sábado, 16 de junho de 2007

Metade das mulheres portuguesas não faz reconstrução do seio

Cerca de metade das mulheres portuguesas, vitimas do cancro da mama, não efectua a cirurgia de reconstrução, isto apesar de esta cirurgia ser parte do tratamento e de Portugal contar com tratamentos e próteses de reconstrução inovadoras.

Esta foi uma das muitas questões em discussão no simpósio sobre reconstrução mamária, que decorreu ontem em Lisboa.

"Penso que há muitos casos de desconhecimento. As mulheres têm pânico de fazer a reconstrução quando deviam estar serenas", explica Biscaia Fraga, director do Departamento de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

A decisão é adiada, por medo ou desconhecimento. “Tenho mulheres que já foram operadas há 20 anos e que só agora fizeram a reconstrução. Há todo o tipo de desinformação. As pessoas pensam que podem morrer mais cedo", constata o especialista, realçando que "em situações extremas, mais vale viver com qualidade menos tempo do que mais tempo".

O simpósio abordou também novas técnicas de reconstrução mamária e lançou a discussão acerca da importância da cirurgia que conserva a mama, uma alternativa à mastectomia, que implica a retirada total ou parcial do seio.

A técnicas cirúrgicas não param de evoluir, já é possível reconstruir o seio, de uma só vez, sem cicatrizes, com recurso a tecido de zonas ocultas da mulher. Ontem foi apresentada uma prótese mamária "com um gel altamente coesivo, que não sai do sítio nem mesmo quando há um acidente que provoque um corte", adianta Biscaia Fraga.

De acordo com o cirurgião, Portugal tem acesso às técnicas mais avançadas na área da reconstrução mamária, dependendo a sua aplicação do médico responsável.

A Unidade da Mama do Centro Hospital de Lisboa Ocidental, recentemente inaugurada, é um novo e precioso recurso na luta contra o cancro da mama, uma vez que conta com médicos de várias especialidades, essenciais ao tratamento deste tipo de cancro.

O cancro da mama atinge uma em cada dez portuguesas e todos os anos são detectados seis mil novos casos.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias

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