segunda-feira, 6 de abril de 2009

Maior quantidade de germes na boca aumenta risco de doença cardíaca

Dois agentes patogénicos da boca estão associados a um maior risco de insuficiência cardíaca, mas é o número total de germes, independentemente do tipo, o que tem maior influência na doença cardíaca.

Vários estudos têm sugerido que existe uma relação entre os organismos que provocam uma doença das gengivas, ou doença periodontal, e o desenvolvimento de doença cardíaca, mas poucos avaliaram esta teoria.

A investigadora principal, a Dra. Oelisoa M. Andriankaja, da Universidade de Buffalo, explicou que a mensagem é que, embora alguns patogénios periodontais específicos tenham sido associados a um maior risco de doença coronária, a carga patogénica bacteriana total é mais importante do que o tipo de bactéria. Isto é, o número total de bactérias é mais importante do que um único organismo.

O estudo incluiu 386 homens e mulheres, entre os 35 e os 69 anos, que tinham sofrido um ataque cardíaco e 840 pessoas sem problemas de coração que serviram para controlo. Foram recolhidas amostras de placa dentária, onde os germes aderem, em 12 localizações das gengivas de todos os participantes.

As amostras foram analisadas relativamente à presença de seis tipos comuns de bactérias periodontais, assim como sobre o número total de bactérias.

Os pacientes cardíacos apresentavam uma maior quantidade de todos os tipos de bactérias do que os de controlo. Contudo, apenas duas espécies conhecidas, Tannerella forsynthesis e Preventella intermedia, demonstraram uma associação estatisticamente significativa a um maior risco de insuficiência cardíaca.

Segundo a AZprensa.com, os resultados demonstraram que um aumento do número de bactérias periodontais diferentes também aumentava as probabilidades de enfarte.

De acordo com os investigadores, para avaliar esta possível associação será necessário realizar estudos prospectivos, ou seja, que meçam as bactérias orais nos participantes sem problemas cardíacos no início do estudo e depois quando se produzam episódios cardiovasculares.

Isabel Marques

Fontes:
www.azprensa.com/noticias_ext.php?idreg=41073

Combinação de três fármacos ajuda a preservar caixa de voz no cancro da laringe

Investigadores franceses relataram que as pessoas com cancro da laringe que receberam uma combinação de três fármacos quimioterápicos tinham mais probabilidade de manter a laringe, em comparação com aquelas que receberam tratamento com dois medicamentos.

O estudo comparou o tratamento com uma combinação de três fármacos (docetaxel, cisplatina e 5-fluorouracil), durante a indução da quimioterapia, a uma combinação de cisplatina e 5-fluorouracil.

A quimioterapia com cisplatina e 5-fluorouracil, seguida de radiação, é normalmente utilizada como uma alternativa à cirurgia no tratamento de pacientes com cancro localmente avançado da laringe (caixa de voz) e hipofaringe.

Investigações recentes têm sugerido que adicionar docetaxel à quimioterapia com cisplatina e 5-fluorouracil poderá melhorar ainda mais os resultados dos pacientes.

O estudo, publicado na “Journal of the National Cancer Institute”, incluiu 213 pacientes com cancro avançado da laringe e hipofaringe, sendo que aqueles que responderam à quimioterapia receberam radiação e os que não responderam foram submetidos a cirurgia.

Após um seguimento médio de três anos, as taxas de preservação da laringe foram um pouco acima dos 70 por cento no grupo que recebeu a combinação de três fármacos e de 57,5 por cento para aqueles que receberam a combinação de cisplatina e 5-fluorouracil.

No geral, 80 por cento dos pacientes no grupo dos três fármacos respondeu à terapia, em comparação com um pouco mais de 59 por cento do grupo da combinação de cisplatina e 5-fluorouracil. Os pacientes no grupo dos três fármacos apresentaram mais infecções graves do que os do outro grupo.

A combinação dos três fármacos foi superior para os pacientes com cancros localmente avançados da laringe e hipofaringe, sendo que este tratamento poderá ajudar mais pacientes a evitar uma laringectomia total (remoção da caixa de voz).

Contudo, os investigadores do Centro Hospitalar Regional e Universitário de Tours acrescentaram que, como o estudo foi limitado a pacientes com apenas cancro da laringe e hipofaringe e especialmente delineado para a preservação do órgão, não se podem generalizar as descobertas a todos os cancros localmente avançados da cabeça e pescoço.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_82133.html

Rebentos de brócolos podem ajudar a prevenir cancro do estômago

Investigadores revelaram que consumir cerca de 70 gramas de brócolos bebés, durante dois meses, pode proteger contra uma bactéria comum do estômago que está associada à gastrite, úlceras e mesmo ao cancro do estômago.

Os rebentos de brócolos frescos contêm muito sulforafano, um bioquímico natural que parece despoletar a produção de enzimas nos intestinos que protegem contra os radicais de oxigénio, químicos que danificam o ADN, e a inflamação.

Num artigo publicado na “Cancer Prevention Research”, os investigadores descobriram que consumir cerca de 70 gramas diariamente de brócolos bebés pode ajudar a afastar alguns problemas de saúde graves.

O Dr. Jed Fahey, bioquímico nutricional da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, referiu que identificaram um alimento que, se ingerido regularmente, pode potencialmente ter um efeito protector contra a causa de muitos problemas gástricos e talvez até, em última instância, ajudar a prevenir o cancro do estômago.

Já se sabe há muito que o sulforafano é um potente antibiótico contra a Helicobacter pylori, uma bactéria que provoca gastrites, úlceras e cancro do estômago, mas este é o primeiro ensaio que demonstra os efeitos do composto em humanos.

O Dr. Fahey explicou que os rebentos de brócolos têm uma concentração muito maior de sulforafano do que os brócolos maduros.

No estudo, 25 pessoas no Japão, que estavam infectadas com Helicobacter pylori, consumiram 70 gramas de rebentos de brócolos durante dois meses. Outras 25 pessoas também infectadas consumiram uma quantidade equivalente de rebentos de alfalfa, que não contêm sulforafano.

O investigador referiu que se sabe que uma dose de algumas gramas por dia de brócolos é suficiente para elevar as enzimas protectoras do organismo, sendo que este é o mecanismo através do qual se pensa que ocorram muitos dos efeitos quimioprotectores.

Além disso, o facto dos níveis de infecção e inflamação terem sido reduzidos sugere que a probabilidade de se sofrer gastrites, úlceras e cancro é possivelmente mais baixa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a Helicobacter pylori como cancerígena, sendo que esta bactéria afecta vários milhares de milhões de pessoas, ou cerca de metade da população mundial, estando associada a úlceras do estômago, que frequentemente são tratadas com antibióticos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE5351BT20090406

Níveis de selénio podem ter impacto no risco da doença arterial periférica

Nova investigação sugere que a quantidade de selénio no sangue pode ter impacto no risco de desenvolver doença arterial periférica (DAC).

A doença arterial periférica ocorre quando as artérias das pernas se tornam mais estreitas ou entupidas com depósitos de gordura, reduzindo o fluxo sanguíneo, levando a cãibras nas pernas e dificuldade em andar.

Neste estudo, o Dr. Eliseo Guallar, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e colegas descobriram que a probabilidade de sofrer de doença arterial periférica diminuiu à medida que os níveis de selénio aumentavam, mas que o risco da doença depois aumentou ligeiramente para as pessoas com os níveis mais elevados de selénio.

Os investigadores salientaram na “American Journal of Epidemiology” que a doença arterial periférica é um marcador importante de aterosclerose (endurecimento das artérias) por todo o corpo.

Embora existam algumas evidências de que os níveis de selénio estão relacionados com o risco de doença cardíaca, é questionável se consumir mais selénio poderá ser benéfico.

Assim, os investigadores observaram 2062 homens e mulheres, com 40 anos ou mais, e compararam os níveis de selénio no sangue ao índice tornozelo/braço (comparação entre a pressão arterial do braço e do tornozelo), um teste geralmente utilizado para a DAC.

Quando os investigadores dividiram os participantes por quarto grupos com base nos níveis de selénio, descobriram que aqueles com os segundos níveis mais baixos tinham 25 por cento menos probabilidade de ter DAC do que aqueles com os níveis mais baixos.

Para as pessoas no quartil dos segundos níveis mais altos, o risco de DAC eram 42 por cento mais baixos do que aquelas com menos selénio. Os participantes com os níveis mais elevados de selénio tinham um risco 33 por cento menor de DAC do que aqueles com os níveis mais baixos.

Os investigadores descobriram que o risco de doença arterial periférica decrescia à medida que os níveis de selénio subiam até 150-160 ng/mL e depois começava a aumentar nas pessoas com níveis mais elevados de selénio.

Embora a relação não seja estatisticamente significativa, as descobertas sugerem que existe uma relação em forma de “U” entre os níveis de selénio e o risco de doença arterial periférica.

De acordo com a Reuters Health, os investigadores referiram que são necessários mais estudos para identificar os níveis ideais de selénio para reduzir o risco de doença cardíaca e outros tipos de doenças crónicas, nas populações com diferentes níveis de ingestão de selénio.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/03/eline/links/20090403elin004.html

domingo, 5 de abril de 2009

Dados demonstram benefícios de tratamento precoce com anti-retrovirais para VIH

Análises de dados, publicadas na “The New England Journal of Medicine” (NEJM), demonstraram que a iniciação precoce da terapia anti-retroviral em pacientes assintomáticos (não apresentam sintomas) com VIH, antes dos seus sistemas imunitários atingirem níveis pré-especificados de deterioração, melhorou significativamente a sobrevivência, em comparação com aqueles que adiaram o tratamento.

A investigadora principal, a Dra. Mari Kitahata, explicou que o tempo óptimo para iniciar a terapia em pacientes infectados com o VIH assintomáticos tem sido pouco claro, sendo que este estudo acrescenta evidências que apoiam uma iniciação precoce da terapia para melhorar a sobrevivência.

Os investigadores conduziram duas análises envolvendo mais de 17.500 pacientes assintomáticos com a infecção do VIH, que receberam cuidados médicos entre 1996 e 2005, que não tinham recebido tratamento anteriormente com anti-retrovirais.

