quinta-feira, 12 de julho de 2007

Farmacêuticos nem sempre decifram correctamente a receita
“Letra de médico” pode ser fatal


Um estudo recente de um grupo de especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, aferiu que a chamada “letra de médico” (um tipo de escrita tradicionalmente pouco inteligível para o comum dos cidadãos que os profissionais usam na prescrição de medicamentos), aliada aos erros de transcrição e interpretação da intenção do clínico pelos farmacêuticos, são responsáveis por 61 por cento dos erros de medicação cometidos na rede de hospitais norte-americanos.

À luz do mesmo estudo, publicado no jornal «Health Services Research», os centros hospitalares que já estão dotados do sistema informático que permite a prescrição electrónica de medicamentos conseguiram uma diminuição de 66 por cento na prevalência daquele problema. Os autores da investigação acreditam que 25 por cento dos doentes hospitalares norte-americanos já foram, pelo menos uma vez, alvo de erros de medicação, que podem, em determinadas circunstâncias, produzir efeitos perniciosos bastante graves para os utentes dos serviços de saúde, já que são comuns os enganos em termos de substância, mas também a nível das quantidades administradas.
Em Portugal a prescrição electrónica está já numa fase relativamente avançada de implementação, sendo a indicação dos fármacos a ingerir feita com o recurso a um computador em grande parte das unidades hospitalares desde o início deste ano, quando aquele método de prescrição foi alargado a todo o Serviço Nacional de Saúde, composto por 89 hospitais e cerca de 360 centros de saúde e extensões locais dos mesmos.

Carla Teixeira
Fonte: Health Services Research

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