quinta-feira, 9 de agosto de 2007

China investe €1,23 mil milhões para garantir segurança dos medicamentos

À medida que os olhares internacionais se debruçam sob a indústria farmacêutica asiática, o controlo torna-se cada vez mais rigoroso e exigente. Recentemente, a Administração Chinesa para os Alimentos e Fármacos (SFDA) anunciou medidas mais rígidas no que toca à aprovação de medicamentos, bem como sanções mais pesadas para os produtores de substâncias falsas. Agora, a China promete investir 1,23 mil milhões de euros para fortalecer o sector, cujas práticas têm vindo a ser amplamente questionadas.

Como parte de um esforço de correcção, o país pretende tornar o sistema verdadeiramente eficiente no que diz respeito à monitorização da qualidade dos alimentos e fármacos produzidos dentro das suas fronteiras. Para que tais intenções se concretizem a China tem tentado consertar algumas práticas duvidosas de forma a angariar pontos para a sua reputação e modificar uma visão generalizada a nível internacional que a engloba no cenário dos produtores de medicamentos contrafeitos e inseguros.

O fundo monetário, disponibilizado pelos governos central e locais, deverá ser aplicado na melhoria das infra-estruturas de controlo de segurança dentro dos próximos três a cinco anos, afirmou Yan Jiangying, porta-voz da SFDA, numa conferência de imprensa em Pequim. O mesmo responsável garantiu ainda que durante os próximos três anos deverão ser disponibilizados mais apoios financeiros para permitir um maior investimento na segurança da indústria alimentar e farmacêutica.

De acordo com o matutino “Shanghai Daily”, há objectivos específicos que definem onde será aplicado o dinheiro. Os principais pontos de investimento focam a recolocação e reconstrução do Instituto Nacional de Controlo dos Produtos Farmacêuticos e Biológicos, em Pequim; a reedificação e aquisição de equipamentos para os laboratórios biológicos em 16 institutos de controlo de fármacos; ou a compra de novos instrumentos médicos para 10 centros de controlo de qualidade. Os responsáveis pretendem também estabelecer um sistema de monitorização que registe as reacções adversas a medicamentos que irá ligar um centro nacional a 31 secções locais. Está ainda previsto um projecto para a construção de infra-estruturas locais que inclui novas instalações para a SFDA e laboratórios na parte ocidental e central do país.

A nação liderada por Hu Jintao parece ter pensado em todos os parâmetros. Segundo avançou Yan Jiangying, as leis estão a ser revistas de forma a apertar o controlo das exportações e importações de medicamentos e dispositivos médicos e a facilitar a revisão de produtos perigosos. Para além disso, há planos para lançar uma campanha contra os sites na internet envolvidos na venda ilegal de medicamentos, muitos dos quais são produtos falsos.

Recorde-se que a fiscalização das autoridades chinesas tem vindo a ser cada vez mais intransigente. Recentemente foi eliminado Zheng Xiaoyu, o ex-director da SFDA condenado à pena de morte sob acusações de corrupção relacionada com a aprovação de fármacos que não cumpriam os padrões de qualidade, acabando por conduzir à morte vários cidadãos chineses.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-reporter.com

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