Os pacientes foram classificados de acordo com a contagem de células T CD4+ quando iniciaram o tratamento. A primeira análise incluiu mais de 8300 pacientes, dos quais cerca de 2 mil iniciaram a terapia anti-retroviral com uma contagem de CD4+ entre as 351 e as 500 células por milímetro cúbico, enquanto os restantes adiaram a terapia até a contagem de CD4+ ter descido para 350 ou menos.

Os dados demonstraram que houve um aumento de 69 por cento do risco de morte para os pacientes que adiaram o tratamento.

A segunda análise envolveu mais de 9100 pacientes, dos quais cerca de 2200 iniciaram a terapia com uma contagem de CD4+ acima de 500. No grupo de pacientes que adiaram a toma de anti-retrovirais até a contagem de CD4+ ter descido para menos de 500, os resultados demonstraram que existia um aumento de 94 por cento do risco de morte.

As directrizes actuais recomendam que os pacientes com uma contagem de CD4+ abaixo de 350 iniciem a terapia anti-retroviral, enquanto que a decisão de tratar os pacientes com níveis mais elevados de CD4+ é deixada à discrição do médico.

A Dra. Kitahata sublinhou que pensa que os dados são fortes o suficiente para se iniciar a terapia, nos pacientes que estão prontos e dispostos, quando a contagem de CD4+ esteja acima de 500 e certamente entre 350 e 500.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=842149F8995541DBA0F77D2E145B05B3

Clopidogrel mais aspirina reduz risco de AVC em pacientes com fibrilhação auricular

Descobertas de um estudo de Fase III revelaram que a combinação de clopidogrel e aspirina reduziu significativamente a ocorrência de eventos vasculares major, em comparação com a aspirina isoladamente, em pacientes com fibrilhação auricular que não podem tomar anticoagulantes orais.

De acordo com a First Word, o ensaio envolveu 7554 pacientes com fibrilhação auricular e com, pelo menos, um factor de risco de acidente vascular cerebral (AVC), que receberam clopidogrel, uma vez por dia, em combinação com aspirina, ou aspirina isoladamente, para prevenir a primeira ocorrência de um evento vascular major.

Após um seguimento médio de 3,6 anos, os resultados demonstraram que os pacientes tratados com clopidogrel apresentaram uma redução significativa de 11 por cento dos eventos vasculares e uma redução significativa de 28 por cento da incidência de AVC.

O estudo, apresentado na conferência do Colégio Americano de Cardiologia, também revelou que o grupo que recebeu a combinação de clopidogrel e aspirina apresentou taxas significativamente mais elevadas de sangramento e hemorragia intracraniana, mas demonstrou que não houve aumentos significativos nas hemorragias fatais e AVC hemorrágico.

O investigador principal, o Dr. Stuart Connolly, sublinhou que para a maioria das pessoas um AVC é muito pior do que uma hemorragia, tendo acrescentado que para os pacientes com intolerância à varfarina, o clopidogrel mais aspirina fornece um benefício importante com um risco aceitável.

Em Portugal, o clopidogrel é comercializado como Plavix, Iscover, Clopidogrel Winthrop e Clopidogrel BMS, sendo utilizado para prevenir a formação de coágulos sanguíneos (trombos) que se formam em vasos sanguíneos endurecidos (artérias), um processo conhecido como aterotrombose, que pode conduzir a acidentes aterotrombóticos (tais como o acidente vascular cerebral, ataque cardíaco ou morte).

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=20A6A3C95E3D4AC7AF075470C1FA877A

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ácidos gordos encontrados no peixe podem ajudar a reduzir tumores

Investigadores egípcios relataram que um ácido gordo ómega-3 encontrado nos óleos de peixe reduziu o tamanho dos tumores em ratos e fez com que a quimioterapia fosse mais potente, enquanto limitou os seus efeitos prejudiciais.

As descobertas, publicadas na “Cell Division”, da BioMed Central, acrescentam evidências que demonstram um leque de benefícios para a saúde do consumo de ácidos gordos encontrados nos alimentos como o salmão.

O Professor A.M. El-Mowafy e colegas da Universidade de Mansoura, no Egipto, observaram a forma como um ácido gordo ómega-3, denominado ácido docosahexanóico (DHA), afectou o crescimento dos tumores em ratos e quão bem interagiu com um fármaco de quimioterapia, denominado cisplatina.

O Professor El-Mowafy referiu que os resultados sugerem um regime terapêutico novo e produtivo na gestão de tumores sólidos baseado na combinação da cisplatina e possivelmente outras quimioterapias com DHA.

De acordo com a Reuters Health, o investigador acrescentou ainda que o DHA obteve efeitos quimiopreventivos proeminentes por si só e aumentou também consideravelmente os efeitos da cisplatina.

Em Março, investigadores norte-americanos demonstraram que uma dieta rica de ácidos gordos ómega-3, o tipo encontrado em peixes como o salmão, carapau, arenque e sardinhas, protege contra o cancro da próstata avançado, mesmo em homens com maior risco da doença.

Os ácidos gordos, também encontrados em alimentos como as nozes e os vegetais de folha verde, têm demonstrado providenciar efeitos anti-inflamatórios e têm sido relacionado com um menor risco de doença cardíaca.

Neste estudo, a equipa do Professor El-Mowafy descobriu que, a nível molecular, o DHA reduziu a acumulação de glóbulos broncos, inflamação sistémica e uma doença perigosa marcada pela diminuição dos níveis de antioxidantes, sendo que todas estas questões têm sido relacionadas com o crescimento dos tumores.

Esta investigação também demonstrou que os ácidos gordos reduziram a toxicidade e a danificação dos tecidos dos rins provocados pela quimioterapia.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/02/eline/links/20090402elin010.html

Hepatite B: novas terapêuticas entram no mercado

Após aprovação do Infarmed, as novas orientações terapêuticas para o tratamento da hepatite B entraram no mercado farmacêutico hospitalar. Um medicamento antiviral como tratamento de primeira linha está na base destas terapêuticas ditas inovadoras - o Viread (tenofovir disoproxil fumarate) da biofarmacêutica Gilead Sciences.

A avaliação da Autoridade Nacional do Medicamento e de Produtos de Saúde (Infarmed) comprovou o valor terapêutico acrescentado deste medicamento de toma oral e uma relação custo-benefício favorável, face às restantes alternativas terapêuticas, estimando uma poupança anual de 1 500 euros ano por doente em tratamento nos hospitais.

As novas terapêuticas - definidas pela European Association Studies for the Study of the Liver (EASL) e com autorização de introdução de mercado (AIM) atribuída pela Comissão Europeia desde Abril de 2008 – apresentam-se como tratamentos preferenciais para doentes que apresentem falência a outros tratamentos prévios por resistência a outros fármacos, uma das situações mais frequentes nos tratamentos alternativos.

No relatório do Infarmed lê-se que o Viread "está indicado para tratamento de hepatite B crónica, em adultos com doença hepática compensadas com evidência de replicação viral activa e histológica de inflamação activa e/ou fibrose”.

Raquel Garcez

Fonte: Infarmed

VIH: Descoberta molécula eficaz contra vírus resistente

Um estudo inglês sugere que a molécula D-1mT pode ser usada juntamente com a terapia anti-retroviral para travar a replicação do vírus da imunodeficiência humana (VIH).

Segundo os especialistas do Colégio Imperial de Londres, a investigação testou a eficácia da molécula D-1mT em macacos infectados com o vírus da imunodeficiência símia (VIS), que é semelhante à humana (VIH), noticia o site Bio-Medicine.

Os investigadores explicaram que, após seis dias de tratamento, apenas três dos macacos apresentavam níveis detectáveis de VIS, e após 13 dias foram detectados reduzidos vestígios de SIV em dois dos animais.

A equipa de cientistas acredita, os resultados do estudo poderão conduzir à criação de um novo fármaco contra o VIH, que embora ainda esteja em fase de testes, poderá ser a solução para as pessoas infectadas com o vírus da sida que não respondem à terapia tradicional anti-retroviral.

“Necessitamos de entender o funcionamento da D-1mT para podermos pensar em desenvolvê-la enquanto um potencial tratamento para o VIH”, rematou Adriano Boasso, um dos autores do trabalho.

Raquel Garcez

Fonte: http://www.bio-medicine.org/biology-news-1/Potential-new-HIV-drug-may-help-patients-not-responding-to-treatment-7779-3/

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Meningite: nova vacina disponível em breve

A nova vacina contra a Doença Pneumocócica Invasiva (DPI) vai estar disponível em Portugal a partir de 9 de Abril. Portugal será o primeiro país europeu onde a vacina é lançada.

Chama-se Synflorix e pertence aos laboratórios da GlaxoSmithKline. A nova vacina pneumocócica pediátrica obteve esta semana a autorização da Agência Europeia do Medicamento (EMEA) e é, dia 03 de Abril, apresentada no Porto.

A vacina propõe-se a actuar contra doenças potencialmente fatais como a meningite e a pneumonia bacteriémica, bem como contra infecções do ouvido médio.

De acordo com um comunicado da GSK, a Synflorix "está indicada para a imunização activa contra a doença invasiva e a otite média aguda (OMA) causadas por Streptococcus Pneumoniae em bebés e crianças com idades compreendidas entre as seis semanas e os dois anos de idade e será comercializada a um preço de cerca de 70 euros (cada doze)".

A GSK informa ainda que a nova vacina, que protege contra 10 serotipos da DPI, "irá proporcionar uma cobertura contra três das principais estirpes pneumocócicas (serotipos 1, 5 e 7F) além dos sete serotipos (4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F, 23F) que tem em comum com a vacina existente (Prevenar)".

Na Europa, cerca de um em cada três casos de doença pneumocócica em crianças pequenas não era prevenido, uma vez que, estas doenças são causadas por serotipos bacterianos não abrangidos pela vacina pneumocócica conjugada actualmente disponível no mercado (Prevenar).

Segundo a nota de imprensa, os especialistas em Pediatria consideram que estão criadas as condições para que a ministra da Saúde, em conjunto com a Comissão Técnica de Vacinação, decida inclui-la no Plano Nacional de Vacinação, dando assim "igualdade de oportunidades a todas as famílias".

Raquel Garcez

Fonte: Comunicado GSK

Comprimido múltiplo pode ajudar a combater doenças cardiovasculares

Investigadores canadianos anunciaram a criação de um comprimido que combina cinco medicamentos, entre eles fármacos para a pressão sanguínea, aspirina e ácido fólico, para minimizar os ataques cardíacos, tendo demonstrado reduzir para metade os problemas cardiovasculares.

