domingo, 22 de julho de 2007

REPORTAGEM

Quando o Governo prepara a liberalização do sector...
Estado detém a propriedade de uma farmácia



O regime jurídico das farmácias de oficina actualmente em vigor em Portugal prevê uma reserva de propriedade daquele tipo de estabelecimentos para os farmacêuticos. Porém, mesmo antes de a lei ser alterada, como pretende o Governo após a recente aprovação, em Conselho de Ministros, da reformulação das actuais regras, instalou-se a polémica. É que, além das críticas dos agentes do sector à medida, um relatório da Direcção-Geral do Tesouro atesta que do sector empresarial do Estado faz parte uma farmácia...

A aparente incongruência dos factos – um Estado responsável por fazer cumprir uma lei que limita a propriedade das farmácias a uma classe profissional detém, ele mesmo, um estabelecimento desse género – chamou a atenção de alguns agentes do sector, que se apressaram a denunciar o caso em páginas da internet que remetiam para o relatório da Direcção-Geral do Tesouro, acusando o Governo de, com a decisão de legislar em 180 dias a liberalização do sector, pretender apenas legitimar o seu próprio erro, legalizando a situação da Farmácia Central de Carcavelos. Porque a reserva da propriedade das farmácias para os farmacêuticos está na ordem do dia, o farmacia.com.pt foi saber dos pormenores por detrás desta situação.
Se é verdade que no nosso país ainda é proibido a qualquer pessoa que não exerça as funções de farmacêutico deter a propriedade de um estabelecimento de dispensa de medicamentos, a situação daquela farmácia configura uma excepção que se encontra devidamente tipificada e prevista na lei em vigor. Quem circular pela Rua 5 de Outubro, uma das artérias de maior movimento daquela vila do concelho de Cascais, encontrará, por detrás de dois fluorescentes toldos cor de laranja, a Farmácia Central. Num primeiro momento parece-nos uma farmácia como todas as outras, e na verdade foi assim até há alguns anos, altura em que a então proprietária do estabelecimento morreu sem deixar herdeiros. Essa é, pelo menos, a explicação avançada pela Direcção-Geral do Tesouro para a situação.
A mesma fonte diz que “o Estado português é proprietário de 95 por cento da farmácia”, mas pretende aliená-la tão brevemente quanto possível, ao abrigo da chamada “carteira acessória”, onde são reunidas as empresas que deverão, a breve trecho, deixar de fazer parte do rol firmas mantidas pelo sector público. É que, de acordo com a mesma fonte, “o processo de habilitação e transferência da propriedade foi muito demorado, e só neste ano estão reunidas as condições necessárias para que o Estado possa assumir o seu efectivo controlo”, devendo aliená-la em seguida. No entanto, concretiza a DGT, a lei actual obriga a que cada estabelecimento de dispensa de medicamentos seja detido por um farmacêutico em pelo menos cinco por cento, o que também acontece no caso vertente, sendo a direcção técnica da Sociedade Pereira Pinto Lda – Farmácia Central de Carcavelos assegurada pela farmacêutica Maria Cidália Gonçalves.
Uma funcionária da farmácia referiu que aquela responsável está férias, razão pela qual deverá estar incontactável até Setembro. Contudo, a secundar a garantia de legalidade deixada pela Direcção-Geral do Tesouro, fonte da Ordem dos Farmacêuticos disse ao farmacia.com.pt que a situação daquele estabelecimento é perfeitamente legal, já que a premissa dos cinco por cento está a ser cumprida. Também os assessores de imprensa da OF e do Infarmed consideraram, em declarações ao jornal «Tal & Qual», que não se trata de uma ilegalidade, visto que à frente da empresa está uma farmacêutica.

Carla Teixeira
Fonte: Presidência do Conselho de Ministros, Direcção-Geral do Tesouro do Ministério das Finanças e da Administração Pública, Ordem dos Farmacêuticos, Infarmed, jornal «Tal & Qual», mail do director do farmacia.com.pt
Fármaco apresenta aumento da sobrevida em doentes sem tratamento anterior
Avastin recebe recomendação na Europa


O Grupo Roche anunciou em Basel, na Suíça, que recebeu recomendação positiva da Comissão Europeia de Produtos Medicinais para Uso Humano relativamente ao uso do Avastin como medicamento de primeira linha no tratamento da forma mais comum de cancro do pulmão, em combinação com a quimioterapia feita à base de platina.

Na sequência de dois estudos aprofundados da utilização daquele medicamento, e pelo facto de ambos terem apurado a sua elevada eficácia no tratamento do cancro do pulmão em associação com uma ampla série de quimioterapias, a comissão deu a sua avaliação positiva ao único medicamento de primeira linha que, ao longo de mais de uma década, mostrou ter capacidade para prolongar a vida dos pacientes, cuja expectativa de sobrevida ao diagnóstico era, originariamente, de apenas oito a dez meses. Resultados que não foram positivos apenas no caso das neoplasias do pulmão, já que o fármaco revelou proporcionar, de forma consistente, uma melhoria geral na sobrevida livre de progressão para pacientes com cancro do pulmão, colo-rectal, do rim e da mama.
Christian Manegold, professor de Medicina da Universidade de Heidelberg, que faz parte do Centro Médico Universitário de Mannheim, na Alemanha, conduziu um dos estudos cujos resultados terão estado na base da decisão da comissão. Para ele “o Avastin é tão inovador que irá mudar o padrão actual de tratamento do cancro”. Em nome do Grupo Roche, o executivo-chefe da divisão farmacêutica, William Burns, considerou que “a opinião da comissão é uma estimulante notícia para os doentes europeus que lutam contra uma doença especialmente agressiva e debilitante”, e acrescentou que a empresa pretende, com o seu “programa de desenvolvimento do Avastin – o maior programa de testes de sempre na Oncologia – iremos continuar a desenvolver as melhores abordagens de tratamento possíveis, com vista a fazer subir a taxa de sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.
Aprovado nos Estados Unidos em Fevereiro de 2004 e na Europa em Janeiro do ano seguinte, o Avastin é utilizado no tratamento de primeira linha de doentes com cancro colo-retal metastático. Em Abril deste ano o medicamento foi aprovado no continente europeu também para o tratamento de primeira linha das mulheres com cancro da mama metastásico, enquanto o Japão adoptava o fármaco para tratar o cancro colo-rectal avançado ou recorrente. O cancro do pulmão, um dos tumores mais prevalentes nas sociedades desenvolvidas – onde constitui uma importante causa de morte –, é actualmente responsável por cerca de três mil mortes diárias em todo o mundo.

