sábado, 16 de junho de 2007

1º Transplante de células estaminais criopreservadas em Portugal

No passado mês de Fevereiro realizou-se o primeiro transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical criopreservado numa empresa privada portuguesa. O transplante teve sucesso e salvou o irmão do dador, uma criança de 14 meses. O acontecimento decorreu no Instituto Português de Oncologia do Porto e só agora foi divulgada a informação.

As células estaminais, provenientes do cordão umbilical do irmão mais velho do bebé, foram criopreservadas num banco privado português, onde permaneceram até à data.
Segundo uma fonte da Crioestaminal correu tudo bem. "A criança já teve alta e está a recuperar bem em casa, deslocando-se apenas ao IPO/Porto para exames de controlo", confirmou.

Os pais da criança decidiram guardar o sangue do irmão na Crioestaminal, que foi contactada pelo IPO/Porto quando foi diagnosticada à criança uma imunodeficiência combinada severa.
A imunodeficiência combinada severa consiste num grupo heterogéneo de doenças raras, que tem por característica a existência de deficiências no sistema imunitário, tornando os doentes mais fracos na resistência de infecções graves.

A criança em causa tinha uma redução elevada de linfócitos CD8, um problema que se poderia tornar fatal e o transplante de células estaminais provenientes de sangue do cordão umbilical era uma das soluções.
"Depois de os pais da criança nos terem dito que tinham guardado as células do sangue do cordão umbilical do irmão, contactei o laboratório, pedi a verificação das condições das células e testei a compatibilidade", disse Alzira Carvalhais, directora do Departamento de Imuno-Hemoterapia do IPO/Porto. Os casos de compatibilidade entre irmãos acontecem em 25% dos casos.

Em todo o mundo o sangue do cordão umbilical já foi utilizado em mais de 7.000 transplantes para tratar doenças hemato-oncológicas. No nosso país o sangue utilizado para transplantes era armazenado em bancos públicos internacionais mas agora a Crioestaminal já possui perto de 15 mil amostras de sangue do cordão umbilical.

Sara Nascimento

Fonte: Sol, Lusa

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