O Dr. Koon Teo, da Universidade McMaster, em Hamilton, no Ontário, referiu que este comprimido múltiplo poderá ajudar a reduzir os eventos cardiovasculares em mais de 80 por cento nas pessoas saudáveis.

Num ensaio em 50 centros na Índia, 2053 pessoas sem doença cardiovascular, com idades entre os 45 e os 80 anos e com um factor de risco, como a obesidade, pressão sanguínea alta ou mau colesterol, receberam aleatoriamente este policomprimido. O comprimido era composto por doses reduzidas de diversos fármacos: 12,5 miligramas (mg) de tiazida, 50 mg de atenolol, 5 mg de ramipril, 20 mg de sinvastatina e 100 mg de aspirina por dia.

Os participantes foram distribuídos por oito grupos, cada um com cerca de 200 indivíduos, tendo cada grupo recebido aspirina isoladamente, sinvastatina isoladamente, hidroclorotiazida isoladamente, três combinações de dois fármacos para baixar a pressão sanguínea, três fármacos para baixar a pressão sanguínea isoladamente ou três fármacos para baixar a pressão sanguínea mais aspirina.

As descobertas publicadas na “The Lancet” revelaram que, comparativamente com os grupos que não receberam fármacos para baixar a pressão sanguínea, o policomprimido reduziu a pressão sanguínea sistólica em 7,4 mm Hg e a diastólica em 5,6 mm Hg, o que foi semelhante à utilização de três fármacos para baixar a pressão sanguínea, com ou sem aspirina.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Polypill_combines_heart_medications/UPI-41661238476126/
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1134070/03/09/Anuncian-una-pildora-milagrosa-contra-las-enfermedades-cardiovasculares.html

Diabéticos podem precisar de mais cálcio juntamente com fibras

Um pequeno estudo sugere que as pessoas com diabetes tipo 2 que estão a tentar aumentar o consumo de fibras podem ter de prestar mais atenção também à ingestão de cálcio.

Os investigadores observaram que, quando 13 diabéticos duplicaram a ingestão de fibras, os participantes começaram a excretar menos cálcio através da urina, um sinal de que a absorção de cálcio pelo organismo diminuiu.

Sabe-se que as fibras ajudam a reduzir o colesterol, a melhorar o controlo do açúcar no sangue e a manter a regularidade intestinal, sendo que os adultos são aconselhados a consumir aproximadamente 25 gramas ou mais por dia.

Contudo, os investigadores relataram na “Diabetes Care” que estas últimas descobertas sugerem que uma pior absorção de cálcio pode ser o resultado do aumento do consumo de fibras.

O investigador principal, o Dr. Abhimanyu Garg, do Centro Médico Southwestern, da Universidade do Texas, em Dallas, referiu que, como mais cálcio equivale a uma melhor saúde óssea, os investigadores recomendam que as pessoas a seguir dietas ricas em fibras consultem o seu médico sobre aumentar também a ingestão de cálcio, de modo a retirarem o maior beneficio de ambos.

O investigador acrescentou que é importante consultar primeiro um médico ou nutricionista, porque o cálcio em excesso pode provocar pedras nos rins.

As descobertas basearam-se no estudo de 13 adultos de meia-idade e mais velhos com diabetes tipo 2, que consumiam 50 gramas de fibras por dia durante seis meses, seguidos por 24 gramas por da durante mais seis meses.

De acordo com a Reuters Health, a equipa de investigadores descobriu que, quando os pacientes consumiam a dieta mais elevada em fibras, a excreção de cálcio diminuía. Alguns estudos têm sugerido que as fibras alimentares se ligam a determinados minerais, formando “complexos” que não podem ser absorvidos.

O Dr. Garg sugere que as pessoas tentem ingerir alimentos que fornecem tanto fibras como cálcio, tais como espinafres, brócolos, figos, papaia, feijões e alcachofras.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/04/01/eline/links/20090401elin002.html

Oxicodona pode ajudar a aliviar dores agudas do herpes zoster

Investigadores norte-americanos referiram que o analgésico oxicodona é efectivo a aliviar o desconforto agudo do herpes zoster, uma doença que frequentemente provoca agonia nas pessoas que sofrem dela.

O estudo, publicado na revista científica “Pain”, avaliou diferentes métodos de aliviar a dor durante um episódio de herpes zoster, uma infecção que produz erupções cutâneas muito dolorosas, constituídas por bolhas (vesículas) cheias de líquido, que muitos pacientes referiram ser a pior que alguma vez experienciaram.

O investigador principal, o Dr. Robert Dworkin, do Centro Médico da Universidade de Rochester, e colegas estudaram 87 pacientes com herpes zoster em Rochester e Houston. Os participantes foram divididos em três grupos e receberam oxicodona, gabapentina ou placebo.

Os pacientes, cuja média de idades era de 66 anos, sofriam de dor moderada a grave. Todos os pacientes também receberam medicação anti-viral, que é o tratamento standard para os pacientes com esta infecção.

De acordo com a United Press International, os investigadores referiram que os pacientes que receberam oxicodona tinham duas vezes mais probabilidade de experienciar uma redução significativa da dor, pelo menos, uma diminuição de 30 por cento, em comparação com os pacientes que tomaram placebo.

Embora a medicação tenha sido efectiva, cerca de um terço dos participantes saiu do estudo, principalmente devido a problemas de obstipação.

O Dr. Dworkin revelou que os investigadores ficaram surpreendidos com o facto da gabapentina não ter parecido útil no tratamento da dor.

O herpes zoster é causado pela reactivação do vírus da varicela (vírus varicela-zoster) em latência. A infecção inicial pelo vírus varicela-zoster, que pode adoptar a forma de varicela, termina com a penetração dos vírus nos gânglios (uma aglomeração de células nervosas) dos nervos espinhais ou cranianos, permanecendo ali em estado latente. O herpes zoster fica sempre limitado à distribuição cutânea da raiz ou raízes nervosas afectadas (dermatomas).

O vírus do herpes zoster pode não voltar a produzir sintomas ou então só reactivar-se muitos anos depois. Se isso ocorrer, reproduz-se a doença. Por vezes, tem lugar quando a imunidade do organismo diminui em virtude de outra perturbação, como a SIDA ou a doença de Hodgkin, ou por medicações que debilitem o sistema imunitário. Na maioria dos casos desconhece-se a causa da reactivação.

O aparecimento do herpes zoster nem sempre significa que exista alguma doença grave subjacente. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente depois dos 50 anos.

Isabel Marques

www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Oxycodone_may_ease_acute_pain_of_shingles/UPI-77051238557610/
www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D212%26cn%3D1795

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ácido lipóico pode ajudar a reduzir triglicerídeos

Investigadores norte-americanos revelaram que um estudo em ratos sugere que os suplementos de ácido lipóico resultam numa redução dos triglicerídeos, um factor significativo de endurecimento das artérias.

O Dr. Regis Moreau, do Instituto Linus Pauling, da Universidade Estatal do Oregon, referiu que o ácido lipóico é um composto natural encontrado em baixos níveis em alguns alimentos, incluindo carne vermelha e vegetais de folha verde. Sabe-se que o ácido lipóico influencia a absorção de glicose e baixa a glicose no sangue ao aumentar o seu transporte para o músculo esquelético.

O estudo em animais de laboratório, publicado na “Archives of Biochemistry and Biophysics”, descobriu que os suplementos de ácido lipóico baixaram os níveis de triglicerídeos até 60 por cento.

O Dr. Moreau referiu que a extensão da redução dos triglicerídeos foi realmente drástica, sendo que os investigadores não esperavam que fosse tão profunda.

O investigador acrescentou que o potencial é bom, sendo que esta pode tornar-se noutra forma de baixar os triglicerídeos no sangue e ajudar a reduzir o risco de aterosclerose.

Até há cerca de 10 anos, os elevados níveis de triglicerídeos no sangue, basicamente uma forma de gordura, não eram considerados tão significativos como o colesterol na previsão da aterosclerose, normalmente referida como o endurecimento das artérias, e doença cardíaca.

O investigador referiu que essa perspectiva alterou-se e que a maioria dos especialistas agora encara os triglicerídeos como um terceiro factor de risco importante para a aterosclerose, juntamente com os níveis de colesterol.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Lipoic_acid_may_lower_triglycerides/UPI-20901238558114/

Reacção alérgica ao clopidogrel é tratável

Um estudo norte-americano demonstrou que os pacientes cardíacos que sofreram uma reacção alérgica ao clopidogrel foram tratados com sucesso para aliviar a reacção e continuaram a utilizar o fármaco.

Os investigadores do Hospital Universitário Thomas Jefferson, na Filadélfia, seguiram 24 pacientes que desenvolveram alergias ao clopidogrel, após terem sido submetidos a um implante de stent coronário.

Oitenta e oito por cento dos pacientes foram capazes de continuar o tratamento com o clopidogrel sem interrupções, após terem sido tratados com anti-histamínicos e um curto tratamento com esteróides.

Os investigadores, o Dr. Michael P. Savage e a Dra. Kimberly L. Campbell, referiram que este é um estudo muito importante para muitos pacientes cardíacos, mas especialmente para aqueles que têm stents.

Todos os pacientes que recebem um stent têm de tomar clopidogrel para ajudar a prevenir uma trombose de stent, que é a formação de coágulos no stent. Isto coloca obviamente graves problemas se o paciente sofrer uma reacção alérgica à medicação.

O Dr. Savage referiu que descontinuar a toma do fármaco pode levar a um ataque cardíaco, que pode ser fatal, sendo requerido àqueles que têm um stent revestido com um fármaco receber o clopidogrel durante, pelo menos, um ano.

O investigador acrescentou que, na realidade, os seus pacientes com stents revestidos com um fármaco recebem o clopidogrel durante uma média de 17 meses, em comparação com o mínimo de um ano, sublinhando que isto é muito tempo para se estar sem uma medicação que pode salvar a vida.

