por 10 milhões de visitas ao médico, por ano, nos Estados Unidos.

Actualmente, existe a necessidade de novas opções, uma vez que muitas estirpes da bactéria mais comum que causa a PAC tornaram-se resistentes a determinados antibióticos e podem dificultar o tratamento. O Tygacil, uma glicilciclina de primeira classe, é um antibiótico de largo espectro IV (intravenoso) com actividade in-vitro contra gram positivos, gram negativos, anaeróbios, estafilococos áureos meticilino-resistentes e estafilococos áureos susceptíveis à meticilina e enterococcus vancomicina-resistente; o Tygacil não é afectado por beta-lactamases de largo espectro.

A Wyeth, adicionalmente, conduziu um estudo clínico de fase 3 para a Pneumonia Adquirida no Hospital (PAH) e Pneumonia Associada à Ventilação (PAV). Neste estudo, o regime de Tygacil foi comparado com um regime de imipenem/cilastatina. As taxas de cura no regime de Tygacil foram comparadas com o regime de imipenem/cilastatina em apenas um dos dois pontos primários. Num subgrupo de pacientes com PAV, o regime de Tygacil teve taxas de cura mais baixas do que o regime de comparação. Baseado nestes resultados, a Wyeth pretende delinear e iniciar uma nova fase 3 do estudo clínico para a PAH/PAV seguindo o parecer de corpos reguladores globais.

A pneumonia é a terceira maior causa de morte em Portugal, tendo vitimado cerca de 3800 pessoas em 2006. Ao contrário do que se poderia esperar, por se tratar de uma doença vulgar e com tratamento, os casos fatais continuam a aumentar, tornando a pneumonia a doença respiratória mais mortal em Portugal.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, Diário de Notícias

Rastreios gratuitos ao VIH na região algarvia

Uma unidade móvel vai percorrer a região do Algarve com o objectivo de realizar rastreios gratuitos e anónimos ao Vírus da Imunodeficiência Humana, durante os meses de Julho e Agosto. A organização está a cargo do Centro de Acolhimento e Detecção Precoce da Infecção pelo VIH/Sida (CAD).

Os testes são rápidos e fornecem um resultado em apenas 20 minutos. Durante esta acção, os profissionais do CAD fornecem também informações sobre o VIH/Sida, incidindo sobre os meios de prevenção.

A acção terá início no dia 13, e o primeiro dia de rastreios realiza-se na Praia da Rocha, em Portimão, entre as 23:00 e as 2:00 horas. Entre 19 e 22 de Julho a unidade móvel desloca-se também à Concentração de Motas de Faro, retornando à Praia da Rocha no dia 27.

No mês de Agosto os rastreios vão estar na Zona Ribeirinha de Portimão no dia 3, na Praia da Rocha a 10,17 e 24, na Lota de Alvor a 15 e na Câmara Municipal de Lagos a 16.

A iniciativa é da Administração Regional de Saúde do Algarve com a colaboração do Instituto da Droga e Toxicodependência e da Associação para o Planeamento da Família.

Marta Bilro

Fonte: Região Sul

Irene Silveira toma posse quarta-feira

A nova bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Irene Silveira, toma posse na quarta-feira, dia 11 de Julho, às 19 horas, numa cerimónia na qual marca presença o ministro da Saúde, Correia de Campos. Durante o acto solene, que decorre na sede nacional da OF, serão também empossados os restantes órgãos nacionais.

A também professora catedrática da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, eleita no dia 21 de Junho com 54 por cento dos votos, assumiu como principal prioridade para o seu mandato a intervenção no processo de liberalização da propriedade das farmácias que será legislado pelo Governo nos próximos seis meses.

Depois de obter 1621 votos num total de 3056 votantes, Irene Silveira foi eleita para um mandato de três anos, tornando-se na primeira mulher a ocupar o lugar de bastonária da OF sucedendo a Aranda da Silva.

Marta Bilro

Fonte: As Beiras

Infarmed e ASAE alertam para Colgate falsificada à venda no mercado português

Embalagens de pasta dentífrica Colgate, oriundas da África do Sul, contendo uma substância tóxica estão à venda em Portugal. Depois do alerta ter sido dado pelas entidades de saúde dos Estados Unidos da América, Canadá e Espanha, chegou a vez da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) chamar a atenção dos consumidores portugueses.

Por sua vez, Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) emitiu uma circular que ordena a retirada do mercado nacional de todos os lotes da pasta dentífrica falsificada que utiliza a marca “Colgate”, e que contém na sua rotulagem a menção “Made in South Africa”, embora não sejam fabricados pela Colgate-Palmolive.

De acordo com a agência Lusa, o Infarmed só teve conhecimento da possível contaminação das pastas dentífricas esta sexta-feira. Manuel Laje, porta-voz da ASAE, referiu que, até ao momento, não há indicações de que exista no mercado português pasta de dentes importada da China que sexta-feira motivou a Comissão Europeia a activar o sistema comunitário de alerta de risco.

Ainda assim, o responsável considera que não há motivo para alarme, uma vez que, o dietileno glicol, substância tóxica detectada das pastas dentífricas, só é perigosa se ingerida em grandes quantidades. «Aquele produto conterá uma substância não declarada, dietileno glicol, que pode apresentar toxicidade quando administrado em doses elevadas”, pode ler-se na circular divulgada pelo Infarmed que salienta que “nas condições de utilização de uma pasta dentífrica, este produto não constituirá risco para a saúde dos utilizadores». Por se tratar de um produto falsificado não há qualquer responsabilidade da Colgate-Palmolive, acrescenta o mesmo comunicado.

A Colgate já afirmou que não importa dentífricos para o mercado português provenientes da África do Sul, disponibilizando-se para colaborar com as autoridades para identificar os produtos falsificados contendo a substância tóxica. Para além disso, a empresa fez questão de salientar que nos seus produtos genuínos o texto na embalagem exterior e no tubo está pelo menos em português, com indicação do nome e morada da sua sede em Portugal.

Marta Bilro

Fonte: Portugal Diário, Jornal Digital, Diário Digital, Lusa, O Mirante, Infarmed.

