quinta-feira, 12 de julho de 2007

Análise ao sangue permite diagnóstico precoce da doença de Alzheimer

Um conjunto de proteínas presentes no sangue de algumas pessoas que as predispõe para desenvolverem a doença de Alzheimer poderá ser a chave para um exame sanguíneo que detecta precocemente sinais da doença. Cientistas britânicos acreditam que o teste poderá estar disponível dentro de cinco anos.

Antecipar o diagnóstico e melhorar os tratamentos são dois dos principais objectivos traçados pelos investigadores, que julgam estar perto de desenvolver um teste de análise ao sangue capaz de identificar sinais desta doença degenerativa. De acordo com os cientistas, os pacientes cujo resultado seja positivo relativamente à presença de determinadas proteínas, poderão corrigir a sua dieta e fazer mais exercício físico para diminuir as probabilidades de desenvolverem a doença.

A equipa de especialistas do King’s College, em Londres, responsável pela elaboração do estudo, afirma que os pacientes portadores da doença numa fase precoce demonstraram níveis elevados de duas proteínas no sangue. A investigação que deu origem a estas conclusões comparou os níveis de proteínas no sangue de mais de 500 portadores da doença com os de pessoas idosas saudáveis. A maior frustração das pessoas está relacionada com o facto de que “quando são diagnosticadas com Alzheimer, já é demasiado tarde para fazer alguma coisa acerca disso”, frisou Madhav Thambisetty, um dos cientistas envolvidos na pesquisa.

O principal desafio que se coloca à investigação reside em “descobrir o que pode causar a doença de Alzheimer e perceber se é possível identificá-la antes de se instalar e, dessa forma, proporcionar aos pacientes uma oportunidade de tratamento eficaz”, destaca Thambisetty. A grande meta, de acordo com o responsável, “é criar um teste sanguíneo simples que possa eventualmente ser administrado num centro de saúde”. Apesar das expectativas serem animadoras, os responsáveis sublinham que são ainda necessários ensaios clínicos rigorosos.

A doença de Alzheimer afecta uma em cada 10 pessoas com idade acima dos 65 anos. Os testes de diagnóstico actualmente disponíveis incluem exames ao cérebro, realizados em hospitais, ou punções lombares que se tornam dolorosas e comportam efeitos secundários. As fases iniciais da doença são muito difíceis de diagnosticar e apesar de “existirem centenas de medicamentos em desenvolvimento”, os custos “são muito elevados e quase proibitivos mesmo para as maiores empresas farmacêuticas”, afirmou Thambisetty. Este factor torna ainda mais aliciante a nova descoberta. “Um exame ao sangue não invasivo para diagnosticar a doença de Alzheimer teria uma importância enorme”, afirma Clive Ballard, director do departamento de investigação da “Alzheimer's Society”. Até porque, “o diagnóstico precoce permite que as pessoas com demência se preparem a si e às suas carreiras para o futuro”, acrescentou.

Marta Bilro

Fonte: Daily Mail, News Post India, Telegraph.com.uk.

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