quinta-feira, 7 de junho de 2007

Um terço dos portugueses sofre de azia crónica

O refluxo gastroesofágico, vulgarmente conhecido por azia, afecta cerca de um terço da população portuguesa. Caracterizada pela passagem do conteúdo gástrico para o esófago, a azia crónica atinge taxas de incidência expressivas, que variam entre os 12 e os 54 por cento, nos países ocidentais.

Os dados, revelados no decorrer do XXVII Congresso Nacional de Gastrenterologia e Endoscopia Digestiva, a decorrer de 6 a 9 de Junho, em Vilamoura, Algarve, tornam a azia crónica numa doença comum, que se manifesta num largo número de pessoas. No entanto, os especialistas advertem que, apesar de esta ser uma doença comum, deve existir acompanhamento médico, já que existe a possibilidade de evolução da doença, para estádios mais graves.

Os sintomas são variados, é comum existir sensação de azia ou regurgitação. Em alguns casos, a doença pode evoluir para inflamações graves que exigem uma vigilância clínica apertada, podendo mesmo ser necessário recorrer à cirurgia.

De acordo com Guilherme Macedo, director do departamento de gastrenterologia do Hospital de São Marcos, em Braga, a azia “é uma doença crónica, o que não significa que seja eterna”, uma vez que existem algumas terapêuticas que podem conduzir ao desaparecimento dos episódios crónicos.

As terapêuticas mais comuns são prolongadas e baseiam-se em medicamentos que inibem a secreção ácida do estômago, os “inibidores da bomba de protões”, segundo Guilherme Macedo. Contudo, existem outras formas de tratamento, como a endoscopia ou a cirurgia anti-refluxo, por via laparoscópica, uma tecnologia de monitorização do abdómen, através de uma lente, colocada numa pequena incisão.

Entre as causas da doença encontram-se a alimentação desregrada, a ingestão de bebidas alcoólicas e de alguns tipos específicos de medicamentos, como nitratos, estrogénios, contraceptivos orais, bloqueadores dos canais de cálcio e outros.

De forma a evitar a manifestação da doença, os especialistas aconselham refeições pequenas, não comer duas a três horas antes de deitar, não usar roupa apertada, nem praticar actividades que levem ao aumento da pressão intra-abdominal, logo após as refeições.

No que respeita aos alimentos, devem ser evitados os chocolates, os citrinos, as refeições à base de tomate, bem como as bebidas gaseificadas e com cafeína.

Inês de Matos

Fonte: Sol

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