Afinal os antidepressivos não aumentam risco de suicídio

Foi hoje publicado no Jornal Norte-Americano de Psiquiatria um novo estudo sobre os efeitos dos antidepressivos em jovens com comportamentos suicidas, revelando que aqueles que recorrem ao tratamento correm menos riscos de tentar suicidar-se do que aqueles que não tomam quaisquer antidepressivos, o que contraria os resultados apresentados em 2004 pela Agência Norte-Americana dos Alimentos e Medicamentos (FDA).

.O estudo hoje publicado baseou-se nos antidepressivos de tipo SSRI, entre os quais o Lexapro, o Pacil, Zoloft e o Prozac, prescritos com o intuito de modificam o humor do paciente, reequilibrando o nível de serotonina no cérebro.

A investigação apoiou-se na observação de 226.866 pacientes, com problemas depressivos detectados entre 2003 e 2004, que foram divididos em quatro grupos de diferentes idades, antes e depois do tratamento com SSRI.

"O risco de tentativa de suicídio entre os doentes tratados com medicamentos de tipo SSRI corresponde mais ou menos a um terço do dos pacientes que não recebem tratamento", garante um dos autores do estudo, Robert Gibbons, da Universidade de Illinois, em Chicago.

Em 2004 a FDA tinha considerado que alguns medicamentos podiam aumentar o comportamento suicida nos jovens, estabelecendo uma ligação entre o suicídio nos adolescentes e o consumo de antidepressivos, após ensaios clínicos realizados por laboratórios farmacêuticos. No entanto, o estudo agora divulgado nega a existência de qualquer relação entre o consumo destes medicamentos e o suicídio.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Vacina oral polivalente para a toxina botulínica, BT-VACC™, recebeu Patente Europeia

A DOR BioPharma, Inc. anunciou que a Organização Europeia de Patentes (OEP) concedeu uma patente, EP 1024827 B1, com reivindicações relacionadas com a vacinação oral utilizando formas mutadas não-tóxicas da neurotoxina botulínica, como vacina para prevenir a exposição à toxina botulínica.

A Patente Europeia segue a atribuição de uma patente nos Estados Unidos, U.S. 6,051,239, que foi concedida em Abril de 2000, e que contém reivindicações semelhantes para a vacinação oral.
Tanto a Patente Europeia, emitida recentemente, como a anterior emitida nos Estados Unidos têm origem no trabalho do Dr. Lance Simpson, da Universidade Thomas Jefferson, que demonstra que formas mutadas da toxina botulínica podem ser administradas oralmente para induzir imunidade protectora à exposição natural à toxina. As reivindicações na Patente Europeia fornecem protecção para o uso de certos mutantes não-tóxicos da toxina botulínica que são capazes de transitar dos intestinos para a circulação geral, por via de uma vacina oral.

O Presidente da DOR, Christopher J. Schaber, disse que na companhia se acredita que a vacinação oral irá fornecer vantagens em relação a vacinas injectáveis de botulínica, devido à facilidade de administração e rápida distribuição, que pode facilitar inoculações em massa, caso seja necessário. Acrescentou ainda que esperam fornecer a vacina tanto para uso civil como militar.

A DOR anunciou recentemente a publicação dos resultados chave da BT-VACC™ que demonstram que a imunização mucosa, com uma versão polivalente da vacina, induz uma resposta imune robusta que resulta na protecção contra os diversos serotipos naturais da toxina botulínica. A BT-VACC™ é constituída por um componente da cadeia pesada de cada um que dos serotipos A, B e E da toxina botulínica. O componente da cadeia pesada não tem a região da toxina que é responsável por bloquear as funções neurotransmissoras. As subunidades podem ligar-se avidamente aos receptores na superfície das células mucosas e atravessar o tecido pulmonar e gastrointestinal para estimular a imunidade. Como as subunidades de ligação não contêm a parte tóxica da molécula, a vacina é segura e estimula os anticorpos, não só do sangue, mas também aqueles que revestem as superfícies mucosas. São esses anticorpos, que estão presentes nas secreções pulmonares e gastrointestinais, que irão bloquear a toxina antes destas entrarem na corrente sanguínea e chegarem aos nervos periféricos.

A toxina botulínica
A toxina botulínica é uma neurotoxina extremamente potente, de origem bacteriológica, que inibe a função dos nervos periféricos, causando paralisia flácida muscular descendente grave e frequentemente fatal. O botulismo natural resultante da ingestão da toxina através de alimentos contaminados é muito raro, mas artificialmente o botulismo pode também resultar de bioterrorismo ou de armas biológicas. Visto que quantidades extremamente pequenas da toxina podem causar efeitos neurológicos, é categorizada como ameaça biológica de categoria A pelo Centro de Controlo de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A toxina pode entrar no organismo muito eficazmente pelo tecido pulmonar e pelo tracto gastrointestinal, fazendo da ameaça de contaminação alimentar propositada, com a toxina botulínica, uma possibilidade real como arma biológica.

Vacinas da toxina botulínica
A vacinação é considerada como sendo a melhor opção na prevenção de efeitos neurológicos da exposição à toxina. Devido à raridade da doença de forma natural, a vacina não seria utilizada em programas de imunização da população em massa, a não ser que houvesse uma ameaça significativa. Nesse caso, a vacina teria de ser tornada disponível para disseminação abrangente, para uma rápida e conveniente vacinação de uma população vasta. A única vacina disponível é uma vacina experimental, baseada na desactivação de uma mistura de serotipos da toxina natural, que é administrada através de uma injecção, contudo não está licenciada pela FDA e não pode ser utilizada para imunização difundida. Novas vacinas polivalentes baseadas em subunidades não-tóxicas estão a ser desenvolvidas, incluindo a BT-VACC™.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Hospital Universitário de Coimbra realiza centésimo transplante cardíaco

O Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) anunciou hoje a realização do centésimo transplante cardíaco efectuado nesta unidade, desde o final de 2004, altura em que aí teve inicio o serviço de transplantação cardíaca.

O centro, dirigido pelo cirurgião e professor catedrático, Manuel Antunes, efectua já cerca de dois terços das transplantações cardíacas nacionais, representando um importante recurso para suprir “as necessidades do país nesta área de actividade, anteriormente extremamente deficitária”.

O centésimo transplante cardíaco foi realizado na passada quarta-feira, num jornalista lisboeta que, garante Manuel Antunes, se encontra já “em franca recuperação, tendo já iniciado a sua convalescença física”.

Para o professor, o número de transplantes realizados constitui “um feito notável, que coloca o Centro também numa posição de destaque entre os centros de transplantação mais activos da Europa”.

