sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Vacina experimental contra a malária da GSK apresenta resultados positivos

A vacina experimental contra a malária da GlaxoSmithKline (GSK) demonstrou ser segura e efectiva na redução do risco de morte em bebés e crianças. A vacina, a RTS,S/AS02D, foi testada em Moçambique e demonstrou uma redução de novas infecções na ordem dos 65 por cento.

O ensaio decorreu entre 2005 e 2007, e envolveu 214 bebés entre as 10 e as 18 semanas de vida. As crianças receberam aleatoriamente a vacina contra a malária, também conhecida como Mosquirix, ou a vacina da GSK contra a hepatite B, a Engerix-B, em três doses nas semanas 10, 14 e 18. Três meses após a última dose os dados demonstraram que a RTS,S/AS02D reduziu as novas infecções da malária em 65 por cento, em comparação com a terapia de controlo. Adicionalmente, a vacina reduziu a incidência de malária clínica em 35 por cento após seis meses de seguimento.

A companhia planeia lançar os testes de última fase da vacina experimental contra a malária na segunda metade de 2008, e espera que esta envolva 16 000 bebés e crianças de sete países africanos. Potencialmente a GSK irá procurar a aprovação em 2011. Caso seja aprovada, a vacina será a primeira contra a malária, uma doença que infecta 350 milhões de pessoas anualmente a nível mundial.

O principal autor do estudo, Pedro Alonso, da Universidade de Barcelona, afirmou que isto é um grande avanço. Os bebés carregam um peso desproporcionado da doença, e a taxa de fatalidades da doenças é muito mais elevada nos bebés do que em crianças mais velhas. Os investigadores não sabiam se as crianças pequenas podiam desenvolver defesas contra o parasita da malária, o Plasmodium falciparum. Alonso sublinhou que é a primeira vez que isto é observado e os investigadores pensam que é uma situação muito importante. Esta descoberta pode ajudar a prevenir 800 mil mortes de crianças por ano no continente africano.

A vacina da GSK prepara o organismo para reconhecer e destruir a forma da malária que inicia a infecção humana, esta viaja desde picada de mosquito até às células do fígado. A vacina actua em duas partes do sistema imunitário: anticorpos e células T que combatem a infecção.

A GSK investiu mais de 300 milhões de dólares no desenvolvimento da vacina, e planeia gastar ainda entre 50 milhões a 100 milhões de dólares nos próximos quarto anos.
Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, Bloomberg

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