quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Estudo dinamarquês acompanhou 12 mil mulheres
Pílula abortiva não prejudica fecundidade


As mulheres que já recorreram à utilização da contracepção de emergência pelo menos uma vez não apresentam maiores dificuldades em conseguir engravidar de novo, segundo um estudo que acompanhou 12 mil mulheres na Dinamarca e que foi publicado na última edição do «New England Journal of Medicine». Está demonstrado que a chamada “pílula do dia seguinte” não tem efeito penalizador sobre a fertilidade.

Na sequência da análise dos resultados obtidos durante o estudo, desenvolvido ao longo de cinco anos, os investigadores concluíram que o aborto químico não representa um risco acrescido para a mulher, quando comparado com o aborto cirúrgico. A equipa liderada pelo médico Jasveer Virk aferiu que “não há qualquer evidência de que uma interrupção da gravidez com recurso a medicamentos, em comparação com o método cirúrgico, aumente o risco de um aborto espontâneo futuro, de uma gravidez ectópica, de parto prematuro ou do nascimento de bebés com baixo peso”, não havendo também diferenças significativas na concepção e no desenvolvimento do feto entre as mulheres que antes abortaram, por qualquer daqueles métodos.
De acordo com os cientistas dinamarqueses, que nesta investigação só levaram em conta a primeira gravidez das 12 mil mulheres após a utilização da pílula do dia seguinte, apenas 2,4 por cento daquelas concepções culminou numa gravidez extra-uterina, enquanto cerca de 12 por cento tiveram como desfecho um aborto espontâneo, que afectou as gestantes indiscriminadamente quanto ao método de interrupção voluntária da gravidez usado anteriormente. No que respeita a partos prematuros, os cientistas estimaram que as hipóteses oscilem entre 5,4 e 6,7 por cento, enquanto a probabilidade de o recém-nascido ter peso inferior ao habitual se ficará pelos quatro a 5,1 por cento.

Carla Teixeira
Fonte: Saúde no Sapo, Último Segundo

3 comentários:

ptcp disse...

A "pílula do dia seguinte" não é um medicamento abortivo, actua como os outros contraceptivos orais. Impede a fecundação do óvulo pelo espermatozóide, por exemplo inibindo a ovulação.
Tema bem escolhido.

Carla Teixeira disse...

Referi esse termo porque é comummente usado, embora saiba que tecnicamente não será o mais correcto. Obrigada pela chamada de atenção.

Carla Teixeira disse...

Aproveito para dizer que o novo layout do site, com mais chamadas com imagens associadas, está muito bem conseguido. Tornou o portal mais bonito. Eu gostei. :)