Até à data, os resultados têm sido excelentes, “com uma taxa de sucesso imediato de 97% e uma sobrevivência superior a 89% aos três anos, comparam-se favoravelmente aos da maior parte dos centros de transplantação cardíaca mundiais”.

O centro de transplantação cardíaca de Coimbra recebeu, ao longo destes dois anos e meio, pacientes oriundos de todo o pais, “o que significa que o Centro se tornou num serviço de referência nacional também neste tipo de intervenções”, acrescenta o cirurgião.

Para a próxima segunda-feira está marcada um conferência de imprensa, onde serão divulgados mais dados sobre a actividade do Centro de Cirurgia Cardiotorácica de Coimbra.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Tailândia pretende comprar dois milhões de doses do genérico do Plavix

O governo tailandês anunciou que planeia adquirir, na Índia, dois milhões de doses do genérico do Plavix (clopidogrel) da Bristol-Myers Squibb e da Sanofi-Aventis. O governo da Tailândia aprovou, em Janeiro, licenças compulsivas para as versões genéricas do medicamento.

O Presidente da Organização Farmacêutica Governamental Tailandesa, Vichai Chokevivat, revelou que cerca de quatro companhias indianas estão a fazer ofertas pelo contrato, e o governo tenciona pagar entre 5 bahts (16 cêntimos) e 5,50 bahts por comprimido. O abastecimento irá ajudar a responder às necessidades da Tailândia de cerca de quatro milhões a cinco milhões de comprimidos de Plavix por ano e cortar nas despesas dos tratamentos dos pacientes mais pobres com doenças cardíacas.

Segundo o que foi comunicado, a Sanofi-Aventis propôs, em Março, vender o Plavix a 27 bahts o comprimido, e fornecer 3,4 milhões de comprimidos ao preço de um milhão. Acerca do que foi divulgado nas notícias, o porta-voz da Sanofi-Aventis, Jean-Marc Podvin, referiu que a companhia não chegou a receber uma resposta formal à sua oferta de vender o fármaco com desconto. A farmacêutica propôs um programa que iria permitir ao Ministério da Saúde Pública tailandês fornecer o Plavix sem custos adicionais. Contudo, o Ministério concentrou-se somente no preço e insistiu em encontrar genéricos do Plavix de qualidade desconhecida.

O Plavix, o terceiro medicamento mais vendido, com 6,1 mil milhões de dólares de receitas, está protegido por uma patente. A Tailândia está a utilizar uma cláusula da Organização Mundial do Comércio que permite aos governos autorizar a produção de fármacos genéricos sem o consentimento dos donos das patentes, em alguns casos.

A Tailândia está actualmente a comprar a versão genérica do fármaco para o VIH, efavirenz, comercializado pela Merck & Co. como Stocrin e pela Bristol-Myers Squibb como Sustiva, a uma unidade indiana da Mylan Laboratories Inc. Para além disso, o governo está ainda em processo de encomendar outros genéricos de medicamentos para a SIDA: o Kaletra, da Matrix, e a sua versão actualizada, o Aluvia, da Abbott Laboratories.

O governo da Tailândia afirma que copiar os fármacos irá permitir que se forneça medicamentos gratuitamente a uma grande parte dos cidadãos mais pobres do país, incluindo os 220 000 infectados com VIH.

Isabel Marques

Fontes: Firstword, Bloomberg

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Ixabepilona demonstra resultados positivos ensaio clínico de Fase II


A farmacêutica norte-americana Bristol-Myers Squibb revelou que a ixabepilona, um fármaco experimental contra o cancro da mama, demonstrou actividade em doentes portadores da doença que se mostraram resistentes a três tipos comuns de quimioterapia.

Os resultados do ensaio clínico de Fase II mostraram que a substância obteve resultados positivos em doentes que previamente tinham sido tratados com quimioterapia, incluindo antraciclina, taxane e capecitabina. As conclusões do estudo, que envolveu 126 pacientes, deverão ser publicados em Agosto no “Journal of Clinical Oncology”, avançou o laboratório.

A Bristol-Myers Squibb garantiu recentemente uma revisão prioritária por parte da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) para a ixabepilona. A entidade reguladora deverá emitir um parecer acerca do medicamento no final de Outubro.

O objectivo da farmacêutica é utilizar a substância no tratamento de doentes com cancro da mama em fase avançada que não reagiram ao tratamento prévio com quimioterapia.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CNN Money, Forbes.

Eli Lilly cede direitos do Distaclor à Pharmalink

A Eli Lilly & Company, divisão Indiana da farmacêutica norte-americana Eli Lilly, cedeu os direitos de comercialização do seu primeiro antibiótico de amplo espectro, o Distaclor (Cefaclor) à Pharmalink, uma subsidiária da Quintiles International.

O medicamento, utilizado no tratamento de otites, infecções na pele, bronquite e infecções do trato respiratório, é comercializado na Índia, pela Eli Lilly, desde 1993. O novo acordo é valido apenas para a Índia e o Nepal.

“Esta acção está completamente alinhada na nossa estratégia global de introduzir produtos novos e inovadores da forte linha da investigação da Lilly”, afirmou Sandeep Gupts, representante da empresa indiana.

Pertencente à família do Cefaclor, o Distaclor é uma cefalosporina, um fármaco que interfere na síntese da parede celular do peptidoglicano via inibição de enzimas envolvidas no processo de transpeptidação.

Marta Bilro

Fonte: The Financial Express, PharmaAsia.

Pfizer e Novartis chegam a acordo no caso do Zithromax

A Pfizer chegou a acordo num processo judicial instituído contra a farmacêutica suíça Novartis por alegada violação da patente norte-americana do Zithromax (Azitromicina), um antibiótico utilizado no tratamento de infecções respiratórias, otites e infecções genitais.

O laboratório norte-americano processou a Novartis e a Sandoz, a sua unidade norte-americana de genéricos, em Fevereiro de 2006, referindo que estaria a ser “irreparavelmente prejudicada” pela utilização de fórmulas da sua invenção de azitromicina por parte das empresas rivais. De acordo com o tribunal, as empresas “chegaram a acordo em todas as alegações” relacionadas com a patente do medicamento.