Carla Teixeira
Fonte: PR Newswire

Métodos de diagnóstico da doença de Alzheimer estão ultrapassados

Num artigo publicado na revista ‘The Lancet Neurology’, os neurologistas Bruno Dubois e Philip Scheltens defendem que os métodos e critérios usados para detectar a doença de Alzheimer estão obsoletos e deviam ser renovados, sugerindo o cruzamento de novos métodos de avaliação para que a doença possa ser detectada três e quatro anos mais cedo, ainda antes de chegar a fases mais avançadas.

Os autores do artigo propõem uma combinação de testes de memória com dados de imagens do cérebro e marcadores biológicos, aproveitando a evolução das “explicações sobre as bases biológicas do Alzheimer”, que têm permitido uma “compreensão sem precedentes da evolução da doença”.

De facto, o desenvolvimento da medicina permitiu uma grande evolução ao nível da detecção e desenvolvimento de novos fármacos, tornando assim obsoletos os critérios de diagnóstico da doença, determinados em 1984. Contudo os neurologistas concordam que os sintomas clínicos devem manter-se como a base do diagnóstico, uma vez que estes são o primeiro sinal de alarme.

As falhas de memória, acompanhadas de mudanças graduais que ocorrem durante mais de seis meses, são geralmente o sintoma mais evidente, no entanto falhas em testes específicos de memória e uma menor fluidez verbal, podem indicar também o diagnostico da doença de Alzheimer.

Para além dos sintomas clínicos, os neurologistas defendem também que para traçar um diagnóstico positivo, é necessário avaliar os marcadores biológicos da doença, que podem encontrar-se no líquido encefaloraquidiano. A ressonância magnética mostra a atrofia numa zona cerebral, mas não contribui para a compreensão do desenvolvimento da doença, o que só os níveis anómalos de proteínas associadas à demência no fluido cérebro-espinal ou as mudanças moleculares em certos exames com imagens neurológicas ou até certas mutações genéticas, possibilitam.

“Nos próximos anos, talvez meses, vamos ter medicamentos que podem abrandar o processo da doença”, acredita Bruno Dubois, dai que seja fundamental identificar o mais cedo possível os sintomas da doença, para “curar o mais depressa possível os doentes”. Apesar das convicções de Dubois e Scheltens, ambos reconhecem que o uso destes novos critérios requer ainda confirmação e levanta problemas técnicos.

A doença de Alzheimer é uma forma de demência causada pela morte de células cerebrais, característica das doenças neurológicas. A ingestão de frutas e os legumes frescos, poderá ser uma forma de retardar a evolução da doença, tal como sugere um estudo da Universidade de Harvard, segundo o qual estes alimentos, ricos em antioxidantes, retardam a neurodegenerescência.

Em Portugal existem 70 mil doentes de Alzheimer e em todo o mundo registam-se mais de 24 milhões de pessoas vitimas desta doença, número que em 2020 pode ascender aos 42 milhões, conforme a previsão de alguns estudos. A doença é altamente incapacitante e dispendiosa, com custos de tratamento que podem chegar aos 2000 euros mensais, nas fases mais avançadas.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã

Sanofi-Aventis tem novo complexo de produção nos EUA

A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis terminou a construção de um novo complexo no nordeste da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América. As instalações recentemente concluídas estão avaliadas em 108 milhões de euros e deverão permitir ao laboratório duplicar a produção de vacinas contra a gripe sazonal e pandémica.

A unidade de produção, altamente computorizada, aguarda apenas a aprovação final do governo norte-americano mas não deverá começar a produzir vacinas antes do final do próximo ano.

“Sabemos que as pandemias existem, que iremos atravessar alguma e que precisamos estar preparados”, afirmou o secretário para a Saúde e Serviços Humanos, Mike Leavitt, que considera o complexo de produção importante para a saúde do país e do mundo.

Marta Bilro

Fonte: Philly.com

Centros de Saúde vão realizar IVG

Alguns centros de saúde vão poder realizar interrupções voluntárias da gravidez (IVG) induzidas por fármacos, medida que deverá ser posta em prática a partir de “Outubro ou Novembro”, segundo revelou ao jornal Expresso o coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, Jorge Branco. Por sua vez, o director-geral de Saúde, Francisco George, prefere não avançar com qualquer prazo.

Francisco George não põe de parte a possibilidade de haver uma evolução nesse sentido, algo que deverá ocorrer “num futuro próximo, por etapas e em função da capacidade instalada em cada centro de saúde”, referiu, acrescentando que para tal não será necessária uma alteração do quadro legal. De acordo com Jorge Branco não faz sentido que os médicos de família não possam realizar abortos, até porque “muitos centros de saúde já fazem consulta prévia e também ecografias, desde que haja acordos com ecografistas. Por enquanto só não têm os fármacos”, que permitem proceder à interrupção da gravidez, afirma.

Para além disso, tal como salienta o especialista e também director do serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Santa Maria, “a vocação de um hospital central não é realizar IVG”, mas “resolver patologias e complicações”. Conforme salientou Rui Nogueira, da direcção da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, “o gesto técnico que consiste na interrupção medicamentosa não tem nada de extraordinário”.

Actualmente, a mifepristona, administrada entre as cinco e as sete semanas de gestação, e o metotrexato, administrado em mulheres grávidas entre as cinco e as nove semanas, em combinação com a prostaglandina, só podem ser utilizados em meio hospitalar.

Desde que entrou em vigor a lei que despenaliza a realização da IVG, no dia 15 de Julho, a Clínica dos Arcos recebeu grávidas encaminhadas por três hospitais da região de Lisboa, e outros dez estão a negociar protocolos com o estabelecimento, afirmou a directora, Yolanda Hernandez, em declarações ao semanário Expresso. Para o primeiro dia de interrupções foram agendados 30 abortos. Segundo afirmou Amílcar Pereira, administrador da Clínica Oiã, em Aveiro, outro dos estabelecimentos privados autorizados a realizar a IVG, não foram recebidas mulheres encaminhadas por hospitais públicos e a clínica não foi contactada por nenhum para proceder a acordos. No que toca às grávidas que se dirigiram directamente à clínica contabilizam-se sete IVG’s marcadas para o primeiro dia.

