quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Adiada decisão acerca da aprovação europeia para o Oracea

A MediGene AG foi informada pela CollaGenex Pharmaceuticals, Inc. que foi adiada para 2008 a decisão acerca da autorização de comercialização europeia do fármaco Oracea para o tratamento da rosácea, uma doença de pele.

O comité dos nove países envolvidos no procedimento de descentralização (Grupo de Coordenação para o Reconhecimento Mútuo e Procedimentos Descentralizados) não chegou a uma decisão unânime e, por isso, encaminhou o procedimento para um outro comité para a tomada de decisão. O Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP, sigla em inglês), que é o responsável pelos procedimentos de aprovação centralizada na Europa, irá decidir pela maioria de votos a autorização de comercialização do Oracea. Este procedimento normalmente demora cerca de seis meses. A MediGene não espera que este desenvolvimento tenha qualquer impacto nas previsões dos resultados gerais da companhia para o ano financeiro de 2007. O pico potencial das vendas anuais para o Oracea prevê-se que na Europa seja de aproximadamente 20 milhões de euros.

O Oracea é o primeiro fármaco para o tratamento sistémico da rosácea com lesões inflamatórias, tanto a curto como a longo prazo. O antibiótico de doxiciclina, pela sua forma de administração inovadora e de doses baixas, é libertado de uma maneira que deve ter um efeito anti-inflamatório sem afectar as bactérias normais do corpo. Os dados do desenvolvimento sugerem que os efeitos secundários característicos dos antibióticos podem ser largamente evitados, assim como o desenvolvimento de bactérias resistentes. Os ensaios clínicos do Oracea nos Estados Unidos mostraram uma eficácia superior do que a do placebo, tendo também sido bem tolerado.

O Dr. Peter Heinrich, presidente da MediGene AG, comentou que a companhia acredita que o Oracea cumpre os critérios para receber autorização de comercialização. O parceiro CollaGenex Pharmaceuticals, Inc. comprometeu-se a fazer todos os possíveis para conseguir a aprovação e para concluir o procedimento com sucesso.

Até agora, as candidaturas para a autorização de comercialização do Oracea foram submetidas pela companhia norte-americana CollaGenex Pharmaceuticals, Inc. na Alemanha, Reino Unido, Itália, Áustria, Irlanda, Suécia, Finlândia, Luxemburgo e Holanda. A MediGene adquiriu à CollaGenex os direitos de comercialização pan-europeia do Oracea em 2006. Nos Estados Unidos o fármaco já foi aprovado e está a ser comercializado com êxito desde 2006.

Na Europa, aproximadamente 15 milhões de pessoas são afectadas pela rosácea. Em Portugal, meio milhão de pessoas sofre desta doença crónica, cuja prevalência está a aumentar de forma gradual. Esta doença afecta quatro vezes mais as mulheres adultas do que os homens.

O que é a rosácea?
A rosácea, uma doença de pele, é uma inflamação da pele facial, especialmente na parte central da face. O aparecimento desta doença ocorre normalmente entre os 40 e os 50 anos, sendo uma doença crónica e episódica. As causas da rosácea ainda são desconhecidas, contudo, tanto a predisposição genética como influências externas parecem estar envolvidas no seu aparecimento.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, saude.sapo.pt

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Farmacêutica britânica adquire patente baseada na medicina tradicional chinesa

Pela primeira vez, a China vende medicina tradicional a um país estrangeiro

A Phytopharm iniciou um acordo com o Instituto Beijing, da academia médica militar da China, para o desenvolvimento de novos alimentos funcionais e produtos farmacêuticos, incluindo um produto para a memória e concentração. Pela primeira vez, a China vende a um país estrangeiro uma patente de um medicamento baseado na medicina tradicional chinesa.

Segundo os termos do acordo, a Phytopharm e o Instituto Beijing irão colaborar para desenvolver o produto líder do Instituto para a memória e concentração, seleccionado da biblioteca de compostos patenteados derivados da medicina tradicional chinesa. Este acordo também é extensível a outros compostos patenteados que possam ter utilidade noutras doenças, incluindo distúrbios vasculares e acidentes vasculares cerebrais. O Instituto Beijing concedeu à Phytopharm uma licença exclusiva para desenvolver e comercializar globalmente estes produtos, em troca de regalias e pagamentos pontuais quando forem atingidos determinados objectivos pré-definidos. Os valores envolvidos no acordo não foram revelados.

A medicina tradicional chinesa tem sido utilizada desde há milhares de anos e ao longo desse tempo acumulou-se uma riqueza de conhecimentos e sabedoria relativa ao uso medicinal das plantas. Os investigadores do Instituto Beijing possuem um conhecimento aprofundado da medicina tradicional chinesa e a sua pesquisa nos últimos dez anos levou à identificação de um produto líder que tem o potencial de melhorar a memória e a concentração. A Phytopharm irá desenvolver este produto em testes pré-clínicos e progredir para os ensaios clínicos.

O Dr. Daryl Rees, presidente da Phytopharm, afirmou que a companhia está entusiasmada com o acordo realizado com o Instituto Beijing, uma vez que este completa um dos objectivos estratégicos da companhia, o de expandir o portfolio de produtos com um novo alimento funcional experimental para a memória e concentração, uma área na qual a companhia adquiriu experiência. Os cientistas do Instituto Beijing trazem conhecimentos significativos em medicina tradicional chinesa e a Phytopharm espera com expectativa começar a trabalhar com o Instituto para o progresso do produto líder através de desenvolvimentos clínicos. O Dr. Rees sublinhou ainda que os países ocidentais têm uma percepção negativa da medicina tradicional chinesa, mas que os resultados pré-clínicos do fármaco são muito promissores.

O Dr Xiaoming Yang, director do Instituto Beijing, declarou que o Instituto está orgulhoso pelo facto do seu conhecimento e experiência extensivos em medicina tradicional chinesa terem sido reconhecidos pela Phytopharm, e anseia por uma colaboração longa e proveitosa.

Isabel Marques

Fontes: www.nortemedico.pt, www.phytopharm.co.uk
PCP promete levar assunto ao Parlamento no regresso de férias
Venda livre de medicamentos novamente em debate


O secretário-geral do Partido Comunista, Jerónimo de Sousa, anunciou hoje a intenção de regressar de férias, em Setembro, com uma proposta de novo debate na Assembleia da República sobre as questões da liberalização da propriedade das farmácias e da venda livre de medicamentos. Na base da decisão anunciada pelo líder do PCP está a defesa dos interesse dos cidadãos menos favorecidos.

Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, a Ordem dos Farmacêuticos, que na sequência das eleições de 21 de Junho conduziu Irene Silveira ao cargo de bastonária, está durante esta semana a desdobrar-se numa série de contactos com os diversos grupos parlamentares, no âmbito de uma ronda que teve início no dia 27 de Julho, com um encontro com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, em que os elementos da nova direcção da OF expressaram as suas principais preocupações com a evolução prevista para o sector. Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas no final da reunião do PCP com os representantes máximos dos farmacêuticos, cujo ponto central foi precisamente a nova regulamentação do sector, que deverá ser legislada pelo Governo nos próximos meses.
Nesta matéria, e segundo a opinião expressa pelos deputados comunistas, a tutela “prometeu a terra do leite e do mel”, mas “omitiu o papel que tanto as farmácias como os farmacêuticos têm junto das populações mais isoladas e das pessoas mais idosas ou desfavorecidas”. Jerónimo de Sousa considerou que “começa a ser perceptível que o utente não beneficiou com a liberalização” do sector, e que “hoje são as grandes superfícies as principais beneficiárias” das mudanças introduzidas. Reconhecendo que o PCP e a Ordem dos Farmacêuticos têm “diferentes pontos de vista”, o secretário-geral do PCP preferiu sublinhar os pontos de concordância entre as duas entidades, designadamente no que respeita ao plano deontológico e às necessidades dos utentes e dos doentes. Irene Silveira não prestou declarações no final do encontro, adiantando apenas que a ronda de encontros com os partidos só visa debater a situação do sector farmacêutico “numa lógica de bom diálogo”. Essa tinha sido, aliás, uma das garantias dadas pela bastonária durante a campanha para a Ordem, conforme o farmacia.com.pt noticiou nessa altura.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Ordem dos Enfermeiros lança alerta sobre benefícios do leite materno

De forma a alertar as mães para os benefícios da amamentação, a Ordem dos Enfermeiros (OE) anunciou hoje, Dia Internacional do Aleitamento Materno, que pretende recorrer ao envio de postais electrónicos e a pacotes de açúcar, onde constarão imagens de bebés de expressão feliz junto da mama da mãe, pois a amamentação na primeira hora de vida é fundamental e salva aproximadamente um milhão de bebés.

Para além das imagens, estarão patentes também algumas frases apelativas, como "desde o primeiro minuto... perfeito, perfeito só o leite materno" ou "desde o primeiro minuto... 100 por cento satisfeito".

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem vindo a recomendar às mães que amamentem os seus bebés pelo menos até aos seis meses e como complemento alimentar até aos dois anos, pois o leite materno é um alimento completo, a nível da quantidade de nutrientes, de fácil digestão, reduz o risco de obesidade, aumenta as defesas imunitárias e, ao desenvolver os músculos da face, evita dificuldades na fala.

No entanto, não são apenas os bebés que são beneficiados pela amamentação, também as mães ganham em dar aos bebés o seu leite, pois este diminui as hemorragias pós-parto, o risco de contrair cancro da mama e facilita a recuperação de peso, contribuindo ainda para uma melhor saúde financeira de toda a família e para uma maior comodidade no dia-a-dia.

Para esclarecer e sensibilizar, a OE enviou já a todos os seus membros uma carta informativa dedicada a este tema, disponibilizando também a versão portuguesa do Código Internacional de Marketing dos Substitutos do Leite Materno, aprovado na Assembleia Mundial da Saúde de 1981 e que transformou as políticas de comercialização das fórmulas para lactentes.

De acordo com os folhetos informativos da OE, a amamentação "é um acto ecológico, não desperdiça recursos naturais e não produz lixo ou poluição", pelo que todo o planeta é assim recompensado pela amamentação.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Sanofi-Aventis sofre quebra de 6% nos lucros do segundo semestre

Os lucros da farmacêutica francesa Sanofi-Aventis caíram 6,3 por cento no segundo trimestre do ano, quando comparados com igual período de 2007. O impacto provocado pela competição no mercado dos genéricos, a reestruturação da empresa e os efeitos das taxas cambiais são apontados como os principais responsáveis pela quebra registada. No cômputo dos primeiros seis meses do ano os lucros decresceram 4,3 por cento, para cerca de 4 mil milhões de euros.

Entre Abril e Junho de 2007, os lucros líquidos da empresa sofreram uma diminuição de 6,3 por cento, para os 1,68 mil milhões de euros, comparativamente aos 1,79 mil milhões de euros registados no período homólogo do ano anterior. As vendas líquidas registaram uma quebra de 2 por cento para os 6.94 mil milhões de euros, relativamente aos 7,08 mil milhões de euros contabilizados no segundo trimestre de 2006.