No espaço de um ano a Pfizer contabiliza já dois acordos relativos à patente do Zithromax. Em Novembro de 2006, o laboratório israelita Teva Pharmaceutical Industries disponibilizou-se a pagar à Pfizer cerca de 51 milhões de euros para adquirir os direitos de produzir medicamentos semelhantes ao Zithromax e ao Idamycin.

Depois do término da patente norte-americana da azitromicina, em 2005, a Pfizer deparou-se com uma quebra vertiginosa nas vendas do Zithromax, uma vez que várias farmacêuticas colocaram no mercado versões semelhantes do produto. Em 2005 a Pfizer arrecadou cerca de 1,5 mil milhões de euros com as vendas do Zithromax, as quais não ultrapassaram os 468 milhões de euros no ano passado.

Marta Bilro

Fonte: STLtoday, Medical Marketing & Media.

Medicamentos abortivos: mulheres ainda compram em Espanha

Citotec é vendido no país vizinho sem receita médica e ao preço de 12 euros



Há mulheres portuguesas que ainda recorrem a Espanha para comprar medicamentos abortivos. Esta situação acontece devido à recusa de alguns hospitais em praticar a interrupção voluntária da gravidez (IVG). Outro motivo apontado é o factor preço.


A nova regulamentação da lei da IVG entra em vigor dia 15 de julho, no entanto, o hospital de Matosinhos (Porto) e o São Francisco Xavier ( Lisboa), já informaram que não vão praticar a IVG pelo facto de todos os médicos terem invocado objecção de consciência. Hoje, o Hospital de São Bernardo ( Setúbal) também afimou “discordar da nova legislação.”

Segundo informou uma funcionária daquela unidade de saúde, o hospital discorda “da nova legislação”, regendo-se, por isso, ainda “pela lei antiga.”

A afirmação surgiu numa reacção espoletada com base nas de declarações de várias mulheres à Agência Lusa. As mulheres revelavam ter recorrido ao país vizinho para comprar o Citotec, (fármaco abortivo vendido em Espanha sem receita médica).

O Citotec tem um custo de 12 euros (em Espanha). Argumento, também, usado por uma das mulheres que, confidenciou à mesma fonte (Lusa), ter-se dirigido a uma clínica da região, mas que perante o valor de 475 euros, recuou de imediato: “Com esse dinheiro, dá para ir a Espanha comprar o medicamento e voltar e ainda sobra bastante”, sustentou.

Confrontado com as situações vividas pelas mulheres e denunciadas pelo Movimento Democrático de Mulheres, o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) clarificou somente que o serviço de ginecologia e obstetrícia da estrutura “tem respondido às necessidades da legislação anterior relativa à Interrupção Voluntária da Gravidez ainda em vigor.”


IVG em três hospitais

Até ao momento, os hospitais de Portimão, Garcia de Orta, em Almada, e a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, são as únicas unidades de saúde portuguesas a praticar abortos a pedido da mulher.

De acordo com o presidente da Comissão de Saúde Materna, Jorge Branco, estas unidades deverão juntar-se a 12 hospitais da Administração Regional de Saúde do Norte que, a partir de segunda-feira (dia 9), começam a realizar abortos a pedido da mulher até às dez semanas.

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa/Fábrica de Conteúdos/Sol

Tolevamer ineficaz no tratamento de diarreia causada por antibióticos

A Genzyme, empresa líder no mercado mundial de biotecnologia, anunciou que a última fase de ensaios clínicos do Tolevamer não indicou quaisquer benefícios extra relativamente a outro antibiótico comum com a mesma indicação terapêutica. O novo fármaco destinava-se ao tratamento da diarreia relacionada com o Clostridium difficile, uma infecção que produz duas toxinas que podem danificar a mucosa do intestino grosso.

O objectivo dos ensaios clínicos era demonstrar que o Tolevamer era mais eficaz do que a vancomicina no tratamento de 1.100 pacientes que sofriam de diarreia associada à infecção por Clostridium difficile. Apesar de ser segura, bem tolerada e das infecções recorrentes serem raras, o medicamento não demonstrou eficácia suficiente, afirmou a Genzyme. A divulgação destas conclusões resultou numa quebra de 5 por cento nas acções da empresa.

O novo fármaco era já considerado um dos mais promissores na sua linha de acção. No entanto, as novas conclusões vieram contrastar com as descobertas da Fase II de ensaios clínicos que davam conta de uma fórmula oral sólida de Tolevamer que cumpria o seu objectivo primário de não ser inferior quando comparado com a vancomicina. “Estes são resultados decepcionantes que alteram as nossas expectativas acerca do potencial de comercialização do Tolevamer num futuro próximo”, afirmou Henri Termeer, director executivo da Genzyme.

O Tolevamer pretendia ser o primeiro medicamento não-antibiótico para o tratamento deste tipo de diarreia causada por uma bactéria que se pode desenvolver e provocar uma infecção intestinal, frequentemente originada pela toma de antibióticos. A Genzyme adiantou que o Tolevamer líquido está a ser alvo de um segundo ensaio em fase final, cujos resultados deverão ser revelados ainda este ano. Os analistas da Cowen & Co. previam que o pico de vendas do novo medicamento pudesse atingir os 147 milhões de euros caso fosse demonstrada a sua eficácia na prevenção do reaparecimento desta infecção.

De acordo com o portal Ciência Hoje, o Clostridium difficile é a principal razão dos casos de diarreia infecciosa contraídos nos hospitais, podendo provocar colite aguda, que pode ter como consequência a remoção de parte do intestino ou até a morte. Contrariamente a outras bactérias, que podem ganhar resistência aos medicamentos utilizados para as eliminar, a Clostridium difficile desenvolve uma reacção peculiar aos antibióticos utilizados para doenças como a pneumonia. Os sintomas começam habitualmente enquanto a pessoa está a tomar os antibióticos. No entanto, em 75 por cento dos pacientes os sintomas surgem entre 1 e 10 dias depois da suspensão do tratamento e em algumas pessoas até depois de 6 semanas.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, CNN Money, Forbes, Reuters, Manual Merck, Ciência Hoje.

Porque não deve tomar o mesmo medicamento do seu vizinho ou amigo?

Duas pessoas não reagem da mesma forma ao tomar o mesmo medicamento. Desta maneira deve sempre consultar o seu médico ou farmacêutico, antes de ingerir qualquer medicamento.

A acção esperada dos medicamentos pode variar de uma pessoa para a pessoa. Umas reagem melhor e outras nem tanto.

