segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Amamentação age como vacina

Leite materno nas primeiras horas após parto pode salvar um milhão de bebés no mundo

"A amamentação é a primeira vacina da criança." Quem o diz é um pediatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) reforçando que, nos primeiros dias de vida, o leite materno tem o poder de reduzir o risco de morte dos recém-nascidos.

É inquestionável que o leite materno é o melhor alimento para a criança, novidade a realçar é o papel preponderante que este assume em salvar vidas. De acordo com os dados da Aliança Mundial para Acção em Aleitamento Materno (WABA, na sigla em inglês) – divulgados pelo portal SEGS.com.br – “por ano, morrem quatro milhões de bebés com menos de um mês de vida, em todo o mundo”, sublinhando que “com a amamentação, na primeira hora depois do parto, seria possível salvar um milhão de recém-nascidos.”

Neste sentido, Ary Lopes Cardoso, médico da FMUSP, considera a amamentação como “a primeira vacina da criança”, justificando que o leite materno “é rico em diversas substâncias – anticorpos e prebióticos (bactérias benéficas ao organismo) – que fortalecem o sistema imunológico do bebé, prevenindo doenças alérgicas, dislipidemias e doenças neoplásicas e garantindo, também, uma microflora intestinal saudável.”

O pediatra explicou que o leite materno produzido nos primeiros setes dias chama-se "colostro" (secreção extremamente rica em imunoglobulinas), reforçando, por isso, que a amamentação neste período, “é a primeira forma de imunização para o bebé e deve ser estimulada."

Segundo a presidente do departamento científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Roseli Sarni, “o aleitamento pode ainda reduzir o risco de hemorragia pós-parto e de icterícia do bebé”, sustentando que, “a partir do 14° dia, o leite atinge seu estágio "maduro", contendo nutrientes adequados para a alimentação exclusiva do bebé até os seis meses de vida como gorduras, carboidratos, proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas e ferro.”

Recorde-se que, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam o leite materno como o melhor alimento para o bebé e recomendam a amamentação como fonte alimentar exclusiva nos seis primeiros meses de vida. Mesmo equacionando outros alimentos, o leite materno continua a ser indicado até dois anos ou mais.

De referir que, os carboidratos correspondem a 35% a 44% do leite materno e a principal função é o fornecimento de energia aos bebés. O prebiótico (um tipo de carboidrato) é o terceiro maior componente do leite materno.

No âmbito da Semana Mundial da Amamentação, - que termina amanhã - o farmacia.com.pt anunciou, no arranque deste período, uma campanha informativa promovida pela Ordem dos Enfermeiros que alertou as mães para os benefícios do leite materno.

Portugal: mais de metade das mães abandona amamentação aos dois meses

Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, mais de metade das mães portuguesas abandona a amamentação antes de o bebé ter dois meses. Esta realidade preocupante é ditada pelos últimos números do projecto inédito Geração XXI - «Nascer e Viver no Novo Milénio» - que está a seguir 10 mil bebés (nascidos nas maternidades do Porto) até à idade adulta. As estatísticas revelam ainda que, apenas uma em cada cinco mães cumpre as orientações da OMS no que diz respeito à amamentação dos filhos.

Raquel Pacheco
Fonte: SEGS/projecto Geração XXI/OMS

Farmacêuticas indianas protagonizam 1/4 dos litígios de patentes nos EUA

As empresas farmacêuticas indianas disputam mais de um quarto de todos os casos que envolvem irregularidades de patentes registados nos Estados Unidos da América (EUA). Segundo noticia o portal indiano Pharmabiz.com, o valor total de mercado dos produtos acerca dos quais existem conflitos com empresas daquele país é superior a 719 milhões de euros (40 mil milhões de rupias).

Os dados avançados pelo portal indicam que existem mais de 100 casos relacionados com patentes de produtos farmacêuticos a decorrer actualmente nos EUA. O valor de mercado correspondente à totalidade dos produtos envolvidos aproxima-se dos 1,53 mil milhões de euros (85 mil milhões de rupias). Desses 100 processos, 30 dizem respeito a empresas indianas, nos quais a violação de patentes se refere a fármacos como o Aciphex (rabeprazole, comercializado em Portugal pela Janssen-Cilag como Pariet), o Allegra (fexofenadina, comercializado em Portugal pela Marion Merrell como Telfast), o Biaxin XL (claritromicina, comercializado em Portugal pela Higiene Pharma como Cadol, pela Farmoz como Ciclinil ou pela Abbott como Klacid), o Eloxatin (Oxaliplatina, comercializado em Portugal pela Sanofi-Aventis), e o Nexium (Esomeprazol, comercializado em Portugal pela AstraZeneca).

Na lista de farmacêuticas envolvidas em casos de infracção de patentes nos EUA figuram a Dr Reddy's, a Ranbaxy, a Lupin, a Sun Pharma, a Dabur Pharma, a Glenmark, a Orchid Chemicals e a Pharmaceuticals and Wockhardt. A Dr Reddy's ocupa o topo da tabela, com 10 processos pendentes, seguida da Ranbaxy, com oito, da Sun Pharma, com seis, e da Lupin, com quatro. Os mais recentes litígios referentes a uma infracção de patente envolvem as acusações da Novartis contra a Dr Reddy's devido ao Loprel (amlodipina+benazepril) e o processo da Sepracor e da Universidade do Massachussetts contra a Glenmark que envolve a patente do Clarinex (desloratadina).

O mercado do Zyprexa (olanzapina), pelo qual se batem a Eli Lilly e a Dr Reddy’s, está avaliado em mais de 72 milhões de euros (4 mil milhões de rupias), enquanto o do Eloxatin, disputado entre a Sanofi Aventis e a Dabur Pharma atinge os 36 milhões de euros (2 mil milhões de rupias). O Effexor (venlafaxina), actor principal da luta judicial entre a Lupin e a Wyeth, tem um valor de mercado que ronda os 45 milhões de euros (2,5 mil milhões de rupias).

Confrontado acerca da situação, um porta-voz da Ranbaxy afirmou que “ter acesso ao mercado faz parte e é uma parcela das empresas de genéricos”. De acordo com este responsável, “as versões genéricas são sempre uma estratégia da empresa para entrar no mercado”.

Marta Bilro

Fonte: Pharmabiz.com.

Pfizer inicia ensaio clínico de fase I com agonista do receptor da motilina

A farmacêutica norte-americana Pfizer deu início a um ensaio clínico de Fase I com o PF-04548043, um agonista do receptor da motilina, sucessor do KOS-2187, que está a ser desenvolvido para o tratamento da doença do refluxo gastro-esofágico ( DRGE ) e de potenciais distúrbios gastrointestinais.

O anúncio foi feito pela Kosan Biosciences Inc. que, em 2006, estabeleceu um acordo de licenciamento com a Pfizer, a nível global, que incluía o programa de agonistas da motilina da Kosan, numa transacção que envolveu perto de 181 milhões de euros. “A Kosan tem quatro programas clínicos de investigação, que realçam o valor crescente da nossa linha de desenvolvimento”, afirmou Robert G. Johnson, presidente e director executivo da empresa.

“Estimamos o compromisso da Pfizer com o desenvolvimento e potencial comercialização deste composto promissor e estamos ansiosos pelos rápidos avanços dos ensaios clínicos”, acrescentou o responsável.

A motilina é uma hormona segregada pelo intestino delgado que estimula a motilidade gastrointestinal. Durante o ensaio clínico de Fase I será analisada a segurança, tolerabilidade e farmacocinética do PF-04548043 em pessoas saudáveis.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Live, CNN Money, RTT News.

Justiça indiana recusa apelo da Novartis relativo à patente do Gleevec

Um tribunal indiano rejeitou o pedido da farmacêutica suíça Novartis que pretendia adquirir protecção de patente para o Gleevec (iminitab) naquele país. O medicamento, utilizado no tratamento da leucemia mielóide crónica, é o segundo mais bem sucedido do laboratório e está actualmente patenteado em 40 países.

A Novartis desafiou a legislação indiana devido à rejeição de protecção de patente de uma substância presente na composição do fármaco em questão. A candidatura tinha sido rejeitada no ano passado pelo Governo indiano por considerar que o medicamento era pouco inovador. A Novartis avançou que não deverá recorrer da decisão. “Discordamos da sentença, no entanto, não deveremos recorrer para o supremo tribunal de justiça”, afirmou uma porta-voz da empresa.

A Novartis argumentou que a consolidação das leis relativas à protecção de patentes iria fortalecer o sector de investigação indiano salientando que o sistema de patentes indiano reprime a inovação. O tribunal de Chenai delegou na Organização Mundial do Comércio a responsabilidade de avaliar se a Índia estava a cumprir as leis internacionais de comércio.

Os Médicos sem Fronteiras e algumas organizações não governamentais aplaudem a decisão do tribunal por considerarem que uma vitória da farmacêutica iria eliminar uma fonte importante de medicamentos financeiramente viáveis. “Este é um grande alívio para milhões de doentes e médicos nos países em vias de desenvolvimento que dependem de medicamentos financeiramente viáveis provenientes da Índia”, afirmou Tido von Schoen-Angerer, director do departamento de Acesso aos Medicamentos Essenciais dos Médicos sem Fronteiras.

As vendas do Gleevec, comercializado na Europa como Glivec, atingiram os 1,86 mil milhões de euros em 2006, tornando-se no segundo fármaco mais bem sucedido da Novartis, apenas precedido pelo Diovan (valsartan). A legislação indiana permite aos responsáveis pela regulação das patentes do sector farmacêutico que exclua medicamentos que se baseiam numa “melhoria acrescentada”. De acordo com o portal noticioso Aljazeera, várias empresas farmacêuticas indianas já produzem versões genéricas do Gleevec a um décimo do preço praticado pela Novartis.

Marta Bilro

Fonte: Reuters Africa, Bloomberg, Aljazeera.net.

Exposição solar diminui risco de desenvolver cancro da mama

As mulheres que evitam a exposição solar aumentam o risco de desenvolver cancro da mama, revela um novo estudo publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”. Os banhos de sol, que muitos especialistas têm lutado para eliminar sucessivamente por contribuírem para o aumento da probabilidade de cancro da pele, são, na realidade, benéficos na prevenção do cancro da mama.

De acordo com os cientistas responsáveis pela investigação, esta probabilidade de desenvolver cancro da mama devido à ausência de sol está relacionada com os níveis de vitamina D presentes na corrente sanguínea, principalmente depois da menopausa. Quanto maior for a quantidade de vitamina D a circular, menor é o risco de desenvolver a doença. Conforme explicam os especialistas da Creighton University, em Omaha (Nebraska), a maior parte da vitamina D é sintetizada pela exposição da pele à luz solar.