O cenário altera-se no que diz respeito às vendas dos 15 produtos de topo do laboratório que registaram um aumento na ordem dos 2,5 por cento, para os 4,29 mil milhões de euros, no segundo trimestre do ano corrente. O principal impulso fica a dever-se ao Lovenox (Enoxaparina sódica) – o medicamento mais bem sucedido da Sanofi-Aventis, que rendeu 671 milhões de euros (mais 15,5%), e ao Antus (Insulina glargina), com uma subida de 26 por cento para os 503 milhões de euros.

As vendas europeias do Plavix (Clopidogrel) cresceram 4,1 por cento no segundo trimestre, para os 452 milhões de euros. A forte concorrência no sector dos genéricos fez-se sentir nas vendas do Ambien IR (Zolpidem) nos Estados Unidos da América, bem como do Eloxatin (Oxaliplatina) na Europa, onde as vendas caíram 36 por cento, para os 97 milhões de euros.

A Sanofi-Aventis pretende adquirir mais de 3 mil milhões de euros de acções da própria empresa até à primeira quinzena de Maio de 2008 numa tentativa de impulsionar a subida do preço das acções.

Marta Bilro

Fonte: Maket Watch, CNN Money.

Sinovac Biotech fixa parceria exclusiva com a GlaxoSmithKline China

A Sinovac Biotech, empresa chinesa líder no fornecimento de produtos biofarmacêuticos, estabeleceu um acordo exclusivo de promoção de serviços com a GlaxoSmithKline (GSK) Investment Co., Ltd., unidade da GSK estabelecida na China. As duas empresas vão comercializar e promover o Anflu(R), uma vacina para a gripe sazonal produzida e desenvolvida pela Sinovac.

A unidade chinesa da GSK fica responsável pela distribuição da fórmula de dosagem para adultos, enquanto a Sinovac vai comercializar a fórmula pediátrica do medicamento. “A colaboração com a GSK vai fortalecer as vendas e a comercialização de ambas as empresas, criando uma sinergia para a distribuição do Anflu(R)”, frisou Weidong Yin, presidente e director executivo da Sinovac. O responsável considera que a oportunidade de trabalhar em cooperação com uma farmacêutica mundialmente reconhecida representa um passo significativo para a Sinovac.

“Proteger as pessoas na China contra a gripe – pandémica ou sazonal – é um desafio importante para a nossa indústria e para as autoridades de saúde”, sublinhou Amy Huang, directora regional da GSK na China e em Hong Kong. Segundo Huang, esta colaboração é uma prova da vontade da GSK em cooperar com os parceiros locais para enfrentar o desafio. “A Sinovac é um dos mais activos produtores de vacinas chineses no franchise de vacinas contra a gripe pandémica e sazonal, pelo que prevemos muitas sinergias entre a GSK e a Sinovac”, acrescentou.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money

Violação da patente do Clarinex motiva processo contra a Glenmark

A Sepracor e a Universidade do Massachusstts processaram o laboratório indiano Glenmark Pharmaceuticals alegando que o Clarinex (Desloratadina), um antialergénico que esta empresa farmacêutica se prepara para lançar no mercado norte-americano, viola a patente do medicamento que lhes foi atribuída.

“Não podemos comentar o assunto, uma vez que o caso se encontra em segredo de justiça”, declarou um porta-voz da Glenmatk citado pelo jornal “Financial Express”, acerca do processo interposto na justiça norte-americana.

A Glenmark submeteu uma candidatura abreviada para novo fármaco à Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos, na qual requisita uma autorização de comercialização para o Clarinex, utilizado no tratamento da rinite alérgica sazonal. As vendas do medicamanto, comercializado em Portugal como Aerius, atingiram os 527 milhões de euros em 2006.

Marta Bilro

Fonte: Forbes

Dor neuropática é alvo de campanha de sensibilização

Condição clínica afecta 7,7% dos portugueses

Com o objectivo de alertar a população para a dor neuropática, uma condição clínica que pode afectar até 7,7 por cento da população portuguesa, tem inicio, em Agosto, a primeira fase da Campanha da Sensibilização para a Dor. A iniciativa é da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), em conjunto com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e com os Laboratórios Pfizer.

Muitas vezes sub-diagnosticada e sub-tratada, a dor neuropática é provocada por uma anormalidade em qualquer ponto da via nervosa. Uma determinada anomalia altera os sinais nervosos, que, deste modo, são interpretados de forma anormal no cérebro. Esta patologia pode produzir uma dor profunda ou uma sensação como a hipersensibilidade ao tacto. A dor neuropática pode ter um impacto muito negativo na vida dos doentes, interferindo nas actividades regulares do dia-a-dia. O simples contacto da roupa sobre a pele pode, por vezes, dar origem a uma dor bastante intensa e incapacitante.

Alguns estudos chamam a atenção para o impacto económico da doença derivado da perda de produtividade, mas também do maior consumo de recursos de saúde, estimando-se que os custos totais com a saúde dispendidos por estes doentes sejam três vezes superiores ao da população em geral. A descrição dos sintomas é fundamental para orientar o médico no diagnóstico e no tratamento mais adequado e atempado da dor neuropática, cujos sintomas são frequentemente descritos como sensações de queimadura, formigueiro, choque eléctrico, que se podem agravar à noite.

A campanha, de âmbito nacional, recorre a diversos suportes comunicacionais para divulgar imagens representativas de várias situações dolorosas como é o caso de andar por cima de brasas ou sentir formigas a caminhar nos pés, de modo a ilustrar os reais sintomas que estes doentes sentem diariamente.

Marta Bilro

Fonte: CienciaPT.net, Manual Merck, Saúde na Internet.

Pílula do dia seguinte é vendida sem receita médica
Alerta para os efeitos do consumo abusivo

Portugal é um dos países em que a contracepção de emergência – a chamada "pílula do dia seguinte" – é actualmente comercializada nas farmácias sem exigência de receita médica, circunstância que poderá explicar em parte o fenómeno do seu crescente consumo. A utilização abusiva daquele método, no entanto, representa graves riscos para a saúde da mulher, segundo alertam médicos e farmacêuticos.

Uma única toma da pílula do dia seguinte equivale ao consumo de 15 comprimidos de uma vulgar pílula anticoncepcional, tendo em conta o volume ingerido do princípio activo do fármaco (levonorgestrel) e de progesterona, hormona que já foi encontrada na génese do cancro da mama de algumas raças de cadelas. Por este motivo, qualquer abuso na utilização da contracepção oral de emergência potenciará efeitos negativos assinaláveis, com tendência aumentar consoante as doses forem também aumentando.
O médico Daniel Pereira da Silva, membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, sublinha que o "uso abusivo" da pílula do dia seguinte poderá aumentar não só o risco de desenvolvimento de um cancro da mama, mas também o de a mulher poder sofrer de problemas relativos à vasoconstrição (processo biológico contrário à vasodilatação, que corresponde à contracção dos vasos sanguíneos em consequência da contracção do músculo liso presente na parede desses vasos).
Os últimos estudos sobre contracepção oral de emergência indicam que os escalões etários entre os 15 e os 19 anos e entre os 20 e os 25 são aqueles em que há maior consumo, que tende a estabilizar-se quando a vida afectiva ganha contornos de maior permanência, e por regra se assume o uso de um método contraceptivo regular. Daniel Pereira da Silva planeia, a breve trecho, supervisionar uma acção de sensibilização em escolas secundárias da Região Centro, seguindo a orientação expressa em vários estudos realizados no Norte europeu, que atestam que a interiorização da mensagem é mais eficaz quando esta é passada por técnicos, por comparação com os professores, que tendem a usar uma linguagem paternalista e moralista.

Realidade espanhola
Há semanas que os ginecologistas e obstetras espanhóis se mostram convencidos de que a dispensa da contracepção de emergência sem exigência de apresentação de receita médica pode ser a chave para travar o progressivo número de intervenções de interrupção voluntária da gravidez no país. Considerando que a pílula do dia seguinte é um método contraceptivo sem efeitos secundários assinaláveis (os dados agora apontados em Portugal parecem não convencer os médicos do país vizinho), e não um medicamento abortivo, entendem que um uso mais generalizado poderia ser positivo.
Apontando como exemplos os Estados Unidos, a França ou o Reino Unido, onde a comercialização do produto também não pressupõe a obrigatoriedade de um receituário, os profissionais de saúde espanhóis pedem que a população seja mais bem informada sobre contracepção e o uso adequado da chamada pílula abortiva, e que a mesma seja dispensada sem necessidade de receita, preconizando também uma maior aposta na sua distribuição, de forma a torná-la acessível junto de comunidades onde até agora não tem sido, sobretudo ao fim-de-semana, a altura em que é mais requisitada.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Saúde na Internet, El Pais, PortalFarma, Wikipédia
Dúvidas sobre prescrição médica motivaram 14 auditorias
IGS não encontrou sinais de corrupção


A Inspecção-Geral de Saúde realizou 14 auditorias ao longo do ano passado, com o objectivo de apurar a existência de irregularidades no que respeita à relação entre a participação de médicos em eventos e congressos promovidos pela indústria farmacêutica e o aumento das prescrições dos medicamentos dessas empresas. De acordo com o relatório da IGS relativo a 2006, agora divulgado, nada foi encontrado.

Segundo uma notícia avançada hoje pelo semanário «Sol», após uma investigação criteriosa, que incidiu essencialmente em congressos e acções de formação dinamizadas por companhias farmacêuticas com representação em Portugal, "não foram encontradas evidências sobre um eventual efeito indutor" da participação dos médicos em iniciativas promovidas pelos laboratórios e a sua predisposição para receitar os medicamentos das marcas por eles produzidas. No relatório de 2006, a IGS "deu especial atenção ao peso dos medicamentos e serviços farmacêuticos na despesa do Serviço Nacional de Saúde", bem como à "qualidade e humanização dos serviços prestados aos utentes", de acordo com a notícia publicada no site do «Sol».

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, semanário «Sol», PortugalDiário

Plavix perde protecção de patente no Brasil

O Plavix (Clopidogrel), indicado na prevenção de acidentes aterotrombóticos, entrou em domínio público, no Brasil. O fármaco passa assim a poder ser produzido por laboratórios de medicamentos genéricos, a um preço reduzido em 35 por cento, no mínimo, relativamente ao que é cobrado pela versão de marca.

A acção jurídica interposta pela farmacêutica Sanofi-Aventis, que pretendia a extensão da patente do medicamento, foi recusada pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. De acordo com a justiça brasileira, a extensão da patente violaria o prazo de vinte anos estabelecido pela Lei de Propriedade Industrial, contado a partir da data do primeiro registo do medicamento elaborado pelo laboratório. Por ter sido patenteado em França no dia 17 de Fevereiro de 1987, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) concedeu a exclusividade da patente apenas até 17 de Fevereiro de 2007.

Para além disso, a pressão exercida pela Sanofi-Aventis vai contra o interessa público, defendeu a procuradoria, uma vez que o tratamento custa, anualmente, perto de 1.300 euros (3,3 mil reais) por cada paciente. A produção de uma versão genérica do Plavix beneficia tanto a população como o governo brasileiro que poderá obter o medicamento a preços mais acessíveis. “O país, entidade estatal que tem o dever de garantir a saúde da população, será beneficiado com a maior oferta do produto, podendo economizar nas contas públicas e oferecer mais medicamentos à população”, refere a decisão judicial.

