Nos 35 dias que se seguiram à publicação das conclusões da investigação registou-se um surto de relatos de ataques cardíacos, mortes e hospitalizações. De acordo com os especialistas, este pode ser um sinal de que os médicos, provavelmente, não estariam conscientes dos riscos que o fármaco representava ao nível dos problemas de coração, o que os levava a não reportarem muitos casos anteriores.
“Agora, os doentes e os seus médicos estão muito mais conscientes de uma possível relação entre o Avandia e as doenças cardiovasculares. Isto vai ajudar-nos a determinar se este medicamento é ou não seguro”, refere Alvin C. Powers, especialista em diabetes da Universidade Vanderbilt. Este é também, segundo afirmam os peritos, um indício de que existem falhas no sistema de detecção de segurança, sugerindo que uma melhor vigilância poderia ter denunciado o potencial problema antes de o medicamento ter sido colocado no mercado há oito anos.
O relatório, que dava conta de um aumento de 43 por cento do risco de ataque cardíaco associado à ingestão de Avandia, foi publicado no dia 21 de Maio. Nos 35 dias que antecederam a divulgação do estudo, a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) recebeu cinco relatos de ataques cardíacos possivelmente relacionados com a substância, comparativamente aos 90 registados nos 35 dias que precederam essa divulgação.
O mesmo aconteceu com as hospitalizações relacionadas com problemas cardíacos que aumentaram de 11 para 126, revela a Associated Press. As queixas envolvem a Rosiglitazona comercializada nos Estados Unidos da América como Avandia ou Avandamet. Ainda assim, não é possível obter uma conclusão mais precisa, uma vez que o sistema de queixas da FDA é totalmente voluntário. O Avandia, comercializado pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline, é utilizado no tratamento da diabetes tipo 2. A segurança do medicamento ao nível cardiovascular será reavaliada por um painel de conselheiros da FDA no dia 30 de Julho. O laboratório continua a defender que o medicamento é seguro e eficaz.
Marta Bilro
Fonte: Boston.com, Forbes, Wired Science.
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