Para levar a cabo este estudo, a vitamina D foi fornecida através de suplementos vitamínicos a 1179 mulheres com mais de 55 anos, sem antecedentes de doenças oncológicas. As participantes foram divididas aleatoriamente em vários grupos, sendo que cada um recebeu três tratamentos distintos durante um período de quatro anos. A umas foi administrado apenas cálcio, outras receberam cálcio e vitamina D e outras um placebo.

Ao analisar os resultados, os investigadores observaram que havia algum efeito protector provocado pelo cálcio, mas que era potenciado pela presença da vitamina D, que reduzia o risco em mais de metade, quando comparado com o grupo de controlo (placebo). Os cientistas puderam confirmar a sua maior suspeita de que o cancro da mama é menos comum nas mulheres que vivem mais perto do Equador, onde a luz solar é mais frequente, logo a exposição ao sol é maior.

"O facto de verificarmos uma redução dos riscos de todos os tipos de cancro, sempre que há concentrações elevadas de vitamina D, é consistente com a informação epidemiológica, cada vez mais vasta, que evidencia que tanto o risco de cancro como a mortalidade oncológica são inversamente proporcionais à exposição ao sol e respectiva produção de vitamina D", frisaram os investigadores.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Independent.ie.

Afinal bebé demora a aprender “Olá”, “papá” e “mamã”

Estudo indica que primeiras palavras são "mais difíceis" do que os vocábulos mais complicados

Um estudo feito na Universidade de Iowa, Estados Unidos, concluiu que, mais do que as palavras difíceis, os bebés demoram mais tempo a aprender os vocábulos “olá”, “papá” e “mamã”.

Até hoje, os especialistas ainda não tinham conseguido dar resposta à explosão de vocabulário que ocorre por volta dos 18 meses de idade mas, agora, uma investigação - publicada na revista norte-americana «Science» - parece explicar o fenónemo.

De acordo com o estudo noticiado pela Agência Lusa, “cerca de 4.000 palavras podem ser aprendidas em menos de um quarto do tempo que leva uma criança a aprender as primeiras 1.500”, ou seja, “olá”, “papá” e “mamã” podem ser as primeiras palavras dos bebés, porém, os investigadores acreditam que estes vocábulos levam mais tempo a aprender do que os mais difíceis.

Bob McMurray, autor da pesquisa e psicólogo, defendeu que “as crianças têm que aprender mais do que uma palavra de cada vez e devem aprender um número cada vez maior de palavras mais complicadas, ou mesmo difíceis, e não palavras fáceis”, explicando que o uso de simulações e análises matemáticas permitiu descobrir que “se estas duas condições se verificarem, temos sempre uma explosão de vocabulário.”

O estudo sugere que, as crianças aprendam cerca de 60 mil palavras, desde o nascimento até à idade adulta, isto é, uma média de 8 a 10 palavras por dia. “Mamã”, “papá”, “olá” ou “adeus”, são vocábulos usados por mais de metade dos bebés com cerca de um ano de idade e quatro meses depois, perto de 70 por cento das crianças já usa termos como “bola” ou “bebé” e mais de 50 por cento dos bebés pronuncia palavras como “garrafa”, “passáro”, “balão”, “olho” e “livro”, associadas a objectos.

Segundo a investigação, o vocabulário evolui rapidamente e passa a incluir verbos e adjectivos, como “aberto”, “molhado” ou “sujo” aos dois anos.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa
Governo alargou âmbito do complemento solidário para idosos
Apoio na compra de fármacos, óculos e próteses dentárias

O Ministério do Trabalho e da Segurança Social anunciou há dias o alargamento do âmbito do Complemento Solidário para Idosos, prestação social que agora passa a incluir ajudas nas despesas relacionadas com a compra de medicamentos, óculos e próteses dentárias, em percentagens que vão dos 50 aos 75 por cento calculados sobre os preços dos produtos não comparticipados.

De acordo com uma portaria publicada nesta semana em «Diário da República», os cerca de 35 mil idosos que actualmente beneficiam daquele complemento solidário vão agora poder usufruir de ajudas estatais que chegam aos 50 por cento no caso dos medicamentos e aos 75 por cento (até um valor máximo de 100 euros por cada período de dois anos) na aquisição de óculos, enquanto a compra ou reparação de próteses dentárias a comparticipação da tutela têm como tecto o montante máximo de 250 euros por cada período de três anos. O reembolso das despesas realizadas pelos idosos deverá ser feito pelo Estado depois de um processo de averiguação da sua veracidade, por consulta de cópias da receita e das facturas discriminadas relativas à compra de óculos e lentes.
O pagamento caberá ao Instituto da Segurança Social, e deverá ser feito em conjunto com a entrega da prestação social devida ao idoso no mês seguinte ao da recepção da ordem de pagamento respectiva. Segundo o farmacia.com.pt apurou, o Complemento Solidário para Idosos foi criado pelo Decreto-Lei nº 232/2005, que entrou em vigor em Fevereiro do ano seguinte, e “destina-se a pessoas com mais de 65 anos de idade que se encontrem numa situação de excepcional carência económica”. Contudo, o acesso foi faseado, devendo ser gradualmente implantado ao longo de quatro anos: em 2006 tiveram direito ao subsídio os idosos com 80 ou mais anos, este ano a prestação foi alargada às pessoas com mais de 75, e no ano seguinte que vem deverá ser estendido a todos os maiores de 70 anos. Em 2009, na fase final do alargamento, o Complemento Solidário para Idosos deverá chegar a todos os portugueses maiores de 65 anos que façam prova da sua situação de extrema pobreza.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, «Jornal de Negócios», Portal do Governo
Só a profilaxia pode evitar uma doença sem tratamento
Vacinas contra a gastroenterite pediátrica


A Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas e a Sociedade Europeia de Gastroenterologia congratularam-se publicamente com a notícia do desenvolvimento de duas novas vacinas contra a gastroenterite pediátrica por rotavírus, que anualmente é responsável pela morte de meio milhão de crianças com menos de cinco anos de idade, sendo diagnosticada sobretudo em bebés dos três aos 24 meses. Altamente contagioso e muito resistente, o rotavírus não dispõe ainda de qualquer tratamento eficaz, sendo a vacinação a única profilaxia possível.

Muito mais agressiva do que uma vulgar inflamação gástrica, a gastroenterite pediátrica por rotavírus representa actualmente a causa mais frequente de diarreias e desidratação grave secundária em idade infantil. Só na União Europeia estima-se uma prevalência de mais de três milhões de crianças infectadas antes dos cinco anos (num universo de 23,6 milhões de meninos naquela faixa etária) por ano, das quais 700 mil são submetidas a consultas médicas em virtude do problema, e mais de 87 mil acabam mesmo por ter de ser hospitalizadas. A doença não distingue os países industrializados dos que estão em vias de desenvolvimento, afectando de igual forma os menores que vivem naqueles dois meios, o que sugere que as condições ambientais – higiene, salubridade, saneamento e acesso a água potável – não influem significativamente no quadro clínico.
A gravidade da gastroenterite infantil varia entre os casos perfeitamente assintomáticos e os casos graves, acompanhados de enormes perdas de líquidos por desidratação, que podem ser fatais. Os sintomas são normalmente bastante intensos, incluindo diarreia aquosa, vómitos, febres altas e dor abdominal, num quadro muito similar ao de qualquer gastroenterite comum, não sendo raros os casos com mais de 20 episódios de vómitos e diarreias em apenas 24 horas, num quadro clínico que se prolonga por três a nove dias. Não existe um tratamento específico para esta patologia, que se propaga com grande facilidade, através do contacto directo com o agente infeccioso ou uma pessoa infectada (transmissão fecal/oral), por intermédio de secreções respiratórias ou do contacto com objectos contaminados, como água e comida ou, no caso das crianças, brinquedos. A vacinação é, segundo os especialistas, a única medida de controlo com um significativo impacto na incidência da gastroenterite pediátrica por rotavírus.
Terá sido exactamente essa a principal motivação do regozijo demonstrado pelos peritos da Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas e da Sociedade Europeia de Gastroenterologia diante do anúncio do desenvolvimento de duas novas vacinas contra aquela enfermidade. Trata-se de duas imunizações por via oral compatíveis com as do restante calendário de vacinação, e que apenas são contra-indicadas em pacientes com alergia a algum dos seus componentes. De acordo com um estudo divulgado há dias no «The New England Journal of Medicine», e citado pela revista espanhola «XL Semanal» desta semana, as novas vacinas demonstraram uma eficácia de 85 por cento nos testes feitos a mais de 63 mil crianças, contribuindo também para uma redução de 96 por cento no número de internamentos.

Carla Teixeira
Fonte: «XL Semanal» de 5 a 11 de Agosto

domingo, 5 de agosto de 2007

Mahjong responsável por crises epilépticas

Jogar Mahjong, um tradicional jogo de mesa chinês, pode provocar o desenvolvimento de epilepsia, revela uma investigação realizada por especialistas do Hospital Queen Mary, em Hong Kong.

O estudo, publicado no “Hong Kong Medical Journal”, dá conta das conclusões da pesquisa que envolveu 23 casos de pacientes que sofreram crises de epilepsia desencadeadas pelo Mahjong. De acordo com os autores da investigação este pode ser um tipo de epilepsia induzido pela cognição, e a única forma de a evitar é abster-se de jogar Mahjong.

Entre os 23 pacientes de Taiwan e Hong Kong que englobaram esta análise, apenas dois casos correspondiam a participantes do sexo feminino, sendo que a média de idades dos doentes rondava os 54 anos. A maioria dos participantes experienciou a primeira crise enquanto jogava Mahjong sem que possuísse qualquer historial da doença ou de perturbações do foro neurológico. As perturbações do sono e o stress provocado pelo jogo foram excluídas como possíveis causas para as referidas crises.

Os resultados da investigação levaram os especialistas a definir a epilepsia do Mahjong como uma síndrome isolada, isto é, que não está associada a outros factores, devendo-se unicamente ao jogo. As crises epilépticas podem ser desencadeadas por uma grande variedade de factores, porém, jogar ou apenas assistir a uma partida de Mahjong é a causa mais evidente. Os homens são, de acordo com a pesquisa, mais afectados que as mulheres.

Este jogo para quatro participantes envolve o rápido movimento das 144 peças que o compõem, em sessões que se revelam verdadeiras maratonas. O jogo desenvolve-se em partidas sucessivas, de modo que, em cada uma, somente um jogador pode ganhar. O Mahjong é cognitivamente muito exigente, envolvendo um elevado esforço mental de memória, concentração, rapidez de cálculo e sequenciação. As conclusões do estudo indicam que as crises podem ser induzidas pelos diferentes padrões que figuram nas peças do jogo ou apenas pelo som das peças quando tocam umas nas outras.

Marta Bilro

Fonte: eFluxMedia.com, BBC News, Daily News, Liga Portuguesa Contra a Epilepsia.