Marta Bilro

Fonte: Expresso

Abbott e Abbott Fund na luta contra o VIH/SIDA pediátrico em África

A Abbott e a Abbott Fund anunciaram vários esforços para expandir o acesso ao tratamento e aos cuidados para crianças africanas que sofrem de VIH/SIDA, incluindo um investimento adicional de 12 milhões de dólares em subsídios e doações de produtos durante este ano. Estes programas irão servir para preencher algumas das lacunas existentes nos tratamentos pediátricos do VIH, aumentando o número de médicos pediatras e trabalhadores de serviços de saúde com treino e experiência; estabelecendo ligações entre a prevenção, testes e serviços de tratamento para as mulheres grávidas e para as crianças que vivem nas instalações de cuidados de saúde, e trabalhando para superar alguns dos problemas culturais e do estigma associado ao VIH.

A necessidade dos programas para lutar contra o VIH/SIDA pediátrico nunca foi tão grande, uma vez que em cada minuto há mais uma criança infectada com VIH. Segundo a OMS, 2,3 milhões de crianças com menos de 15 anos vivem com VIH/SIDA em todo o mundo. Sem cuidados nem tratamento, estima-se que três em cada dez crianças com VIH irão morrer antes de completar o primeiro aniversário, 50 por cento aos dois anos e 60 por cento antes de completar três anos.

Devido à ampliação das parcerias duradouras com associações como o Baylor College of Medicine e outras organizações de relevo, a Abbott Fund está a proporcionar novos subsídios para a Catholic Medical Mission Board (CMMB), a Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation (EGPAF) e Family Health International (FHI), com o objectivo de explorar novas aproximações para a detecção e possibilitar às mulheres e crianças o acesso aos testes de VIH e aos serviços de tratamento no Malawi, Quénia e Tanzânia. Com estes novos subsídios, a Abbott e a Abbott Fund investiram mais de 70 milhões de dólares, nos últimos sete anos, nestes programas. Em 2007, estas iniciativas deverão ajudar cerca de 40.000 mulheres grávidas a receber testes de VIH e mais de 5.000 crianças a receber tratamento para o VIH.

A transmissão do VIH de mãe para filho continua a ser um problema significativo nos países em desenvolvimento: mais de 90 por cento das crianças com VIH contraem a doença durante a gravidez da mãe, durante o nascimento ou durante a amamentação. Os testes constituem o primeiro passo para a prevenção, e a Abbott tem doado testes rápidos de VIH nos programas de prevenção de transmissão entre mãe e filho (PMTCT, sigla em inglês) em 69 países, incluindo os africanos. Até agora, a Abbott proporcionou mais de 5 milhões de testes de VIH gratuitos através do programa.

Isabel Marques


Fontes: Pharmalive, PRNewswire

sábado, 21 de julho de 2007

Nova terapia com vírus vivo para destruir células cancerígenas inicia fase II

O Instituto para o Desenvolvimento de Medicamentos do Centro de Terapia e Pesquisa do Cancro (CTRC, sigla em inglês), em colaboração com a Oncolytics Biotech Inc., uma companhia biotecnológica, inscreveu os primeiros dois pacientes na fase II do estudo clínico para pacientes com vários tipos de sarcomas que metastizaram para os pulmões. A nova terapia anti-cancro consiste não num fármaco de quimioterapia, mas sim num vírus vivo, que é tóxico para as células cancerígenas, mas não é perigoso para as células normais. Esta nova terapia, utilizando um vírus vivo, é a primeira do género disponível no CTRC.

Segundo a principal investigadora do Instituto para o Desenvolvimento de Medicamentos (IDD, sigla em inglês) do CTRC, Monica Mita, o nome Reolysin deriva do reovírus humano, um vírus ligeiro que ocorre naturalmente no ambiente. Esta nova terapia tem demonstrado sucesso, porque o reovírus se reproduz nas células cancerígenas e destrói-as no corpo do paciente. As células cancerígenas têm diversas anormalidades moleculares e genéticas. Nas células normais, saudáveis, o reovírus é incapaz de se reproduzir, devido a uma enzima chamada PKR. Esta enzima é suprimida nas células cancerígenas e, por isso, o reovírus pode reproduzir-se na célula cancerígena e matá-la, acrescentou ainda a Dra. Mita.

O Reolysin tipifica a verdadeira abordagem de terapia direccionada que procura utilizar as diferenças fundamentais entre as células cancerígenas e as normais como base para abordagens efectivas anti-cancro, estando os investigadores muito entusiasmados com este estudo, adiantou o director do IDD do CTRC, Francis Giles.

O Reolysin demonstrou sucesso contra tumores durante as fases iniciais dos testes científicos. Este estudo (REO 014) é de fase II, de rótulo aberto, e de agente único, com o objectivo principal de medir as respostas do tumor, a duração dessas respostas e de descrever qualquer evidência de actividade anti-tumor. O Reolysin será administrado por via intravenosa aos pacientes durante cinco dias consecutivos. Os pacientes podem receber ciclos adicionais de terapia de cinco dias cada quatro semanas num máximo de oito ciclos. Serão inscritos até 52 pacientes no estudo. Os pacientes elegíveis são aqueles que têm um sarcoma dos tecidos moles ou dos ossos que se espalhou para o pulmão, e que são considerados pelos médicos como não respondendo às terapias habituais ou como não sendo curáveis por estas. Isto inclui pacientes com osteossarcoma, tumores da família do sarcoma de Ewing, histiocitoma fibroso maligno, sarcoma sinovial, fibrossarcoma e leiomiossarcoma.

