sábado, 21 de julho de 2007

Nova terapia com vírus vivo para destruir células cancerígenas inicia fase II

O Instituto para o Desenvolvimento de Medicamentos do Centro de Terapia e Pesquisa do Cancro (CTRC, sigla em inglês), em colaboração com a Oncolytics Biotech Inc., uma companhia biotecnológica, inscreveu os primeiros dois pacientes na fase II do estudo clínico para pacientes com vários tipos de sarcomas que metastizaram para os pulmões. A nova terapia anti-cancro consiste não num fármaco de quimioterapia, mas sim num vírus vivo, que é tóxico para as células cancerígenas, mas não é perigoso para as células normais. Esta nova terapia, utilizando um vírus vivo, é a primeira do género disponível no CTRC.

Segundo a principal investigadora do Instituto para o Desenvolvimento de Medicamentos (IDD, sigla em inglês) do CTRC, Monica Mita, o nome Reolysin deriva do reovírus humano, um vírus ligeiro que ocorre naturalmente no ambiente. Esta nova terapia tem demonstrado sucesso, porque o reovírus se reproduz nas células cancerígenas e destrói-as no corpo do paciente. As células cancerígenas têm diversas anormalidades moleculares e genéticas. Nas células normais, saudáveis, o reovírus é incapaz de se reproduzir, devido a uma enzima chamada PKR. Esta enzima é suprimida nas células cancerígenas e, por isso, o reovírus pode reproduzir-se na célula cancerígena e matá-la, acrescentou ainda a Dra. Mita.

O Reolysin tipifica a verdadeira abordagem de terapia direccionada que procura utilizar as diferenças fundamentais entre as células cancerígenas e as normais como base para abordagens efectivas anti-cancro, estando os investigadores muito entusiasmados com este estudo, adiantou o director do IDD do CTRC, Francis Giles.

O Reolysin demonstrou sucesso contra tumores durante as fases iniciais dos testes científicos. Este estudo (REO 014) é de fase II, de rótulo aberto, e de agente único, com o objectivo principal de medir as respostas do tumor, a duração dessas respostas e de descrever qualquer evidência de actividade anti-tumor. O Reolysin será administrado por via intravenosa aos pacientes durante cinco dias consecutivos. Os pacientes podem receber ciclos adicionais de terapia de cinco dias cada quatro semanas num máximo de oito ciclos. Serão inscritos até 52 pacientes no estudo. Os pacientes elegíveis são aqueles que têm um sarcoma dos tecidos moles ou dos ossos que se espalhou para o pulmão, e que são considerados pelos médicos como não respondendo às terapias habituais ou como não sendo curáveis por estas. Isto inclui pacientes com osteossarcoma, tumores da família do sarcoma de Ewing, histiocitoma fibroso maligno, sarcoma sinovial, fibrossarcoma e leiomiossarcoma.

O presidente da Oncolytics Biotech Inc, Dr. Brad Thompson, disse que sendo a Oncolytics uma companhia de oncologia em evolução, o posicionamento dos estudos muito inovadores e sofisticados é de uma importância crucial, e que a companhia está encantada por ter o Instituto de Desenvolvimento de Medicamentos do CTRC como colaborador. Espera-se que este estudo produza informação que irá guiar o programa final de desenvolvimento clínico do Reolysin.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

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