Monsanto exige 72 milhões de euros à Novartis

A Monsanto, empresa produtora do Posilac, uma hormona sintética de bovino, apresentou uma queixa contra a Sandoz, unidade austríaca da Novartis, na Câmara de Comércio Internacional, exigindo o pagamento de mais de 72 milhões de euros por danos causados pela Sandoz no fornecimento do referido produto.

A Sandoz, contratada pela empresa norte-americana de biotecnologia para produzir o Posilac, apresentava falhas relativas ao controlo de qualidade e ao fornecimento do produto, sendo incapaz de cumprir os padrões estabelecidos pela Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).

A Monsanto alega que ao interromper o fornecimento do produto em resultado de melhoramentos nas suas instalações, a Sandoz não satisfez os requisitos de qualidade exigidos, devendo, por isso, sujeitar-se ao pagamento de uma compensação monetária relativa às perdas financeiras da Monsanto.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, Forbes, Reuters.

Teva recebe aprovação da FDA para produzir Pantoprazol genérico

O laboratório israelita Teva Pharmaceutical Industries recebeu aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para comercializar uma versão genérica do Protonix (Pantoprazol), um medicamento da Wyeth, utilizado no tratamento da azia.

A Teva obteve ainda 180 dias de exclusividade no mercado. A Wyeth e a sua parceira Nycomed moveram uma acção judicial para impedir o potencial lançamento do fármaco. A Teva e a Sun Pharmaceuticals acordaram suster o lançamento do genérico até ao dia 7 de Setembro.

O medicamento, comercializado em Portugal como Apton, é indicado no tratamento da doença de refluxo de grau ligeiro e dos sintomas associados (azia, regurgitação ácida, dor à deglutição), no tratamento de manutenção e prevenção das recidivas da esofagite de refluxo e na prevenção de úlceras gastroduodenais induzidas por medicamentos anti-inflamatórios não esteróides não selectivos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Globes Online.

sábado, 4 de agosto de 2007

Médicos poderão prescrever medicamentos “personalizados”

Douglas Lauffernburger, cientista do MIT, desenvolveu método que permite prever como células reagem perante um fármaco

E se os médicos pudessem escolher medicamentos específicos de acordo com cada doente? Num futuro muito próximo, esta poderá ser uma realidade. Investigadores norte-americanos deram um passo neste sentido.

Segundo foi noticiado na última edição da revista «Nature», um grupo de cientistas desenvolveu um método que permite prever como as células reagem às substâncias medicamentosas. Esta foi a mais recente descoberta de um grupo de investigadores do Massachussettes Institute of Technology (MIT), nos EUA. De acordo com a publicação científica, esta informação poderá, no futuro, ajudar os médicos a escolher terapêuticas personalizadas, ou seja, de acordo com cada indivíduo.

Douglas Lauffernburger, principal autor do estudo, esclarece na «Nature» que a previsão do comportamento das células é feita perante determinados estímulos ambientais, sendo a informação processada com base na similaridade da sinalização do caminho das células. “Os caminhos de sinalização ajudam a traduzir estímulos ambientais externos às células (como hormonas, químicos ou outras moléculas), os quais vão influenciar a forma como estas se comportam”, clarificou o cientista.

No site do MIT, Douglas Lauffernburger esclarece que “as células assumem funções comportamentais (proliferar, diferenciar ou morrer) em resposta ao estímulo no seu ambiente”, acrescentando que os caminhos de sinalização “são os circuitos biomoleculares que processam a informação do ambiente e regulam os mecanismos que executam as funções comportamentais.”

O investigador atribuiu às proteínas quinase “um papel fundamental” no processo, sustentando que “os caminhos funcionam através dos sinais por elas enviados, de forma a estimular o funcionamento da maquinaria celular com um objectivo específico” e, deste modo, Lauffernburger acredita que - apesar das diferentes respostas que as células dão face ao estímulo a que se sujeitam -, “elas seguem os mesmos caminhos para produzir determinados comportamentos.”

Desenvolver fármacos seguros e eficazes

«De que forma as células interpretam os sinais para produzirem diferentes comportamentos (proliferarção, diferenciação ou morte)?», foi a hipótese levantada pela equipa do MIT que permitiu provar o sucesso do modelo apresentado. Os cientistas acreditam que as células adicionam informação ao longo de caminhos múltiplos de uma forma comum, mesmo considerando que o resultado dos cálculos seja diferente porque, as actividades do caminho são diferentes.”

Para alcançar este resultado – e segundo descodifica a TVC-Notícias no seu site - os investigadores do MIT “desenvolveram um modelo para as células epiteliais do cólon e mediram os níveis de actividade de cinco caminhos de sinalização após estas células serem expostas a vários estímulos.” Depois de monitorizados os vários comportamentos das células, os cientistas testaram o modelo construído para avaliar o que aconteceria a outros tipos de células epiteliais quando expostas ao mesmo estímulo.

Para desenvolver medicamentos seguros e eficazes, Lauffenburger sugere que os laboratórios farmacêuticos usem este tipo do modelo para testar os efeitos das substâncias no contexto específico de cada doente em particular.

Raquel Pacheco

Fonte: «Nature»/notícia do MIT/TVC-Notícias

Metade das mulheres portuguesas não usa métodos anticoncepcionais

O resultado do Inquérito Nacional de Saúde referente a 2005/06 revelou que quase metade das mulheres portuguesas em idade fértil e residentes em território continental, tem relações sexuais sem protecção anticoncepcional.

O inquérito, a cargo do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e do Instituto Nacional de Estatística, mostrou que no continente a faixa etária onde a utilização do preservativo menos se verifica é a dos 15 aos 19 anos, enquanto que na Madeira a situação é ainda mais preocupante, pois 85 por cento das jovens afirmou que pratica relações sexuais sem recurso a métodos anticoncepcionais.

A pílula é o método anticoncepcional mais popular, com 65,9 por cento das preferências, seguindo-se o preservativo utilizado por 13,4 por cento das mulheres dos 15 aos 55 anos e o dispositivo intra-uterino que se fica pelos 8,8 pontos percentuais.

A preferência pela pílula é visível em todas as faixas etárias, sendo que as jovens dos 20 aos 24 anos são quem mais recorre a este método, que é utilizado por 87,3 por cento das mulheres nesta faixa etária, sendo também muito utilizada pelas mulheres dos 50 aos 55 anos (24,8).

Para além de tentar conhecer os métodos anticoncepcionais mais utilizados pelas portuguesas, este inquérito serviu também para registar a forma como a população considera o seu estado de Saúde e qualidade de vida, verificando-se que metade dos portugueses fazem uma auto-apreciação muito positiva.

De facto, mais de metade dos portugueses consideram que o seu estado de saúde é 'muito bom ou bom' e apenas 14,1 por cento o classificaram como 'mau ou muito mau'. No que respeita à qualidade de vida, 48,4 por cento dos inquiridos atribuíram a classificação máxima a esta questão, mas mais de 44 por cento refere ser 'nem má, nem boa'.

Inês de Matos

Fonte: Sol
Sistema de carreiras na Administração Pública
Ordem quer reunir com ministro da Saúde

A nova direcção da Ordem dos Farmacêuticos, eleita no dia 21 de Junho, solicitou uma audiência ao ministro da Saúde, com o objectivo de debater a reestruturação da carreira farmacêutica, no âmbito da reforma mais ampla que está em curso na Administração Pública.

Esta reunião surge na sequência de uma ronda de encontros que a OF manteve com o presidente da Assembleia da República e com os partidos políticos que manifestaram interesse no diálogo com os respresentantes da classe farmacêutica. O anteprojecto de lei para a reformulação do sistema de carreiras na Função Pública, aprovado na generalidade pelos deputados, prevê a extinção de 1473 carreiras na Administração Pública, integrando os trabalhadores do sector público em apenas três percursos profissionais, competindo aos ministérios a definição de quais as que deverão manter estatuto especiai nas áreas e serviços sob as suas alçadas.
Para regulamentar a reforma foi pedida a todos os ministérios, até ao dia 24 deste mês, uma resposta sobre a necessidade da manutenção de algumas carreiras especiais. A Ordem dos Farmacêuticos está a acompanhar atentamente este processo, e deu conta da intenção de formalizar, a breve trecho, uma proposta para a carreira farmacêutica. Nessa medida, a equipa directiva da OF, liderada pela bastonária Irene Silveira, apresentou ao gabinete de Correia de Campos um pedido de audiência, durante a qual deverá ser entregue ao ministro um documento elaborado por um grupo de trabalho composto por representantes de diversas áreas da Ordem.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos

Peregrine Pharmaceuticals inicia Fase II do Cotara para o cancro cerebral, na Índia

A Peregrine Pharmaceuticals, Inc. anunciou que foi administrado Cotara ao primeiro paciente de um novo ensaio clínico, a decorrer na Índia, delineado para avaliar a segurança e eficácia desta nova terapia para a necrose tumoral, que está a ser desenvolvida para o tratamento do glioblastoma multiforme (GBM), uma forma mortal de cancro cerebral.

Este estudo de segurança e eficácia, multicentrado e de rótulo aberto de Fase II está delineado para inscrever até 40 pacientes com glioblastoma que experimentaram uma primeira recaída. O objectivo principal do estudo é confirmar a dose máxima tolerada de Cotara nestes pacientes. Os objectivos secundários incluem a estimativa da sobrevivência geral dos pacientes, sobrevivência livre de progressão e a proporção de pacientes vivos ao fim de seis meses. Os pacientes do estudo estão a receber uma infusão única de Cotara por “convection-enhanced delivery” (CED), uma técnica desenvolvida pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla inglesa), que administra o agente no tumor, com grande precisão, atingindo uma concentração até 10.000 vezes maior na exposição local da terapia do que numa administração intravenosa convencional, enquanto minimiza a exposição indesejada aos tecidos saudáveis. Espera-se que este método de administração aumente posteriormente o potencial do Cotara para matar tumores.

O Cotara é um novo tratamento experimental para o cancro cerebral que liga uma substância radioactiva destinada à utilização médica, um isótopo radioactivo, a um anticorpo monoclonal direccionado. Este anticorpo monoclonal está destinado a ligar-se a um tipo de ADN que fica exposto unicamente nas células mortas ou a morrer. Os tumores sólidos, incluindo os tumores cerebrais, têm um número significativo de células mortas e a morrer no seu centro e o mecanismo de direccionamento do Cotara permite-lhe apontar a estas células cancerígenas a morrer, administrando a sua carga radioactiva directamente no centro da massa do tumor. O Cotara destrói assim o tumor de dentro para fora, com uma exposição mínima de radiação para os tecidos saudáveis.

Neste estudo, 25 por cento dos 28 pacientes recorrentes sobreviveram por mais de um ano após o tratamento, e 10 por cento dos pacientes sobreviveram por mais de três anos. Estes dados são considerados como sendo um desenvolvimento promissor nesta doença grave e mortal, que mata metade das suas vítimas em 14 semanas após o dianóstico. A Peregrine acredita que os dados positivos combinados, deste novo estudo na Índia e dos ensaios para o glioblastoma que estão a decorrer nos Estados Unidos, irão fornecer uma base para avançar para os ensaios de Fase III.