O clopidogrel, que é comercializado em Portugal como Plavix, Iscover, Clopidogrel BMS, e Clopidogrel Winthrop, é utilizado para prevenir a formação de coágulos sanguíneos (trombos) que se formam em vasos sanguíneos endurecidos (artérias), um processo conhecido como aterotrombose, que pode conduzir a acidentes aterotrombóticos, tais como o acidente vascular cerebral (AVC), ataque cardíaco ou morte.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Plavix_allergic_reaction_treatable/UPI-27201238551298/

Detecção precoce do cancro do cólon pode reduzir mortalidade em 30%

As melhorias na prevenção, detecção precoce e tratamento do cancro do cólon têm reduzido amplamente a taxa de morte, sendo que o Instituto Catalão de Oncologia informou que detectar precocemente este tipo de cancro pode reduzir a mortalidade em 30 por cento.

O Dr. Randolph Hecht, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e colegas revelaram que quaisquer sintomas persistentes, como sangue nas fezes, uma alteração dos hábitos intestinais, perda de peso, dores abdominais, devem ser relatados ao médico.

Os investigadores aconselham que as pessoas que têm um risco normal comecem a fazer rastreios regulares ao cancro do cólon a partir dos 50 anos. Contudo, aquelas que têm um historial pessoal ou familiar de cancro do cólon, outros cancros ou doença inflamatória do intestino devem falar com o médico sobre começar o rastreio mais cedo.

De acordo com a responsável da Direcção de Prevenção do Instituto Catalão de Oncologia, Mercè Peris, os principais factores de risco são as dietas ricas em gorduras e pobres em frutas e verduras, o tabaco, a falta de exercício físico e o sedentarismo.

O cancro do cólon pode desenvolver-se durante meses sem produzir incómodos, pelo que os especialistas defendem a necessidade de programas de detecção precoce.

Para reduzir o risco de cancro do cólon, o Dr. Hecht sugere manter um peso saudável através de uma dieta baixa em gordura que inclua verduras, que contêm folato, e outros vegetais, cereais integrais, nozes e feijões, que forneçam 25 a 30 gramas de fibra por dia; consumir moderadamente bebidas alcoólicas e deixar de fumar, pois o álcool e o tabaco em conjunto estão ligados a cancros gastrointestinais; e exercício físico, pelo menos, 20 minutos, três a quatro das por semana.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/31/Death_from_colon_cancer_preventable/UPI-30141238477192/
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1135168/03/09/La-deteccion-precoz-del-cancer-de-colon-puede-reducir-la-mortalidad-un-30.html

Diagnóstico precoce pode evitar maioria dos casos de cancro oral

Nove em cada dez casos de cancro oral poderiam ser evitados através de um diagnóstico precoce da doença, segundo o director da Clínica Ruber Dental, o Dr. Guillermo Schoendorff, que recomenda ainda a procura de um especialista quando houver alguma lesão na boca que não se cure depois de dez dias.

De acordo com este perito, oito em cada 100 mil pessoas sofrem de cancro oral, sendo a falta de tempo e as longas listas de espera o que faz com que, na maioria dos casos, não se diagnostiquem a tempo estas lesões, que podem chegar a ser fatais.

Esta doença aparece principalmente na língua e no céu-da-boca, o que facilita a sua detecção precoce por parte de um especialista, sem necessidade de intervenção. Desta forma, o Dr. Schoendorff insiste que a prevenção destes tumores deve ser a base do tratamento, pois, como são tumores de progressão local, se forem diagnosticados precocemente a sobrevivência dos pacientes aumenta de forma exponencial.

A população com maior risco são os pacientes que fumam e que bebem, sendo mais frequente em homens de meia-idade. Os pacientes com deficiências nutricionais, como falta de ferro ou vitamina A, pertencem também ao grupo de risco, enquanto que as pessoas com traumatismos repetidos na boca também são propensos a sofrer degenerações tumorais e, por isso, estes casos devem ser cuidadosamente estudados e avaliados.

A lista de tratamentos para combater o cancro oral é muito ampla e eficaz, ainda que o êxito depende da situação em que se encontre o carcinoma. A quimioterapia e a radioterapia, assim como a remoção nos casos mais extremos, resultam efectivas para a cura total da doença. Posteriormente, poderá ser necessário realizar sessões de fisioterapia facial que ajudem o paciente para uma rápida reabilitação funcional.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1136286/03/09/Nueve-de-cada-10-casos-de-cancer-oral-podrian-evitarse-con-el-diagnostico-precoz-de-la-enfermedad-segun-expertos.html

terça-feira, 31 de março de 2009

Fármaco oncológico cediranib pode ajudar a combater tumores cerebrais

Investigadores revelaram que o fármaco oncológico cediranib, da AstraZeneca Plc, desenvolvido para ser o concorrente do Avastin (bevacizumab), da Roche Holding AG e da Genentech Inc, pode ajudar a combater os efeitos fatais dos tumores cerebrais sem encolhê-los.

Os investigadores referiram que o cediranib ajudou a parar a acumulação de fluido provocada pelo glioblastoma e ajudou os ratos com tumores cerebrais a viver mais tempo.

Tanto o cediranib como o Avastin são terapias delineadas para privar os tumores de alimento impedindo-os de formar vasos sanguíneos, um processo denominado anti-angiogénese.

O Dr. Rakesh Jain e colegas do Hospital Geral de Massachusetts testaram o fármaco em ratos e descobriram que este encolhia os vasos sanguíneos que tinham crescido para alimentar o tumor, fazendo também com que parassem de verter.

O artigo publicado na “Journal of Clinical Oncology” revelou que isto reduziu um tipo de inchaço chamado edema e, embora os tumores continuassem a crescer, os ratos tratados viveram mais tempo do que os ratos que não receberam o fármaco.

O Dr. Jain referiu que as descobertas sugerem que a terapia anti-angiogénese pode aumentar a sobrevivência dos pacientes, mesmo na presença de um crescimento persistente do tumor.

Contudo, o investigador referiu que o fármaco ainda está longe da perfeição no combate ao glioblastoma, o tipo mais agressivo de tumor cerebral, que mata cerca de 10 mil pessoas todos os anos.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE52T7A820090330

segunda-feira, 30 de março de 2009

Estudo questiona benefícios a longo prazo de fármacos para hiperactividade

Novos dados de uma análise a um estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental, dos Estados Unidos, com crianças com Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA), confirmaram que não houve diferenças a longo prazo nos resultados comportamentais entre aquelas que foram tratadas com fármacos para a PHDA e as que não foram.

Um dos autores do estudo, o Dr. Brooke Molina, sublinhou que os dados não sustentam que as crianças que recebem a medicação durante mais de dois anos tenham melhores resultados do que as crianças que não a recebem durante esse período.

No estudo sobre o tratamento de crianças com PHDA foi administrada aleatoriamente uma de quatro opções de tratamento: tratamento com fármacos, fármacos mais terapia conversacional, terapia conversacional isoladamente ou cuidados médicos de rotina isoladamente.

Uma análise inicial de 14 meses, publicada em 1999, demonstrou que as crianças tratadas com estes fármacos demonstraram mais melhorias dos sintomas, em comparação com aquelas que receberam apenas terapia conversacional e cuidados de rotina.

Contudo, uma análise de seguimento em 2007 já não demonstrou diferenças no comportamento entre as crianças tratadas com este tipo de fármacos e aquelas que não o foram. Adicionalmente, os dados de 2007 indicaram que as crianças que tomaram fármacos para a PHDA, durante 36 meses, eram mais baixas e pesavam menos do que aquelas que não receberam os fármacos.

As últimas descobertas, publicadas na “Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry”, incluem dados de um seguimento de oito anos e confirmaram que não existiam diferenças no comportamento a longo prazo entre os que tomaram os fármacos e os que não tomaram.

O investigador William Pelham concluiu que uma interpretação possível dos dados é que os fármacos para a Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção são úteis a curto prazo, mas ineficazes a longo prazo.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=028885D6B89449669AFE5D8274D902AC

Cafeína reduz em 65% o risco de Alzheimer

Neurologistas escandinavos revelaram que a cafeína reduz em 65 por cento a probabilidade de sofrer de Doença de Alzheimer e outras demências.

Os investigadores da Universidade de Kuopio, na Finlândia, do Instituto Karolinska de Estocolmo, na Suécia, e da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, constataram que os consumidores habituais de cafeína, entre três e cinco chávenas de café por dia, têm menos riscos de padecer de Alzheimer ou outra demência, em comparação com as pessoas que não consomem cafeína.

Uma amostra de 1 409 indivíduos permaneceu em observação durante uma média de 21 anos para determinar como a cafeína actuava no sistema neurológico com o passar dos anos.

Recentemente a Universidade de Barcelona publicou um estudo, que desenvolveu conjuntamente com o Instituto de Investigações Biomédicas August Pi i Sunyer, do Hospital Clínico de Barcelona, no qual realçou que a cafeína estimula o sistema nervoso central e melhora o tempo de resposta e rendimento em tarefas de memória a curto prazo.

Este estudo, que valoriza os efeitos da cafeína e do açúcar sobre o funcionamento do cérebro e do rendimento intelectual, utilizou provas neuropsicológicas estandardizadas e de imagens por ressonância magnética.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1132156/03/09/La-cafeina-reduce-un-65-el-riesgo-de-Alzheimer.html

Estudo: Fármaco ezetimiba para o colesterol não aumenta o risco de cancro

Descobertas de um estudo de larga escala sugerem que o fármaco ezetimiba, comercalizado em Portugal como Adacai e Ezetrol, para baixar o colesterol, não aumenta o risco de cancro, contrariamente ao que referia um relatório recente.

De acordo com o mesmo estudo, estas descobertas também são verdadeiras para os fármacos que combinam ezetimiba e sinvastatina, comercializados em Portugal como Inegy e Vytorin.

Segundo a Reuters Health, num ensaio relatado no ano passado, a utilização de ezetimiba mais sinvastatina foi associada a uma taxa de cancro de 11 por cento, significativamente mais elevada do que a taxa de 8 por cento observada em pacientes que receberam placebo.

Esta descoberta provocou uma preocupação generalizada, mas faltavam dados de estudos que reflectissem como o fármaco é utilizado no mundo real, fora do ambiente controlado do ensaio clínico.

Um dos autores do estudo, o Dr. Richard H. Karas, da Faculdade de Medicina da Universidade Tufts, em Boston, referiu que a actual análise no mundo real não demonstra um aumento do risco nos pacientes que receberam ezetimiba ou ezetimiba mais sinvastatina para baixarem os níveis de colesterol.