O presidente da Oncolytics Biotech Inc, Dr. Brad Thompson, disse que sendo a Oncolytics uma companhia de oncologia em evolução, o posicionamento dos estudos muito inovadores e sofisticados é de uma importância crucial, e que a companhia está encantada por ter o Instituto de Desenvolvimento de Medicamentos do CTRC como colaborador. Espera-se que este estudo produza informação que irá guiar o programa final de desenvolvimento clínico do Reolysin.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Genérico Modafinil recebe aprovação provisória da FDA

A Caraco Pharmaceutical Laboratories, Ltd., anunciou que a FDA concedeu uma aprovação provisória para o registo de um genérico (ANDA, sigla em inglês) da companhia, os comprimidos de Modafinil 100mg e 200mg.

O Modafinil está indicado para melhorar o estado de vigília em pacientes com sonolência excessiva associado com narcolepsia. Este novo produto é bioequivalente ao Provigil, da Cephalon, Inc. Os comprimidos de Provigil atingiram vendas de aproximadamente 753 milhões de dólares nos Estados Unidos, num período de 12 meses, até 31 de Março de 2007.

O presidente da Caraco, Daniel H. Movens, disse que a companhia está muito satisfeita por ter recebido esta aprovação provisória. O Modafinil foi apresentado com uma certificação no parágrafo IV de que a Caraco não infringe e/ou que a patente da Cephalon é inválida. A Caraco não foi processada pela Cephalon. A companhia espera ansiosamente pela comercialização deste produto posteriormente à expiração da patente e do período de exclusividade da Cephalon.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Meda adquire MedPoint para entrar no mercado dos EUA

A farmacêutica sueca Meda AB chegou a acordo para a compra da MedPoint, operação que lhe abrirá portas para o mercado norte-americano e lhe dará acesso aos tratamentos respiratórios e de alergias da empresa. O negócio desencadeou o maior impulso dos últimos oito meses nas acções da Meda.

O laboratório europeu deverá desembolsar 376 milhões de euros e emitir 17,5 milhões de acções da Meda para os investidores que detêm a MedPoint. De acordo com previsões da Bloomberg, o investimento permitirá à MedPoint uma valorização que ronda os 573,6 milhões de euros.

“A aquisição irá aumentar as vendas anuais entre os 25 e os 30 por cento”, estimou Johan Unnerus, analista no Swedbank Markets, acrescentando que a operação propicia também “aquisições adicionais tanto no mercado norte-americano como europeu”.

As acções da Meda aumentaram 1,25 euros, ou 11 por cento, para os 12,53 euros na bolsa de Estocolmo.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg.

Fiocruz e Genzyme colaboram para combater doenças negligenciadas

O laboratório brasileiro Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) e a Genzyme, empresa líder no mercado mundial de biotecnologia, deverão anunciar, no dia 23 de Julho, uma parceria no âmbito do desenvolvimento de novos tratamentos contra as denominadas doenças negligenciadas, como é o caso da malária, leishmaninoses e Doença de Chagas.

Numa primeira fase a cooperação deverá concentrar-se na investigação de novos tratamentos contra a Doença de Chagas, responsável por cerca de 50 mil mortes por ano a nível mundial. Uma das pesquisas iniciais tem como alvo um tratamento que neutraliza uma proteína responsável por causar problemas cardíacos nos doentes que sofrem desta patologia.

"As doenças negligenciadas são um enorme problema para os países em desenvolvimento em todo o mundo", salienta o presidente da Fiocruz, Paulo Buss. Conforme explicou o responsável, no Brasil, os esforços para aumentar a actividade científica nesse campo estão a ser acelerados com o apoio do Ministério da Saúde. “Estamos entusiasmados com a parceria com a Genzyme, um dos líderes mundiais em biotecnologia, e optimistas com os avanços que esta colaboração trará no combate às doenças infecciosas", acrescentou Buss.

Henri Termeer, presidente da Genzyme, mostrou-se igualmente satisfeito com a colaboração e confiante no potencial das empresas para trabalharem em doenças negligenciadas. "A nossa indústria tem potencial para maximizar a capacidade criativa dos laboratórios de investigação, convertendo a pesquisa básica para novos candidatos de medicamentos em ensaios clínicos. Estamos optimistas com esta parceria com a Fiocruz, que acreditamos será produtiva, de longo prazo e poderá servir de modelo para futuras colaborações com outras instituições", frisou Termeer.

Marta Bilro

Fonte: Revista Fator

Ruanda utiliza flexibilidade de patentes para importar medicamento anti-HIV

O Ruanda pretende importar, do Canadá, um medicamento genérico contra o HIV/Sida. Este será o primeiro país a fazer uso de uma excepção prevista pela Organização Mundial do Comércio (OMC) que permite a importação de medicamentos patenteados sem autorização do detentor da patente.

O país africano comunicou à OMC a sua intenção de importar, nos próximos dois anos, 260 mil embalagens dos antiretroviral TriAvir, comercializado pela farmacêutica canadiana Apotex. A Nigéria pretende utilizar uma concessão estabelecida pela OMC em Agosto de 2003, que nunca antes foi utilizada, e que autoriza as nações pobres e com dificuldades ao nível da saúde pública a importarem genéricos caso não tenham condições de os produzir.

De acordo com a deliberação da OMC, os países podem requerer uma “licença compulsória” para produzir versões patenteadas de fármacos considerados importantes para a saúde pública desde que os medicamentos sejam distribuídos para uso doméstico.

Os 150 membros da OMC deverão decidir, até Dezembro, se a concessão passará a integrar de forma permanente o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Industrial relacionados com o Comércio (ADPIC). Alguns decisores europeus adiaram, esta semana, a aprovação do mecanismo por considerarem que é demasiado restritivo e dispendioso para os países pobres que têm que lidar com os problemas de falta de acesso aos medicamentos para combater doenças como o HIV/Sida ou a malária que matam milhões de pessoas todos os anos.

Pascale Boulet, assessora jurídica dos Médicos Sem Fronteira e da sua Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais considera que este “é um sistema que funciona na base do país a país e caso a caso. Pode, de facto, responder às necessidades do Ruanda para este medicamento específico, mas não é uma solução para o problema como um todo”.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Itellectual Property Watch.

Anvisa lança "Operação Placebo"

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade brasileira que regula a comercialização de medicamentos, acabou de lançar uma operação policial contra a venda ilegal de medicamentos através da internet.