Segundo o presidente da Peregrine, Steven W. King, a companhia está satisfeita pelo facto do tratamento de pacientes ter começado nesta importante Fase II do ensaio clínico, que foi delineada para confirmar os indícios encorajadores de actividade anti-tumor observados nos estudos iniciais do Cotara para o cancro cerebral. O presidente da Peregrine acrescentou ainda que, dado o elevado nível de interesse nos locais de participação clínica, a companhia está optimista que a inscrição e a dosagem de pacientes irão decorrer em passo acelerado.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Arimidex recomendado como alternativa custo-eficaz ao tamoxifeno

Os últimos dados publicados no “British Journal of Cancer” confirmam que o Arimidex (anastrozol) é um tratamento custo-eficaz para o cancro da mama inicial e revelam que o custo por Ano de Vida Ajustado pela Qualidade (AVAQ) com este inibidor da aromatase é menor que o indício utilizado pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE). Estas últimas descobertas, baseadas nas directrizes metodológicas mais recentes do NICE, corroboram ainda mais as recomendações iniciais do NICE e aumentam a crescente evidência de que o Arimidex oferece uma alternativa custo-eficaz ao tamoxifeno, no tratamento adjuvante nas mulheres na pós-menopausa com cancro da mama em fase inicial e hormono-dependente.

Um estudo recente estima que o custo anual do tratamento hormonal no Reino Unido seja de 64,6 milhões de libras. Contudo, somente o custo do fármaco não reflecte a carga financeira total que o cancro da mama representa para o sistema de saúde de um país. A recorrência da doença também tem um impacto negativo, aumentando significativamente o custo total do tratamento, mais concretamente no que diz respeito ao diagnóstico, consultas clínicas, cuidados de pacientes internados e em ambulatório, necessidade de cirurgia/quimioterapia/radioterapia adicionais, gestão dos efeitos adversos e seguimento.

O professor Robert Mansel, do serviço de Cirurgia do Hospital de Cardiff (Reino Unido), comentou que a recorrência é o factor mais significativo no aumento do custo total do tratamento do cancro da mama. Portanto, a redução da recorrência é o aspecto que teria maior influência no custo do cancro da mama. Este modelo demonstra que ao prescrever-se um tratamento mais eficaz, que reduz o risco de recorrência nas mulheres na pós-menopausa, em comparação com o tamoxifeno, pode-se reduzir potencialmente a carga económica global que o cancro da mama tem no sistema de saúde.

O tamoxifeno tem sido considerado como sendo uma opção terapêutica eficaz e barata para o cancro da mama em fase inicial e hormono-dependente em mulheres na pós-menopausa. Todavia, os resultados do estudo ATAC demonstraram que o Arimidex é superior ao tamoxifeno, no que se refere à redução do risco de recorrência e na melhoria da tolerabilidade, e têm levado a uma aproximação deste fármaco como tratamento padrão privilegiado.

Estes novos dados proporcionam um apoio económico adicional para a recomendação por parte da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, sigla em inglês) que manifesta que o tratamento adjuvante para mulheres na pós-menopausa com cancro da mama hormono-dependente deverá incluir um inibidor de aromatase, de modo a reduzir o risco de recorrência do cancro. Para além disso, as directrizes da ASCO reconhecem que os inibidores de aromatase não deverão ser utilizados de forma intercalada, favorecendo assim a utilização deste agente, que mais dados relevantes oferece individualmente a cada situação clínica.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma

7COMm virada para a Saúde

Nova empresa do grupo vai atender laboratórios farmacêuticos, hospitais, planos de saúde e empresas

Nasceu a 7COMm Health. É a mais recente empresa criada pelo grupo brasileiro 7COMm que visará o desenvolvimento de soluções específicas para atender a necessidades do sector da Saúde, nomeadamente, laboratórios farmacêuticos, hospitais, planos de saúde e empresas do ramo.

De acordo com um press-release a que o farmacia.com.pt teve acesso pelo MaxPress Net, o grupo 7COMm – que actua principalmente no sector financeiro há mais de 20 anos – “já atendia, através de uma área de negócios interna, diversas empresas do sector farmacêutico, tendo 47% de market share, do mercado de soluções de automação de força de vendas para laboratórios farmacêuticos.”

Contudo, segundo informa a mesma nota, o intuito de aumentar sua participação no mercado e garantir a satisfação dos clientes terá motivado o grupo a criar esta nova empresa autónoma e com direcção própria: “Este segmento é extremamente competitivo e possui características próprias e específicas. Visando atender às necessidades das empresas do sector, criamos a nova empresa”, esclareceu José Carlos Duarte, director de negócios da 7COMm Health.

O responsável destacou que “o CISfarma (solução para automação de força de vendas dos laboratórios farmacêuticos) é líder de mercado, sendo utilizado por 16 laboratórios. Agora, com a criação da 7COMm Health, teremos a possibilidade de aumentar ainda mais nossa participação no mercado, além de investirmos em pesquisa e desenvolvimento e acções de marketing específicas para o mercado de saúde.”

Raquel Pacheco
Fonte: Press-Release MaxPress Net

Cancro da próstata: Brócolos e couve-flor atenuam risco em 50%

Primeiro estudo sobre forma mais agressiva do tumor com resultados consistentes
Um estudo publicado no «Journal of the National Cancer Institute» sugere que se um homem comer regularmente brócolos e couve-flor poderá ver reduzido em cerca de 50% o risco de desenvolver a forma mais agressiva de cancro na próstata.

A incidência do cancro da próstata tem vindo a aumentar em todo o mundo ocidental. Em Portugal, corresponde a cerca de 12% dos óbitos por cancro, e surge como a segunda causa de mortalidade, por cancro, no sexo masculino, só ultrapassado em número de mortes pelo carcinoma do pulmão.

Embora a relação entre o consumo de verduras e a redução no risco de desenvolver cancro da próstata já tenha sido anunciada noutros estudos, nenhum, até ao momento, tinha alcançado resultados tão consistentes. A investigação em causa envolveu 1.300 voluntários diagnosticados com a doença que foram questionados sobre os seus hábitos alimentares.

De acordo com a BBC, a investigação - feita nos Estados Unidos e conduzida por cientistas do National Cancer Institute (EUA) e do Cancer Care de Ontário (Canadá) – permitiu concluir que estas duas verduras específicas (brócolos e couve-flor) “são as que oferecem maior protecção contra tumores agressivos na próstata.”

Segundo informa a mesma fonte, “os cientistas notaram uma ligação entre um maior consumo de verduras de coloração verde escura, nomeadamente os brócolos e a couve-flor (da família das crucíferas) com a diminuição do risco de desenvolver tumores agressivos na próstata.”

O estudo permitiu aos investigadores norte-americanos e canadianos apurarem que “uma porção semanal de couve-flor foi associada a uma redução de 52% no risco de desenvolver uma forma agressiva da doença; a mesma quantidade de brócolos levaria a uma redução de 45% nesse risco.”

Lembrando que o cancro agressivo da próstata está relacionado com os piores prognósticos por ser “biologicamente virulento” Victoria Kirsch, investigadora canadiana que liderou o estudo, apontou o consumo destes alimentos como uma possível prevenção primária de forma a reduzir o impacto da doença.

No entanto, Kirsch ressalvou que os homens que queiram prevenir o cancro “não devem apenas comer brócolos e couve-flor”, nem atribuir importância excessiva a um alimento específico, mas sim “ter um estilo de vida mais saudável de forma geral”, assim como, ter uma dieta equilibrada.

Novos tratamentos

Entretanto, como tem vindo a noticiar o farmacia.com.pt, uma nova técnica de tratamento do cancro da próstata está a revelar grandes benefícios nos casos precoces da doença e nos recorrentes, que geralmente se revelam dez anos após uma cirurgia radical. O HIFU (High Intensity Focused Ultrasound) é um tratamento menos invasivo e seguro e tem menos riscos de disfunção eréctil e incontinência.

A nova técnica consiste na utilização de ultrasons de elevada intensidade para eliminar os tecidos cancerígenos. O tratamento é menos lesivo do que a radioterapia ou do que a prostatectomia radical. Milhares de doentes vão poder beneficiar deste método em Portugal.

Também foi anunciado que a farmacêutica AstraZeneca vai iniciar a Fase III do desenvolvimento do novo agente oral ZD4054 em homens com cancro da próstata hormono-resistentes, antes do fim de 2007.

Raquel Pacheco

Fonte: BBCNews/Portal da Saúde/Infocancro.com

Barcelona recebe conferência europeia sobre prevenção da saúde mental

Para promover e alertar para os problemas da saúde mental, Barcelona recebe, entre os dias 13 e 15 de Setembro, a Conferência Europeia de Saúde Mental subordinada ao tema “Juntar Forças na Europa para a Prevenção e Promoção da Saúde Mental”. A organização está a cargo do Departamento de Saúde do Governo da Catalunha e da Rede Europeia para a Promoção da Saúde Mental e Prevenção dos Distúrbios Mentais.

Os organizadores do evento pretendem trabalhar sobre a promoção da saúde mental e a prevenção de transtornos mentais que constam da Declaração e Plano de Acção para a Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde (OMS), na Carta Verde em Saúde Mental da Comissão Europeia e na Estratégia para a Saúde Mental da União Europeia.

Ao longo da conferência serão apresentadas provas científicas que ajudem na definição de políticas e programas de saúde a nível regional, nacional e europeu, a comparação das políticas adoptadas pelos vários Estados-Membros nesta matéria e um debate sobre a melhor forma de implementação, financiamento e formação de colaboradores.

Assumindo-se como um espaço activo e participativo, estruturado em várias sessões de trabalho e painéis de discussão, o encontro pretende fomentar a partilha de experiências, dificuldades e oportunidades que se vivem na Europa face à implementação de iniciativas para prevenir os distúrbios mentais e promover a saúde mental.

O programa da conferência, que terá lugar no Winterthur Auditorium, em Barcelona, está disponível no portal da “European Network for Mental Health Promotion and Mental Disorder Prevention” (Rede Europeia para a Promoção da Saúde Mental e Prevenção dos Distúrbios Mentais).

Marta Bilro

Fontes: Ministério da Saúde, IMHPA.

Dados do Inquérito Nacional de Saúde divulgados hoje
Metade das mulheres não faz contracepção


Quase metade das mulheres portuguesas em idade fértil que vive no território de Portugal Continental confessa não recorrer ao uso de métodos contraceptivos, optando pela prática de relações sexuais desprotegidas. São dados constantes no 4º Inquérito Nacional de Saúde, divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e pelo Instituto Nacional de Estatística, que se reportam ao período entre 2005 e 2006 e referem ainda a hipertensão como razão principal para o consumo de medicamentos no nosso país.

