sábado, 16 de junho de 2007

Investigadores americanos identificam células importantes para parar o crescimento do cancro

Investigadores do Laboratório Cold Spring Harbor, em Long Island, Nova Iorque, descobriram que as células progenitoras endoteliais (CPE), derivadas da medula óssea, têm um papel essencial na progressão de tumores na fase inicial e que eliminando as CPE o crescimento do cancro pára. Através da utilização de um microscópio sofisticado de alta resolução e de citometria de fluxo, os investigadores dirigiram a atenção para as fases iniciais da progressão do cancro e identificaram o papel das CPE na geração de vasos sanguíneos que permitem que o cancro cresça. Um dos investigadores, Vivek Mittal, afirmou que se se bloquearem selectivamente as CPE, os tumores serão impossibilitados de criar vasos sanguíneos e não serão capazes de sustentar o seu próprio crescimento.

Os investigadores descobriram que o papel das CPE é orientar a formação e organização da estrutura vascular que, por fim, alimenta o tumor à medida que este cresce. Os novos resultados mostram que as CPE só estão presentes nas fases inicias da progressão do tumor, antes da formação dos vasos sanguíneos.

Através da utilização de anticorpos desenvolvidos para o tratamento angiogénico do cancro, os investigadores do Laboratório Cold Spring Harbor, em colaboração com o Memorial Sloan Kettering Cancer Center, foram capazes de remover as CPE sem danificar os vasos sanguíneos saudáveis.

Isto revela um potencial clínico significativo, particularmente na luta contra um cancro que volte a crescer, após uma ressecção cirúrgica incompleta ou quimioterapia. O estudo torna claro que, para além do desenvolvimento de terapias que atacam directamente as células cancerígenas, também é igualmente importante desenvolver terapias que atacam células essenciais não-cancerígenas, como as CPE.

Estas descobertas iniciam uma área de investigação completamente nova, no que se refere à maneira como as células progenitoras vasculares controlam o crescimento dos tumores e acentuam o seu potencial nas terapêuticas contra o cancro. O estudo, publicado ontem (15 de Junho), no “Genes & Development”, resolve a questão no campo da angiogénese, tendo sido o resultado de anos de descobertas inconsistentes acerca da existência de CPE em tumores cancerígenos. Até agora, este campo de pesquisa, que se foca no desenvolvimento de novos vasos sanguíneos, tinha-se dividido entre os investigadores que sugeriram a existência de CPE e os que questionavam veementemente a sua presença.

Isabel Marques

Fontes: Cold Spring Harbor Laboratory e FirstScience

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