Marta Bilro

Fonte: Consultor Jurídico

Hospital de Santa Maria recebe a maior farmácia de Portugal

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vai ser o primeiro do país a abrir uma farmácia, algo que deverá acontecer antes de Março do próximo ano. A primeira farmácia a ser instalada dentro de um hospital público português será a maior em território luso. Com uma facturação prevista de 17 milhões de euros anuais e uma margem de lucro que se aproxima dos 20 por cento o espaço deverá ter 500 metros quadrados.

O concurso público, que é lançado esta semana pelo Ministério da Saúde, propõe uma concessão por cinco anos e possibilidade de alargar o negócio a novas actividades farmacêuticas. As condições impostas para a gestão desta farmácia foram definidas através dos requisitos do concurso público, homologados pelo secretário de Estado da Saúde na semana passada.

Segundo avança o Diário Económico, há já seis hospitais com autorização do Infarmed para receberem farmácias, entre os quais estão o S. João, no Porto, o Hospital de Faro, o Santo André, em Leiria, o Hospital Padre Américo, no Vale do Sousa, o Centro Hospitalar de Coimbra, e o Centro Hospitalar de Torres Vedras.

Estas novas unidades de saúde vão funcionar como qualquer outra farmácia do país, não sendo de uso exclusivo dos doentes que se desloquem ao hospital onde está instalada. Adalberto Campos Fernandes, presidente do Hospital de Santa Maria, revelou, em declarações ao Diário Económico, que a farmácia vai ter 500 metros quadrados. O responsável espera receber 600 mil euros de renda fixa pela utilização do espaço, em conjunto com 3 por cento da facturação da farmácia. As contas feitas pelo matutino da área económica apontam para estimativas de facturação anual na ordem dos 17 milhões de euros. Isto porque, somando a receita média em Portugal, que custa 42 euros, multiplicando o valor pelos 1.100 doentes que deve receber provenientes da urgência, e posteriormente multiplicando o resultado pelos 365 dias em que a farmácia permanecerá aberta, obtém-se um valor anual de 16,8 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Diário Económico

Estudo divulgado na revista científica «PLos Medicine»
Profilaxia da malária põe bebés em risco

Um estudo do Consórcio Internacional de Tratamento Intermitente da Malária divulgado nesta semana na revista científica «PLos Medicine» concluiu que a utilização de tratamentos para a prevenção da malária em crianças com menos de um ano acelera o seu sistema imunitário, mas tem o efeito contraproducente de potenciar o risco acrescido de uma recaída na forma mais grave da doença.

Na investigação, que entre 1995 e 1999 acompanhou 415 crianças em Ifakara, na Tanzânia (região onde existe um cenário endémico de malária), foi administrado de forma contínua, durante o primeiro ano de vida dos bebés, o fármaco profiláctico Deltaprim, visando reduzir a exposição das crianças aos antigenes do "plasmodium falciparum", o parasita responsável pela variante mais mortífera do paludismo. À luz dos resultados agora tornados públicos, a medicação preventiva teve como efeito uma aceleração do funcionamento do sistema imunitário dos doentes, comprovando-se também o risco de, mais tarde, essas crianças poderem desenvolver anemias e formas mais graves de malária. O Consórcio Internacional de Tratamento Intermitente da Malária congrega 17 unidades internacionais, sendo financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, com apoio da Organização Mundial de Saúde e da Unicef.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe
Sandoz lança embalagens de 40 e 200 comprimidos
Cefalexina com novas apresentações

A Sandoz, divisão da companhia farmacêutica Novartis, vai lançar no mercado duas novas apresentações do cefalexina, um medicamento antibiótico beta lactâmico cefalosporínico de primeira geração usado no tratamento de infecções bacterianas como pneumonia e doenças dos ossos, da pele, do ouvido e das vias urinárias. As embalagens de 40 e 200 comprimidos de 500 mg deverão chegar ao mercado com um preço 60 por cento inferior ao do fármaco de referência.

Até ao momento a gama de cefalexina da Sandoz tinha disponíveis apenas embalagens de oito cápsulas ou de 10 comprimidos de 500 mg. A subsidiária do grupo suíço Novartis está actualmente presente em 110 países e é líder mundial no segmento dos medicamentos genéricos. Comercializa igualmente substâncias biotecnológicas avtivas e anti-infecciosas, e oferece uma vasta gama de produtos não patenteados: mais de 840 princípios activos e cerca de cinco mil apresentações diferentes.

Carla Teixeira
Fonte: SEGS.com.br, Medline Plus

terça-feira, 31 de julho de 2007

Combinação de fármacos: a proporção exacta no combate às doenças

A combinação de fármacos, isto é, utilizar uma terapia que conjuga a utilização de duas ou mais substancias, é a mais recente tecnologia para combater as doenças. Porém, encontrar a melhor associação de medicamentos é, por vezes, mais uma questão de engenho do que de ciência. Uma empresa privada de biotecnologia diz estar na posse da solução através de uma fórmula que permite combinar a proporção exacta das substâncias desejadas.

A Celator Pharmaceuticals, uma pequena empresa norte-americana de biotecnologia, diz ter desenvolvido uma tecnologia capaz de determinar a proporção exacta na qual os medicamentos actuam na sua plenitude. De acordo com a Celator, o CPX-1, o produto principal da empresa, destinado ao tratamento do cancro colo-rectal em fase inicial, utiliza dois fármacos previamente aprovados, o irinotecano e o floxuridine, numa fórmula que assegura que a proporção ideal é mantida. “Penso que é isso que nos distingue de todos os outros”, frisou Andrew Janoff, director executivo da empresa.

Segundo refere a empresa biotecnológica, nalgumas combinações, existe a possibilidade de certas doses de medicamentos individuais inibirem a eficácia do tratamento. Noutros casos, as doses optimizam o efeito dos fármacos, permitindo-lhes atacar os tumores de forma mais eficiente. Tendo em conta as diferentes taxas de metabolização dos medicamentos, entre outros factores, a Celator consegue determinar a proporção certa e de forma precisa. Porém, “saber a proporção correcta das substâncias que devem ser utilizadas numa terapia de combinação não é suficiente”, explicou Janoff em declarações ao The Star-Ledger. Conforme refere este responsável “é preciso ter capacidade para criar terapias de combinação que mantenham essas proporções em níveis ideais depois de serem administradas aos doentes”.

A Celator está agora a utilizar um sistema que ajuda a manter intacta a proporção certa dos medicamentos sempre que os fármacos para o cancro se encontram no organismo. Esta inovação, no que diz respeito às substâncias combinadas, despertou a atenção de empresas de capital de risco. Brenda Gavin, membro do quadro de directores da Celator, afirma que os resultados pré-clínicos são animadores. Os dados recolhidos através dos ensaios clínicos realizados com ratos, que compararam a utilização de medicamentos anticancerígenos com eficácia comprovada às versões que fixam a proporção correcta produzidas pela Celator, revelaram resultados promissores para o tratamento do cancro colo-rectal e do pâncreas. “São fármacos que se sabe que funcionam”, referiu Gavin, e que, mesmo assim “é possível melhorar”.

No entanto, alguns investigadores na área do cancro preferem não elevar demasiado as expectativas. Até porque a ideia da proporção dos medicamentos é ímpar mas apenas demonstrou resultados em ensaios clínicos preliminares. “Por diversas vezes observámos resultados que funcionavam nos testes laboratoriais mas que não tinham o mesmo efeito nos ensaios clínicos”, sublinhou Susan Goodin, directora do departamento farmacêutico no Instituto do Cancro, em Nova Jérsia.

A Celatror está actualmente empenhada no desenvolvimento de combinações de fármacos para a leucemia mielóide crónica e para o cancro cerebral, do pescoço e pulmonar. Janoff prevê que a tecnologia da empresa possa também vir a ser utilizada noutras áreas terapêuticas.

Marta Bilro

Fonte: The Star-Ledger, Pharmalot.

Produto inovador desenvolvido por cientistas australianos
Lubrificante bloqueador de sida e herpes

Uma equipa de cientistas australianos desenvolveu um lubrificante sexual capaz de bloquear os vírus da sida e do herpes zoster. O Viva Gel, ainda em fase experimental, tem como principal ingrediente a molécula dendrimer, e segundo os investigadores é capaz de impedir contágios com uma eficácia entre os 85 e os 100 por cento.

De acordo com um estudo publicado no jornal «The Daily Telegraph», aquele novo gel microbicida foi testado em animais de laboratório, e os resultados obtidos foram animadores, estimando-se que possam arrancar brevemente os ensaios com seres humanos. O produto será igualmente avaliado enquanto método contraceptivo. Jeremy Paull, o investigador da companhia farmacêutica australiana Stepharma, que conduziu o estudo, considerou que o gel será usado essencialmente por homens heterossexuais, que poderão aplicá-lo em si mesmos nos momentos que antecedem a prática sexual, acrescentando que nos países pobres, onde é maior a prevalência de doenças contagiosas, poderá também ser útil.

Carla Teixeira
Fonte: «The Daily Telegraph», Central de Notícias, Pravda

Farma-APS Generis em ruptura com Apifarma

Maior grupo farmacêutico português "bate com a porta" e deixa acusações

A Farma-APS Generis anunciou hoje a saída da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma). O maior grupo farmacêutico português acusa a associação de travar campanhas contra os genéricos, avança a Agência Lusa.

São várias as razões que moveram a Farma-APS a “bater com a porta” e sair da Apifarma. O abandono foi justificado por carta - assinada por Paulo Paiva dos Santos, director-executivo da empresa-, dirigida ao presidente da direcção da associação da indústria farmacêutica e começa por acusar a associação de encarar os genéricos como “uma espécie de medicamentos contrafeitos.”

De acordo com a Agência Lusa, a Farma-APS Generis escreve, também, que integrou o grupo que a associação caracteriza como os "indesejáveis", sustentando esse rótulo com o facto de “ser portuguesa e produzir medicamentos genéricos para algumas das maiores multinacionais de investigação do mundo."

“A apresentação de providências cautelares contra os interesses dos vossos associados", foi outra das razões enumeradas contra a Apifarma. No memorando, o grupo farmacêutico admite que estaria disposto a integrar a associação se esta "não utilizasse o valor da receita dos pagamentos devidos com as quotizações para efectuar campanhas contra os genéricos."

Recorde-se que, este mês, a Apifarma interpôs uma providência cautelar contra um concurso internacional de 500 mil euros para promover o mercado de genéricos, alegando uma agressão à lei da concorrência e advogando que, à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), cabe apenas a promoção de campanhas de esclarecimento para o uso racional dos medicamentos.

“Apesar do seu nome, (a Apifarma) infelizmente de indústria e de portuguesa tem muito pouco" atacou Paulo Paiva dos Santos comunicando, por fim, o "abandono imediato da referida associação".