De acordo com os resultados do estudo, a que o farmácia.com.pt teve acesso, e que pela primeira vez inclui também dados referentes às regiões autónomas da Madeira e dos Açores, a faixa etária em que menos são usados métodos para o controlo da natalidade é o grupo dos 15 aos 19 anos (80,2 por cento não usam qualquer método de prevenção da gravidez e das doenças venéreas), seguindo-se as mulheres com mais de 50 anos (78,2 por cento não usa). Entre os restantes grupos, as taxas de utilização de métodos contraceptivos são elevadas, oscilando entre os 56 por cento nas mulheres entre os 45 e os 49 anos, e os 74 por cento na faixa dos 35 aos 39.
O método anticoncepcional adoptado pela generalidade das portuguesas (65,9 por cento) é a pílula, seguindo-se, a longuíssima distância, o preservativo, com apenas 13,4 por cento das preferências, e o dispositivo intra-uterino, que capta 8,8 por cento das escolhas. Na faixa etária dos 20 aos 24 anos a pílula é líder destacado nos consumos, com 87,3 por cento das mulheres a indicá-la como o seu método de eleição. Apesar de 22,9 por cento das inquiridas declarar que não faz vigilância do método contraceptivo que utiliza, consultórios e clínicas privadas (23,7 por cento) e os centros de saúde (45,5 por cento) foram os locais referidos mais vezes como aqueles em que essa vigilância tem lugar.

Gripe e hipertensão
Ainda no capítulo do consumo de medicamentos o estudo refere que em Portugal a vacinação contra a gripe tende a aumentar com a idade, sendo que 69 por cento da população com mais de 15 anos nunca foi inoculada contra a patologia. Nas duas semanas anteriores à realização do inquérito, de acordo com os dados compilados pelo INSA e pelo INE, o consumo de medicamentos receitados por um médico e comprados numa farmácia foi realizado por 52,8 por cento da população, sendo a hipertensão a motivação principal para aquele consumo, com 15,6 por cento do volume de fármacos adquiridos, seguindo-se depois as dores nas articulações (10 por cento) e a redução dos níveis de colesterol (9,5 por cento).
O Quarto Inquérito Nacional de Saúde foi realizado ao longo dos dois últimos anos por iniciativa do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, através de uma parceria com o Instituto Nacional de Estatística, que contou com a colaboração da Direcção-Geral da Saúde e das secretarias regionais dos Assuntos Sociais da Madeira e dos Açores, na fase de preparação do questionário. Na origem deste estudo esteve sobretudo o objectivo de caracterização da população portuguesa face à saúde em áreas como a apreciação do seu próprio estado, a incapacidade temporária e de longa duração, as doenças crónicas, os cuidados de saúde, o consumo de medicamentos, a saúde oral, as despesas com saúde, o consumo de tabaco, de alimentos e bebidas, a saúde reprodutiva, a actividade física, a saúde mental, os cuidados preventivos, a qualidade de vida e a insegurança alimentar, estando algumas destas categorias ainda em fase de análise.

Carla Teixeira
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge

Brócolos e couve-flor combatem cancro da próstata

O consumo regular de vegetais da família das Crucíferas, como é o caso dos brócolos ou da couve-flor, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver a forma mais letal de cancro da próstata, revela um estudo realizado por investigadores do Instituto Nacional de Cancro norte-americano.

Os compostos anticancerígenos presentes na composição dos brócolos e da couve-flor têm sido extensivamente analisados ao longo dos tempos. Os especialistas recomendam frequentemente a ingestão de frutas e vegetais para eliminar os riscos de vir a desenvolver cancro. No entanto, este novo estudo, que contou com a participação de 1.300 homens, demonstrou que outros frutos como é o caso do tomate, não têm qualquer benefício na prevenção do cancro.

Os 1.300 participantes com cancro da próstata foram submetidos a um questionário alimentar. Ao observar os resultados, os investigadores constataram que os benefícios inerentes à ingestão de vegetais e frutas não correspondiam às expectativas. Por outro lado, os brócolos e a couve-flor foram associados a uma diminuição do risco de desenvolver cancro da próstata. A ingestão de couve-flor, pelo menos uma vez por semana, reduziu o risco de desenvolver a forma mais mortal de cancro da próstata em 52 por cento, enquanto os brócolos provocaram uma descida de 45 por cento.

Caso esta associação venha a confirmar-se, uma das formas primárias de prevenção contra esta doença pode passar pelo “aumento do consumo de brócolos, couve-flor e, possivelmente, espinafres”, afirmou a orientadora do estudo, Victoria Kirsch. Ainda assim, esta especialista adverte que o facto dos brócolos e da couve-flor serem benéficos para a saúde pode estar na origem desta diminuição do risco.

O cancro da próstata é o segundo tipo de cancro mais comum entre os homens. Os dados da União Europeia indicam que um em cada seis homens tem probabilidades de contrair a doença. Em Portugal, surgem 4 mil novos casos por ano, o que representa cerca de 19 por cento do total de tumores.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Manual Merck, ABC da Saúde.

Rival do Lucentis entra em ensaio clínico de fase III

A farmacêutica alemã Bayer e a Regeneron Pharmaceuticals, a sua parceira biotecnológica norte-americana, deram início a um ensaio clínico de fase III com o objectivo de demonstrar que o VEGF Trap-Eye, produzido em conjunto pelas duas empresas, é tão eficaz quanto o Lucentis (ranibizumab), da Genentech, no tratamento da degenerescência macular relacionada com a idade (DMI).

O ensaio clínico aleatório de comparação deverá envolver perto de 1200 pacientes que sofrem de DMI, uma das principais causas de incapacidade nos idosos e a maior responsável pela perda de visão nos adultos. O estudo vai analisar a segurança e eficácia do VEGF Trap-Eye em várias dosagens, em comparação com o Lucentis. Ambos os fármacos actuam de forma semelhante, bloqueando a formação de novos vasos sanguíneos, cujo crescimento anormal conduz ao desenvolvimento de DMI.

A Bayer chegou a acordo com a Regeneron, em Outubro de 2006, numa parceria que lhe custou mais de 230 milhões de euros, para desenvolver em conjunto o VEGF Trap-Eye e comercializar o medicamento fora dos Estados Unidos da América. Um porta-voz da Bayer revelou que, de acordo com as expectativas da empresa, os picos de venda do tratamento poderão situar-se entre os 250 e os 500 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters.

Cientistas associam gene do canhotismo à esquizofrenia

Estudo britânico descobre gene LRRTM1 que aumentará probabilidade de pessoas serem canhotas e risco de disfunção cerebral

À luz de um estudo conduzido por uma equipa de investigadores do Centro de Genética Humana da Universidade de Oxford, um gene relacionado com o canhotismo poderá estar também associado ao risco de esquizofrenia.

De acordo com a informação avançada pela BBC, os cientistas britânicos anunciam – num estudo publicado na revista «Molecular Psychiatry» - ter descoberto o gene LRRTM1 que, segundo acreditam, não só “arruma” o cérebro dos canhotos de forma diferente, como também, aumenta a probabilidade de as pessoas não serem destras.

Com base na pesquisa, os cientistas da Universidade de Oxford estimam também que o gene poderá espoletar o risco de esquizofrenia - doença mental frequentemente ligada à disfunção cerebral, cujos sintomas mais característicos são confusões mentais, alucinações (sobretudo auditivas) e delírios.

Defendendo que o LRRTM1 “desempenha um papel importante no controle de partes do cérebro que comandam certas funções específicas como a fala e as emoções”, os investigadores recordaram que “nos destros, o lado esquerdo do cérebro normalmente controla a fala e a linguagem, enquanto o direito comanda as emoções.”

Uma vez que, nas pessoas canhotas, acontece exactamente o oposto, a equipa britânica concluiu que o responsável pela troca será o gene LRRTM1.

No sentido de tranquilizar os canhotos, o coordenador da investigação, Clyde Francks ressalvou que “os canhotos não devem se preocupar com a ligação entre canhotismo e esquizofrenia”, sustentando que “há muitos factores que levam certos indivíduos a apresentarem esquizofrenia e a grande maioria dos canhotos nunca vai desenvolver o problema.”

Agora, Clyde Francks espera que a descoberta “ajude a entender o desenvolvimento da assimetria do cérebro”, rematando que o papel do gene “ainda não é conhecido com precisão.”

CanhotismoxGenética

O certo é que, nas últimas décadas, têm havido inúmeros estudos e muita especulação sobre o canhotismo. Há pelos menos uma certeza: entre destros e canhotos há grandes diferenças.

Uma das conclusões a que chegaram os especialistas, é que os destros são melhores em pensamentos analíticos e que os canhotos são mais criativos ou musicais. Segundo uma pesquisa feita na Austrália, as pessoas canhotas pensam mais rápido quando estão a praticar certas actividades, nomeadamente, desporto ou jogos de computador.

No que concerne ao canhotismo associado à genética, o site mundocanhoto.com clarifica que: “Quando ambos os pais ou a mãe são canhotos, a probabilidade é maior. Para pais destros, a percentagem é de 9%, dois pais canhotos 29% e um canhoto outro destro, cerca de 19%.”

Raquel Pacheco
Fonte: BBC/mundocanhoto.com

Chugai retira Vesanoid do mercado japonês

A Chugai Pharmaceutical, unidade do grupo suíço Roche, vai proceder à recolha voluntária, no Japão, do Vesanoid (tretinoína), um medicamento utilizado no tratamento da leucemia promielocítica aguda.

Esta medida surge na sequência da descoberta de material derivado de bovinos, proveniente do Canadá, presente num lote específico de cápsulas deste medicamento importado da Roche, na Suíça. A utilização de material derivado de bovinos é autorizada no exterior, porém, o documento precisa de ser corrigido parcialmente para que possa obter aprovação de uso no Japão.

Nesse sentido, as duas empresas estavam em negociações para não exportar para o Japão as cápsulas de Vesanoid que continham o referido material. No entanto, o lote em questão acabou por ser exportado devido a um mal-entendido por parte da Roche, que assumiu que a utilização do material teria sido aprovada naquele país.

O material derivado de bovinos é utilizado na produção da gelatina, uma matéria-prima presente nas cápsulas moles do medicamento.

Marta Bilro

Fonte: Hemscott, CNN Money.

Stada adquire Makiz por 135 milhões de euros

A Stada Arzneimittel AG anunciou a compra do grupo farmacêutico Makiz por um valor que pode ascender aos 135 milhões de euros. O objectivo é alargar a presença da empresa no mercado russo.

A Nizhpharm OAO, unidade russa da Stada, adquiriu todas as acções da Makiz por 125 milhões de euros, sendo que o preço final pode alcançar os 135 milhões de euros, dependendo de determinadas condições do contracto, revelou, em comunicado, a empresa alemã.

