terça-feira, 2 de outubro de 2007

Inquérito: Executivos e investidores optimistas face ao sector biotecnológico

A visão global do sector biotecnológico mantém-se promissora apesar do futuro parecer menos brilhante do que indicavam as previsões de há um ano, revela um novo estudo divulgado esta terça-feira durante o Fórum de Investimento dos Biotecnológicos da Sachs Associates na Europa, a decorrer em Zurique, na Suíça.

A “Global Life Science Ventures” (GLSV) questionou 200 executivos da área da biotecnologia e membros da comunidade de investidores, 79 por cento dos quais eram Europeus. A análise revelou que entre o grupo dos investidores, 68 por cento encara o futuro do sector biotecnológico europeu como suficiente ou muito positivo, relativamente aos 75 por cento de inquiridos que deram a mesma resposta em 2006. Este optimismo cauteloso é justificado com os resultados de alguns ensaios clínicos e aprovações de fármacos recentes, que são vistos por 34 por cento dos participantes europeus como tendo incutido um impacto negativo no sentimento de mercado, enquanto apenas 20 por cento falam num efeito positivo.

Apesar de algumas falhas importantes em fases finais, a postura das grandes farmacêuticas face às empresas de biotecnologia registou melhorias nos últimos anos na opinião de 80 por cento dos europeus questionados. Por sua vez, 69 por cento consideram que as farmacêuticas utilizaram as inovações biotecnológicas de forma mais eficiente nas suas linhas de investigação.

As conclusões do inquérito mostram também que tem havido uma mudança positiva na percepção do ambiente de financiamentos para empresas europeias biotecnológicas em fase inicial. Se é certo que este parâmetro é ainda descrito por 62 por cento dos europeus inquiridos como difícil ou muito difícil, o número desceu desde os 74 por cento registados no ano passado, enquanto 23 por cento o consideram bom ou excelente, comparativamente aos 13 por cento do ano passado.

O ambiente de financiamentos norte-americano é considerado bom ou excelente por 45 por cento dos europeus inquiridos, sendo que apenas 18 por cento o consideram difícil ou muito difícil, apesar disso, os norte-americanos questionados têm mais apetência para considerar difícil a angariação de fundos. De acordo com a mesma auscultação, a Europa e os Estados Unidos (EUA) têm condições de mercado semelhantes no que diz respeito à primeira fase da oferta pública de uma empresa.

Para a maioria dos inquiridos, os factores de maior relevância para o sucesso de uma oferta pública inicial prendem-se com os produtos em última fase e uma forte equipa de gestão. O número de produtos em investigação aparece em terceiro ligar, seguido pela amplitude do mercado terapêutico. O questionário revelou ainda que a comunidade de investidores tem mais apetência dos que os executivos do ramo da biotecnologia para considerar a Europa mais atractiva dos que os EUA.

Peter Reinisch, parceiro da GLSV, considera que os resultados espelham a maturação do sector biotecnológico europeu, “que continua a ser visto de forma positiva por uma grande maioria de inquiridos, apesar de algumas dificuldades nos ensaios clínicos e na aprovação de fármacos”. Se todos os ingredientes fundamentais estiverem reunidos “o sector vai continuar a crescer e preencher as expectativas que lhe são inerentes enquanto fonte de novos medicamentos inovadores para a linha de investigação da indústria farmacêutica”, concluiu.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times, Pharmalot.

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