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa

Sanofi-Aventis e Chugai anunciam término de parceria de comercialização

A Sanofi-Aventis e o laboratório Chugai Pharmaceutical anunciaram que o acordo de colaboração estabelecido para a comercialização de sete produtos da farmacêutica francesa, actualmente vendidos pela Chugai no Japão, termina a 31 de Dezembro.

Assim, a Sanofi-Aventis volta a deter os direitos de comercialização do Acetanol (acebutolol), um bloqueador beta utilizado no tratamento de hipertensão, angina e arritmia; do Amoban (zopiclone) para as perturbações do sono; do Cefotax (Cefotaxima), uma cefolasporina de terceira geração; do Preran (Trandolapril) um inibidor da enzima de conversão da angiotensina; do Benambax (Isotionato de Pentamidina), utilizado no tratamento da Pneumocystis carinii; do Menamin (Ketoprofen), um anti-inflamatório, analgésico e antipirético; e do Ritmodan (Disopiramida), para a arritmia.

Em 2006, as vendas líquidas destes sete fármacos renderam à Chugai mais de 79 mil euros (12,926 milhões de ienes). Recorde-se que a Chugai estabeleceu, em 2002, uma aliança estratégica com a Roche, envolvendo-se activamente no sector dos medicamentos sujeitos a receita médica e em actividades de investigação e desenvolvimento no Japão e no exterior, destacando-se como um membro importante do grupo suíço.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Live

Produtos de beleza biológicos preferidos entre as mulheres

A maioria das mulheres espanholas prefere um cosmético natural a um produto sintético. Um estudo do Centro de Investigação sobre Fitoterapia (INFITO) revela que entre 540 mulheres questionadas, 73 por cento são mais favoráveis aos cosméticos produzidos com substâncias naturais em detrimento dos de procedência química.

Mais de 80 por cento das inquiridas mostraram-se dispostas a substituir os seus produtos de beleza actuais por um com ingredientes naturais baseados em plantas de cultivo biológico. As mulheres mais favoráveis a esta mudança encontram-se na faixa etária entre os 35 e os 44 anos.

Um questionário semelhante realizado com mulheres francesas revelou que estas estão menos interessadas do que as espanholas na aplicação da fitoterapia de qualidade à cosmética. De acordo com o estudo, apenas 54 por cento das mulheres francesas preferia um cosmético natural a um químico e 43 por cento demonstravam-se dispostas a trocar o que utilizavam.

“As plantas medicinais representaram uma parte da cosmética durante muitos anos, mas a exigência de uma certificação de controlo de qualidade destes produtos deve ser semelhante à dos fármacos de origem natural”, refere Concha Navarro, professora de Farmacologia na Universidade de Granada, e presidente do INFITO. Actualmente, o Ecocert é o único certificado reconhecido pela União Europeia que assegura que a fórmula contém ingredientes naturais de origem biológica e que produção respeita o meio ambiente.

Pelos seus conhecimentos, o farmacêutico é quem melhor pode aconselhar a utilização destas substâncias. “As plantas medicinais têm muitas aplicações terapêuticas e cosméticas para a pele e, tal como acontece com os medicamentos elaborados a partir de plantas medicinais, o farmacêutico pode ser um bom conselheiro no que diz respeito a estes cosméticos que contêm extractos ou compostos obtidos a partir das mesmas substâncias”, sublinha a professora catedrática.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma

Preservativos a 20 cêntimos em 2008

Portugal na lista de países europeus que mais cobram por este método contraceptivo

A Coordenação Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS) está a levar a cabo negociações com distribuidores portugueses para que, já em 2008, seja possível colocar no mercado preservativos de marca brancas, vendidos a 20 cêntimos.

De acordo com os responsáveis da CNLCS, Portugal está na lista dos países europeus com os preços mais altos de venda de preservativos. A entidade pretende, por isso, que os supermercados e os hipermercados criem marcas brancas de contraceptivos, a fim de aumentar a oferta.

O preço elevado dos preservativos é apontado como o principal factor responsável pela não diminuição do número de infectados com o vírus HIV/Sida no país. Segundo afirma Beatriz Cascais, responsável pelo projecto, em declarações ao Diário de Notícias, o objectivo é que «até 2008, existam disponíveis preservativos a preços reduzidos».

O ponto de partida serão os 20 cêntimos, “mas se conseguirmos que sejam vendidos a 25 cêntimos já atingimos o nosso objectivo”, destacou a responsável, acrescentando que foram «contactados por vários importadores que querem vender estes produtos a baixo custo», mas «o problema é que não têm depois quem os escoe».

A acção da CNLCS prevê também campanhas de marketing social em torno deste método contraceptivo, com descontos e promoções em quiosques e outros postos de venda. Os dados recolhidos pela entidade de luta contra a Sida, junto de farmácias, parafarmácias, lojas de conveniência, supermercados e hipermercados, indicam que o preço dos preservativos à venda nas farmácias ronda os 78 cêntimos, nas parafarmácias os 81, nas lojas de conveniência os 67 e nas grandes superfícies 55 cêntimos. As mesmas estatísticas dizem ainda que cada português usa em média 1,6 preservativos por ano, enquanto na Espanha a média é de 3,1.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos, Portugal Diário.

Presidente da Associação Nacional de Esclerose Múltipla
"Não aconselharia o natalizumab"

No rescaldo da reintrodução no mercado farmacêutico português do Tysabri (natalizumab), medicamento para o tratamento da esclerose múltipla envolto em polémica desde que, em 2005, foi relacionado com três casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva que se revelaram fatais e retirado do mercado, o farmacia.com.pt foi ouvir o presidente da Associação Nacional de Esclerose Múltipla sobre este assunto.

João Casais conhece bem a doença. Com 56 anos de idade e doente há cerca de 37, soube da existência da esclerose múltipla antes de a doença ter sido detectada em Portugal, o que só viria a acontecer em 1988. Diz, entre sorrisos, ser "um dos doentes mais antigos do país". No longo percurso que fez de mão dada com aquela patologia, esteve paralisado três vezes e viu-se forçado a usar cadeira de rodas para se locomover, mas hoje garante estar "normal", não obstante o facto de ter de levar "uma injecção de cortisona dia sim dia não".
Um modo de vida "muito complicado", em que os medicamentos têm "papel fundamental". Segundo explicou ao farmacia.com.pt, "o único medicamento tomável para já é um interferon. Não cura, mas ajuda a reforçar a imunidade. Quando temos surtos, tomamos cortisona, que é um anti-inflamatório que nos ajuda a superar as dores, mas que tem como efeitos secundários uma «pancada» muito forte, com febres e muita transpiração". Ciente de todos os problemas que cercam a vida daqueles doentes, João Casais afirma que é nessa qualidade que entende que "todas as descobertas e esperanças que surgem devem ser utilizadas".
Porém, e falando concretamente da questão da reintrodução no mercado do polémico natalizumab, explica que, "como associação de doentes não aconselharia o uso do Tysabri, porque o que aconteceu com aqueles doentes que morreram é muito estranho". Se não fossem os alegados efeitos secundários, o medicamento da Biogen e da Elan constituiria "o sonho de qualquer doente de esclerose múltipla", mas dadas as circunstâncias, não entende como poderá ser usado. Diz até que, pelo que sabe, "nos hospitais da Região Norte o Tysabri não está ainda a ser utilizado".

Carla Teixeira
Fonte: Entrevista telefónica a João Casais

Johnson & Johnson suprime 4% dos postos de trabalho

A Johnson & Johnson (J&J), maior empresa mundial de produtos de cuidados de saúde, deverá eliminar 4 por cento dos seus postos de emprego para poupar 1,17 mil milhões de euros no próximo ano. O esforço deverá garantir-lhe a continuação do crescimento dos lucros no futuro, à medida que a empresa enfrenta o vencimento de patentes importantes nos próximos anos.

A supressão dos postos de trabalho vai resultar em queixas que podem ascender aos 574 milhões de euros no segundo semestre deste ano, avançou a J&J num comunicado divulgado esta terça-feira. A J&J emprega 120.500 pessoas em todo o mundo.

“Ao longo da nossa história temos levado a cabo um processo cuidadoso e disciplinado para ir ao encontro dos desafios que enfrentamos”, afirmou o presidente e director da J&J, William Weldon. “As medidas que estamos a tomar para melhorar a nossa estrutura de custos vai possibilitar que continuemos a investir no crescimento futuro e nos lucros”, acrescenta o responsável, admitindo que “estas são questões difíceis mas que têm que ser enfrentadas para assegurar a resistência do negócio a longo prazo”.

A empresa garante que vai continuar a investir no crescimento do negócio bem como nas tecnologias e oportunidades de produtos. O sector farmacêutico da J&J deverá reduzir custos através da consolidação de determinadas operações, ao mesmo tempo que continua a investir nos produtos recentemente lançados no mercado bem como na investigação de novos produtos em fase final de investigação.

Entre 2008 e 2010 a J&J tem planos para submeter a aprovação sete candidaturas para novos compostos, refere o mesmo comunicado.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, Pharmalot.

Cafeína e exercício físico previnem cancro da pele

A cafeína e o exercício físico podem aumentar a protecção contra o cancro da pele, revela um estudo divulgado pelo “Proceedings of the National Academy of Sciences”. A pesquisa, realizada por investigadores norte-americanos, demonstrou que a combinação entre o exercício diário e uma chávena de café ajudam a prevenir as lesões provocadas na pele pelos raios ultra-violeta, destruindo as células pré-cancarígenas danificadas.

Os cientistas da Universidade de Rutgers chegaram a esta conclusão depois de realizarem um estudo com quatro grupos de ratos e observarem que a cafeína e o exercício físico parecem unir-se para destruir as células pré-cancerígenas, aquelas cujo ADN foi danificado pela radiação emitida pelos raios solares UVB.

“A maior e mais óbvia diferença entre os grupos registou-se nos que corriam e bebiam cafeína”, afirmou Allan Conney, do laboratório de investigação de cancro em Rutgers. Os roedores que apenas beberam cafeína registaram um aumento de 95 por cento de apoptose (morte celular programada) nas células danificadas. Aqueles que fizeram exercício físico demonstraram uma subida de 120 por cento, e os que combinaram a ingestão de cafeína com o exercício físico revelaram um aumento na ordem dos 400 por cento.

Apesar dos cientistas avançarem com diversas teorias, acreditando que possa existir uma espécie de sinergia entre estes dois factores, ainda não se sabe, com certeza, qual o motivo que desencadeia esta acção.

O cancro da pele é um dos tipos mais comuns de cancro e a sua prevalência está a aumentar a nível mundial. A exposição excessiva ao sol é considerada a causa mais frequente de cancro da pele, responsável por cerca de 90 por cento dos casos.

Marta Bilro

Fonte: The Star, Medical News Today, News-Medical.net.

Meda e Recordati estabelecem parceria para comercializar anti-hipertensor

A farmacêutica italiana Recordati SpA anunciou a assinatura de um acordo a longo prazo com a sueca Meda com o objectivo de comercializar, em Espanha, um novo anti-hipertensor.

O fármaco consiste na associação da Lercanidipina, um antagonista do cálcio, e do Enalapril, um inibidor da enzima de conversão da angiotensina. A substância combinada é indicada na redução da pressão sanguínea.

A Meda detém, actualmente, os direitos de comercialização do fármaco na Alemanha, Suécia e Noruega. O lançamento do produto começou na Alemanha e será agora registado em Espanha através do reconhecimento do procedimento conjunto.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Business Wire.

Takeda cresce 5,1% estimulada pelas vendas do Actos

A Takeda, maior farmacêutica japonesa, registou um aumento de 5,1 por cento nos lucros do segundo semestre de 2007, comparativamente a igual período do ano anterior. O crescimento nas vendas do Actos (Pioglitazona) foi o principal factor responsável pelo desfecho positivo.

De acordo com um comunicado da empresa, entre Abril e Junho, os resultados líquidos da Takeda subiram para os 802 milhões de euros (131 mil milhões de ienes), ou 94 cêntimos por acção, dos 763,7 milhões de euros (124,6 mil milhões de ienes), ou 87 cêntimos por acção, registados no período homólogo de 2006. As vendas cresceram 9,6 por cento para os 2,2 mil milhões de euros.

Os resultados demonstram que o anti-diabético Actos tem vindo a ganhar terreno junto dos médicos depois do estudo publicado, em Maio, no “New England Journal of Medicine” que associava o Avandia (Rosiglitazona), o fármaco mais vendido no mundo para o tratamento da diabetes, a um risco 43 por cento superior de sofrer ataques cardíacos.

A empresa mantém inalteradas nos 2,3 mil milhões de euros (380 mil milhões de ienes) as projecções anuais para os ganhos líquidos. As previsões de um grupo de 19 analistas citados pela “Reuters Estimates” apontam para os 2,4 mil milhões de euros (392 mil milhões de ienes).

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters, Forbes.

Avandia permanece no mercado com novos avisos de segurança

O Avandia (maleato de rosiglitazona) deve permanecer no mercado norte-americano recomenda o painel de conselheiros que ontem esteve reunido. De acordo com os especialistas, o fármaco destinado ao tratamento da diabetes deve permanecer disponível porque os benefícios superam os riscos. Ainda assim, o medicamento deve ser acompanhado de novos avisos de segurança, dado que se observou que aumenta a probabilidade de sofrer ataques cardíacos.

“Estão a pedir-nos que tomemos uma acção muito draconiana baseada em estudos que são inadequados para tomarmos esse tipo de decisão”, afirmou Rebecca Killion, especialista em diabetes e membro do painel de conselheiros. Gerald Van Belle, daUniversidade de Washington e também membro do comité, salientou que “quando este medicamento especifico é utilizado, deve ter-se cuidado com quem o toma”.

“O comité observou que existe garantidamente um aumento do risco”, referiu Clifford Rosen, presidente do comité, acrescentando que “as pessoas terão que pensar duas vezes antes de prescreverem este medicamento”. A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos não é obrigada a seguir as directrizes do comité mas por norma, tende a fazê-lo.

O Avandia foi o fármaco para a diabetes mais bem sucedido em 2006, com vendas que atingiram os 2,4 mil milhões de euros. Desde o seu lançamento, em 1999, mais de seis milhões de pessoas em todo o mundo já tomaram o medicamento.

Marta Bilro

Fonte: Chicago Tribune, News One.

CO2 em laser atenua mau hálito

Técnica testada por cirurgiã-dentista brasileira mostrou-se eficaz

O tratamento a laser com dióxido de carbono (CO2) diminuiu substancialmente a halitose ou mau hálito, principal queixa dos pacientes com amigdalite crónica.

A técnica foi testada pela cirurgiã-dentista, Ana Cristina Teixeira, em doentes do Hospital das Clínicas da Unicamp (Brasil) e mostrou-se eficaz, podendo ser adoptada na terapêutica de pacientes que apresentem sintomas da doença.

De acordo com a investigadora, além da melhora da halitose, “o tratamento tem a vantagem adicional de preservar as amígdalas, sem a necessidade de métodos invasivos”, explicando que, para aplicá-lo “basta um procedimento ambulatorial, com anestesia local. A aplicação do laser é feita de quatro a seis sessões, com intervalo mínimo de quatro semanas entre os procedimentos.”

A técnica de laser de CO2 foi desenvolvida em 2004 na Unicamp, pela equipe da professora e orientadora do trabalho de Ana Cristina, Ester Nicola, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Os testes contemplaram 49 pacientes, mas a cirurgiã-dentista estima que a técnica já tenha sido aplicada em mais de 300 pessoas. O alto custo do laser ainda é um desafio.

Segundo esclarece o site da Unicamp, “a médica estudou os doentes antes, durante e depois das aplicações, para aferir o nível de redução da halitose. Em todos os casos, observou-se a melhora e uma queda significativa, em torno de 30%, marca considerada satisfatória pela cirurgiã-dentista”, acrescentando que, “numa avaliação mais geral, a cirurgiã-dentista constatou, também, que os pacientes apresentaram um quadro de melhora na auto-estima e na auto-confiança.”

De acordo com a dentista, as pessoas que possuem mau hálito “não percebem o momento em que estão exalando o odor devido a um processo denominado fadiga olfatória, em que uma região do cérebro minimiza a sensação desagradável”, sublinhando que “é um problema que merece maior atenção por parte dos profissionais da área, pois a halitose pode ser um sintoma de alerta para doenças mais graves como cirrose, insuficiência hepática, insuficiência renal, diabetes e outras.”


Amigdalite crónica - críptica
A amigdalite crónica é uma doença com grande incidência na população brasileira, atingindo adultos e jovens de ambos os sexos. Trata-se de uma inflamação crónica das amígdalas e traduz-se por hipertrofia e presença de massas caseosas nas críptas amígdalinas, com odor fétido causado por germes banais, saprófitas, aeróbios, anaeróbios, germes específicos, bacilo de kock, e muitas vezes por compostos de células epiteliais de descamação, restos alimentares e neutrófilos degenerados, denominadas de «caseum».

A suspeita de que a formação de cáseos era responsável pelo mau hálito não é nova, porém, ficou comprovada com o estudo de Ana Cristina. O estudo também avaliou rigorosamente os efeitos da aplicação do laser, concluindo que a técnica promove o aumento da abertura da cripta, evitando assim a retenção de alimentos e outras substâncias que servem de substratos para as bactérias produtoras do mau hálito.

Chá
Um grupo de investigadores americanos estudou as propriedades medicinais de um tipo de chá - o polyphenols - e concluiu que a infusão pode matar ou combater a bactéria oral responsável pelo mau hálito. Os investigadores advertem, no entanto, que é muito cedo para assegurar como funcionaria o chá quando ingerido pelos seres humanos. Quando utilizado em cultivos de laboratório, o polyphenols foi extremamente eficaz na supressão das bactérias responsáveis pelo mau odor da boca. "Num dos casos, o polyphenols matou cerca de 90% das bactérias mais associadas ao mau hálito em menos de 20 minutos", garante Christine Wu, professora da Universidade de Illinois na Faculdade de Odontologia de Chicago.


Raquel Pacheco

Fonte: site da Unicamp/apagina.pt
Frutas e chá combatem a doença hepática mais frequente
Novos tratamentos para o cancro do fígado


O cancro do fígado é a complicação hepática mais grave e frequente do mundo, nomeadamente entre os portadores de cirrose, e pode ser desencadeada por um consumo excessivo de álcool ou de leite. A cura poderá ser também alcançada através do sistema digestivo, segundo um estudo agora divulgado, que aponta as verduras, as frutas e o chá como potenciais elementos curativos, que ao mesmo tempo previnem a incidência de outros tumores.

De acordo com uma investigação desenvolvida por especialistas do Instituto do Frio, com sede em Espanha, o segredo está na quercetina, um antioxidante que está presente nas verduras, nas frutas e em bebidas como o chá, e que pode curar o cancro do fígado, além de prevenir o desenvolvimento de outros tumores, pela indução da morte celular programada da linhagem de células do fígado HepG2. O estudo permitiu concluir que a quercetina inibe a proliferação do cancro e pode até ajudar à sua cura, uma vez que actua sobre as células infectadas, provocando a sua morte. Luis Goya, um dos investigadores envolvidos na pesquisa espanhola, disse que a ingestão diária de cinco ou mais peças de fruta e verduras “pode ajudar a prevenir o cancro”, sendo, no entanto, necessários mais estudos, para assegurar o potencial efeito anticancerígeno daquele antioxidante.
Porque a cada ano que passa são diagnosticados em todo o mundo 1,5 milhões de novos casos de cancro hepático, a complicação mais grave e frequente de entre as muitas doenças do foro oncológico, a atenção da comunidade científica tem dado particular atenção ao desenvolvimento de novas terapêuticas para aquele tipo de doentes. Alguns procedimentos de radiologia intervencionista – quimioembolização e ablação por radiofrequência, por exemplo – constituem uma verdadeira revolução naqueles tratamentos, com excelentes resultados. Assentam em actos médicos minimamente invasivos e menos agressivos para o paciente, e que proporcionam o rápido regresso à vida quotidiana, com uma recuperação mais eficaz.
A técnica de quimioembolização hepática consiste em reduzir o tamanho do tumor, bem como a sua sintomatologia, conseguindo a melhoria da qualidade e o aumento da sobrevida do paciente. Através de uma pequena incisão de dois milímetros na virilha, é introduzido um cateter que transporta uma combinação de medicamentos quimioterápicos diretamente para os vasos hepáticos que nutrem o tumor, a fim de tratar as células cancerígenas. São também injectadas micropartículas, com vista a bloquear as artérias que alimentam a neoplasia. O processo é totalmente realizado com o recurso ao cateter, não provocando dor, já que dentro dos vasos sanguíneos não há terminais sensitivos perceptíveis àquele estímulo.
A ablação por radiofrequência, por seu turno, actua no sentido da destruição do cancro. O método consiste na realização de uma pequena incisão na parede lateral direita da parte superior do abdómen, onde se encontra rapidamente o fígado, para introduzir uma agulha que, ao penetrar no tumor, emite ondas de radiofrequência – um estímulo similar ao do forno microondas – que “fritam” as células infectadas. A agulha é retirada logo que se conclui o tratamento, e o paciente pode ir para casa na esperança de uma rápida e eficaz recuperação. São dois procedimentos que recorrem à mais recente tecnologia e que, de acordo com os especialistas, dão aos doentes uma melhor qualidade de vida e uma maior eficácia na terapia.

Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Manhã», SEGS.com.br
Mulheres têm maior predisposição para problemas no cólon
Vinho e cerveja aumentam risco de cancro


Um em cada 20 homens e uma em cada 18 mulheres apresentam risco acrescido de virem a sofrer de cancro do cólon, e a simples ingestão de um copo grande de vinho ou de meio litro de cerveja por dia parece potenciar em cerca de 10 por cento esse risco. Segundo um estudo britânico divulgado hoje no «International Journal of Cancer», os consumidores de mais de dois copos grandes de vinho ou de um litro de cerveja por dia aumentam essa possibilidade em 25 por cento.

São resultados pouco animadores para os apreciadores de bebidas alcoólicas, que os investigadores da organização Cancer Research UK alertam, tendo por base os resultados de um estudo que acompanhou 480 mil indivíduos, de ambos os sexos e de 10 países da União Europeia, durante cerca de seis anos. Durante o período em análise, 1.833 participantes desenvolveram cancro do cólon. Tim Key, investigador que liderou a pesquisa, considera que ela demonstra que, quanto maior for o nível de álcool consumido, maior é a possibilidade do surgimento daquele carcinoma. “É importante que as pessoas entendam que podem reduzir os riscos de contrair um grande número de tumores se diminuírem o consumo de bebidas alcoólicas”, disse o especialista.
De acordo com o director de comunicação do instituto Cancer Research UK, Lesley Walker, é igualmente “importante que as pessoas não equiparem uma bebida com uma unidade de álcool”, acrescentando que as doses recomendadas, que diferem de homem (menos de três) para mulher (menos de duas unidades por dia) não têm relação directa com o número de copos bebidos, ou seja, meio litro de cerveja, por exemplo, equivale a duas unidades de álcool, enquanto um copo de vinho de 125 ml corresponde a uma. Dependendo das dimensões do copo que utilizam, poderá não ser claro para os consumidores a ingestão de mais do que as quantidades que são tidas como aceitáveis pelos especialistas para um dia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe

Zambon cresce 23% no 1º semestre

Lucro do laboratório europeu está acima do mercado farmacêutico no Brasil

Enquanto o mercado farmacêutico brasileiro cresceu cerca de 10% no 1º semestre de 2007, a Zambon - farmacêutica com sede em Itália - viu a sua actuação aumentar em 23% no mercado nacional (Brasil) em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o presidente daquele laboratório, Waldir Eschberger Jr., "diversos factores contribuíram para o resultado, entre eles, o lançamento de Fluimare, medicamento indicado para alívio da congestão nasal, a aquisição de Novaderm, adquirido do Farmasa, e também o crescimento das vendas dos produtos Monuril e Spidufen."

O representante da Zambon esclareceu que, “todas estas acções fazem parte da campanha Desafio Tutti 30 - instituída desde o segundo semestre de 2005 - que envolve todos os setores da empresa e tem como obcjetivo duplicar o lucro de 2005 e atingir a 30.ª posição no mercado farmacêutico, até o final de 2008”, frisando que, “quando o Tutti 30 começou, o Zambon estava na 45ª posição. Hoje, o laboratório já ocupa o 40º lugar.”

Zambon

O Grupo Zambon é uma empresa farmacêutica internacional de origem europeia com sede em Itália. A empresa tem presença nos principais mercados da Europa, Ásia e América, onde emprega mais de 2.400 pessoas, dos quais 230 se dedicam à investigação, aspecto ao qual a Zambon dedica 10% da sua facturação. Em Portugal, conta com 31 colaboradores.
Há 49 anos no Brasil, os laboratórios Zambon foram responsáveis por introduzir no país (Brasil) fármacos de sucesso, como Spidufen, Monuril e Fluimucil. As três principais áreas de actuação da farmacêutica são a respiratória, saúde feminina e dor, esta última englobando as especialidades de reumatologia e hepatologia.

O Zambon Group, que acaba de completar 100 anos, está presente em 16 países e é a maior indústria farmacêutica italiana no Brasil. A sede em São Paulo tem capacidade para produzir 13 milhões de unidades/ano. O lucro global do laboratório, em 2006, foi de 500 milhões de euros.

Raquel Pacheco

Fonte: Guia da Farmácia/Zambon.pt

Doença Incapacitante: Apoio psicológico no diagnóstico

Investigadores portugueses alcançam redução da ansiedade e depressão durante testes pré-sintomáticos

O acompanhamento psicológico de doentes sujeitos a testes pré-sintomáticos para descobrir se sofrem de Ataxia Espinocerebelar tipo II (uma doença neurodegenerativa incapacitante) diminui a ansiedade e depressão associadas à realização destes testes, sugere um estudo científico que envolve investigadores portugueses.

Este trabalho foi publicado no «Journal of Genetic Counseling» e foi desenvolvido, em Cuba, por cientistas do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), do Porto, em parceria com investigadores de Holguín (província cubana).

A Ataxia Espinocerebelar tipo II (SAC2) é uma doença hereditária e incapacitante que se manifesta de forma gradual, causando limitações como descoordenação motora, dificuldade na articulação das palavras, imprecisão nos movimentos e desorientação espacial.

De acordo com o estudo, para esta doença não existe tratamento, “apenas a possibilidade de ser diagnosticada ainda antes de aparecerem os primeiros sintomas, através de testes genéticos pré-sintomáticos, que começaram a ser feitos, há cinco anos, em Cuba”.

No entanto, os investigadores analisaram o impacto psicológico dos resultados dos testes em 150 pessoas com 50% de risco de vir a desenvolver a SAC2. Segundo revela o Journal of Genetic Counseling», para este trabalho “foram utilizados instrumentos psicológicos e avaliados os níveis de ansiedade, depressão e dinâmica familiar antes da realização dos testes e um ano depois de conhecidos os resultados.”

“Com acompanhamento, ao fim de um ano, os níveis de ansiedade e de depressão tinham diminuído tanto nos portadores como nos não portadores, embora a redução da ansiedade tenha sido mais significativa precisamente nos pacientes que apresentavam a doença e em pessoas com famílias disfuncionais”, concluiu a equipa de investigadores portugueses e cubanos.

Raquel Pacheco

Fontes: «Journal of Genetic Counseling»/Público

Novo passo rumo ao fim dos testes em animais

Teste "in vitro" informa se substância química produz irritações cutâneas

Uma etapa significativa na eliminação dos testes em animais foi alcançada por investigadores franceses graças a um teste “in vitro” capaz de informar se uma substância química produz ou não irritações cutâneas.

Este teste acaba de ser homologado pelo Centro Europeu para a Validação dos Métodos Alternativos (ECVAM), tendo sido aperfeiçoado pelo centro de bio-engenharia Episkin de L’Oréal, sedeado em Lyon, França.

De acordo com o ECVAM, o teste foi realizado em amostras de pele humana reconstruída em colagénio e permite “substituir completamente os testes” em animais.

Esta inovação é resultado de mais de vinte anos de pesquisas sobre a reconstrução da pele humana. Segundo as estimativas, cerca de vinte mil animais, na sua maioria coelhos, são utilizados anualmente na Europa para testar a toxicidade das substâncias químicas.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa
Multinacional acusada da morte de 11 crianças
Tribunal nigeriano adia julgamento da Pfizer


O tribunal encarregado de julgar o processo interposto pelas autoridades da Nigéria contra a multinacional farmacêutica Pfizer, acusada de ter realizado testes não autorizados de um medicamento experimental em 200 crianças nigerianas, das quais 11 morreram e outras sofreram sequelas irreversíveis, adiou o julgamento para Outubro. Os advogados do governo pediram tempo para analisar a defesa da Pfizer, que põe em causa a jurisdição do tribunal, visto não ser uma empresa nigeriana.

Tal como o farmacia.com.pt tem vindo a noticiar, sobre a firma farmacêutica pende a grave acusação de ter afectado cerca de duas centenas de crianças da região nigeriana de Kano, às quais foi administrado o Trovan Floxacin, em fase experimental e anterior à sua homologação, durante uma epidemia de meningite. As autoridades locais e os pais das crianças – 11 morreram, mas dezenas de outras sofreram severas complicações graves e permanentes, como surdez, paralisia, transtornos da fala, lesões cerebrais e cegueira – exigem uma avultada indemnização. Os advogados do governo pediram ao tribunal algum tempo para analisar os argumentos da defesa, que questiona a legitimidade do sistema de justiça nigeriano para julgar uma empresa que não tem sede no país. Contudo, em 2005 também um tribunal federal norte-americano se recusou a julgar o caso, considerando que essa deveria ser uma competência dos tribunais da Nigéria.
O caso remonta a 1996. A acusação alega que, em Abril daquele ano, altura em que grassava no país uma epidemia de meningite bacteriana, sarampo e cólera que assombrou particularmente a região de Kano, a Pfizer terá “engendrado um esquema” para “deformar e esconder as suas principais intenções”, e usando como pretexto o desejo de ajudar no apoio às vítimas, testar os efeitos do fármaco. No documento apresentado a tribunal lê-se que a empresa farmacêutica “nunca revelou que tinha intenção de realizar experiências com as vítimas vulneráveis ou qualquer teste clínico sem a aprovação das agências reguladoras da Nigéria”, afirmando sempre que “pretendia fornecer ajuda humanitária”.
A Pfizer, por seu turno, rejeitou sempre, e liminarmente, qualquer alegação de erros éticos, recusando responsabilidades desde que o escândalo estourou, em 2000, e assegurando, pelo contrário, que a administração da “trovafloxacina permitiu salvar vidas”. O laboratório garante que, “naquela altura, a trovafloxacina estava na última fase de desenvolvimento clínico” e “tinha já sido avaliada em cinco mil pacientes”, e assegura que os jovens pacientes concordaram com a realização dos testes, que foram explicados aos pais em inglês e haussá, línguas faladas na região. Uma afirmação desmentida por Hassan Sani, pai de uma menina que foi submetida aos testes, que asseverou “nunca ter suspeitado de que as crianças estavam a ser usadas numa experiência”.

Carla Teixeira
Fonte: Euronews, BBC News, Jornal de Angola, Último Segundo

Variação acentuada de peso da mãe pode colocar bebé em risco

Médicos defendem peso saudável, antes, durante e após gravidez

Um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) sugere que as mulheres que engordam ou emagrecem muito entre uma gravidez e outra podem colocar a vida dos bebés em risco.

Segundo um artigo de dois médicos irlandeses publicado naquele jornal britânico, “ao perder muito peso num curto espaço de tempo - como muitas mães fazem actualmente logo depois de dar à luz -, estarão a prejudicar a saúde do seu próximo bebé.” No entanto, os especialistas advertem, também, que um ganho acentuado de peso, logo depois de ter um filho, também é nocivo para o desenvolvimento de um outro feto.

De acordo com o artigo do BMJ, “partos com o bebé morto, nascimentos prematuros, abortos espontâneos e pressão alta estão entre os possíveis efeitos de uma variação exagerada no corpo da mãe.”

Jennifer Walsh, da divisão de um hospital especializado na saúde da mulher em Dublin, na Irlanda, e Deirdre Murphy, professor de obstetrícia da Universidade de Dublin são os mentores do artigo. Ambos defendem que “as mulheres têm de tentar manter um peso saudável antes, durante e depois da gestação para dar às suas crianças um começo de vida com saúde.”

Os médicos alertaram para o facto de as mulheres (em idade reprodutiva) serem “bombardeadas com mensagens sobre dietas, peso e imagem corporal", sublinhando que “a gravidez é um dos períodos mais exigentes da vida de uma mulher do ponto de vista nutricional e que a oferta adequada de nutrientes é essencial para sustentar o bem-estar e o crescimento do feto.”

Dois estudos
Para sustentar a tese, os especialistas irlandeses citaram dois estudos: o primeiro, feito na Suécia, consistiu em acompanhar mais de 200 mil mulheres, entre 1992 e 2001, a fim de avaliar os impactos de mudanças no índice de massa corpórea (BMI, na sigla em inglês) na saúde da mãe e do bebé. As mulheres que participaram do estudo foram acompanhadas do início da primeira gestação ao início da segunda.

A conclusão foi que o aumento de apenas uma ou duas unidades no BMI acarreta "taxas significativamente maiores" de pre-eclampsia, condição ligada à pressão alta durante a gravidez; aumento nos índices de diabetes entre as mães e maior risco de um bebé nascer com um peso acima do recomendável. Uma pessoa com BMI superior a 25 é considerada "acima do peso"; quem tem mais de 30 já é considerado "obeso".

Um outro estudo, publicado no American Journal of Obstetrics and Gynaecology (Revista Americana de Obstetrícia e Ginecologia), concluiu que mulheres que emagreciam muito entre um filho e outro tinham mais hipóteses de dar à luz prematuramente do que mulheres que aumentaram ou mantiveram seu peso.
A principal mensagem que querem passar, disseram os médicos, é que mulheres de peso médio devem evitar ganhar peso entre uma gravidez e outra.

Raquel Pacheco
Fonte: BMJ

Aprovada comercialização de fármaco inovador para anemia renal

Mircera da Roche permite tratamento com simples dose mensal

A Comissão Europeia aprovou o uso do Mircera (betaepoetina-metoxipolietilenoglicol) medicamento inovador no tratamento da anemia associada à doença renal crónica (DRC), confirmou, ontem, a farmacêutica Roche.

A aprovação do Mircera (betaepoetina-metoxipolietilenoglicol) resulta na autorização de comercialização do medicamento, que será válida em todos os 27 países membros da União Europeia (UE). O parecer favorável foi emitido, em Maio, pelo Comité de Produtos Medicinais para Uso Humano (CHMP), que recomendava a autorização de venda do produto, pelo que, a Comissão Europeia confirmou agora a decisão.

De acordo com o comunicado da Roche, o Mircera é um "activador contínuo do receptor da eritropoietina" (hormona responsável por estimular a produção de glóbulos vermelhos do sangue) e usada no tratamento de insuficiência renal crónica.

“Este fármaco é o primeiro de uma nova classe de agentes quimicamente sintetizados e de acção prolongada que melhor se aproxima dos processos fisiológicos do organismo e representa um avanço no cuidado da anemia renal, promovendo um esquema único de dosagem mensal”, destaca o laboratório suíço no comunicado.

Indicado para pacientes em pré-diálise e diálise, a fórmula estrutural do Mircera (betaepoetina-metoxipolietilenoglicol) “mantém uma menor aderência aos receptores da eritropoietina, o que permite uma degradação mais lenta e contínua do hormona, traduzindo-se, deste modo, numa significativa redução do número de aplicações no tratamento da anemia relacionada à doença renal crónica”, esclareceu a Roche, concretizando que este fármaco “substitui uma quantidade de injecções que pode chegar a 144 aplicações ao ano nos tratamentos actualmente disponíveis por apenas 12 aplicações anuais (uma vez ao mês).”

A aprovação de foi baseada em resultados de segurança e eficácia do maior programa clínico já realizado para um medicamento voltado ao tratamento da DRC. O programa foi composto por 10 estudos globais que envolveram 2.737 pacientes em 29 países. A base de dados incluiu 1.789 indivíduos tratados com Mircera e 948 com algum outro agente estimulador da eritropoiesi.

Reacções adversas: 6%

O grupo Roche estima que apenas cerca de 6% dos doentes que venham a utilizar este novo medicamento apresentem reacções adversas, sendo a hipertensão a mais apontada.

A farmacêutica sedeada na Suiça destacou ainda que o Mircera “é o primeiro agente estimulador da produção de glóbulos vermelhos aprovado na UE a oferecer um conveniente esquema de dosagem para corrigir a anemia em doentes que não receberam tratamento prévio. O medicamento é também o pioneiro na conversão directa de todos os pacientes tratados anteriormente com algum outro agente a um esquema de dose mensal única.”

DRC atinge 500 milhões

Mais de 500 milhões de pessoas, ou aproximadamente 1 em cada 10 da população em geral, apresentam um certo grau de DRC. Os doentes sofrem uma progressiva deterioração da função renal, geralmente durante um período de vários anos, até que seja necessária uma terapia para a substituição de rim. Os rins apresentam falência e não conseguem secretar eritropoietina, uma proteína produzida pelos rins e que estimula a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), em Portugal, “são cerca de 800 mil as pessoas que sofrem desta doença e o País regista, anualmente, 2200 novos casos de insuficiência crónica terminal, fase em que a doença conduz à falência do órgão, existindo actualmente 14 mil doentes dependentes de diálise ou de transplante renal.” Para a SPN, a DRC “constitui um grave problema de saúde pública”, frisando que “a actual epidemia de diabetes e a obesidade poderão contribuir para números mais elevados no futuro.”

Raquel Pacheco
Fonte: Roche/SPN

Terapêutica biológica reduz efeitos da esclerose múltipla
Natalizumab já disponível em Portugal

Encontra-se disponível no mercado farmacêutico português desde o dia 1 de Junho o Tysabri (natalizumab), produzido e comercializado pelas empresas Biogen Idec e Elan Pharmaceuticals. É o único medicamento biológico indicado para o tratamento de doentes com esclerose múltipla muito activa em monoterapia, e não está isento de polémica – foi retirado do mercado em 2005, cerca de um ano depois de ter sido introduzido, em virtude do surgimento de três episódios fatais de leucoencefalopatia multifocal progressiva em doentes tratados com o fármaco.

Um ano depois do regresso ao mercado nos Estados Unidos, e da reintrodução em alguns países europeus, a reunião de lançamento em Portugal está agendada para o dia 29 de Setembro. Neste momento, no entanto, a Biogen Inc. estima que cerca de 14 mil pessoas em todo o mundo estejam já a ser tratadas com o natalizumab, entre as quais os participantes de novos ensaios clínicos. Mais de metade daqueles doentes (8600) vive nos Estados Unidos, onde 1800 médicos já prescreveram o medicamento, enquanto na União Europeia serão mais de 5300 os novos utentes do Tysabri. Howard Rossman, director clínico do Centro de Esclerose Múltipla do Instituto para Desordens Neurológicas em Farmington Hills, no estado do Michigan, declarou que “passado um ano (da retirada do mercado), vejo os meus doentes a beneficiar significativamente com o Tysabri. Como se esperava, de acordo com os resultados dos ensaios clínicos, o medicamento tem tido impacto positivo na vida das pessoas com esclerose múltipla, já que a sua eficácia consistente lhes dá uma nova esperança na gestão da doença”.
A esclerose múltipla é uma doença crónica do sistema nervoso central. Afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo e cerca de cinco mil portugueses. Tem maior prevalência no sexo feminino, com o primeiro surto a ocorrer, em regra, entre os 20 e os 40 anos. Os sintomas clínicos podem incluir problemas de visão, perda de equilíbrio, dormência, dificuldades na locomoção e mesmo paralisia. O Tysabri está aprovado em regime de monoterapia nos Estados Unidos e na União Europeia para o tratamento da esclerose múltipla recidivante remitente muito activa. À luz de dados publicados no «New England Journal of Medicine», o natalizumab neutraliza o risco relativo de progressão da incapacidade entre 42 a 54 por cento, e apresenta também uma redução relativa da taxa anualizada de surtos de 68 por cento quando comparado com um placebo.

A «novela» do natalizumab...
Introduzido no mercado farmacêutico mundial em 2004, não demorou muito até que o natalizumab revelasse problemas. De facto, volvido cerca de um ano do início da sua utilização, o surgimento de três casos mortais de leucoencefalopatia multifocal progressiva em doentes de Crohn e esclerose múltipla que estavam a ser tratados com o fármaco deram o mote para a sua retirada do mercado norte-americano, em Fevereiro de 2005. As mortes ocorreram em pacientes que se tinham submetido a estudos experimentais do medicamento, sendo que dois deles acumulavam a toma do Tysabri com o Avonex.
Numa reacção aos nefastos acontecimentos, o comité consultivo da Food and Drug Administration promoveu uma reunião de trabalho, que teve como objectivo fazer a avaliação da possibilidade de o natalizumab voltar a ser introzido no mercado com garantias de segurança para os seus utilizadores. Os especialistas reviram toda a literatura disponível sobre o assunto, os efeitos secundários e eficácia do fármaco, analisaram a proposta de gestão do risco desenvolvida e apresentada pelas duas companhias farmacêuticas fabricantes do Tysabri, ouviram testemunhos de grupos de doentes e cidadãos interessados, e chegou a anunciar a data de reintrodução no mercado – 15 de Março de 2006 –, que no entanto não chegou a concretizar-se, tendo a FDA aprazado para Junho uma resposta.
Em Outubro do mesmo ano uma segunda avaliação aferiu a não existência de mais casos confirmados de leucoencefalopatia multifocal progressiva além dos três que inicialmente tinham sido reportados, e submeteu à FDA uma licença de aplicação biológica suplementar. Entretanto, bem antes disso, em Maio, a Comissão de Medicamentos para Uso Humano da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) emitiu uma recomendação positiva, autorizando a reintrodução do natalizumab no mercado como terapia única em pacientes com exacerbações muito activas, e que não responderam ao tratamento com um beta-interferon, bem como em doentes que evoluíram rapidamente para exacerbações graves. É no seguimento dessa recomendação da EMEA que o Tysabri regressou no passado dia 1 de Junho às farmácias portuguesas.

Carla Teixeira
Fontes: E-mail do farmacia.press, FDA, MS International Federation, Médicos na Internet, Esclerosemultipla.wordpress.com, Associação Nacional de Esclerose Múltipla
Novo tratamento para pacientes com cancro da próstata, hormono-resistentes

AstraZeneca inicia Fase III do estudo do ZD4054

A AstraZeneca vai iniciar a Fase III do desenvolvimento do novo agente oral ZD4054 em homens com cancro da próstata, hormono-resistentes, uma doença que afecta, somente nos Estados Unidos, cerca de 60.000 novos pacientes por ano. O programa de ensaios de Fase III começará antes do fim de 2007.

O programa clínico de Fase III do ZD4054, um antagonista selectivo dos receptores da endotelina A (ETA), investigará o papel deste agente como monoterapia em pacientes com cancro da próstata, metastizado e não metastizado, hormono-resistentes. O programa de desenvolvimento também averiguará o ZD4054 em combinação com docetaxel (Taxotere) em pacientes com cancro da próstata metastizado, hormono-resistentes.

O ZD4054 actua ao bloquear de forma específica o receptor ETA, que pode levar à inibição de múltiplos processos do cancro, como a proliferação das células tumorais, a sobrevivência da célula tumoral, a angiogénese do tumor e a patofisiologia das metástases ósseas. O ZD4054 leva a cabo esta acção sem bloquear o receptor ETB, que pode proporcionar efeitos biológicos benéficos em termos de estimular a apoptose, a morte de células doentes.