Do portfolio de produtos da Makiz fazem parte mais de 50 medicamentos, metade dos quais são versões genéricas. Os fármacos estão principalmente concentrados no âmbito dos tratamentos de doenças cardiovasculares, problemas do sistema nervoso central, tuberculose e doenças urológicas.

“É uma expansão positiva e lógica para o portfolio da Stada”, considera Marcus Konstanti, analista da Oppenheim Research GmbH, em Colónia, até porque “estão a pagar um preço inferior à média”, justifica.

As vendas anuais da Makiz subiram para mais do dobro em 2006, atingindo os 51,5 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes.

Bifeprunox, da belga Solvay Pharmaceuticals
Alternativa no tratamento da esquizofrenia


A Solvay Pharmaceuticals anuncia, no seu boletim mensal, que tem em fase de revisão pela norte-americana Food and Drug Administration um fármaco que visa alcançar maior eficácia no tratamento da esquizofrenia, uma doença mental que afecta cerca de um por cento da população mundial.

Segundo o farmácia.com.pt conseguiu apurar, o Bifeprunox encontra-se em fase de estudo há largos anos, tendo agora sido submetido à apreciação da FDA, que deverá pronunciar-se sobre a sua eventual aprovação e entrada no mercado. Os estudos pré-clínicos do medicamento demonstraram o seu potencial antipsicótico, que o torna capaz de evitar os efeitos secundários associados às convencionais terapias para a esquizofrenia: o elevado aumento de peso e a interferência nos níveis de colesterol do doente. De acordo com a companhia farmacêutica belga, o mecanismo de actuação do Bifeprunox tem como objectivo a normalização dos níveis químicos no cérebro, “estimulando a actividade da dopamina onde ela é demasiado baixa, e inibindo a sua actividade sempre que os seus níveis estão muito elevados, sendo essa a mais-valia do novo fármaco (as terapias actuais simplesmente bloqueiam a dopamina). A marca estima que, se for aprovado, o Bifeprunox possa entrar no circuito de distribuição e comercialização no final da década em curso.

Carla Teixeira
Fonte: Boletim nº 12 da Solvay Pharmaceuticals

Controlar o stress alivia sintomas do Lupus

Reduzir o stress nos pacientes com Lupus pode aliviar alguns sintomas da doença como a perda de peso, a fadiga, a febre, as dores e a inflamação das articulações, revela um estudo realizado por investigadores espanhóis. Esta pode ser uma boa notícia para os cerca de 7 mil portugueses que vivem com a doença.

Os cientistas da Universidade de Granada observaram que os pacientes que receberam terapia psicológica registaram uma diminuição significativa nos níveis de stress diário, que ocorre em circunstâncias de pouca relevância mas com bastante frequência, e uma redução nos níveis de ansiedade e depressão, atingindo níveis de stress ainda mais baixos do que os da população em geral.

Nuria Navarrete Navarrete, Juan Jimenez Alonso and Maria Isabel Peralta Ramirez, responsáveis pela investigação, aplicaram a terapia anti-stress num grupo de doentes que sofriam de Lupus, de forma a ensiná-los a gerir o stress e, consequentemente, reduzir os efeitos negativos do Lupus.

Os resultados da pesquisa, divulgada pelo “Psychosomatic Medicine”, demonstraram que os pacientes com Lupus que receberam a terapia melhoraram significativamente a qualidade de vida tanto a nível físico como psicológico. Os doentes submetidos a este tratamento apresentaram menos sintomas relacionados com a pele e o músculo esquelético, característicos dos pacientes com Lupus.

O Lúpus é uma doença crónica que pode afectar pessoas de ambos os sexos e em todas as idades sendo, no entanto, mais frequente entre as mulheres adultas. Esta patologia surge sob a forma de inúmeros sintomas o que dificulta o seu diagnóstico. Em Portugal, entre cinco mil a sete mil pessoas sofrem desta doença. Segundo Marta Barreto, investigadora da genética do Lúpus no Instituto Gulbenkian da Ciência (IGC), encontram-se inscritos na Associação de Doentes com Lúpus (ADL) cerca de 1800 doentes. Um valor que, de acordo com o portal Ciência Viva, deverá estar muito abaixo da real incidência da doença no nosso país.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Ciência Viva.

Medida está a gerar polémica no Reino Unido
Doentes pagos para aderir aos tratamentos


Na semana passada foi anunciado em Inglaterra que os toxicodependentes locais estariam a receber vouchers para fazer compras em centros comerciais em troca da sua adesão aos tratamentos médicos. Na última edição do «British Medical Journal» dois especialistas defendem visões opostas da medida, que está a gerar polémica no país. Afinal, devem os doentes ser de alguma forma recompensados pela sua adesão à medicação que lhes é receitada, ou o simples facto de com a toma de fármacos estarem a melhorar o seu estado de saúde deverá ser suficiente, e qualquer forma de pagamento eticamente condenável?

Tom Burns, psiquiatra do Warneford Hospital, em Oxford, considera que o estímulo à cooperação dos doentes através de uma recompensa não é uma atitude nova, e salienta que grande parte das instituições de tratamento de doentes mentais tem o hábito de recompensar os pacientes pelas atitudes saudáveis que estes tomam. Na opinião daquele especialista, “os incentivos de ordem financeira não são diferentes” nem constituem “exploração dos doentes em situação económica desfavorecida”, já que, segundo Tom Burns, “saber se a recompensa traduz uma justa valorização da atitude do doente ou a imoral exploração da condição desfavorecida em que vive depende de um conjunto de circunstâncias em que a remuneração é atribuída, e não da transacção em si mesma”.
Visão diferente do fenómeno tem Joanne Shaw, chairman da Ask About Medicines, para quem o pagamento pela adesão dos doentes não é a solução para diminuir os números da não participação dos doentes nos seus tratamentos, que deveriam ser assuntos de enorme relevância para o próprio. Na opinião daquela especialista, o pagamento da adesão do doente ao tratamento, seja em dinheiro ou em benefícios de outro género, potencia o surgimento de um efeito perverso, minando a aliança terapêutica que deveria existir sempre entre o paciente e o médico que o assiste. A responsável considera ainda que, “no momento em que entra dinheiro na equação, estão criadas condições para a ocorrência de fraudes”. Convencer os pacientes a aceitar o tratamento de que necessitam é “um problema real e genuíno”, mas pagar para isso subverte o princípio de que eles estão a tratar deles mesmos. A atribuição de uma recompensa “pressupõe que estão a fazer algo que não é inerente aos seus interesses, o que neste caso não ocorre”, explica.

Carla Teixeira
Fonte: Eurekalert
Deverá tratar 80 por cento dos casos de cancro da região
Centro Oncológico de Vila Real abre em 2008


A entrada em funcionamento do novo Centro Oncológico de Vila Real, agendada para o primeiro trimestre do próximo ano, vai permitir o tratamento de 80 por cento dos casos de cancro da região transmontana, desviando um número significativo de doentes do Hospital de São João e da delegação Norte do Instituto Português de Oncologia, ambos localizados na cidade do Porto. Depois de Lisboa, Coimbra e da Invicta, Vila Real é a quarta cidade do país a receber uma estrutura deste tipo, que deverá ser capaz de prestar 800 tratamentos no primeiro ano de laboração, aumentando para 1700 nos anos seguintes.

O edifício que albergará a nova unidade, ainda em fase de construção, funcionará nas imediações do Hospital de Vila Real, e deverá, de acordo com o administrador do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Carlos Vaz, “dar cobertura” a toda aquela região, que tem cerca de meio milhão de habitantes, principalmente no que respeita à radioterapia. No entanto, o novo centro está também equipado com as valências de bloco operatório, serviço de cuidados paliativos e hospital de dia, estando preparado para atender doentes de oito neoplasias: cancro da mama, do pulmão, da próstata, da pele, do útero, da bexiga, do estômago e colo-rectal. O responsável congratula-se por a obra estar a decorrer “a bom ritmo”, garantindo que será cumprido o prazo anunciado para a entrada em funcionamento da nova unidade.
Antes disso, e até final deste ano, deverá entrar em funcionamento uma residência para doentes oncológicos, materializada numa iniciativa da Associação Laços para a Vida. Segundo fonte daquela instituição, criada em 2005, são objectivos daquele espaço acolher durante alguns dias os doentes que tenham de se deslocar de um ponto mais distante da região com vista à realização de tratamentos oncológicos. A residência ficará localizada em instalações cedidas pela autarquia, e deverá poder receber até oito pessoas em simultâneo. São novas valências criadas a pensar nos doentes oncológicos, pela primeira vez fora do círculo das grandes cidades.

Carla Teixeira
Fonte: «Semanário transmontano», Brigantia.net, Agência Lusa
Investigação de cientistas europeus e norte-americanos
Mutação do gene GLIS2 provoca doença renal


Um estudo desenvolvido por uma equipa de cientistas do Laboratório Europeu de Biologia Molecular e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, concluiu que o gene GLIS2, que em condições normais protege a saúde dos rins, pode ser responsável também pelo surgimento de uma doença que causa a deterioração daquele órgão nas crianças, que, no limite, pode levar à perda do rim. A mutação não tem cura, sendo o transplante a única hipótese viável para assegurar a sobrevivência do doente.

De acordo com os resultados do estudo divulgado na revista «Nature Genetics», a pesquisa incidiu na observação de ratos de laboratório, numa primeira fase, e mais tarde no acompanhamento de seres humanos (crianças), tendo como objectivos o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de inovadores tratamentos para os casos de insuficiência renal, mais efectivos e menos agressivos para os pacientes do que os transplantes. A função natural do gene GLIS2 consiste na prevenção da morte das células no rim adulto. No entanto, à luz dos dados agora apresentados, a mutação daquela estrutura durante a infância desencadeia precisamente o comportamento contrário no gene, que activa funções prejudiciais ao saudável desenvolvimento do rim, provocando a morte da maioria das células daquele órgão vital.
No seguimento dessa mutação do GLIS2, as crianças desenvolvem uma nefrite que provoca a progressiva deterioração dos rins, bem como a redução das dimensões de cada um deles, situações que confluem na predisposição para problemas renais na adolescência e na juventude, potenciando o colapso renal total por volta dos 30 anos de idade. Os investigadores envolvidos nesta descoberta acreditam estar no bom caminho para potenciar o desenvolvimento de terapias menos invasivas para o paciente do que o transplante do rim, órgão com importância capital na «limpeza» e na protecção do organismo humano.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe, Eurekalert

Genentech completa aquisição da Tanox

A Genentech, Inc. anunciou que o período de espera do “Hart-Scott-Rodino Act” expirou e, assim, a companhia completou a aquisição da Tanox, Inc. Os accionistas da Tanox aprovaram o acordo de fusão a 15 de Janeiro de 2007.