As descobertas são provenientes de uma análise de todos os relatórios de cancro apresentados à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), entre Julho de 2004 e Março de 2008, dos utilizadores de ezetimiba ou ezetimiba mais sinvastatina. As taxas de cancro documentadas nestes relatórios foram então comparadas às taxas de utilizadores de outros fármacos para baixar o colesterol.

Durante o período de quatro anos, foram prescritas 559 milhões de receitas para todos os fármacos estudados e foram apresentados 2 334 relatórios de cancro, segundo o artigo publicado na “Journal of Clinical Lipidology”.

O número de relatórios de cancro por um milhão de prescrições de ezetimiba foi de 2,9 e para prescrições de ezetimiba mais sinvastatina foi de 1,3. Para os outros fármacos, os números variaram entre 3,1 e 5,1.

Aproximadamente, 2 por cento de todos os relatórios de efeitos secundários estavam relacionados com cancro. Para os outros fármacos, esta percentagem variou entre 1,3 e 3,9 por cento.

Conjuntamente, estas descobertas sugerem que o risco de cancro com a utilização de ezetimiba ou ezetimiba mais sinvastatina não é maior do que o risco observado com outro fármaco para baixar o colesterol.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/27/eline/links/20090327elin026.html

Investigadores testam tratamento para aumento de peso provocado por antipsicóticos

Médicos norte-americanos estão a testar um tratamento para combater o aumento de peso provocado por alguns medicamentos antipsicóticos.

O ensaio clínico aleatório e controlado por placebo, publicado na “Biological Psychiatry”, avaliou a adição ao tratamento do fármaco modafinil, actualmente utilizado para aumentar o estado de vigília nas pessoas com distúrbios do sono.

Todos os participantes do estudo, voluntários normais, receberam olanzapina, um fármaco normalmente utilizado para tratar distúrbios psicóticos. Metade dos participantes também recebeu tratamento com modafinil, enquanto a outra metade recebeu placebo.

Após três semanas, embora o Índice de Massa Corporal (IMC) tenha aumentado em ambos os grupos, aqueles que receberam olanzapina mais placebo demonstraram um aumento de peso significativamente maior do que aqueles que receberam olanzapina mais modafinil.

O investigador principal, o Dr. James Roerig, da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade do Dakota do Norte e do Instituto de Investigação Neuropsiquiátrica, em Fargo, referiu que este estudo de curto prazo em indivíduos saudáveis demonstra-se promissor.

Os fármacos antipsicóticos, como a olanzapina, risperidona e quetiapina, normalmente têm sido utilizados não só para tratar distúrbios psicóticos como a esquizofrenia, mas também para o distúrbio bipolar e mesmo para problemas comportamentais relacionados com a demência.

Os investigadores acrescentaram que o efeito secundário do aumento de peso, habitualmente observado com os medicamentos antipsicóticos, faz com que muitos pacientes descontinuem o tratamento.

De acordo com a United Press International, o Dr. Roerig referiu que agora o modafinil pode ser avaliado como um candidato viável para um ensaio clínico maior e mais complexo para determinar a eficácia na população de pacientes.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/27/Fighting_anti-psychotic_drug_weight_gain/UPI-86201238205367/

domingo, 29 de março de 2009

Distúrbios psiquiátricos são comuns em adultos com anorexia

Investigadores suecos referiram que os distúrbios psiquiátricos são comuns em adultos que têm anorexia, um distúrbio alimentar.

De acordo com a United Press International, desde 1985, foram estudados 51 adolescentes com anorexia nervosa, juntamente com um grupo de controlo com o mesmo número de pessoas saudáveis. Os grupos foram investigados e comparados diversas vezes ao longo do período do estudo.

A Dra. Elisabet Wentz, da Academia Sahlgrenska da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, referiu que este é o único estudo no mundo que reflecte o rumo natural da anorexia na população.

As descobertas, que foram publicadas na "British Journal of Psychiatry” e na “International Journal of Eating Disorders”, revelaram que 39 por cento dos participantes tinham, pelo menos, outro distúrbio psiquiátrico, para além do distúrbio alimentar, sendo o distúrbio obsessivo compulsivo o mais comum.

A Dra. Wentz revelou que 18 anos após se ter iniciado o estudo, três mulheres ainda não recuperaram da anorexia, 13 pessoas têm incapacidades ou estiveram de baixa durante mais de seis meses devido a um distúrbio alimentar ou outro distúrbio psiquiátrico.

Estudos anteriores têm demonstrado que a anorexia é um diagnóstico com um prognóstico muito fraco, uma vez que cerca de 1 em 5 pacientes morre como resultado da doença. A Dra. Wentz sublinhou que contrastantemente não houve qualquer morte entre os participantes deste estudo.

A anorexia nervosa é uma perturbação caracterizada por uma distorção da imagem corporal, um medo extremo da obesidade e a rejeição de manter um peso mínimo normal.

Cerca de 95 por cento das pessoas que sofrem desta perturbação são mulheres. Geralmente, começa na adolescência, por vezes antes, e menos frequentemente na idade adulta, sendo que na sociedade ocidental o número de pessoas com esta perturbação tem tendência a aumentar.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/27/Psychiatric_disorders_common_with_anorexia/UPI-89461238179153/

sexta-feira, 27 de março de 2009

Endometriose e doença periodontal podem estar associadas

Resultados de um estudo publicado na revista científica “Fertility and Sterility” sugerem uma possível associação entre a endometriose e a doença periodontal.

A endometriose ocorre quando o tecido que reveste o útero, o endométrio, começa a crescer e a dispersar-se para fora do útero, incluindo para a pélvis e intestinos, assim como para as trompas de Falópio, ovários e outras áreas. Quando este tecido se dispersa durante o ciclo menstrual, a doença provoca dores pré-menstruais, períodos dolorosos e abundantes e, por vezes, infertilidade. A doença periodontal envolve a infecção e inflamação das gengivas, tecidos e ossos à volta dos dentes.

O Dr. Dan I. Lebovic, do Sistema de Saúde da Universidade do Michigan, em Ann Arbor, e colegas sugeriram que um factor que contribui para o desenvolvimento da endometriose poderá ser um defeito na capacidade do sistema imunitário limpar o fluxo menstrual retrógrado. A auto-imunidade também tem sido implicada no desenvolvimento da doença periodontal.

Para investigar esta questão, os investigadores examinaram a associação entre a endometriose e a doença periodontal utilizando dados de 4 136 mulheres que participaram numa sondagem sobre nutrição e saúde nacional entre 1999 e 2004.

Os resultados revelaram que as mulheres com endometriose tinham um risco 57 por cento maior de sofrer gengivite e periodontite, em comparação com as mulheres que não tinham endometriose.

Embora a endometriose possa ser o resultado de factores múltiplos, também pode ser aumentada por uma resposta imunitária a um agente infeccioso, sendo que a ligação subjacente entre as duas doenças poderá ser uma desregulação imunitária global e generalizada.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE52P5GW20090326

quinta-feira, 26 de março de 2009

Problemas cutâneos aumentam 20% devido a alterações psicológicas

As pessoas com alterações psicológicas têm 20 por cento mais risco de sofrerem problemas cutâneos do que a população em geral, sendo que os pacientes hospitalizados podem apresentar uma incidência acrescida de 30 por cento.

A Dra. Aurora Guerra, chefe da Secção de Dermatologia do Hospital Universitário 12 de Outubro de Madrid e presidente da Secção Centro da Academia Espanhola de Dermatologia, explicou que a pele é um órgão que apresenta sintomas com facilidade, pelo que existem muitas reacções cutâneas, incluindo em condições normais e fisiológicas, e quando a mente está doente, este problema chega à pele.

Assim, a Dra. Guerra destacou a dermatite artificial ou fictícia (auto-escoriação), na qual o transtorno mental é a única origem da alteração cutânea. A investigadora explicou que lesionar a pele para pedir ajuda é uma das ferramentas que os pacientes com distúrbios factícios costumam pôr em prática.

A Dra. Guerra referiu que o protótipo do paciente com dermatite artificial é uam mulher entre os 20 e os 60 anos, com carácter introvertido, centrada em si mesma e com dificuldade em relacionar-se com os demais. Estas manifestações de forma inconsciente, intimamente supõe uma chamada de atenção, uma vez que por detrás pode haver uma depressão ou uma intenção de suicídio, acrescentou.

Outro dos problemas são as alucinações cutâneas, como as alucinações com insectos ou vermes, nas quais as pessoas pensam ter bichos e coçam-se para tirá-los, provocando feridas cutâneas extensas.

Contrariamente, a Dra. Guerra referiu as pessoas que estão mentalmente sãs e que padecem de um problema de pele, como a psoríase ou o acne, nas quais se pode revelar um transtorno como a depressão.

A investigadora sublinhou que é preciso ter em conta que, muitas vezes, se cria um ciclo vicioso, pelo que tratar apenas o problema de pele não será suficiente para se chegar a um tratamento completo e abrangente.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1124843/03/09/Los-problemas-cutaneos-aumentan-un-20-las-alteraciones-psiquicas.html

quarta-feira, 25 de março de 2009

Utilizadores de codeína apresentam um risco mais elevado de acidentes

Investigadores noruegueses revelaram que as pessoas que utilizam codeína, um analgésico, apresentam um risco mais elevado de sofrerem acidentes rodoviários com danos pessoais do que aquelas que não a utilizam.

Os investigadores do Instituto Norueguês de Saúde Pública utilizaram informações da base de dados norueguesa de prescrições e registos de acidentes rodoviários para estudar se os utilizadores de codeína ou tramadol tinham um risco acrescido de estar envolvidos em acidentes de tráfico com danos pessoais.

Durante os 33 meses do estudo, foram registados 181 acidentes rodoviários com danos pessoais nos quais o condutor tinha sido exposto à codeína e 20 após exposição ao tramadol.

A investigadora principal, a Dra. Liliana Bachs, referiu que a exposição é definida como os primeiros sete dias após a dispensa de uma receita médica de uma preparação com codeína ou tramadol.

O estudo, publicado na “Clinical Pharmacology & Therapeutics”, demonstrou que o risco de estar envolvido num acidente rodoviário com danos pessoais era duas vezes mais elevado no período após se dispensar uma receita de codeína.