Em cooperação com a Polícia Federal, a agência reguladora diz ter detectado a venda ilegal de fármacos e produtos na internet que não se encontram registados na Anvisa, com produção ou distribuição irregular, em seis estados e dez municípios do país. De acordo com uma nota de imprensa a que o farmácia.com.pt teve acesso, terão sido identificados cerca de 60 locais ilícitos de armazenamento ou venda nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A "Operação Placebo", como lhe chamaram os responsáveis, é fruto de nove meses de investigação, durante os quais os produtos foram vigiados a partir da identificação de “empresas” que apresentavam maior frequência de actividades na rede mundial de computadores. Para se infiltrarem no meio, os responsáveis pela investigação entraram em contacto com os fornecedores que disponibilizavam medicamentos placebo, sem registo ou nota fiscal, e procederam à compra de anfetaminas, anabolizantes, complementos alimentares, medicamentos abortivos e estimulantes sexuais fabricados em laboratórios clandestinos.

Perto de 40 farmacêuticos e advogados destacados pela entidade reguladora deverão cooperar tecnicamente na análise prévia dos medicamentos e na verificação da legalidade dos produtos detectados. As autoridades suspeitam que, para além da adulteração ou falsificação de medicamentos, possa também haver contrabando.

Marta Bilro

Fonte: iGov, Anvisa.

REPORTAGEM

Peritos defendem adequação dos cuidados às necessidades
Novas soluções para os doentes renais


O desenvolvimento de tratamentos alternativos à hemodiálise (como a diálise peritonial) – que reúnam condições de segurança e de custo/efectividade – e a individualização da imunossupressão em transplantados renais são duas das mais recentes propostas de especialistas do sector para a melhoria da qualidade dos cuidados àqueles doentes. Procura-se agir numa área de grande diversidade e complexidade, defendendo os interesses dos portadores de doenças crónicas debilitantes.

A portuguesa Entidade Reguladora da Saúde deu há dias um primeiro passo na defesa dos interesses dos insuficientes renais, ao tornar públicos os resultados de um estudo que encomendou ao Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Faculdade de Economia da Universidade Católica Portuguesa, e que atestam a existência de vários problemas na assistência aos doentes renais em Portugal. Um primeiro aspecto negativo do actual panorama nacional naquela área tem a ver, de acordo com o estudo – a que o farmacia.com.pt teve acesso –, com o facto de “o preço fixado para reembolso das clínicas de hemodiálise pelos serviços que prestaram ao Serviço Nacional de Saúde não tem acompanhado a evolução dos custos empresariais”.
Também a possibilidade de financiamento dos tratamentos de hemodiálise por preço compreensivo, bem como a circunstância de ser o Estado a assumir o pagamento das despesas com o transporte dos doentes para os tratamentos, sem que estes possam influir nas escolhas feitas, foram questões analisadas no estudo da Católica para a ERS, que lamentou igualmente “não existir, no actual cenário de organização dos cuidados aos insuficientes renais, incentivos para o desenvolvimento de formas de tratamento alternativas à hemodiálise”, como a diálise peritonial, que poderiam abrir caminho a importantes benefícios para os pacientes, além de “fomentar ou reforçar a concorrência no mercado, por via do alargamento dos serviços substitutos”.
Com base na análise dos dados compilados e tratados pelos autores do estudo, o conselho directivo da Entidade Reguladora da Saúde, com sede no Porto, emitiu há poucos dias um parecer em que faz algumas recomendações, que entretanto foram remetidas ao Governo, através do envio ao ministro da Saúde. Baseando-se mais na componente logística do acompanhamento dos doentes do que na parte terapêutica, a ERS recomenda, no caso de vir a ser adoptado o sistema de financiamento por preço compreensivo, a inclusão de um ponto de salvaguarde a remuneração do serviço de transporte dos doentes, cuja competência passaria a ser da entidade prestadora de serviços de hemodiálise.
Enquanto não for colocado em prática aquele princípio, a entidade preconiza a revisão da actual afectação dos utentes por centros de saúde, de modo a “aferir a racionalidade das práticas correntes de referenciação, na óptica da defesa dos interesses” dos utentes do Serviço Nacional de Saúde, e salienta que “deverá ser promovido o desenvolvimento de tratamentos alternativos à hemodiálise, como a diálise peritonial”. Álvaro Almeida, presidente do conselho directivo da Entidade Reguladora da Saúde, esclareceu, numa circular entretanto enviada aos órgãos de Comunicação Social, que as recomendações da ERS já foram remetidas ao Ministério da Saúde, aguardando agora que, tão brevemente quanto possível, as medidas escalonadas possam ser postas em prática.

Transplantados
No caso dos doentes insuficientes renais em estado mais avançado, que tiveram já a necessidade de se submeter a um transplante, os problemas não são menos, nem as soluções mais fáceis, apesar de terem sido importantes e consideráveis os avanços sentidos nos últimos anos, designadamente no que toca à terapia imunossupressora utilizada no transplante de órgãos. O brasileiro Roberto Ceratti Manfro, professor auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e funcionário do Serviço de Nefrologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, naquele país, refere que o “arsenal de medicamentos e agentes biológicos” recentemente surgidos “veio proporcionar a possibilidade de terapias imunossupressoras mais adaptadas às características de determinados grupos de doentes, ou mesmo às necessidades individuais de cada um deles”.
Ao protocolo clássico com prednisona e azatioprina acrescentou-se, no início dos anos 80, a ciclosporina, e posteriormente diversas outras substâncias entretanto incorporadas na prática clínica: o tacrolimus, os micofenolatos (mofetil e sódico) e as rapamicinas (sirolimus e everolimus). Também os agentes biológicos, entre os quais a globulina anti-timocitária, foram aprimorados, com recurso à tecnologia de produção de anticorpos monoclonais anti-CD3 (OKT3), alemtuzumab e anti-receptores da interleucina-2 (basiliximab e daclizumab). Adicionalmente, com o Belatacept inaugurou-se a era do uso clínico das proteínas de fusão, através do bloqueio dos sinais co-estimulatórios.
Seguindo as premissas básicas da individualização da imunossupressão – os doentes não são todos iguais no que toca aos riscos de desenvolver rejeição ou de perder enxertos; apresentam também diferenças quanto à susceptibilidade à ocorrência de efeitos colaterais dos fármacos imunossupressores; as terapias imunosupressoras podem influenciar negativamente co-morbidades significativas, que quando presentes podem alterar o desfecho dos casos clínicos – vislumbra-se, de acordo com o especialista brasileiro, duas conclusões principais: a de que a terapia com imunossupressão pode ser mais potente no início e ir diminuindo ao longo do tempo (estratégia mais comum e adequada sobretudo aos pacientes com maior risco de rejeição), e a alternativa inversa, isto é, iniciar o tratamento de uma forma menos intensa e aumentar a sua potência quando necessário ou em casos de rejeição aguda.

