sábado, 14 de julho de 2007

Estudo sobre riscos do Avandia faz disparar relatos de efeitos secundários

Depois da publicação de uma investigação que dava conta do aumento dos riscos de ataque cardíaco provocados pela toma do Avandia (Rosiglitazona), triplicaram os relatos de efeitos secundários associados ao medicamento. Os registos de ataques cardíacos possivelmente relacionados com o medicamento subiram de 5 para 90, após a divulgação da análise no “New England Journal of Medicine”.

Nos 35 dias que se seguiram à publicação das conclusões da investigação registou-se um surto de relatos de ataques cardíacos, mortes e hospitalizações. De acordo com os especialistas, este pode ser um sinal de que os médicos, provavelmente, não estariam conscientes dos riscos que o fármaco representava ao nível dos problemas de coração, o que os levava a não reportarem muitos casos anteriores.

“Agora, os doentes e os seus médicos estão muito mais conscientes de uma possível relação entre o Avandia e as doenças cardiovasculares. Isto vai ajudar-nos a determinar se este medicamento é ou não seguro”, refere Alvin C. Powers, especialista em diabetes da Universidade Vanderbilt. Este é também, segundo afirmam os peritos, um indício de que existem falhas no sistema de detecção de segurança, sugerindo que uma melhor vigilância poderia ter denunciado o potencial problema antes de o medicamento ter sido colocado no mercado há oito anos.

O relatório, que dava conta de um aumento de 43 por cento do risco de ataque cardíaco associado à ingestão de Avandia, foi publicado no dia 21 de Maio. Nos 35 dias que antecederam a divulgação do estudo, a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) recebeu cinco relatos de ataques cardíacos possivelmente relacionados com a substância, comparativamente aos 90 registados nos 35 dias que precederam essa divulgação.

O mesmo aconteceu com as hospitalizações relacionadas com problemas cardíacos que aumentaram de 11 para 126, revela a Associated Press. As queixas envolvem a Rosiglitazona comercializada nos Estados Unidos da América como Avandia ou Avandamet. Ainda assim, não é possível obter uma conclusão mais precisa, uma vez que o sistema de queixas da FDA é totalmente voluntário. O Avandia, comercializado pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline, é utilizado no tratamento da diabetes tipo 2. A segurança do medicamento ao nível cardiovascular será reavaliada por um painel de conselheiros da FDA no dia 30 de Julho. O laboratório continua a defender que o medicamento é seguro e eficaz.

Marta Bilro

Fonte: Boston.com, Forbes, Wired Science.

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