Isso acontece devido a vários factores. Os principais estão relacionados com o próprio doente, como o ambiente em que ele vive, a reacção aos medicamentos, condições genéticas, factores ambientais e alimentação.

Depois existem outros factores, ligados com a admistração do medicamento. Quando um remédio é para ser tomado de 6 em 6 horas, não deve ser tomado passado 8h. Quando um comprimido é para ser engolido não deve ser trincado. Quando um comprimido é para tomar antes das refeições não deve ser tomado após.

Todos estes procedimentos, incorrectos, podem levar a efeitos não desejáveis por parte do paciente.

Liliana Duarte

Fonte: Portal da Saúde Brasil

Saúde Oral- Gengivite

A higiene oral, em Portugal, continua a ser um ponto da saúde a apostar. Os individuos não vão com regularidade ao dentista e muitas vezes quando vão já não conseguem resolver a tempo os problemas.

Quando ao lavar os dentes, ocorre sangramento gengival, pode ser um sinal de gengivite, uma inflamação da gengiva, causada pela presença de placa bacteriana e tártato nos dentes.

Os principais sintomas são: gengiva avermelhada e inchada e ocorre sangramento ao escovar normalmente os dentes. O sangramento é o melhor sinal da gengivite, mostrando ao indivíduo que aquele local necessita de maiores cuidados durante a lavagem.

O tratamento passa por uma ida ao dentista e na redução da frequencia de ingestão de açúcares, assim como, ter por hábito lavar os dentes sempre após as refeições.

Desta forma dá-se a redução da formação da placa bacteriana e consequentemente da gengivite.

Liliana Duarte

Fonte: Portal Saúde

Veropharm na rota de interesses da GlaxoSmithKline

A GlaxoSmithKline poderá estar interessada em adquirir os 36,6 por cento disponíveis da Veropharm, uma empresa russa produtora de medicamentos genéricos. As negociações não foram confirmadas por nenhuma das partes, porém, fontes não oficiais avançam que a corretora Troyka Dialog está a fornecer aconselhamento acerca da possível aquisição.

Esta transacção permitiria ao laboratório britânico aumentar a sua quota de mercado mas também agradar aos produtores locais que têm preferências por vários programas sociais estatais sobre provisões de medicamentos.

No caso da Veropharm, a venda desta fatia da empresa representa uma ajuda para fazer frente à dívida actual, que ascende aos 195 milhões de euros. A Veropharm é uma produtora farmacêutica líder no mercado russo e a mais bem sucedida ao nível das vendas no ramo da oncologia e de emplastros.

De acordo com os analistas da Pharmexpert, a Veropharm foi considerada, em 2005, a empresa em maior expansão no âmbito oncológico, com uma quota de mercado de 60,9 por cento entre os produtores russos.

Marta Bilro

Fonte: PMR Business, Veropharm.ru

Cataratas

Em cada etapa da vida, as pessoas têm maior probabilidade de desenvolver determinados tipos de doenças.

A catarata é uma dessas doenças. Quando a origem é o envelhecimento, designa-se de catarata senil e costuma desenvolver-se por volta, ou a partir dos 50 anos.

A catarata pode ter várias causas. Para que seja tratada adequadamente e não cause sustos desnecessários, é muito importante ter conhecimento sobre a doença e procurar ajuda médica, logo que os primeiros sintomas apareçam.

A catarata é caracterizada pela opacidade do cristalino, uma estrutura transparente, cuja função é servir de lente para o olho.

O primeiro sintoma da catarata é a diminuição da acuidade visual. O paciente também pode ver manchas escuras no campo de visão. A catarata não provoca dores ou avermelhamento dos olhos.

Geralmente, é possível ver uma opacidade branca no olho. Além disso, a visão também fica alterada conforme a quantidade de luz.

O diagnóstico da doença é feito pela observação da opacidade branca no olho e também por aparelhos oftalmológicos .

Há vários tipos de intervenções cirúrgicas que impedem a progressão da doença. Várias técnicas podem ser utilizadas, como é o caso do laser.

Para prevenir a doença deve-se consultar um oftalmologista uma vez por ano, independentemente do facto de apresentar sintomas ou não. Dessa forma, o médico pode acompanhar alterações com exames mais precisos e diagnosticar problemas com maior antecedência, preservando, assim, a vida do doente.


Liliana Duarte

Fonte: Portal Saúde Brasil Net

GlaxoSmithKline perto da vacina para a dengue

A farmacêutica GlaxoSmithKline deverá estar a um passo de desenvolver a primeira vacina contra a dengue, revela um relatório recentemente divulgado. Esta infecção causada por arbovírus aparece esporadicamente em Portugal, no entanto, alguns países nos trópicos e subtrópicos enfrentam, frequentemente, surtos graves da doença.

De acordo com Jean Stephenne, presidente da GlaxoSmithKline Biologicals, os ensaios clínicos de Fase II deverão começar na Tailândia, no início do próximo ano, e envolvem mais de 3.000 pessoas. “Temos estado a trabalhar na vacina da dengue em conjunto com o Exército dos Estados Unidos da América há cerca de 10 anos”, afirmou o responsável em declarações ao The Straits Times.

De acordo com Stephenne, durante a primeira parte do processo, a vacina foi testada em 200 pessoas nos EUA, tendo demonstrado segurança e eficácia. Logo que os ensaios de Fase II sejam concluídos, a substância deverá passar à última fase de ensaios clínicos, de modo a testar a sua eficácia em outras partes do mundo, incluindo Singapura que, desde o inicio do ano já registou 3.597 casos da doença, três dos quais acabaram por ser fatais.

“Temos que comprovar que a vacina será segura para todos, o que significa que o seja tanto em crianças como adultos”, referiu Spethenne, salientando que deverão ser gastos entre 368 e 736 milhões de euros nos procedimentos de pesquisa e desenvolvimento. A farmacêutica britânica acredita que a vacina poderá estar disponível no mercado dentro de cinco anos.