Para as pessoas que utilizaram aproximadamente mais de 400 comprimidos por ano, o risco de estar envolvido num acidente rodoviário era três vezes maior.

A codeína e o tramadol são analgésicos, do grupo dos opióides, utilizados para aliviar a dor leve a moderada. Em Portugal, são diversos os medicamentos que contêm codeína, como alguns antitússicos, incluindo o Toseína, Sedotusse, Euphon, Codipront e o Codol, alguns analgésicos e antipiréticos, incluindo o Dafalgan Codeína, Dol-U-Ron e o Dolviran, e em medicamento usados na enxaqueca, como o Migraleve.

Os medicamentos contendo tramadol são variados e incluem analgésicos estupefacientes, como o Dolpar, Gelotralib, Nobligan, Paxilfar, Tramal, Travex, Zydol, Zytram, Tilalgin, Zaldiar e diversas versões genéricas.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/25/Codeine_users_have_higher_accident_risk/UPI-55301237998187/

Ácidos gordos ómega-3 reduzem risco de cancro da próstata avançado

Investigadores norte-americanos referiram que os ácidos gordos ómega-3 parecem ter um efeito protector contra o cancro da próstata avançado, mesmo nos homens que apresentam uma variante particular no gene COX-2, que aumenta o risco da doença.

O Dr. John S. Witte, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, afirmou que investigações anteriores têm demonstrado a protecção fornecida pelos ómega-3, mas este é um dos primeiros estudos que demonstra a protecção contra o cancro da próstata avançado e a interacção com o gene COX-2.

Os investigadores realizaram uma análise a 466 homens diagnosticados com cancro da próstata agressivo e a 478 homens saudáveis. A dieta foi avaliada através de questionários de frequência de alimentos e os investigadores efectuaram ainda a genotipagem de nove variantes do COX-2.

A equipa de investigação relatou, na “Clinical Cancer Research”, que aumentar a ingestão de ácidos gordos ómega-3 de cadeia longa, como os encontrados no salmão e marisco, foi fortemente associada a uma diminuição do risco de cancro da próstata agressivo.

Os homens que consumiram a maior quantidade destes ómega-3 apresentaram uma redução de 63 por cento do risco de cancro da próstata agressivo, em comparação com os homens que consumiram a menor quantidade.

O Dr. Witte sublinhou que um facto importante é que este efeito protector foi ainda mais forte nos homens que apresentam uma variante do COX-2, a rs4647310, que é um factor de risco do cancro da próstata.

Especificamente, os homens com baixa ingestão de ómega-3 e com esta variante em particular tinham cinco vezes mais risco de cancro da próstata avançado. Por outro lado, os homens com elevada ingestão de ómega-3 tinham um risco substancialmente reduzido, mesmo se apresentavam a variante rs4647310.

Por outras palavras, o risco acrescido de cancro da próstata avançado associado à variante rs4647310 do gene COX-2 foi essencialmente invertido pelo aumento da ingestão de ácidos gordos ómega-3 de cadeia longa, em meio grama por dia.

Em termos práticos, o efeito mais forte foi observado através da ingestão de peixes de carne escura, como o salmão, uma ou mais vezes por semana.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/25/eline/links/20090325elin026.html

Fumar aumenta o risco de inflamação do pâncreas

Investigação dinamarquesa demonstrou que fumar aumenta o risco de desenvolver uma inflamação do pâncreas difícil de tratar, denominada pancreatite, sendo que o risco pode persistir mesmo depois de se deixar de fumar.

Estudos anteriores têm sugerido que o tabagismo poderá estar associado a danos no pâncreas, mas tem sido difícil estabelecer o tabaco como um factor de risco da doença. O consumo excessivo de álcool e os cálculos biliares são consideradas as principais causas na maioria dos casos de pancreatite.

Para investigar se fumar realmente prejudica o pâncreas, a Dra. Janne Schurmann Tolstrup, da Universidade do Sul da Dinamarca, em Copenhaga, e colegas analisaram os resultados de exames físicos e o estilo de vida de 17 905 homens e mulheres, para determinar a associação entre o tabagismo e a pancreatite. Os participantes foram seguidos durante uma média de 20 anos.

De acordo com os investigadores, os participantes que fumavam no início do estudo, ou que tinham sido fumadores, apresentavam maiores riscos de desenvolver pancreatite aguda e crónica, em comparação com os não fumadores. Os participantes que fumavam cerca de 15 a 24 cigarros por dia tinham 2,6 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença.

No final do estudo, 235 pessoas desenvolveram pancreatite, sendo que aproximadamente 46 por cento dos casos foram atribuídos ao tabagismo. Os investigadores descobriram que o efeito do tabaco foi independente do consumo de álcool e cálculos biliares.

Entre os participantes, 58 por cento das mulheres e 68 por cento dos homens eram fumadores, 15 por cento das mulheres e 19 por cento dos homens eram ex-fumadores, e 28 por cento das mulheres e 13 por cento dos homens nunca tinham fumado.

Os investigadores concluíram, na “Archives of Internal Medicine”, que, excluindo as evidências epidemiológicas de uma associação entre o tabagismo e o desenvolvimento de pancreatite aguda e crónica, parece plausível um efeito biológico do tabagismo, tanto em modelos animais como em estudos em humanos, pois ambos demonstram alterações no pâncreas e no funcionamento pancreático depois da exposição ao fumo do tabaco.

A pancreatite, uma inflamação do pâncreas que se costuma caracterizar por dor abdominal, tem aumentado nas últimas décadas.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1118591/03/09/El-tabaquismo-aumenta-el-riesgo-de-pancreatitis.html
www.reutershealth.com/archive/2009/03/24/eline/links/20090324elin005.html

Tibolona reduz gordura corporal nas mulheres na pós-menopausa

Resultados de um estudo revelaram que o tratamento com a hormona sintética tibolona está associado a uma redução da gordura corporal e dos níveis de leptina nas mulheres na pós-menopausa.

O Dr. Mithat Erenus, do Hospital Universitário de Marmara, em Istambul, na Turquia, e colegas dividiram aleatoriamente 120 mulheres por três grupos, tendo um grupo recebido uma combinação de 0,625 miligramas (mg) de estrogénio mais 2,5 mg de acetato de medroxiprogesterona, outro 2,5 mg de tibolona, e outro não recebeu tratamento, servindo assim de controlo, durante seis meses.

Os investigadores relataram, na “Fertility and Sterility”, que os níveis de leptina estavam fortemente correlacionados com a percentagem total de gordura e o total de massa gorda no início.

Após seis meses, as mulheres do grupo de controlo apresentaram um aumento de peso e uma diminuição gradual dos níveis de leptina. A leptina é uma hormona natural que regula o metabolismo da gordura. As mulheres na pós-menopausa tendem a ganhar peso acompanhado com uma redução das concentrações de leptina. Isto pode explicar a tendência das mulheres acumularem gordura visceral após a menopausa.

As mulheres que receberam terapia hormonal (estrogénio mais medroxiprogesterona) apresentaram um aumento significativo dos níveis de leptina. Contudo, as mulheres no grupo da tibolona apresentaram uma redução significativa dos níveis de leptina acompanhada com uma diminuição da massa gorda total, da percentagem de gordura e um aumento da massa magra total. As alterações nos níveis de leptina foram mais pronunciados nas mulheres magras.

A administração da terapia hormonal aumenta os níveis de leptina, enquanto mantém o peso corporal e a distribuição da gordura corporal, mas a utilização de tibolona reduz os níveis de leptina, a percentagem de gordura total e a massa gorda total.

Contudo, os investigadores referiram que este estudo não incluiu informações sobre os níveis de hormonas de crescimento ou actividade física, que podem ter impacto no ganho de peso nas mulheres na pós-menopausa.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/24/eline/links/20090324elin022.html

terça-feira, 24 de março de 2009

Baixa dosagem de acitretina pode ajudar a reduzir psoríase das unhas

Investigadores italianos revelaram que o tratamento com uma baixa dosagem do fármaco acitretina, utilizado para tratar a psoríase da pele, parece ajudar a reduzir a psoríase das unhas.

No estudo, os investigadores da Universidade de Bolonha avaliaram o efeito da terapia com uma baixa dosagem de acitretina (0,2 a 0,3 miligramas por quilograma por dia durante seis meses) nas unhas de 27 homens e nove mulheres, com uma média de 41 anos, que sofriam de psoríase das unhas.

Os participantes foram seguidos durante, pelo menos, seis meses após o tratamento, tendo sido utilizado o Índice de Severidade da Psoríase Ungueal (NAPSI) para classificar a gravidade da doença. Os resultados mais elevados indicaram sintomas mais graves.

Os investigadores revelaram, na "Archives of Dermatology”, que as percentagens médias de redução da pontuação do NAPSI e do NAPSI modificado foram de 41 por cento e de 50 por cento, respectivamente.

A avaliação clínica aos seis meses demonstrou um desaparecimento completo ou quase completo das lesões das unhas em nove pacientes (25%), melhoria moderada em nove pacientes (25%), melhoria ligeira em 12 pacientes (33%) e nenhuma melhoria em seis pacientes (11%).

Os investigadores referiram que apenas um dos 36 participantes do ensaio apresentou efeitos adversos nas unhas durante o tratamento.

Os investigadores concluíram que, embora sejam necessários mais estudos para avaliar meticulosamente a efectividade em populações mais abrangentes, as observações sugerem que a administração sistémica de acitretina em baixas dosagens deve ser considerada no armamentário terapêutico do tratamento da psoríase das unhas.

Cerca de 78 por cento das pessoas que sofrem de psoríase têm psoríase das unhas, ou ungueal, que inclui picotado, onicólise (descolamento da unha do leito ungueal), mancha de óleo, espessamento ungueal com distrofia, contornos das unhas vermelhos e inflamados.

Isabel Marques

Fontes:
www.nlm.nih.gov/medlineplus/news/fullstory_81808.html

Antidepressivo mais antigo revela-se melhor para depressão na Doença de Parkinson

Um pequeno ensaio clínico revelou que as pessoas com Doença de Parkinson que necessitam de tratamento para a depressão parecem responder melhor a um antidepressivo mais antigo, em comparação com um agente mais recente.