Segundo os termos do acordo, originalmente anunciados pelas duas companhias a 9 de Novembro de 2006, os accionistas da Tanox têm direito a receber 20 dólares por acção, num valor total de aproximadamente 919 milhões de dólares. Estes fundos estão a ser providenciados pela Genentech. Como resultado desta aquisição, as acções da Tanox já não estão a ser cotadas no Mercado Global NASDAQ.

O presidente e director financeiro da Genentech, David Ebersman, declarou que a companhia está satisfeita com a conclusão desta importante transacção que irá proporcionar à companhia uma melhor produtividade do Xolair, o anticorpo monoclonal anti-IgE aprovado pela FDA para pacientes com asma alérgica moderada a grave. David Ebersman adiantou ainda que a Genentech irá continuar a trabalhar em colaboração com a Novartis para avançar potenciais novas indicações e formulações do Xolair.

A Genentech, a Tanox e a Novartis têm colaborado no desenvolvimento e comercialização do Xolair (omalizumab) desde 1996. Com a conclusão da aquisição, a Genentech acaba com as regalias relacionadas com as vendas do Xolair, que pagava anteriormente à Tanox, e obtém os lucros das acções e pagamentos de regalias da Novartis à Tanox.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Descoberta molécula capaz de impedir replicação do vírus
Pneumonia atípica pode ser travada


Uma equipa de investigadores da Clínica Mayo, com sede em Rochester, no estado norte-americano do Minnesota, descobriu no vírus causador da pneumonia atípica uma molécula capaz de impedir a sua reprodução. É uma nova esperança na luta para travar a doença descoberta em 2002, e que causa a morte de cerca de 15 por cento dos infectados.

O coronavírus humano é o agente infeccioso responsável por mais de 30 por cento das vulgares constipações, que apesar de incómodas para os doentes não são, em situação normal, motivo de grande preocupação, curando-se ao fim de poucos dias. No entanto, em 2002 uma versão potencialmente mortal do coronavírus provocou o pânico na Ásia, espalhando-se por vários países e lançou o alarme à escala global. O vírus responsável pela síndroma respiratória aguda severa (SRAS), que culminou na morte de pelo menos 15 por cento dos indivíduos infectados, multiplica-se tendo por base a criação da enzima CCP, que estimula a formação dos módulos químicos necessários à sua replicação.
Fazer frente à doença emergente mediante o recurso aos tratamentos para a vulgar gripe revelou-se uma má aposta, mas os investigadores da Clínica Mayo acreditam ter agora descoberto a chave para chegar onde nenhum fármaco chegou antes: de acordo com o estudo publicado na revista científica «New Scientist», apesar de há muito tempo se saber que as substâncias inibidoras poderiam impedir a reprodução da enzima CCP, até ao momento nenhum laboratório conseguiu desenvolver uma terapia que demonstrasse ter essa capacidade. Desta feita, contudo, os cientistas conseguiram recriar uma versão laboratorial da CCP, com o objectivo de identificar uma molécula com características que a tornassem eficaz na obstaculização do processo de replicação, e isolaram a molécula CS11.
Com uma estrutura bastante semelhante à do Tamiflu, o medicamento da empresa farmacêutica Roche destinado ao tratamento da vulgar gripe humana e também da chamada gripe das aves, a CS11 surgiu como resposta para controlar o vírus H5N1 (até ao momento incontrolável). A investigação vai continuar, de acordo com aquela equipa de investigadores, no sentido de chegar ao desenvolvimento de tratamentos farmacológicos para a pneumonia atípica, que no início desta década disseminou o pânico em todo o mundo, matando milhares de pessoas. Portugal escapou imune à onda de contágios, não tendo sido confirmado qualquer caso da doença.

Carla Teixeira
Fonte: «New Scientist»

Espanha detecta substância tóxica em dentífricos

Pastas de dentes são chinesas e metade é comercializada em Portugal

Uma substância tóxica - dietilenglicol (DEG) – foi encontrada pelas autoridades espanholas em dez marcas de dentífricos, noticiou a EFE.

Segundo divulgou a EFE, a Agência Espanhola do Medicamento e Produtos Sanitários (AEMPS) esclareceu que as pastas “são de origem chinesa e foram introduzidas no mercado de forma ilegal”, referindo ainda que “apesar dos riscos para a saúde serem mínimos, é preocupante pelo número de consumidores envolvidos.”

De acordo com a agência noticiosa de Espanha, o Instituto Nacional de Consumo espanhol analisou, até 20 de Julho, 387 amostras de dentífricos, das 401 que recolheu e detectou entre 0,4% e 8,3% de DEG nas seguintes marcas: Spearmint, Spearmint Tri Leaf, Morning Baby, Qyz, Active, Active Ultrawhite, Aloe Supeerwhitening, Amalfi-Dent Lassic, Amalfi-Dent e Herbal.

O certo é que, se o dietilenglicol (substância tóxica encontrada) for ingerido com regularidade, pode desencadear problemas nos rins ou no fígado, sendo as crianças, o alvo mais vulnerável.


Infarmed sem alerta
Segundo relatou o Diário de Notícias, pelo menos, metade daquelas pastas de dentes são comercializadas em Portugal. No entanto, as autoridades portuguesas ainda não terão recebido o alerta sobre os produtos em causa.

Em declarações àquele diário, o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) assegurou que, “caso se desconfie que tais dentífricos estão no mercado nacional, repetem-se os procedimentos usados para com as pastas de dentes Colgate, importadas da África de Sul, há 15 dias. Ou seja, mandam-se de imediato retirar do mercado” o que ficará a cargo da Autoridade de Segurança Alimentar Económica.

Raquel Pacheco

Fonte: EFE/DN

Fabrico de genérico concedido à Iquego

Poucos laboratórios no Brasil têm permissão para produzir Ibuprofeno

A Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) passa a ser um dos poucos laboratórios do país (Brasil) que têm permissão para fabricar o Ibuprofeno 300mg. Esta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu à Iquego o registo para a produção deste medicamento anti-inflamatório de nome genérico.

De acordo com o jornal online «Góias Agora», trata-se do segundo registo para a fabricação do Ibuprofeno concedido a um laboratório estatal. “O outro, entre os 18 existentes no Brasil, é o Farmanguinhos, ligado ao Instituto Osvaldo Cruz, do Rio de Janeiro.”

O fármaco em causa é um anti-inflamatório – que também é utilizado como analgésico - indicado no tratamento de doenças como artrite reumatóide, artrite reumatóide juvenil, menstruação dolorosa (dismenorreia), doenças inflamatórias, dores, febres e osteoartrites, cefaleia vascular e gota.

Segundo informa o «Góias Agora», a venda do Ibuprofeno 300mg fica facilitada pelo fato de o medicamento fazer parte dos programas de atenção básica da saúde dos governos federal, estaduais e municipais.

A Iquego congratula-se com a obtenção do registo, considerando “muito importante porque eleva o mix de produtos da indústria” e frisando que, deste modo, equaciona mais um medicamento à Relação Nacional de Medicamentos fabricado pelo laboratório.

“É um medicamento com um mercado pouco explorado e que leva vantagem, do ponto de vista terapêutico, sobre o diclofenaco, porque não tem tantos efeitos colaterais”, sublinhou o gerente de vendas da Iquego, Kleber Menezes, anunciando que o parque industrial “está apto a iniciar a produção imediatamente.”

Raquel Pacheco

Fonte: «Góias Agora»

Ressonância “mais confiável” do que mamografia

No diagnóstico do cancro da mama, a ressonância magnética é “mais confiável” do que a mamografia. A conclusão saiu de dois estudos conduzidos por oncologistas da Clínica Mayo (EUA). A mesma investigação elege, também, a ressonância para a detecção de novos tumores em casos já diagnosticados.

Uma das descobertas – segundo os resultados apresentados durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco na sigla inglesa) – indica que os tumores ipsilaterais (na mesma mama afectada) e contralaterais (na mama antes não afectada) “possuem padrões distintos.”

Ao comparar dois exames na detecção de cancro de mama ipsilateral, os investigadores descobriram que “os exames de ressonância detectaram tumores não observados pela mamografia em 16% das 390 doentes.”

“O exame de ressonância em toda a mama é importante especialmente para mulheres jovens, já que nestas pacientes os tumores tendem a ser mais agressivos”, conluiram os cientistas com base no primeiro estudo.

No que concerne ao segundo estudo (focado na detecção de cancro de mama contralateral), os especialistas anunciaram que “o exame de ressonância detectou tumores não encontrados na mamografia em 3,2% das 401 mulheres estudadas.”

Recorde-se que, em Abril passado, a American Cancer Society (Sociedade Americana de Oncologia) aprovou novas directrizes onde é recomendado: “As mulheres na faixa de alto risco de desenvolvimento de cancro de mama devem se submeter a exames anuais de ressonância magnética e mamografia a partir dos 30 anos de idade.”

Por cá…

De acordo com os dados mais recentes da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), por ano, no País, aparecem 4500 novos casos e morrem 1.800 doentes. A Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) calcula que, cerca de 1 em cada 10 mulheres, virá a desenvolver cancro da mama ao longo da sua vida.

Vítor Veloso, presidente da LPCC, disse corroborar da recomendação deste exame, em Portugal, às mulheres com grande risco de desenvolver este tipo de cancro, reforçando que "a imagiologia por ressonância magnética é fundamental para o despiste de pequenas lesões em mamas de risco."

O custo, esse, é elevado (cerca de cinco vezes superior ao de uma mamografia), no entanto, Vítor Veloso considerou que o Serviço Nacional de Saúde "tem toda a obrigação de comparticipar esses exames", sustentando que "as mamas de grande risco não são tantas que fosse incomportável - representam um máximo de cinco por cento dos casos e é hoje em dia consensual a sua utilidade" concretizou.

Por seu turno, - contactada pelo Farmacia.com.pt – uma fonte do IPO do Porto informou que a ressonância “não é usada em todas as utentes” justificando que “o País não tem capacidade económica para fazer do exame um método de rastreio.” Embora reconhecendo a diferença (relativamente à eficácia) entre os dois exames, esclareceu que, a ressonância magnética à mama “infelizmente, só é feita em situações muito especiais.”

Raquel Pacheco

Fontes: Soxhlet/LPCC/CiênciaHoje/SPO/contacto telefónico IPO-Porto

FDA quer mais dados sobre o Trexima

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) emitiu a segunda carta de aprovação para o Trexima (sumatriptano/naproxeno), na qual requisita mais informações à Pozen e à GlaxoSmithKline acerca do medicamento. A notificação oficial da FDA contém requisitos específicos que devem ser cumpridos antes de ser concedida uma possível autorização de comercialização final.

Apesar de não exigir dados adicionais acerca da segurança do Trexima a nível cardiovascular, a entidade reguladora norte-americana pede à Pozen para ter em conta as preocupações da FDA sobre as implicações de um estudo pré-clínico acerca dos riscos cromossomáticos no qual a genotoxicidade da combinação do naproxeno com o sumatriptano é analisada, mas nunca das duas substâncias em separado.

