terça-feira, 2 de outubro de 2007

FDA reavalia efeito dos biofosfonatos no coração

Medicamentos para osteoporose suspeitos de causar fibrilação auricular grave

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) está a rever a ocorrência de casos de batimentos cardíacos irregulares em doentes medicados com biofosfonatos, uma classe de medicamentos na qual se inserem os fármacos para a osteoporose. A análise foi desencadeada por um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” que sugeria que as mulheres que tomaram Reclast (Ácido zoledrónico) ou Fosamax (Ácido alendrónico) apresentavam mais probabilidade de desenvolver fibrilação auricular grave.

“Com base na análise inicial não é clara a forma com os dados sobre fibrilação auricular grave devem ser interpretados. Nesse sentido, a FDA não acredita que os prestadores de cuidados de saúde ou os pacientes devam alterar as suas práticas de prescrição ou a utilização de biofosfonatos nesta altura”, refere uma declaração da FDA.

Um estudo e uma carta publicados, em Maio, pelo “New England Journal of Medicine” davam conta de um aumento das taxas de fibrilação auricular grave em pacientes que tomaram um destes dois biofosfonatos: o Fosamax, produzido pela Merck, ou o Reclast, da Novartis. A FDA diz estar a recolher informação adicional para posteriormente poder elaborar uma análise aprofundada sobre o assunto que envolva toda a classe de medicamentos. De acordo com a entidade reguladora norte-americana, a investigação poderá prolongar-se por 12 meses.

Uma análise aos dados referenciados no estudo publicado no “New England Journal of Medicine” concluíu que “uma verdadeira relação entre a fibrilação auricular e o tratamento com Fosamax foi considerada pouco provável tanto pelos investigadores independentes que avaliaram o estudo como pela Merck”, refere um e-mail enviado pela farmacêutica norte-americana e citado pela Bloomberg. Por sua vez, a Novartis ainda não comentou o assunto.

Os biofosfonatos são utilizados para aumentar a massa óssea e reduzir o risco de fracturas em pacientes com osteoporose. Os fármacos são também aplicados na redução de metástases ósseas e na diminuição do cálcio no sangue em doentes com cancro.

Para além do Fosamax e do Reclast, à classe dos biofosfonatos pertencem também o Bonviva (Ácido ibandrónico), da GlaxoSmithKline; o Actonel (Risedronato de sódio) e o Skelid (Ácido tiludrónico), da Sanofi-Aventis ou o Zometa (Ácido zoledrónico) da Novartis.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters.

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