O Dr. Matthew Menza, da Faculdade de Medicina Robert Wood Johnson, em Piscataway, em Nova Jérsia, referiu à Reuters Health que as pessoas com depressão e Parkinson realmente respondem aos antidepressivos, sendo este facto importante, porque a depressão na Doença de Parkinson é frequentemente sub-reconhecida, subavaliada e subtratada. Normalmente, a atitude é: “é claro que está deprimido, tem uma doença grave”.

Os investigadores referiram, na revista científica “Neurology”, que têm existido poucos ensaios comparativos de diferentes antidepressivos para os pacientes que sofrem de Parkinson com depressão.

Para analisar esta questão, os investigadores compararam um antidepressivo tricíclico mais antigo, a nortriptilina, a um agente inibidor selectivo de recaptação da serotonina (ISRS) mais recente, a paroxetina, em 52 pacientes com Doença de Parkinson diagnosticados com depressão major.

Dezoito pacientes receberam paroxetina, 17 tomaram nortriptilina e os restantes 17 receberam placebo. Após oito semanas, as alterações numa escala de pontuação standard da depressão favoreceu significativamente a nortriptilina.

O Dr. Menza referiu que outro ponto que consideram importante é o facto da nortriptilina ter sido efectiva na melhoria de uma variedade de outros sintomas comuns na Doença de Parkinson e que provocam problemas significativos. Por exemplo, o sono e a ansiedade melhoraram significativamente. Além disso, a qualidade de vida em geral foi muito melhor para aqueles cuja depressão melhorou.

Contudo, este estudo ainda é preliminar, tendo o investigador acrescentado que não são capazes de prever quem irá responder a qual tratamento.

O Dr. Menza sublinhou que muitas pessoas com Parkinson e depressão respondem muito bem a psicoterapia ou a abordagens como exercício e redução do stress. O tratamento com medicamentos deve ser personalizado para cada pessoa com monitorização cuidadosa em relação à tolerabilidade, segurança e efectividade.

A nortriptilina é comercializada em Portugal como Norterol, não existindo versões genéricas, e a paroxetina é comercializada como Paxetil, Seroxat, Stiliden, Denerval, Dropax e em diversas versões genéricas.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/18/eline/links/20090318elin025.html

Modafinil para a narcolepsia pode provocar dependência

O modafinil, um fármaco para o tratamento da narcolepsia (acesso súbito, de curta duração, de uma necessidade irresistível de dormir) que é cada vez mais utilizado por pessoas saudáveis para aumentar a performance cerebral, pode provocar dependência em pessoas vulneráveis e a sua utilização deve ser monitorizada.

Um estudo piloto, publicado na “Journal of the American Medical Association”, que envolveu 10 homens saudáveis, descobriu que em dosagens normais o fármaco modafinil aumenta os níveis do químico dopamina na mesma parte do cérebro que é activada com outras drogas de abuso.

A Dra. Nora Volkow, directora do Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas dos Estados Unidos, referiu que o fármaco apresenta a assinatura de que pode potencialmente provocar dependência.

A Dra. Volkow referiu que estudos têm consistentemente demonstrado que todas as drogas de abuso têm um efeito comum no aumento da dopamina nesta área, no núcleo accumbens.

Embora oficialmente o modafinil só esteja aprovado para o excesso de sonolência associada à narcolepsia, apneia do sono e distúrbio do sono do trabalho por turnos, também é utilizado para a perda de peso, transtorno do déficit de atenção e hiperactividade, fadiga e depressão.

Contudo, a sua utilização cada vez maior em campus universitários para melhorar a performance cognitiva levou a Dra. Volkow a procura analisar mais de perto o potencial do fármaco provocar dependência e abuso.

A Dra. Volkow sublinhou que o principal problema não são as pessoas a quem o fármaco é prescrito correctamente, mas aquelas que possam estar a fazer uma utilização incorrecta ou a abusar da medicação.

A mensagem para as pessoas que estão a tomar esta medicação para melhoraria cognitiva é que a sua utilização pode resultar em efeitos cognitivos muito graves, incluindo dependência.

O modafinil é comercializado em Portugal como Modiodal, da Cephalon, e na versão genérica como Modafinil Generis.

Isabel Marques

segunda-feira, 23 de março de 2009

Proteína da ervilha amarela pode ser chave para hipertensão e insuficiência renal

Investigadores da Universidade de Manitoba, em Winnipeg, no Canadá, descobriram que uma proteína da ervilha amarela poderá ser utilizada como suplemento natural na luta contra a hipertensão arterial e a insuficiência renal crónica.

O investigador principal do estudo, o professor Rotimi Aluko, assegurou que, em pacientes com pressão arterial alta, esta proteína poderá retardar ou prevenir o aparecimento de danos renais, enquanto que nas pessoas diagnosticadas com insuficiência renal crónica poderá manter a pressão arterial nos níveis normais, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Para encontrar este componente, o professor Aluko purificou uma mistura de pequenas proteínas da ervilha amarela até encontrar uma partícula denominada hidrolisato.

Os investigadores alimentaram ratos de laboratório com doença renal policística, uma forma grave de insuficiência renal crónica utilizada como modelo para a investigação, com esta proteína através de pequenas doses diárias.

Os resultados demonstraram que, depois de oito semanas com uma dieta à base de ervilhas, 20 por cento dos ratos alimentados com a proteína apresentaram níveis normais de pressão arterial, em comparação com o grupo de controlo alimentado com uma dieta não modificada.

Por outro lado, os investigadores observaram que o extracto de ervilha aumentou em 30 por cento a função renal dos ratos com insuficiência renal crónica, situando-a em níveis aceitáveis, o que permitiu a eliminação de um maior número de toxinas através da urina e aliviar os sintomas da doença.

De acordo com o que explicou o professor Aludo, o principal inconveniente desta descoberta prende-se com o facto desta proteína, que se encontra de forma natural nas ervilhas, não estar activada. Assim, se as estas não passarem antes por um laboratório, as ervilhas amarelas continuarão a ser um excelente alimento para a dieta, mas não terão um efeito curativo sobre estas doenças.

Ainda assim, o investigador calcula que, se os testes em humanos forem positivos, o extracto poderá começar a ser comercializado dentro de dois a três anos em forma de pó solúvel, como condimento para saladas, em bebidas ou em comprimidos dietéticos.

Isabel Marques

Fontes:
http://ecodiario.eleconomista.es/salud/noticias/1115070/03/09/Una-proteina-del-guisante-de-jardin-posible-clave-en-la-lucha-contra-la-hipertension-y-la-insuficiencia-renal.html

Alerta: Canetas de insulina e cartuchos não devem ser partilhados

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) emitiu um alerta chamando a atenção para o facto das canetas de insulina de um paciente e as recargas/cartuchos de insulina não deverem ser utilizadas para administrar a medicação a múltiplos pacientes, devido ao potencial risco de transmissão de patogénios transportados pelo sangue, tais como o VIH e vírus das hepatites.

As canetas de insulina são instrumentos de injecção em forma de caneta que contêm uma agulha descartável e um reservatório de insulina ou um cartucho de insulina. Os dispositivos tipicamente contêm insulina suficiente para o paciente auto-administrar várias doses de insulina, antes do reservatório ou cartucho ficar vazio. Todas as canetas de insulina estão aprovadas apenas para a utilização por um único paciente (um dispositivo para apenas um paciente).

As canetas de insulina estão delineadas para serem seguras para um único paciente utilizar uma única caneta múltiplas vezes com uma agulha nova para cada injecção, referiu a Dra. Amy Egan, Directora Delegada de segurança da Divisão de Produtos de Metabolismo e Endocrinologia da FDA, no Centro de Avaliação e Investigação de Medicamentos.

De acordo com a Dra. Egan, as canetas de insulina não estão delineadas, nem são seguras, para uma caneta ser utilizada por mais do que um paciente, mesmo se as agulhas forem trocadas entre um paciente e outro, devido ao risco de transmissão de patogénios transportados pelo sangue.

Isabel Marques

Fontes:

www.fda.gov/bbs/topics/NEWS/2009/NEW01976.html

domingo, 22 de março de 2009

Chá verde pode ajudar a manter as gengivas saudáveis

Um novo estudo sugere que uma chávena de chá verde por dia pode ajudar a prevenir doença das gengivas.

Os investigadores da Universidade de Kyushu, em Fukuoka, no Japão, descobriram que, entre japoneses de meia-idade, a probabilidade de sofrer de doença das gengivas diminuía à medida que a ingestão de chá verde aumentava.

Os investigadores relataram na “Journal of Periodontology” que, por cada chávena diária que os homens bebiam, o risco de apresentarem sinais de doença das gengivas, incluindo retracção gengival, gengivas que sangram facilmente, diminuía.

Contudo, as descobertas não significam que o chá verde é um substituto da consulta do dentista. O Dr. Yoshihiro Shimazaki referiu à Reuters Health que a relação entre o chá verde e as baixas probabilidades de doença das gengivas foi moderadamente reduzida, sendo um bom cuidado oral geral o mais importante.

Para este estudo, os investigadores examinaram 940 homens, com idades entre os 49 e os 59 anos, procurando sinais de doença das gengivas. Os homens também completaram um questionário relativamente aos hábitos de fumar e beber, hábitos de lavagem dos dentes e ingestão de chá verde.

No geral, o estudo descobriu que as probabilidades de doença das gengivas diminuíam à medida que a ingestão de chá verde aumentava, mesmo tendo os outros factores de estilo de vida em consideração.

Contudo, os investigadores não possuíam informações relativas à dieta alimentar dos homens, sendo que estudos anteriores sugeriram que determinados alimentos e nutrientes, como cereais integrais, fibra e vitamina C, podem proteger contra doença das gengivas.

De acordo com o Dr. Shimazaki, se o chá verde em si combate realmente a doença das gengivas, pode dever-se à sua concentração de compostos antioxidantes chamados polifenóis.

A doença das gengivas ocorre devido a infecções bacterianas, sendo que investigações laboratoriais sugerem que os polifenóis do chá verde podem inibir esses germes e os danos que estes provocam.

Isabel Marques

Fontes:
www.reutershealth.com/archive/2009/03/20/eline/links/20090320elin001.html

Álcool é o maior factor de risco de alguns cancros

Investigadores canadianos referiram que o álcool é o maior factor de risco de cancro relacionado com o acetaldeído, que ocorre frequentemente no tracto digestivo superior.

