quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Centros de Saúde privados chegam em 2008

Está dado o primeiro passo para a criação de centros de saúde geridos por entidades privadas, sociais ou por cooperativas de médicos. Face à legislação, publicada esta quarta-feira, que os enquadra nas unidades de saúde familiar (USF), os primeiros centros de saúde geridos pelos próprios profissionais poderão surgir já no próximo ano. Os principais beneficiários são os utentes das zonas onde haja falta de clínicos.

O objectivo é colmatar a falta de médicos de família nos locais em que estes são em número insuficiente para as necessidades, refere o coordenador da Missão para a Reforma dos Cuidados Primários (MRCP), Luís Pisco, em declarações ao jornal Diário de Notícias. Até porque, as estimativas indicam que há mais de 500 mil portugueses sem médico de família, sendo que Lisboa, Porto, Braga e Setúbal são os distritos mais afectados. É aqui que deverão nascer as USF não públicas de acordo com os actuais moldes e através das candidaturas dos interessados. Resta agora esperar pela regulamentação que em breve deverá chegar ao gabinete do ministro Correia de Campos.

Em “número residual” e abstendo-se de entrar em concorrência directa com o Serviço Nacional de Saúde, estas unidades podem, por exemplo, ser compostas por cooperativas de “médicos de família que atingiram a idade da reforma”, explica Luís Pisco. Segundo garante o responsável, o sistema remuneratório será igual para o público e para o privado para que não haja fugas de médicos. Misericórdias, grupos de médicos e algumas clínicas já se mostraram interessados em abraçar a oportunidade, porém, de acordo com a lei, as autarquias vão também ter permissão para gerir as USF. Excluídos da nova legislação estão os grandes grupos de saúde.

Os utentes sem médico serão um factor determinante para a escolha dos locais onde vão ser instaladas as USF de modelo C, decisão que cabe às Administrações Regionais de Saúde.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias

Sem comentários: