sexta-feira, 29 de junho de 2007

Genentech triplica investimentos em Singapura

A Genentech, líder mundial no sector da biotecnologia e produção de medicamentos anti-cancerígenos, prepara-se para aumentar o seu investimento em Singapura para mais do triplo. A empresa norte-americana anunciou que vai gastar 266 milhões de euros na compra de uma unidade biotecnológica desenvolvida pelo Lonza Group, para produzir fármacos, entre os quais estão o Avastin (bevacizumab) e o Herceptin (trastuzumab).

O investimento vai juntar-se a outro que a empresa tem actualmente em mãos na pequena cidade-estado, e que envolve 104 milhões de euros para construir instalações onde será produzido o Lucentis (ranibizumab), o novo fármaco da Genentech para tratar doenças oculares. O anúncio foi feito pelo presidente das operações de produtos da Genentech, Patrick Yang.

A Genentech pretende utilizar Singapura como uma base pare desenvolver fármacos anti-cancerígenos e causadores de cegueira, que deverão chegar ao mercado norte-americano em 2010. Os responsáveis mostraram-se confiantes de que poderão atrair outros gigantes da biotecnologia para Singapura, especialmente para desenvolverem trabalho de alto nível. De acordo com Yang, as novas instalações deverão suportar cerca de 40 por cento do total das vendas globais de fármacos da empresa e empregar 400 funcionários.

As vendas do Avastin, destinado ao tratamento do cancro do pulmão e do cólon, renderam à Genentech, no ano passado, cerca de 1,3 mil milhões de euros. Por sua vez, o Herceptin registou, em 2006, vendas no valor de 888 milhões de euros. O Lucentis, comercializado em Portugal pela Novartis, recebeu autorização para entrar no mercado em Janeiro deste ano. Nos Estados Unidos da América a substância é utilizada, desde há um ano, no tratamento da degeneração macular relacionada com a idade, uma das principais causas de incapacidade nos idosos e a maior responsável pela perda de visão nos adultos.

“Para além da produção, a nossa intenção é atrair desenvolvimento para impulsionar a área comercial”, afirmou Philip Yeo, Conselheiro Especial para o Desenvolvimento Económicos do gabinete do primeiro-ministro singapuriano. Desde que no ano 2000, o governo de Singapura assumiu as ciências biomédicas como um motor de crescimento da economia, a produção de medicamentos e dispositivos médicos quadruplicou, atingindo os 11 mil milhões de euros.

Os fármacos equivalem a mais de 22 por cento da produção do país asiático, que está a levar a cabo uma tentativa de atrair as empresas químicas, farmacêuticas e de biotecnologia para reduzir a sua dependência do mercado electrónico. De acordo com o S. Iswaran, Ministro de Estado para as Trocas Comerciais e Indústria, Singapura acolhe 24 instalações farmacêuticas representativas da maioria das empresas de topo do sector.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, Channel NewsAsia, The Hindu.

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