terça-feira, 9 de outubro de 2007

Uganda vai produzir anti-retrovirais

Fármacos deverão estar disponíveis em Janeiro de 2008

Abriu portas esta segunda-feira, no Uganda, uma unidade de produção de medicamentos para combater o HIV e a malária. A fábrica, inaugurada pelo chefe de Estado ugandês, Yoweri Museveni, está instalada na capital, Kampala, e deverá permitir reduzir os custos de importação destes fármacos essenciais à sobrevivência de muitos dos cidadãos do país.

"Os ugandeses terão acesso ao fornecimento permanente de medicação e também, esperamos, a preços muito mais baratos, porque eliminamos o elemento do transporte e da manufactura noutros países", afirmou esta segunda-feira o ministro da Saúde do Uganda, Stephen Malinga, em declarações à BBC.

Os fármacos vão ser produzidos pela Quality Chemicals em conjunto com a farmacêutica indiana Cipla e deverão estar disponíveis já a partir de Janeiro de 2008.

O Quénia, país vizinho do Uganda, alberga uma fábrica semelhante que já produz o Atripla, também denominado como comprimido “três em um”, que resulta da combinação entre o Efavirenz, o Tenofovir e a Emtricitabina. Para além disso, fornece lamelas de comprimidos para várias regiões da África Oriental. O mesmo acontece com a África do Sul que começou a produzir os medicamentos localmente há cerca de quatro anos, depois de resolver algumas disputas de patentes com farmacêuticas ocidentais.

A taxa de infecção com HIV/sida e malária na África subsariana é das mais elevadas do mundo. Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que apenas 41 por cento dos ugandeses que precisam de anti-retrovirais têm acesso ao tratamento.

Por poder ser tomado de uma só vez, este comprimido tem a vantagem de levar os pacientes a cumprir mais facilmente a terapia prescrita e, ao mesmo tempo, travar a emergência, e consequentemente a transmissão, de estirpes do vírus resistentes aos medicamentos.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, BBC News, Reuters Africa, Farmacia.com.pt.

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