Transmitida por mosquitos, a dengue manifesta-se por febre, inflamação dos gânglios linfáticos e hemorragia. Causa dores articulares e musculares intensas, pelo que recebe o nome de febre «quebra-ossos», podendo ser mortal. Costuma afectar crianças com menos de 10 anos e, nos anos seguintes, são frequentes as infecções recorrentes por diferentes tipos de vírus. O mosquito Aedes aegypti é o principal vector da doença que não é transmissível de pessoa a pessoa.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Manual Merck

Buenos Aires recebe Jornadas e Congresso sobre Alergia, Asma e Imunologia

A capital da Argentina recebe, entre os dias 16 e 18 de Agosto, as Jornadas Anuais e o Congresso do Cone Sul da Sociedade Latino-americana de Alergia, Asma e Imunologia. O evento deverá concentrar-se em aspectos práticos sobre a prevenção e tratamento da asma, da rinite e das alergias dermatológicas.

Face ao aumento da prevalência das alergias e do seu impacto na qualidade de vida da população, os especialistas consideram que é também importante incidir sobre a discussão da intervenção precoce. Para que essa intervenção seja possível é necessário um diagnóstico atempado, tema que também estará em foco durante o encontro.

Organizado pela Associação Argentina e Alergia e Imunologia Clínica e pela Sociedade Latino-Americana de Alergia, Asma e Imunologia, o programa deste acontecimento científico conta com a realização de várias conferências, simpósios plenários e cursos teórico-práticos, onde se incluem cursos de actualização para médicos de família, um programa especial para médicos em formação e sessões de comunicação livres.

No âmbito da temática “Alergia, Asma e Imunologia 2007” serão apresentados em Buenos Aires resumos clínicos sobre relatórios de casos, estudos de observação e experiencias clínicas. Por sua vez, os cursos teórico-práticos vão debruçar-se sobre a pesquisa bibliográfica e os registos electrónicos ou a anafilaxia e a reanimação cardiorespiratória.

Entre os temas principais deste encontro destacam-se a discussão sobre epidemiologia e alergia na América Latina e no mundo, sobre os mecanismos de sensibilização a alergenos ou acerca de como controlar a evolução da asma. Os detalhes do programa, assim como todas as informações sobre as inscrições e os principais intervenientes estão disponíveis no portal www.alergia.org.ar/jornadas/.

Marta Bilro

Fonte: Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, www.alergia.org.ar/jornadas.

Convicção da directora da Agência Espanhola do Medicamento
“É difícil avaliar a inovação nos fármacos”


A directora da Agência Espanhola do Medicamento e Produtos de Saúde (AEMPS), Cristina Avendaño, considerou ontem que actualmente é “muito difícil” estabelecer os critérios à luz dos quais um novo fármaco é tido como inovador, explicando que essa convicção resulta da avaliação de características como qualidade, segurança e eficácia que se espera dos produtos farmacêuticos, mas também do “interesse terapêutico que ele aporta”.

No âmbito dos cursos de Verão da Universidade Complutense de Madrid, Cristina Avendaño preconizou a ideia de que “qualquer novo medicamento deve incorporar um valor terapêutico acrescido”, apontando a ocorrência de casos em que, mesmo revelando uma menor eficácia, novos fármacos conseguem ser mais bem tolerados por uma maior franja da população a que são administrados. A responsável crê que a aprovação de novos medicamentos deixou de ter em conta esse aspecto, que só é valorizado na altura de fixar o preço de venda e o tipo de comparticipação pelas autoridades sanitárias do país.

Carla Teixeira
Fonte: Europa Press, PortalPharma

Lesão em enzima pode estar na origem de Parkinson

Uma equipa de investigadores canadianos acredita que a lesão de uma enzima celular chave pode estar na origem da doença de Parkinson, uma doença crónica que afecta o sistema motor e que, em Portugal, atinge cerca de 12 mil pessoas.

Na maioria dos doentes, esta patologia ocorre devido a alguns factores externos que desencadeiam a morte dos neurónios produtores de dopamina, um neurotransmissor que ajuda a enviar mensagens entre as diversas áreas do cérebro que controlam o movimento corporal, permitindo ao organismo movimentar-se com uma coordenação estável. Quando a morte de neurónios produtores de dopamina atinge os 80 por cento, surgem os primeiros sintomas da doença.

O novo estudo permitiu que os cientistas percebessem o mecanismo que está por detrás da morte desses neurónios, factor que consideram muito relevante para desenvolver novos tratamentos. A equipa de cientistas do Instituto de Pesquisa de Saúde de Ottawa observou que a morte dos neurónios ocorre quando a enzima celular Prx2 é danificada. Esta enzima desempenha um papel fulcral na eliminação de produtos potencialmente perigosos para a mitocôndria, que é a fonte de energia das células. Na ausência desta enzima, as substâncias desenvolvem-se e ameaçam a célula.

Para realizar esta pesquisa os investigadores analisaram ratos nos quais uma toxina prejudicial para a mitocôndria foi utilizada para criar uma patologia semelhante à da doença de Parkinson. Os investigadores detectaram uma sequência de eventos nos quais a toxina acciona um interruptor celular que desactiva a Prx2. Ao reverter esta cadeia de acontecimentos, os cientistas conseguiram reactivar a enzima Prx2 nos ratos que tinham sido tratados e, desta forma, prevenir a perda dos neurónios produtores de dopamina.

Na mesma investigação, os especialistas observaram também uma diminuição no tecido cerebral humano sempre que a actividade da enzima Prx2 era inferior ao normal. De acordo com os especialistas, isto significa que o controlo da actividade da Prx2 poderá revelar-se um dos caminhos viáveis para o tratamento da doença de Parkinson.

Marta Bilro

Fonte: The Washington Post, Science Daily.

Purificação Tavares agraciada com o Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira
Montante será aplicado no estudo da leucemia

Maria da Purificação Tavares, investigadora, catedrática da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto e actual directora clínica do Centro de Genética Clínica, foi distinguida com o Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira 2006, criado em 1989 para premiar anualmente uma figura feminina que se tenha destacado no seu empreendedorismo e na gestão e organização.

Depois de receber o prémio das mãos da actriz Eunice Muñoz, numa cerimónia em que também participou Artur Santos Silva, em representação da Sogrape (empresa que detém as Caves Ferreira), Purificação Tavares anunciou que, na sequência da atribuição deste galardão, o Centro de Genética Clínica passará a incluir, como um complemento aos painéis de diagnóstico em doentes com leucemias, um teste molecular novo (mutações no exão 12 do gene JAK2), importante para seguir estes pacientes, pelo qual não cobrará qualquer valor.

