sábado, 14 de julho de 2007

Descoberto processo de reparação do ADN celular

Uma equipa de investigadores suecos do Instituto Karolinska desvendou o mecanismo através do qual é possível explicar a forma como é reparado o ADN danificado nas células do organismo. A descoberta, divulgada pela revista Science, pode ser uma ajuda vital para solucionar muitos dos enigmas relacionados com o cancro.

As conclusões do estudo referem que o processo envolve um fenómeno denominado “aderência”, segundo o qual duas cópias de um cromossoma no núcleo da célula são mantidas em agregação de uma forma muito forte, por um complexo de proteína denominado coesina. “Ao perceber o funcionamento de uma célula saudável torna-se também mais fácil compreender o que está errado numa célula cancerígena”, frisou Camilla Sjögren, a principal responsável pela investigação.

A coesina representa uma função muito importante durante o processo de divisão celular, altura em que os cromossomas recém-copiados, as cromátides, têm que se manter juntas até ao momento correcto de separação. Se as cromátides se separam demasiado cedo, há o risco das células copiadas receberem o número errado de cromossomas, algo que ocorre com frequência nas células tumorais.

Os investigadores suecos demonstraram que a coesina é também importante na reparação das cadeias de ADN danificadas, contradizendo o processo de compreensão anteriormente avançado pelos cientistas. Para além disso, a coesina é utilizada para reparar lesões em cromátides-irmãs. O conhecimento do processo de reparação das próprias células pode ser um passo importante no desenvolvimento de medicamentos anticancerígenos. De acordo com os cientistas, esta análise demonstra que tanto as funções da segregação de cromossomas, como a regeneração do ADN, dependem do mesmo fenómeno. “Agora sabemos que a coesina é importante para restaurar o ADN danificado, o próximo passo é pesquisar mais detalhadamente qual é a propriedade que nas proteínas e enzimas influencia a produção de coesina”, afirmou Sjörgen.

Porém a compreensão dos constituintes da coesina é relevante noutras áreas para além do cancro. Os defeitos cromossomáticos são a causa de várias patologias, entre as quais o Síndrome de Down. “No que diz respeito a esta doença genética, “ela depende de uma distribuição incorrecta dos cromossomas, e sabemos que a coesina é importante para assegurar que essa distribuição é correcta”, explicou a especialista.

Marta Bilro

Fonte: Daily India, The Local, United Press International.

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