Os investigadores do Centro para Dependência e Saúde Mental, em Toronto, e do Laboratório de Investigação Química e Veterinária de Karlsruhe, na Alemanha, referiam que o acetaldeído está amplamente presente no ambiente, é inalado através do ar e fumo do tabaco, ingerido através do álcool e alimentos e produzido no organismo humano durante o metabolismo das bebidas alcoólicas.

A investigação indicou que este químico orgânico tem um papel significativo no desenvolvimento de determinados tipos de cancros, especialmente do tracto digestivo superior, e está actualmente classificado como um possível carcinogénico pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O estudo, publicado na “Addiction”, descobriu que o risco derivado da ingestão de acetaldeído apenas através de bebidas alcoólicas pode exceder os limites de segurança habituais para consumidores excessivos de álcool.

O estudo de avaliação de risco descobriu que a exposição média ao acetaldeído derivada das bebidas alcoólicas resultou num risco de cancro ao longo da vida de 7,6/10 000.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/20/Alcohol_greatest_risk_factor_some_cancers/UPI-71681237602618/

sexta-feira, 20 de março de 2009

Milhões de pessoas podem beneficiar da toma de estatinas

Investigadores norte-americanos referiram que mais de 6 milhões de pacientes cardíacos podem beneficiar da toma de estatinas para prevenir ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

A Dra. Erin D. Michos, da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, referiu que cerca de metade de todos os eventos cardiovasculares ocorrem em pacientes que não têm colesterol elevado e que aproximadamente 20 por cento desses eventos ocorrem em pessoas que não têm qualquer factor identificável de risco de doença cardiovascular.

Os investigadores basearam-se nas pesquisas do Hospital Brigham e de Mulheres, em Boston, que descobriram que as estatinas protegem contra os ataques cardíacos e AVCs, mesmo em pacientes adultos mais velhos.

A Dra. Michos e o Dr. Roger S. Blume, que reuniram dados de uma sondagem sobre nutrição e saúde nacional, estimaram que cerca de 6,5 milhões de adultos com baixo colesterol e elevada proteína C-reactiva, um biomarcador de inflamação e indicador de risco de doença cardíaca, podem beneficiar das estatinas.

O estudo, publicado na “Journal of the American College of Cardiology”, revelou ainda que se os investigadores expandirem os critérios da pesquisa para o nível de colesterol limite a 160 mg/dl, que os médicos frequentemente utilizam para decidir se prescrevem ou não estatinas, o grupo que beneficia das estatinas pode aumentar para 10 milhões de pessoas.

Os investigadores estão assim a demonstrar que os médicos podem ser capazes de prevenir milhares de ataques cardíacos, AVCs e mortes todos os anos, se se expandir os critérios de prescrição de estatinas para incluir os níveis da proteína C-reactiva, algo que se pode avaliar através de um simples teste sanguíneo.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/19/Millions_may_benefit_from_taking_statins/UPI-27521237506560/

Herceptin prolonga sobrevivência de pacientes com cancro do estômago

Resultados de um estudo de Fase III demonstraram que a utilização do fármaco oncológico Herceptin (trastuzumab), da Roche, em combinação com quimioterapia standard, prolongou significativamente a sobrevivência geral dos pacientes com cancro do estômago (gástrico) avançado HER2 positivo, em comparação com quimioterapia isoladamente.

O ensaio envolveu 594 pacientes com cancro gástrico HER2 positivo inoperável, localmente avançado, recorrente e/ou metastático. Os pacientes receberam aleatoriamente um tratamento de primeira linha com Herceptin, em combinação com quimioterapia, ou quimioterapia isoladamente.

O primeiro objectivo era a sobrevivência geral, enquanto os objectivos secundários incluíam a sobrevivência livre de progressão e a taxa de resposta geral.

O chefe da divisão farmacêutica da Roche, William Burns, sublinhou que este estudo demonstrou, pela primeira vez, que o Herceptin prolonga a sobrevivência dos pacientes com outro cancro que não o cancro da mama.

O Herceptin está aprovado para o tratamento do cancro da mama, estando a ser avaliada a sua utilização para o cancro do estômago.

O cancro do estômago é a segunda causa de morte relacionada com cancro mais comum a nível mundial, com mais de 900 mil novos casos diagnosticados todos os anos. Este cancro habitualmente não é diagnosticado até estar numa fase avançada, porque os pacientes frequentemente não relatam sintomas antes dessa fase.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=365E897ECFF64A158DE76185EDBBCD68

quinta-feira, 19 de março de 2009

Fibrilhação auricular é mais perigosa para diabéticos

Cardiologistas australianos alertam para o facto da fibrilhação auricular nos pacientes diabéticos aumentar o risco de morte devido a problemas cardiovasculares.

Este estudo, publicado na "European Heart Journal”, informa os médicos de que a fibrilhação auricular, uma anomalia no ritmo cardíaco, é um marcador de risco acrescido de eventos cardiovasculares e mortalidade em diabéticos, tanto homens como mulheres. Estes pacientes devem controlar mais agressivamente os factores de risco, tais como pressão sanguínea e colesterol.

A investigadora principal, a Dra. Anushka Patel, da Universidade de Sydney, referiu que isto é uma questão diferente do controlo da frequência e ritmo, ou da utilização de anticoagulantes para prevenir os eventos tromboembólicos, que é a terapêutica habitual nos pacientes com fibrilhação auricular. Estas questões também são importantes, mas os investigadores acreditam que os dados sugerem que uma consciencialização acrescida e uma gestão do risco cardiovascular geral também é importante.

O ensaio internacional e aleatório, que envolveu 11 140 pacientes com diabetes tipo 2, descobriu que os pacientes com fibrilhação auricular, no início do estudo, apresentavam um risco 61 por cento mais elevado de morrer devido a qualquer causa, um risco 77 por cento mais elevado de morrer devido a causas cardiovasculares, tais como ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC), e um risco 68 por cento mais elevado de desenvolverem problemas cardiovasculares, em comparação com os pacientes diabéticos que não sofrem de fibrilhação auricular.

Contudo, os investigadores também descobriram que os riscos de morrer ou desenvolver complicações cardiovasculares diminuem quando os pacientes diabéticos com fibrilhação auricular são tratados de forma agressiva com uma combinação de fármacos para reduzir a pressão sanguínea.

A fibrilhação auricular é um distúrbio da frequência e do ritmo do coração caracterizada pela contracção rápida e descoordenada das câmaras superiores (aurículas) e inferiores (ventrículos) do coração, por alteração do funcionamento do sistema de condução eléctrica do coração.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/18/Atrial_fibrillation_riskier_for_diabetics/UPI-15941237423989/

quarta-feira, 18 de março de 2009

Vitamina D pode não ajudar a tratar a depressão

Investigadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, demonstraram que não existe uma relação clara entre os níveis de vitamina D no sangue e a depressão.

O investigador principal, o Dr. Oscar Franco, referiu que a falta de vitamina D, devido à reduzida exposição à luz solar, tem sido associada à depressão e aos sintomas de Depressão Sazonal ou Distúrbio Afectivo Sazonal.

Os investigadores recrutaram 3 262 pessoas com idades entre os 50 e os 70 anos de Pequim e Xangai, na China, e testaram os níveis de vitamina D no sangue. Os participantes do estudo tiveram de completar um questionário para se poder avaliar a prevalência de sintomas depressivos.

O estudo, publicado na “Journal of Affective Disorders”, descobriu que não existe uma clara associação entre os sintomas depressivos e a concentração de vitamina D no sangue.

O Dr. Franco referiu que o estudo, desenvolvido em colaboração com os colegas da Academia Chinesa de Ciências, não avaliou se os sintomas depressivos eram sazonais e sugeriu que é necessário efectuar mais estudos.

O investigador referiu ainda que poucos estudos exploraram a associação entre as concentrações sanguíneas de vitamina D e a depressão na população geral. Uma deficiência de vitamina D também tem sido atribuída a diversas doenças crónicas, incluindo osteoporose, cancros comuns, doenças auto-imunes e cardiovasculares.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2009/03/18/Vitamin_D_may_not_help_treat_depression/UPI-25811237404556/

Farmacêutica relata 15 mortes entre pacientes que utilizaram RoActemra

A Chugai Pharmaceutical Co, a unidade japonesa da Roche Holding AG, relatou a ocorrência de 15 mortes entre os pacientes que utilizaram o fármaco RoActemra (tocilizumab) para a artrite reumatóide.

A Chugai revelou num relatório que entre os 4 915 pacientes com artrite reumatóide que receberam RoActemra, entre Abril de 2008 e Fevereiro de 2009, houve 15 mortes, não sendo possível negar a possibilidade de uma associação à utilização do RoActemra.

O porta-voz da Chugai, Masayuki Yamada, referiu que o facto de uma relação causal não poder ser negada significa que existe a possibilidade do RoActemra poder ter tido um impacto.

Desta forma, a farmacêutica quer continuar a recolher informações e análises para poder fornecer informações atempadas a instituições médicas, entre outros.

A Chugai também revelou que existiram 221 casos de efeitos adversos graves. Esta não foi a primeira vez que a farmacêutica publica um relatório sobre efeitos secundários do fármaco, sendo que tem actualizado periodicamente a informação, incluindo mortes relatadas.

O RoActemra é um anticorpo monoclonal que bloqueia as acções de um tipo específico de proteína (citocina) denominada interleucina-6. Esta proteína está envolvida em processos inflamatórios do organismo e o seu bloqueio pode reduzir a inflamação no seu corpo.

O RoActemra é utilizado no tratamento da artrite reumatóide activa, moderada a grave, uma doença auto-imune, em doentes adultos, se terapêuticas prévias não surtiram o efeito desejado. O RoActemra ajuda a reduzir os sintomas, tais como a dor e o inchaço das articulações, e pode também melhorar a capacidade de realização das tarefas diárias.

Estima-se que a artrite reumatóide, que se caracteriza pela inflamação da membrana que envolve as articulações do corpo, o que pode provocar dores, rigidez e incapacidade, afecte mais de 20 milhões de pessoas a nível mundial.

O Japão foi o primeiro país a aprovar o RoActemra para o tratamento da artrite reumatóide, tendo-se seguido a Europa, que o aprovou em Janeiro, mas ainda não foi aprovado nos Estados Unidos.

Isabel Marques