O Trexima resulta da associação do Imitrex, da GlaxoSmithKline (sumatriptano, comercializado em Portugal como Imigran) com o anti-inflamatório naproxeno. As empresas têm planos para solicitar uma reunião com a FDA o mais rapidamente possível para discutir os passos necessários para ir ao encontro das preocupações da entidade reguladora.

Em Junho de 2006 a FDA emitiu a primeira carta de aprovação para o Trexima na qual exigia informações adicionais acerca da segurança do fármaco. Os dados apresentados pelas farmacêuticas responsáveis foram recusados pela FDA em Novembro. As empresas voltaram a submeter novos detalhes sobre a segurança do medicamento em Janeiro.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Hemscott, Forbes.

Tobira adquire direitos de fármacos experimentais anti-HIV da Takeda

O laboratório japonês Takeda Pharmaceutical chegou a acordo com a Tobira Therapeutics para a venda dos direitos de dois fármacos experimentais anti-HIV. O contrato garante à empresa norte-americana os direitos de produção e comercialização, a nível mundial, de dois medicamentos de administração oral da Takeda, o TAK-220 e o TAK-652.

A farmacêutica nipónica deverá receber um pagamento adiantado, bem como pagamentos por cumprimento de objectivos e royalties das vendas, segundo divulgou a empresa através de um comunicado divulgado no seu portal electrónico. No entanto, a Takeda escusou-se a revelar os detalhes financeiros envolvidos nesta parceria.

Os dois candidatos a fármacos encontram-se na primeira de três fases de estudo necessárias para a investigação regulamentar. Os medicamentos pertencem a uma nova classe de fármacos para o VIH que interferem com o vírus quando ele entra nas células imunitárias humanas através do receptor CCR5, a mesma categoria onde se insere o Maraviroc, produzido pela Pfizer.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Aids Portugal.

Informação discrepante relativa a um dos excipientes
Recolha voluntária da pomada Protaxil

O Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde acaba de emitir uma nota em que informa que os Laboratórios Delta Lda., em virtude de ter sido encontrada informação discrepante relativa a um dos excipientes na composição, entre o acondicionamento primário, secundário, resumo das características do medicamento e folheto informativo do medicamento Protaxil pomada 50mg/g, está a proceder à recolha voluntária de vários lotes daquele produto.

Numa nota informativa assinada por Hélder Mota Filipe, membro do Conselho Directivo do Infarmed, aquela autoridade dá conta de que estão a ser recolhidos das farmácias os lotes com os números 02002, 03001, 40129, 5390 e 6299 (registo n.º 9697409) do medicamento. Em conformidade com essa decisão o Infarmed ordenou a suspensão imediata da comercialização dos referidos lotes, informando, contudo, que o defeito de qualidade detectado nas embalagens do fármaco não apresenta qualquer risco para a saúde dos seus utilizadores, já que se relaciona apenas com a existência de informação discrepante relativa a um dos excipientes presentes na composição do fármaco. O Protaxil (proglumetacina) é um anti-inflamatório não esteróide usado no tratamento de doenças do aparelho locomotor, e que está sujeito a receita médica. Está disponível no mercado farmacêutico português em pomada, comprimidos revestidos e supositórios.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Expofarma na FIL a 8,9 e 10 de Novembro

A Expofarma 2007/Feira Nacional da Farmácia, certame que reúne, anualmente, stands representativos da indústria farmacêutica, do sector da distribuição, das farmácias e de equipamentos farmacêuticos, realiza-se entre os dias 8 e 10 de Novembro no pavilhão 2 da FIL, no Parque das Nações, em Lisboa.

A maior exposição anual do sector farmacêutico em Portugal, criada em 1998, foi recentemente adquirida pela Associação Nacional de farmácias (ANF) através da Farminveste. O evento assumiu uma nova imagem e transfere-se para a FIL, onde dez mil metros quadrados serão organizados de forma a simplificar as visitas dos profissionais, facilitando os contactos comerciais e as oportunidades de negócio.

Durante os três dias em que decorre a Feira Nacional da Farmácia são esperados seis mil profissionais do sector. As principais empresas fornecedoras de mobiliário, tecnologias de informação e serviços financeiros para farmácia, bem como da indústria farmacêutica, distribuição e fabricantes de equipamentos vão figurar entre os expositores do certame.

Numa iniciativa paralela reúnem-se oradores nacionais e internacionais dos vários ramos e áreas de interesse do sector farmacêutico que debatem diversos temas ao longo de 48 conferências. Está também prevista, no dia 10 de Novembro, uma Noite da Farmácia, com jantar de gala acompanhado de um espectáculo.

Marta Bilro

Fonte: CienciaPT.net, Expofarma.pt.

EMEA aprova estatuto de medicamento órfão para o ISA247 no tratamento da uveíte

O Comité de Medicamentos Órfãos (COMP) da Agência Europeia de Avaliação de Medicamentos (AEAM) emitiu um parecer positivo relativamente à designação de medicamento órfão para o ISA247 no tratamento da uveíte crónica não infecciosa. A decisão será agora comunicada pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) à Comissão Europeia que deve proferir uma decisão dentro de 30 dias.

A designação de substância órfã proporciona à Isotechnika, empresa responsável pelo produto, uma variedade de incentivos, entre os quais se destacam a exclusividade de comercialização por um período de 10 anos após a aprovação do fármaco, reduções de impostos e aconselhamento científico gratuito.

A Uveíte é uma inflamação dentro do olho, nos tecidos da úvea, que incluem a íris, o corpo ciliar e a coróide. A uveíte pode ser o resultado directo de trauma ocular e pode estar associada a alguma doença sistémica existente. Cerca de 40 por cento das pessoas com uveíte têm uma doença que também afecta outros órgãos do corpo. Independentemente da causa, a uveíte pode danificar rapidamente o olho e provocar complicações prolongadas, como o glaucoma, as cataratas e o descolamento da retina.

Marta Bilro

Fonte: PRNewswire, Manual Merck.

Wayne Hockmeyer integra quadro de directores da Baxter

A farmacêutica norte-americana Baxter International Inc. elegeu Wayne T. Hockmeyer como membro do quadro de directores, posição que deve assumir a partir de Setembro. Fundador da MedImmune, Hockmeyer foi também presidente e director executivo da empresa de biotecnologia que recentemente foi adquirida pela AstraZeneca.

Para o presidente e director executivo da Baxter, Robert L. Parkinson, Jr., “Wayne é uma mais-valia para o quadro de directores” não só pela sua enorme experiência executiva, mas também ao nível científico e operacional. Os seus conhecimentos científicos e no sector da investigação e desenvolvimento representam uma mais-valia para que a empresa “alcance os seus objectivos de inovação e crescimento”, acrescentou.

Entre 1998 e 2000, Hockmeyer assumiu as funções de director executivo e presidente da MedImmune, tendo posteriormente desempenhado os mesmos cargos na MedImmune Ventures Inc. até a empresa ser comprada pela AstraZeneca. Anteriormente tinha também ocupado o cargo de vice-presidente no Laboratório de Investigação e Desenvolvimento de Produtos no Praxis Biologics Inc. e foi director do Departamento de Imunologia no Instituto de Pesquisa do Exército Walter Reed. Hockmeyer é actualmente membro do quadro de directores da Middlebrook Pharmaceuticals, Inc., da GenVec Inc., e da Idenix Pharmaceuticals Inc.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, PR Newswire.

Universidade Católica Portuguesa disponibiliza inquérito online
Avaliar saber e sensibilização sobre a listeriose

A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa está a promover um questionário online que pretende fazer uma recolha sistemática de dados que permitam aferir o conhecimento da população e a sensibilização dos profissionais de saúde sobre a listeriose, infecção de origem alimentar que, apesar da baixa prevalência, têm grande impacto na saúde pública pela severidade das sequelas e pelos elevados índices de mortalidade, que atingem 20 a 40 por cento em doentes com o sistema imunológico debilitado pela sida ou pelo cancro.

A iniciativa integra o projecto «Listeriose em Portugal: informar para prevenir», financiado pelo Programa Saúde XXI, e tem como objectivo o desenvolvimento de novos materiais informativos e de apoio à prevenção e ao diagnóstico da doença, colmatando em simultâneo as lacunas sentidas por profissionais de saúde e pelas populações, designadamente entre os indivíduos que se encontram em maior risco de contrair a doença ou de sofrer um impacto acrescido depois de a contraírem. Na base do questionário estão questões relacionadas com a prevenção, o diagnóstico, a declaração de ocorrências e as necessidades de formação e informação.
Provocada pelo bacilo «listeria monocytogenes» – que se se encontra amplamente disseminado no solo, na vegetação, na água, nos esgotos e em inúmeras espécies animais –, a listeriose pode decorrer do consumo de alimentos contaminados (uma vez que o bacilo se desenvolve a uma temperatura óptima que varia entre 20 e 37 graus, embora também se multiplique em temperaturas de refrigeração (entre dois e quatro graus), mas também por contacto directo com animais e seres humanos infectados. Os casos de listeriose humana são relativamente raros, mas atingem enorme gravidade, com grave sintomatologia gastrointestinal que pode potenciar o surgimento de septicémia e meningoencefalites com alta mortalidade.
Nos adultos a forma mais frequente de listeriose é a meningite, que em cerca de 20 por cento dos casos leva ao surgimento de abcessos cerebrais, rigidez na nuca e, se o doente não receber tratamento, confusão mental, coma e morte. Também os olhos podem ser afectados, tornando-se vermelhos e dolorosos, bem como, numa fase posterior, os gânglios linfáticos, o sangue, as meninges e, em casos muito raros, as válvulas do coração, provocando insuficiência cardíaca. O tratamento da listeriose é feito à base de penicilina, que pode ser combinada com um antibiótico como a tobramicina e, para as lesões oculares, eritromicina. No início deste mês a norte-americana Food and Drug Administration aprovou o Listex para o tratamento dos alimentos, nos quais não causa qualquer impacto em termos de sabor, cheiro ou cor, nem altera as propriedades dos produtos tratados.
Em Portugal, segundo o farmacia.com.pt conseguiu apurar, é feita desde 1996, de acordo com o disposto na Portaria Portaria nº 533/93, de 21 de Maio (alterada pela Portaria 56/96), a avaliação da presença da listeria no leite cru e para produção de queijo, bem como a mais de 250 outros produtos de origem animal cujo consumo é feito normalmente sem pressupor qualquer cozinhado. Os dados do estudo que a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa está a levar a cabo permitirá actualizar a informação sobre a listeriose junto dos profissionais de saúde, potenciando uma melhor prestação de cuidados no futuro.

Carla Teixeira
Fonte: Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, PR Newswire, Saúde na Internet, Eurosurveillance, estudo «Importância das zoonoses na segurança alimentar».