Carla Teixeira
Fonte: Entidade Reguladora da Saúde, Med Online
Suspensão de concurso internacional sobre genéricos
Infarmed e Apifarma trocam acusações


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) está preocupada com os possíveis efeitos, em termos de interesse público, da decisão da associação industrial do sector (Apifarma) que visa suspender a realização de um concurso internacional sobre medicamentos genéricos.

O presidente do Infarmed, Vasco Maria, considera que a instituição respondeu à citação judicial no prazo definido, com o argumento de que “questões de interesse público ficarão prejudicadas se a providência avançar”. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica interpôs uma providência contra o concurso internacional de 500 mil euros para promover o mercado dos genéricos, defendendo que ao Infarmed cabe apenas proporcionar esclarecimentos para o uso racional dos medicamentos. Numa nota de imprensa a que o farmácia.com.pt teve acesso, a Apifarma questiona a legitimidade do Infarmed para, na qualidade de “entidade reguladora e independente”, lançar um concurso internacional de 500 mil euros a fim de favorecer o mercado de genéricos, alegando a ocorrência de uma agressão à lei da concorrência.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Apifarma, Agência Lusa, «O Primeiro de Janeiro»
Na apresentação de iniciativas para dinamização do mercado...
Infarmed reconhece preços altos dos genéricos


O presidente do Infarmed reconheceu a existência de alguns medicamentos genéricos comercializados a um preço demasiado alto, atribuindo o problema à existência de um preço de referência, ao número excessivo de fármacos com o mesmo princípio activo e ao também elevado número de substâncias activas sem genérico. Vasco Maria falava no arranque de uma campanha de informação que levará à distribuição de milhares de folhetos e cartazes pelas farmácias portuguesas. Na mesma sessão foi ainda anunciada a nomeação de um provedor do medicamento genérico, que terá a missão de dinamizar aquele mercado.

Em conferência de imprensa, o presidente da autoridade nacional revelou que a quota de mercado dos medicamentos genéricos atingiu, no mês de Junho, os 17,6 por cento em valor e os 11,3 por cento em número de embalagens. No entanto, a meta imposta pelo Infarmed é os 20 por cento no final do próximo ano. Para isso pôs em marcha uma campanha de promoção dos genéricos, o Plano Integrado dos Medicamentos Genéricos 2007, tendo Vasco Maria explanado que acções contempladas naquela iniciativa visam aumentar a informação sobre aqueles fármacos junto dos diferentes intervenientes no processo de prescrição, dispensa e utilização de medicamentos (médicos, farmacêuticos e utentes).
Depois do arranque, na última quarta-feira, da distribuição de milhares de folhetos pelas farmácias, centros de saúde e hospitais, onde deverão ser também colocados cartazes alusivos à campanha, que numa segunda fase, prevista para Setembro, abrangerá os principais órgãos de Comunicação Social, o presidente do Infarmed divulgou também a existência de um programa informático de consulta que visa facilitar a acessibilidade dos interessados à informação relativa aos medicamentos genéricos através do telemóvel ou pocket PC, que segundo apurou o farmacia.com.pt está já disponível para download no site do Infarmed.
O Infarmed, que funciona sob alçada do Ministério da Saúde, é a autoridade reguladora do sector do medicamento em Portugal, tendo como competências principais avaliar, autorizar, regular e controlar os fármacos de uso humano e os produtos de saúde. A sua principal missão é, segundo explicou fonte daquele organismo, “garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos medicamentos e dos produtos de saúde disponíveis no País, prevenindo os riscos decorrentes da sua utilização e assegurando elevados padrões de saúde pública, bem como a defesa dos interesses do consumidor”.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Ordem dos Farmacêuticos

Aclasta recebe recomendação para aprovação europeia

O Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP, sigla em inglês) emitiu uma opinião positiva para recomendar a autorização de comercialização do produto Aclasta, da Novartis. O Aclasta é um tratamento de dose única anual para mulheres com osteoporose pós-menopáusica, que mostrou proporcionar benefícios significativos de protecção óssea e que pode melhorar o cumprimento do tratamento a longo prazo .

O Aclasta mostrou que reduz as fracturas da coluna em 70 por cento e as fracturas da anca em 40 por cento, em comparação com placebo, dados revelados num estudo publicado no “New England Journal of Medicine”. Uma em cada duas mulheres com mais de 50 anos tem predisposição para ter fracturas relacionadas com a osteoporose na sua vida, levando a um número elevado de mortes, incapacidade e custos com a saúde.

O Aclasta (ácido zoledrónico 5 mg) passou um marco importante, após ter recebido a recomendação para aprovação europeia como o primeiro tratamento de bifosfonato de toma anual para a osteoporose pós-menopáusica. O Aclasta funciona ao ligar-se ao osso, parando o quebrar excessivo e reequilibrando o processo natural de remodelação do osso.

A opinião positiva emitida pelo CHMP, que revê os fármacos para a Comissão Europeia, é um importante passo em frente para as mulheres com osteoporose. Uma infusão de 15 minutos numa dose única anual permite aos pacientes receber a medicação de um ano numa única aplicação. A recomendação do CHMP baseou-se na revisão extensiva dos dados de estudos clínicos da osteoporose. O dossier inclui dados de 7.700 mulheres de um ensaio, que demonstrou uma redução de 70 por cento de fracturas da coluna nas mulheres que utilizaram Aclasta, em comparação com as do placebo, enquanto o risco de fracturas da anca, que estão associadas com uma mortalidade significativa em pessoas idosas, foi reduzido em 41 por cento, em comparação com placebo. O Aclasta foi considerado como sendo seguro e bem tolerado nos ensaios clínicos.

