quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Eli Lilly tenta aprovação do Cymbalta para a fibromialgia

A Eli Lilly apresentou um pedido à FDA para a aprovação do antidepressivo Cymbalta (duloxetina) para o controlo da fibromialgia, uma doença ainda pouco conhecida que provoca dores e fadiga debilitantes. Os resultados de estudos demonstraram que o Cymbalta ajudou a reduzir a dor nos pacientes com esta doença, em comparação com os que receberam o placebo.

No estudo que envolveu 874 pacientes com fibromialgia, com ou sem depressão, aqueles a quem foi administrado o Cymbalta apresentaram uma maior redução da intensidade da dor, após uma semana desde o início do tratamento, em comparação com aqueles que receberam o placebo. Passados três meses, os pacientes que receberam o fármaco tiveram um aumento significativo da redução da dor, em comparação com os pacientes do grupo de controlo. Em seis meses, o Cymbalta reduziu a dor crónica para metade em 33 a 36 por cento dos pacientes, em comparação com os 22 por cento que tomaram o placebo. Estes dados foram apresentados no Congresso da International MYOPAIN Society, no dia 21 de Agosto de 2007.

O Cymbalta, que atingiu vendas de 1,3 mil milhões de dólares em 2006, está actualmente aprovado nos Estados Unidos para adultos com doença depressiva grave, perturbação de ansiedade generalizada, e neuropatia periférica diabética dolorosa. O fármaco pertence à família dos inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina (SNRIs), que actuam em dois químicos do cérebro para atenuar a depressão. A Eli Lilly também está a investigar as possibilidades de utilizar o Cymbalta como tratamento para dor de costas e artrite.

Os pacientes com fibromialgia podem ter dor crónica, confusão mental e rigidez matinal, e serem incapazes de realizar as actividades quotidianas normalmente. Esta doença afecta dois a oito por cento da população adulta dependendo dos países, e a maioria dos casos, entre 80 a 90 por cento, são diagnosticados em mulheres com idade entre os 30 e os 50 anos. Apesar de não haver estatísticas rigorosas para Portugal, estima-se que cinco a seis por cento da população sofra da doença, com predominância nas mulheres acima dos 40 anos.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, www.apdf.com.pt

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