A decisão da companhia de iniciar a Fase III baseia-se nos dados de sobrevivência promissores de um estudo aleatório de Fase II com o ZD4054. Os dados do estudo “Endotelina, uma prova de conceito” (EPOC, sigla em inglês) serão apresentados no 14º Congresso de Oncologia Clínica(ECCO 14), que decorrerá entre os dias 23 e 27 de Setembro, em Barcelona.

O pilar base do tratamento do cancro da próstata, um cancro causado pelas hormonas naturais masculinas, é o tratamento hormonal, sublinhou o director executivo de desenvolvimento da AstraZeneca, John Patterson. Ainda que esta terapia proporcione um grande benefício para muitos homens, a maioria dos pacientes tornar-se-á resistente aos tratamentos hormonais. Para estes homens actualmente existem poucas opções além da quimioterapia e o prognóstico é mau. O ZD4054 oferece assim uma nova possibilidade de tratamento, acrescentou ainda Patterson.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma

Principais utentes da Linha Saúde 24 são mulheres com filhos pequenos

A Linha Saúde 24 (S24), um serviço telefónico do Ministério da Saúde, em funcionamento desde Abril e que serve para aconselhar o público em caso de acidente ou de doença súbita, já recebeu quase 100 mil contactos telefónicos, maioritariamente efectuados por mulheres, 74 por cento das quais, mães de filhos pequenos, segundo dados estatísticos recolhidos entre dia 1 de Maio a 25 de Julho, revelados por este serviço.

De facto, entre os principais sintomas mencionados nas chamadas para esta linha surgem o vómito e a febre, a dor abdominal e a diarreia, registados em crianças dos zero aos quatro anos, enquanto que os sintomas descritos em adultos prendem-se maioritariamente com cefaleias (enxaquecas) ou lesões na cabeça, congestão nasal e problemas de garganta.

Até dia 25 deste mês, 89 por cento dos telefonemas foram motivados por dúvidas ou pedidos de ajuda e de aconselhamento ao nível do foro clínico, dos quais a esmagadora maioria consistiu na triagem, aconselhamento e encaminhamento dos casos para o serviço adequado aos sintomas relatados.

A gravidade dos casos distribui-se de forma variada, os mais graves são encaminhados para os serviços de urgência hospitalar, enquanto que em casos de gravidade ligeira o paciente é aconselhado ao "auto-cuidado", medicando-se ou tratando-se a si próprio em casa, sem ser necessária a intervenção de um profissional de saúde.

Em 17 por cento dos pedidos de ajuda recebidos pela S24 foi aconselhado ao utente que se dirigisse à urgência de uma unidade hospitalar, encarregando-se o serviço da referenciação dos casos, de acordo com a informação clínica relevante que o utente fornece aos técnicos em funções na Linha, facilitando assim a elaboração do diagnóstico.

A grande maioria das chamadas foram feitas por utentes residentes na região de Lisboa e Vale do Tejo, essencialmente mulheres, que em todos os escalões etários registaram uma maior utilização do serviço do que os homens, excepto entre os adolescentes, o que evidência que são geralmente elas a cuidar da saúde do familiares.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Fumar um charro faz tanto mal como fumar 2,5 a 5 cigarros de uma vez

Estudo neozelandês compara efeitos da 'cannabis' aos do tabaco

Um novo estudo sobre saúde respiratória, realizado na Nova Zelândia e publicado pela revista Thorax, revelou que o acto de fumar um único charro de 'cannabis' provoca efeitos tão nefastos nos pulmões como o consumo de 2,5 a cinco cigarros de uma só vez.

De forma a comparar os efeitos da 'cannabis' com os do tabaco, os investigadores do Instituto de Investigação Médica da Nova Zelândia-Wellington observaram 330 adultos, divididos em quatro grupos: os que fumavam unicamente 'cannabis', os que fumavam só tabaco, os que fumavam ambos e os que não fumavam. Todos os participantes foram submetidos a testes respiratórios e a exames de tomodensitometria aos pulmões, um tipo de scanner de raios x assistido por computador.

"A principal descoberta é que um charro de 'cannabis' é semelhante a 2,5 a 5 cigarros em termos de obstrução respiratória", sublinham os investigadores, explicando que a equivalência é coerente com os níveis de carboxihemoglobina (monóxido de carbono presente na hemoglobina) e de alcatrão, que são três a cinco vezes mais elevados num charro do que num cigarro.

A duração do consumo é também determinante para os danos causados nos pulmões, pois quanto mais longo for o consumo, maior é a probabilidade de os fumadores de 'cannabis' virem a sofrer de pieira, tosse, dificuldades respiratórias e expectoração, para além do mau funcionamento dos brônquios, com obstrução respiratória, associado ao consumo desta substância e que exige um maior esforço aos pulmões.

Por outro lado, o estudo mostrou também que o enfisema, uma doença dos pulmões que pode evoluir para uma insuficiência respiratória crónica, atinge quase exclusivamente os fumadores de tabaco e de tabaco em associação com a 'cannabis'.

Os efeitos do consumo de 'cannabis' estão ligados à maneira como se fuma, filtrado e a temperaturas mais elevadas, com inalações de fumo mais profundas, de forma a retê-lo durante mais tempo, causando graves lesões nos pulmões.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Fármaco experimental anti-inflamatório apresenta resultados promissores

Um novo fármaco anti-inflamatório experimental tem produzido resultados promissores em estudos científicos em animais, como terapia de controlo da artrite. Este novo fármaco é um composto registado desenvolvido pela Novogen Limited a partir da sua plataforma de tecnologia fenólica.

O fármaco faz parte da família de novas terapêuticas anti-inflamatórias descobertas pela Novogen, conhecida como moléculas de flavonóides anti-inflamatórias (FAIM, sigla em inglês). Um dos principais investigadores, o professor Michael James, disse que o conceito FAIM envolve uma nova abordagem ao tratamento da artrite e outras doenças inflamatórias. O professor acrescentou ainda que os resultados são encorajadores e sugerem que o conceito FAIM é válido e pode levar a uma nova classe de fármacos anti-inflamatórios que se espera que não tenham os problemas de segurança dos actuais agentes anti-inflamatórios.

O efeito do novo fármaco foi examinado utilizando um modelo bem estabelecido de artrite em ratos, que mimetiza as inflamações das articulações encontradas na artrite humana. Foi determinada uma “pontuação” das articulações baseada no grau de inchaço e vermelhidão, assim como no número de articulações envolvidas. No estudo da Novogen, a anotação da pontuação foi feita por um operador que desconhecia o tipo de tratamento que os ratos recebiam. Um grupo de oito ratos que recebeu o fármaco na comida demonstrou uma pontuação mais baixa, em comparação com a de outro grupo de oito ratos que não recebeu tratamento.

As FAIM englobam uma família de terapêuticas que apresentam um novo método de tratar a inflamação. Estes compostos possuem uma actividade anti-inflamatória robusta in vitro e, como demonstrado agora, também in vivo, e são delineados para evitar efeitos secundários do tipo cardiovascular, gastrointestinal e renal, podendo ainda ser cardioprotectores.

Actualmente, a inflamação e a dor são habitualmente tratadas com fármacos não-esteróides e anti-inflamatórios (NSAID, sigla em inglês). Contudo, estes estão associados a efeitos secundários indesejados, incluindo hemorragias gastrointestinais e úlceras, assim como danos nos rins. Recentemente, também tem sido realçado que estes agentes, particularmente os inibidores selectivos de COX-2, estão associados a um aumento de ataques cardíacos e outros eventos cardiovasculares adversos. Todos estes problemas ocorrem porque todos os NSAID actuam na inibição da enzima COX.

O mecanismo de acção para o efeito anti-inflamatório destas FAIM foi agora estabelecido através do programa de investigação da Novogen e tem sido conseguido através de outros mecanismos que não a inibição da COX, segundo a Dra. Catherine Walker, líder do programa de investigação de fármacos anti-inflamatórios e cardiovasculares. A Dra. Walker acrescentou ainda que isto significa que estes fármacos não devem ter os efeitos secundários dos NSAID nem dos inibidores selectivos da COX-2.

Ainda segundo a Dra. Walker, este resultado vem reforçar a ideia de que o conceito FAIM deve ser continuado em estudos clínicos humanos. A intenção da Novogen é determinar se serão efectivas no tratamento da artrite, dores nas costas e outras doenças inflamatórias.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Caliper desenvolve sistema personalizado de transfecção para a Boehringer Ingelheim

A Caliper Life Sciences, Inc., líder estabelecido no campo da robótica, está a trabalhar com a indústria farmacêutica para desenvolver sistemas robóticos personalizados de transfecção para a expressão de proteínas. A Caliper criou recentemente uma solução única para a Boehringer Ingelheim que automatiza aspectos da expressão do baculovírus.

Para desenvolver o sistema para a Boehringer Ingelheim, o Grupo de Sistemas Integrados da Caliper trabalhou directamente com investigadores para perceber as necessidades específicas da companhia para cada etapa do processo de expressão do baculovírus. A Caliper utilizou depois a sua especialidade no campo da automação e robótica de laboratórios para integrar o manipulador de líquidos Sciclone, juntamente com tecnologia de outros fornecedores, para criar um sistema de laboratório Staccato que seja de confiança, efectivo e individualizado.

A capacidade de desenvolver sistemas integrados altamente fiáveis ilustra a entrega da Caliper à automação e robótica de laboratórios, e ao fornecimento à indústria farmacêutica de ferramentas de pesquisa inovadoras que vão de encontro a necessidades únicas, afirmou Kevin Keras, gestor da unidade de negócio, de Sistemas Integrados, da Caliper Life Sciences. A Caliper está dedicada a melhorar o fluxo de trabalho para a descoberta e desenvolvimento de fármacos, e percebe um valor enorme na parceria com fornecedores líderes de sistemas para criar soluções que incorporam um leque abrangente de capacidades.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Rastreio capilar assinala os primeiros 100 transplantes

A clínica CM2C, especialista em tratamentos capilares, vai promover rastreios gratuitos para verificar a saúde do cabelo. A inicitiva tem lugar nos proximos dias 21 e 22 de Agosto entre as 10:00 horas e as 19:30 horas.

A acção tem como principal objectivo comemorar os 100 primeiros transplantes capilares feitos, mas a clínica quer também sensibilizar os portugueses para os cuidados a ter com o cabelo e a necessidade de exames para evitar situações mais graves.

A CM2C faz transplantes capilares através da técnica de que implica o tranplante de unidades foliculares. Este método é indolor e permite extrair raízes do cabelo dos doentes sem recorrer a cortes e posteriores cicatrizes. No final, o paciente tem um cabelo natural.

«Dos 100 transplantes realizados, 20 por cento foram efectuados em mulheres e 15 por cento dos casos foram reparações de transplantes feitos noutras clínicas que deixaram os clientes insatisfeitos com os resultados», informa o director da clínica, Carlos Silva.

Os rastreios gratuitos podem ser marcados através da internet, pelo endereço info@cm2c.pt e pelo número de telefone 217 209 030. A CM2C está localizada na Rua Basílio Teles 35, 9º, em Lisboa.

sara pelicano

fontes: press release e site da clínica