terça-feira, 2 de outubro de 2007

Fármaco experimental para a psoríase apresenta resultados positivos

O fármaco experimental ABT-874 para a psoríase, da Abbott Laboratories, continuou a ser efectivo após os pacientes terem parado com o tratamento. Os dados de um estudo intermédio demonstraram que os pacientes com psoríase moderada a grave, que tinham respondido inicialmente ao tratamento com a terapia, mantiveram um nível elevado de resposta 12 semanas após terem descontinuado o tratamento.

Os resultados da Fase II do estudo aleatório e controlado por placebo, que envolveu 180 pacientes, demonstraram que 90 por cento dos pacientes que receberam o ABT-874 durante 12 semanas conseguiram uma melhoria dos sintomas da psoríase na ordem dos 75 por cento no final do tratamento. Os novos dados demonstraram que mais de dois terços destes pacientes mantiveram, pelo menos, uma melhoria dos sintomas de 50 por cento até 24 semanas. Os resultados foram apresentados no "World Congress of Dermatology”, em Buenos Aires, Argentina.

A Abbott planeia iniciar, no final deste ano, a última fase de testes do ABT-874, tratamento injectável, que atinge duas proteínas ligadas à inflamação na psoríase, a Interleucina-12 e Interleucina-23, e para outros distúrbios, nos quais o sistema imunitário ataca o próprio organismo.

O fármaco poderá ser comercializado em 2010, e gerar 3 mil milhões de dólares no pico das vendas anuais, segundo um analista da “RBC Capital Markets”, Phil Nalbone.

O ABT-874 está a demonstrar alguns dos melhores resultados de sempre em estudos de terapias para a psoríase, acrescentou Nalbone. Se tudo continuar como planeado, o ABT-874 poderá ser a maior oportunidade comercial para a Abbott em 2010.

A psoríase afecta 125 milhões de pessoas em todo o mundo. Só em Portugal existem 250 mil pessoas que sofrem desta doença. É provocada quando o sistema imunitário não funciona correctamente, pode surgir em qualquer idade e afecta 1 a 3 por cento da população.

A psoríase é uma doença crónica e recorrente da pele, não contagiosa. O seu aspecto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afectam preferencialmente os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo. A escamação resulta de um crescimento e de uma produção anormalmente elevada das células cutâneas.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, Forbes, http://www.psoportugal.com, Manual Merck

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