Segundo o director de desenvolvimento da Novartis Pharma AG, James Shannon, as actuais terapias orais para a osteoporose têm de ser tomadas diariamente, semanalmente ou mensalmente e as pacientes frequentemente consideram estes regimes de tratamento difíceis de seguir. Como resultado, mais de 50 por cento das pacientes não cumprem a terapia após um ano. O Aclasta elimina as preocupações com o cumprimento durante um ano inteiro e fornece uma eficácia excelente na protecção das mulheres contra o risco de fracturas que podem colocar a vida em perigo.

A Comissão Europeia segue, geralmente, as recomendações do CHMP e espera-se que emita uma decisão acerca do Galvus dentro de três meses. A decisão será aplicada a todos os 27 estados-membro da EU, mais a Islândia e a Noruega.

Esta é a primeira vez que um tratamento foi mostrado num único estudo para fornecer protecção contra todos os tipos de fracturas devido a osteoporose em todos os principais sítios – coluna, anca e outras fracturas sem ser da coluna.

O Aclasta foi submetido para aprovação da FDA, em 2006, para o tratamento de osteoporose pós-menopáusica, com o nome de Reclast. O Aclasta já tem aprovação em mais de 50 países, incluindo na União Europeia, Estados Unidos e Canadá para pacientes com Doença de Paget, uma deficiência crónica que causa crescimento anormal dos ossos.

Isabel Marques

Fontes: Novartis, Pharmalive, Bloomberg

Comité Europeu emite opinião positiva acerca do Galvus

O Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP, sigla em inglês) emitiu uma opinião positiva em relação aos comprimidos Galvus 50 mg e 100 mg, da Novartis, recomendando a concessão de autorização para comercialização do produto. O Galvus, um novo medicamento oral de toma única diária para a diabetes tipo 2, proporciona uma redução significante de açúcar no sangue com uma boa tolerabilidade num leque de pacientes com este tipo de diabetes. O fármaco foi recomendado para ser utilizado em combinação com os medicamentos orais mais comuns para a diabetes – metformina, tiazolidinediona (TZD) ou sulfonilureia (SU) – a indicação mais abrangente proposta para qualquer membro da nova classe de fármacos inibidores de DPP-4.

O fármaco está planeado para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2 como terapia oral dupla em combinação com a metformina, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia apesar da dose máxima tolerada de monoterapia com metformina; juntamente com sulfonilureia, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia apesar da dose máxima tolerada de sulfonilureia e para quem a metformina é desaconselhada devido a contra-indicações ou intolerância; e ainda combinado com tiazolidinediona, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia e para quem a tiazolidinediona é apropriada.

A substância activa do Galvus é a vildagliptina, um inibidor de dipeptidil peptidase 4 (DPP-4), código ATC: A10BH02. A inibição de DPP-4 reduz a segmentação e desactivação da forma activa (intacta) das hormonas incretinas, incluindo GLP-1 (glucagon-like peptide 1, em inglês) e GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide, em inglês), produzindo uma elevação de concentrações de incretinas que levam ao aumento de secreção de insulina dependente da glicose e a redução de libertação de glucagom ou glicagina, consequentemente contribuindo para a manutenção da homeostase da glicose.

Os benefícios da terapia de combinação do Galvus com metformina, com sulfonilureia ou com tiazolidinediona são clinicamente relevantes, uma vez que o Galvus induz reduções significantes de HbA1c e FPG (fasting plasma glucose, em inglês) em comparação com placebo. Os efeitos secundários mais comuns do Galvus em combinação com a metformina ou sulfonilureia são tremores, dores de cabeça, tonturas, fadiga e nasofaringite. Em combinação com tiazolidinediona, as reacções adversas podem ser aumento de peso, edema periférico, dores de cabeça e atenia.

O CHMP, com base na qualidade, segurança e eficácia dos dados submetidos, considerou que há um equilíbrio favorável na relação benefício/risco para o Galvus e, por isso, recomenda a concessão de autorização para comercialização. O Comité emitiu a opinião positiva baseado nos dados de mais de 5.700 pacientes em 13 estudos clínicos. Mais de 21.000 pacientes participaram no programa de ensaio clínico, incluindo aproximadamente 10.000 tratados com Galvus. A dose recomendada é de 100 mg uma vez por dia, quando utilizado em combinação com metformina ou TZD, e 50 mg uma vez por dia, em combinação com SU.

A Comissão Europeia segue, geralmente, as recomendações do CHMP e espera-se que emita uma decisão acerca do Galvus dentro de três meses. A decisão será aplicada a todos os 27 estados-membro da EU, mais a Islândia e a Noruega.

O Galvus, que pode valer cerca de mil milhões de dólares por ano, é um dos medicamentos com que a Novartis está a contar para compensar as perdas de patentes, tais como a do antifúngico Lamisil.

Um plano de farmacovigilância será implantado para o Galvus, assim como para todos os produtos medicinais, como parte da autorização de comercialização.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, Novartis, Bloomberg

112 recebeu quase 25 mil chamadas falsas em 2006

No ano passado, foram feitas 24.281 falsas chamadas de emergência para o 112, efectuadas por pura brincadeira e apesar da triagem, 8984 motivaram mesmo a deslocação recursos de auxilio até ao suposto local do sinistro. Apesar de algumas condenações, a grande maioria das chamadas não são identificadas e o infractor sai impune.

Pedro Coelho dos Santos, director de comunicação do INEM, diz que não há contabilidade das condenações em tribunal por este tipo de actuação, mas assegura que são poucas, tendo surgido essencialmente nos últimos dois anos. "Prestam serviço administrativo no INEM ou na PSP. Tenta-se mostrar como funciona o sistema do 112, para perceberem o transtorno causado e o prejuízo para quem precisa mesmo de assistência".

Todos os dias são feitas 66 chamadas falsas para o INEM e em média são activadas 25 ambulâncias. Coelho dos Santos sublinha que "tem havido uma diminuição ligeira no número de chamadas falsas, mas ninguém pode dizer que 24 mil é pouco".

Todas as chamadas feitas para o 112 que envolvam feridos ou doentes são transferidas pela PSP para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM. Nestes centros, apesar da triagem feita pela Polícia, acabam ainda assim por ser recebidos alguns alertas falsos.