A vencedora da edição deste ano do Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira conta com um longo e preenchido percurso académico e profissional na área da Genética Médica: licenciada pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, iniciou a sua carreira docente na mesma faculdade, dando aulas de Genética Medica, tendo depois leccionado em diversos estabelecimentos de Ensino Superior internacionais. Foi consultora de genética do Beekman Downtown Hospital, onde iniciou uma tese de doutoramento sobre «O abortamento de repetição em Genética Médica», que foi aprovada por unanimidade, com distinção e louvor, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Directora clínica do CGC desde 1992, Maria da Purificação Tavares é actualmente professora catedrática de Genética Médica e de Genética Orofacial na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto.

Carla Teixeira
Fonte: Ciência Hoje, Expresso
Descoberta científica abre caminho à cura
Mutação de um gene responsável pela surdez


Uma equipa de investigadores liderada pela israelita Karen Avraham, especialista da Universidade de Telavive com laboratório próprio, descobriu a mutação de um gene que provoca surdez, possibilitando o desenvolvimento e aplicação de vários implantes na parte interna do ouvido em doentes a partir dos oito meses de idade.

A descoberta foi apresentada em Paris, numa conferência que tinha o objectivo de divulgar os principais resultados do projecto EuroHear, que envolve 26 parceiros, de 12 países do Velho Continente. O gene otoferlin é responsável pela neuropatia auditiva, doença que impede a conversão dos estímulos sonoros em eléctricos, e por essa via inviabiliza a sua leitura pelo cérebro. Antes da descoberta da mutação desse gene, os cientistas acreditavam que os implantes não eram eficazes no caso de existirem lesões no ouvido interno do paciente, mas o estudo agora apresentado aferiu que os implantes precoces impedem que as crianças que sofrem de mutação genética de transmissão recessiva fiquem surdas. A técnica poderá ser igualmente aplicada nos casos de mutação do gene conniexin26.
Na Europa há 40 milhões de pessoas que sofrem de problemas auditivos e cerca de dois milhões que são surdos profundos. Portugal é um dos países de incidência daquela que é actualmente a segunda doença profissional no país. A deficiência auditiva afecta um em mil recém-nascidos ou crianças pequenas e está na origem de despesas na ordem dos 90 mil milhões por ano em educação especial, terapia da fala e aparelhos auditivos. O projecto Eurohear, criado em Dezembro de 2004, tem um custo de 15,8 milhões de euros por cada cinco anos e conta com um investimento da Comissão Europeia de 12,5 milhões.

Carla Teixeira
Fonte: Ciência Hoje, EuroHear
Em crianças e jovens que sofrem de alteração genética
Nova terapia poderá evitar cegueira


Uma nova terapia genética, cujos primeiros ensaios clínicos tiveram lugar no último mês de Fevereiro em Inglaterra, poderá ser a resposta para prevenir, em crianças e jovens, a cegueira provocada por mutações no gene RPE65. Uma descoberta feita ao abrigo do projecto europeu Evi-Genoret, iniciativa que integra o Six Framework Programme (FP6) da União Europeia, que terminou em termos de financiamentos, ainda que continue a decorrer a pesquisa e implementação dos projectos apoiados. Entre 2007 e 2013 vigora o programa europeu de investigação FP7.

Não obstante os grandes avanços clínicos e terapêuticos conseguidos ao longo dos últimos anos na área da Oftalmologia, o número de pessoas que sofrem de graves lesões e incapacidades visuais continua a aumentar, pelo que urge encontrar meios para reparar os danos passíveis de recuperação. É que 90 por cento da informação que o nosso cérebro processa chega até ele através da visão. Também por isso, os resultados que vão sendo obtidos na investigação da deficiência visual assumem a maior importância. É esse o caso de um estudo recente do Instituto de Oftalmologia de Londres que reclama ter definido uma terapia para evitar a cegueira em crianças e jovens afectados pela mutação do gene RPE65.
Num encontro promovido há dias pela Comissão Europeia em Paris, o investigador Robin Ali explicou que a experiência pioneira do instituto que representa consistiu na injecção daquele gene nos pacientes que não o tinham e que, por sofrerem de uma alteração genética de transmissão hereditária recessiva – os pais transmitem aos filhos uma doença de que não padecem –, tinham apenas visão central, sendo desprovidos de visão periférica e nocturna. Sem intervenção clínica, estes doentes perdem irremediavelmente a visão por volta dos 20 anos de idade. Os primeiros resultados dos ensaios clínicos agora realizados pelos especialistas do Instituto de Oftalmologia de Londres só deverão ser divulgados publicamente no prazo de 12 a 18 meses.
No entanto, Robin Ali informou que, até ao momento, não houve quaisquer efeitos secundários da terapia experimental, realizada ao cabo de 13 anos de investigação da mutação genética na origem da degradação progressiva da visão nos pacientes acompanhados pelo estudo. O especialista prevê, contudo, que os novos avanços na investigação daquela patologia aconteçam mais rapidamente, uma vez que já foram construídas as bases que, segundo estimou, deverão permitir a definição de um tratamento efectivo e rotineiro para a doença, que se estenderá a outras causas de cegueira, como a idade ou a diabetes. A cegueira provocada por problemas relacionados com o gene RPE65 afecta uma pessoa em cada 100 mil.

Carla Teixeira
Fonte: Ciência Hoje, Evi-Genoret, CORDIS – Sixth Framework Programme
Rocephin interage com o cálcio…
Medicamento perigoso para os bebés


A entidade reguladora do sector de medicamentos nos Estados Unidos advertiu a classe médica do país para os riscos da combinação, em bebés recém-nascidos, do antibiótico Rocephin (ceftriaxone), da Roche, com outros tratamentos. Segundo a FDA, os perigos dessa combinação incluem a morte da criança.

Na sequência de um número não especificado de casos de reacções adversas fatais para os pulmões e rins dos bebés, a Food and Drug Administration entendeu que a injecção de Rocephin não deverá ser combinada com a utilização de cálcio ou de quaisquer produtos farmacêuticos que na sua composição incluam aquele mineral. O aviso foi divulgado ontem no site da FDA, acompanhado de uma carta dirigida aos médicos em que se actualiza toda a informação relativa à prescrição do fármaco da empresa suíça, que não se mostrou disponível para comentar o caso. O Rocephin é indicado para o tratamento de infecções respiratórias, doenças do tracto urinário e gonorreia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters
Combinação de fármacos experimentais com bons resultados
Uma nova esperança no combate à sida


A combinação de dois medicamentos experimentais para tratamento da síndrome da imunodeficiência adquirida (sida) pode ajudar a controlar a doença nas pessoas infectadas com as variantes mais resistentes do vírus, de acordo com uma equipa de investigadores de um instituto norte-americano. Os dois fármacos – etravirine ou TMC125 e darunavir ou TMC114 – estão em fase de desenvolvimento pela Tibotec Pharmaceuticals, uma divisão da Johnson & Johnson.

