quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Sociedade Portuguesa de Cardiologia apresenta Carta Europeia do Coração


Aproveitando os preparativos para o Dia Mundial do Coração, que se assinala no Domingo, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia apresentou, esta terça-feira, a Carta Europeia do Coração, que pretende mobilizar a população e os governos europeus para a prevenção das doenças cardiovasculares, responsáveis pela morte de quase dois milhões de pessoas por ano, na União Europeia.

A Carta Europeia para a Saúde do Coração foi apresentada oficialmente, a 12 de Junho de 2007, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na presença do Comissário Europeu para a Saúde, Markos Kyprianou, que se comprometeu a mediar a relação com os diversos estados membro, de forma a que a carta seja aprovada em todos os países da união ainda este ano, durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

O principal objectivo do documento, elaborado pela European Heart Network e pela Sociedade Europeia de Cardiologia, passa pela sensibilização da população, em geral, e dos Governos, em particular, para a necessidade de prevenir e combater a doença cardiovascular, "a primeira causa de morte entre os homens e mulheres europeus", e também "uma das principais causas de incapacidade e pior qualidade de vida", pode ler-se no preâmbulo do texto.

Segundo o documento, estima-se que a doença cardiovascular custe à economia europeia 169 mil milhões de euros por ano, o que representa um custo total anual de 372 euros per capita, para além dos custos que a perda de produtividade, devido à mortalidade e morbilidade da doença cardiovascular, representam para a União Europeia, estimados em mais de 35 mil milhões de euros.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que uma ligeira redução, de forma simultânea e à escala mundial, da pressão arterial, da obesidade, do colesterol e do consumo de tabaco, levaria à diminuição de mais de metade das fatalidades, que actualmente se situam nos 4,35 milhões de pessoas por ano, nos 52 Estados membros da Região Europeia da OMS e mais de 1,9 milhões na União Europeia.

Como refere Hugo Madeira, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a carta apresenta um conjunto de sugestões para que "os políticos da Europa se empenhem activamente" no combate aos factores que podem ser mudados, como "o consumo de tabaco, de sal em demasia, o excesso de peso e a obesidade, a diabetes, o stress e o excesso de colesterol".

O responsável aponta mesmo algumas sugestões que os governos europeus podem pôr em prática para combater a doença cardiovascular, que passariam pela “construção de ginásios em toda e qualquer escola, campanhas e legislação contra o tabaco e a alimentação irracional ou a atribuição de benefícios fiscais às empresas que reservassem espaços nos seus edifícios para que os funcionários fizessem exercício”.

Na maioria dos casos, a doença cardiovascular não avisa, dai que a prevenção seja o melhor dos remédios. Não fumar, fazer exercício físico e uma alimentação saudável, evitar excesso de peso, manter a pressão arterial abaixo dos 140/90 e o colesterol controlado, são alguns dos cuidados recomendados na carta.

Inês de Matos

Fonte: Lusa, Público, Alto Comissariado da Saúde

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