terça-feira, 9 de outubro de 2007

FDA pondera vender fármacos de rotina sem receita médica

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) está a considerar a hipótese de permitir a venda sem receita de alguns medicamentos sujeitos a prescrição. O objectivo é facilitar o acesso aos medicamentos dos doentes que os tomam de forma rotineira, para que estes os possam adquirir apenas com a consulta do farmacêutico.

Para que tal possa realizar-se, a FDA está a criar uma nova categoria de fármacos, na qual estariam incluídos alguns medicamentos de rotina como é o caso das pílulas anticoncepcionais, dos medicamentos contra o colesterol ou contra a dor de cabeça. Para dispensar a receita médica, nestes casos, é o farmacêutico que fica responsável por verificar que os utentes cumprem determinados critérios antes de lhes venderam um medicamento. Para além disso, o farmacêutico deve também indicar ao cliente qual a utilização correcta do medicamento.

Caso “os doentes não possam ir ao médico por algum motivo, esta pode ser uma forma de conseguirem o produto directamente através do farmacêutico”, afirmou Ilisa Bernstein, directora do departamento de assuntos farmacêuticos da FDA. "Acreditamos que certos medicamentos mais fracos, mas que estão apenas disponíveis após consulta médica, podem ser vendidos depois de uma consulta com o farmacêutico. Isto aumentaria bastante o acesso dos pacientes", acrescentou a responsável.

Porém, a ideia não agrada aos médicos, que alertam sobre os riscos da automedicação, capaz de provocar graves problemas aos doentes. “Os pacientes não são médicos. Permitir às pessoas auto diagnosticarem-se e tratarem-se por conta própria não é melhor alternativa”, considera Anmol Mahal, gastroenterologista e presidente da “California Medical Association”.

Por sua vez, a Sociedade Americana de Farmacêuticos do Sistema de Saúde está satisfeita com a possibilidade visto que, desde 1985, tem vindo a defender a criação de uma categoria de fármacos “intermédia”. A ideia vai ser discutida pela FDA no dia 14 de Novembro.

Marta Bilro

Fonte: Medical News Today, USA Today, Achei USA.

1 comentário:

ptcp disse...

Este é um tema a acompanhar.

Bom artigo.