Um estudo que incidiu no acompanhamento de doentes em 18 países demonstrou a viabilidade da hipótese de a combinação daquelas duas substâncias poder vir a tornar-se uma nova arma no combate à sida nas pessoas infectadas com o vírus na sua forma mais resistente aos fármacos convencionais. Num artigo publicado na revista científica «The Lancet», os autores do estudo consideram que esta poderá ser “uma das investigações de maior relevância em todo o mundo na busca de novas soluções para o tratamento da sida, considerando que a combinação destes compostos “evidenciou boas probabilidades de conseguirmos um controlo efectivo da evolução da doença em pacientes infectados com o VIH em estado avançado e resistente aos fármacos actuais”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters
GlaxoSmithKline está a desenvolver quatro projectos
Novos tratamentos para a malária


O departamento de doenças dos países em desenvolvimento da GlaxoSmithKline, com sede na cidade espanhola de Madrid – o primeiro centro de investigação em Espanha e um dos poucos do mundo que se dedica ao estudo e desenvolvimento de novos tratamentos para a malária e a tuberculose –, tem actualmente em mãos quatro projectos para novos fármacos, devendo o mais avançado entrar na fase de ensaio clínico em Junho do próximo ano.

Federico Gómez de las Heras, director do centro, informou que a empresa espera, com este avanço na investigação, produzir e apresentar “um medicamento positivo” para a doença, explicando que o novo fármaco deverá ser eficaz no tratamento das variantes mais resistentes do vírus responsável pela malária, que normalmente são mais fortes que a medicação já existente no mercado. Disse ainda que o fármaco em desenvolvimento em Espanha deverá ser “acessível em termos de preço”, e a sua utilização, em combinação com outros medicamentos, segura para as crianças.
De acordo com a mesma fonte, o novo fármaco deverá ser também “muito estável” do ponto de vista industrial, resistindo às altas temperaturas e à humidade, que são características dos países em que aquela doença é mais prevalente. No que toca à investigação de novas soluções para o tratamento da tuberculose, o centro madrileno da GlaxoSmithKline tem como objectivo “desenvolver compostos eficazes contra a tuberculose microbacteriana, incluindo as variantes resistentes”, e sobretudo “encurtar para metade o tempo médio de tratamento, que actualmente é de cerca de seis meses”.

Carla Teixeira
Fonte: Correo Farmaceutico
Anúncios a medicamentos reformulados
Médicos britânicos recusam boicotar publicidade


Representantes da Associação Médica Britânica reunidos no seu encontro anual na Turquia rejeitaram uma solicitação apresentada dias antes por um membro daquele organismo profissional, que ia no sentido de o «British Medical Journal» boicotar a publicação de artigos publicitários a medicamentos que as empresas farmacêuticas reformularam e voltaram a promover para evitar perder a patente.

Stuart Blake, da divisão de Lothian (Escócia) da Associação Médica Britânica, autor da moção que pedia a exclusão dos anúncios, disse não ter objecções à estratégia de marketing de alguns laboratórios farmacêuticos de substituir os medicamentos que estão prestes a perder as patentes por novas formulações, mas definiu como “um acto repreensível” o facto comum de a antiga versão do fármaco ser retirada do mercado, considerando que a “repromoção” de medicamentos antigos não serve os interesses dos médicos nem dos doentes”, tendo como único propósito a garantia da manutenção dos lucros para as empresas farmacêuticas envolvidas.

Carla Teixeira
Fonte: British Medical Journal

Portugueses aderem cada vez mais à saúde na Internet

A Universidade de Aveiro divulgou ontem um estudo de cariz europeu que mostra que os portugueses recorrem cada vez mais à Internet por razões de saúde, registando-se um aumento de 18 por cento nos últimos dois anos, ainda que os conteúdos de qualidade em português continuem a ser escassos.

O estudo, denominado "WHO/European survey on health consumer trends", foi coordenado pelo Centro Norueguês de Telemedicina, sedeado em Tromso, na Noruega e surgiu da parceria de seis instituições europeias, entre as quais a Universidade de Aveiro. Para além de Portugal, o estudo analisou também a realidade ao nível da utilização da Internet com fins terapêuticos na Noruega, na Alemanha, na Dinamarca, na Grécia, na Letónia e na Polónia.

A coordenadora do projecto na Universidade de Aveiro, Silvina Santana, adianta que tipicamente eram os homens quem mais utilizava a Internet por questões de saúde ou doença, contudo esta é cada vez mais uma "tendência que se está a esbater", pois actualmente as mulheres têm-se afirmado como utilizadoras regulares da Internet.

Quanto ao perfil do cidadão europeu consumidor de serviços de saúde pela Internet, cada vez mais se assume como um indivíduo jovem, do sexo feminino e com formação superior. Para Silvina Santana existe “uma grande apetência das pessoas, mas são ainda poucos os conteúdos em português e não há farmácias on-line, nem outros serviços”, comparativamente com a Dinamarca, por exemplo, onde já é possível obter uma consulta médica por e-mail ou ser informado por SMS da alteração de uma consulta.

As principais vantagens apontadas para a utilização da Internet por razões de saúde residem no facto de este ser um serviço de fácil acesso, sem custos nem horários, onde existe a possibilidade de contactar o médico por e-mail, de pedir uma receita pela Internet ou de consultar a página pessoal do médico.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Dafnegil retirada do mercado por falta de eficácia

A pomada vaginal Dafnegil foi retirada, na semana passada, do mercado por ordem do Infarmed. A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde explicou que a sua decisão está relacionada com a pouca eficácia do medicamento e não por falta de segurança.


Em comunicado, o infarmed esclarece que testes realizados ao último lote da pomada vaginal revelaram que a sua composição continha, em relação aos valores descritos na sua especificação, uma quantidade inferior da substância nistatina.

sara pelicano

fontes: infarmed, saude na internet