terça-feira, 21 de agosto de 2007

Contra-informação dissemina ideias erradas
Internet ameaça luta contra a sida


Uma verdadeira “teoria da conspiração” parece estar em curso em numerosas páginas da internet dedicadas a informar ou debater temas relacionados com a sida. Desde dizer que a indústria farmacêutica já desenvolveu a vacina, mas não quer vendê-la, ou que os americanos inventaram a doença, que o HIV nem sequer é a sua causa, e que o uso do preservativo não confere protecção, sendo por isso dispensável, de tudo um pouco pode ser lido em sites pouco fundamentados do ponto de vista científico, mas que estão tão ou mais acessíveis do que os outros ao comum dos cidadãos.

A denúncia é feita na edição desta semana da revista «PLoS Medicine», adverte que as consequências destas acções podem ser fatais e atingir dimensões consideráveis. Num artigo assinado por Tara Smith, especialista da Universidade de Iowa, e Steven Novella, da Universidade de Yale, volvidas mais de duas décadas de sucessivas investigações e avanços no conhecimento de como a patologia funciona, os médicos afirmam que “não pode haver dúvidas de que o HIV é o vírus que causa a sida”, insistindo na evidência de que a prevenção é a melhor maneira de agir no combate à doença. Lamentando que haja grupos de pessoas apostados em desacreditar na rede o trabalho dos numerosos cientistas que ao longo dos anos se têm dedicado a estudar o problema, os dois peritos afirmam que “quem discorda do que se sabe sobre a sida na internet nega a autoridade dos cientistas ou acredita que a maior parte deles se vendeu a outros interesses”. Esse descrédito, concretizam, poderá fazer com que quem acreditar nas mentiras publicadas nesses sites possa ter comportamentos prejudiciais, que coloquem em risco quem está são e sem problemas, designadamente através da prática de sexo desprotegido ou da adesão a terapias alternativas ineficazes e perigosas.

Carla Teixeira
Fonte: PLoS Medicine

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