Os atrasos resultantes das chamadas falsas podem resultar em perigosas para a vida de quem realmente necessita de assistência rápida. Fátima Rato é médica do CODU de Lisboa, parte integrante do INEM, explica que “muitas vezes, vamos a determinada habitação e as pessoas ficam espantadas porque não pediram uma ambulância. Normalmente, os autores da brincadeira dão uma morada falsa, mas mesmo quando é a sua própria casa não reconhecem a infracção".

Desde 2000, o número de saídas desnecessárias de ambulâncias diminuiu, não chegando, em média, a metade da quantidade de chamadas falsas efectuadas para o 112.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Construção do novo hospital privado de Braga começa segunda-feira

Na próxima segunda-feira será lançada a primeira pedra da construção do novo hospital privado de Braga, um investimento de 30 milhões de euros a cargo das empresas Britalar, de Braga e grupo Hospital da Trofa. A localização do hospital será em Nogueira, uma área de "fácil acesso, disponibilidade de transportes públicos e facilidade de estacionamento", terá 90 camas e criará 200 empregos fixos, e outros tantos em regime de "tempo parcial", adianta Gerardo Saraiva, administrador da Britalar.

A parceria desenvolvida conta ainda com o com apoio financeiro do Banco Espírito Santo (BES), sendo que a compra do terreno, a construção do edifício e o respectivo financiamento estão a cargo da Britalar, enquanto que ao grupo hospitalar da Trofa compete a concepção, gestão e desenvolvimento do projecto, que deverá entrar em funcionamento em 2009.

O projecto, cujo prazo de construção é de 18 meses, prevê a construção de um edifício de seis pisos, com quartos privativos, suites, enfermarias de duas e três camas e um bloco operatório com seis salas, preparado para cirurgias de grande complexidade, cirurgia de urgência e também cirurgia de ambulatório.

Os utentes do hospital poderão ainda contar com seis quartos privativos de cuidados intensivos, e outros seis para a fase de dilatação e parto, consulta externa com 40 gabinetes, serviço de urgência com áreas funcionais autónomas de adultos, crianças, traumatizadas e emergência, imagiologia com TAC e ressonância, fisioterapia com piscina, restaurante, capela, lojas e outros.

O objectivo traçado pelo Hospital da Trofa passa pela construção de um hospital que vá ao encontro de "um novo conceito de medicina centrada no doente”, um projecto de saúde privada inovador, “que se pretende afirmar como uma verdadeira e completa alternativa ao sistema público”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Exame auditivo neonatal é indispensável na prevenção da surdez profunda

A melhor forma de combater a surdez profunda passa pela realização de um teste auditivo neonatal universal, tal como hoje se faz com o teste do pezinho, que permita detectar precocemente bebés com problemas auditivos graves, pois só assim será possível conseguir uma reabilitação rápida e efectiva. A sugestão parte de um estudo sobre a reabilitação da criança surda, apresentado hoje na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

De acordo com o antigo responsável pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Rui Nunes, "o processo não é dispendioso e permitiria ao Estado poupar os tratamentos mais onerosos e menos eficazes inerentes à detecção tardia da surdez profunda infantil e garantir uma melhor inserção social destas crianças".

O estudo, desenvolvido pela FMUP, através do seu Serviço de Bioética (dirigido por Rui Nunes) e com o apoio do Serviço Nacional de Reabilitação, concluiu que as crianças surdas que frequentam a escola normal estão em desvantagem relativamente às que estudam em escolas especiais. Para Rui Nunes, "esta conclusão aponta para a necessidade de efectuar uma revisão a nível da política do Ministério da Saúde quanto aos exames neonatais e para a urgência de apostar no ensino especial, que se revela muito mais eficaz para o desenvolvimento das crianças surdas, que nos últimos anos tem estado em declínio".

Em análise estiveram dois grupos de crianças surdas com idades compreendidas entre os seis e os 12 anos, sendo que um dos grupos estava integrado no ensino normal e o outro no ensino especial bilingue, onde é ensinada a língua gestual a par da língua portuguesa escrita. Os resultados apresentados pelas crianças integradas no ensino normal são mais fracos ao nível da comunicação, integração social e capacidade associativa e cognitiva, quando comparadas com as crianças surdas integradas no ensino bilingue.

Por outro lado, o estudo revelou também que a falta de uma língua impede estas crianças de compreenderem o que as rodeia, de comunicarem eficazmente e de socializar, o que compromete o seu desenvolvimento e as pode deixar frustradas e ansiosas. Em contrapartida as crianças que são inseridas em escolas bilingues e que dominam a língua gestual vivem mais calmas e mais seguras, estão mais aptas a explorar o meio e a estabelecer relações com os outros e, por isso, desenvolvem-se mais eficientemente.

Para além dos excelentes resultados apresentados pelas crianças em ensino bilingue, o estudo mostrou também que a aprendizagem da língua gestual deve ocorrer o mais prematuramente possível, pois as crianças que iniciaram a aprendizagem da língua gestual com três anos de idade ou menos, obtiveram os melhores resultados.

Rui Nunes propõe que se criem escolas próprias, que integrem surdos e ouvintes, mas que possuam ensino bilingue, que garantem resultados muito melhores para o desenvolvimento de crianças com surdez, contrariamente ao que acontece no sistema educativo português, que integra as crianças surdas nas escolas convencionais, apesar destas não responderem às necessidades comunicativas dos alunos surdos.

"São pessoas com pouca capacidade de reivindicação, pelo que nos cabe a nós intervir junto das autoridades governamentais, chamando a atenção para estas questões”, conclui Rui Nunes que pretende apresentar as conclusões deste estudo aos ministérios da Saúde e da Educação.

A surdez profunda atinge um em cada mil nascimentos e resulta essencialmente de factores genéticos ou da prematuridade do bebé. Em Portugal existem 35 mil surdos profundos e 135 mil pessoas afectadas por deficiências auditivas.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Contra malária, sida e tuberculose
Deputados exortam Governo a aderir à UNITAID


A Assembleia da República recomendou ao Governo, de forma unânime, que inicie o processo de adesão à UNITAID, organismo que mobiliza esforços para diminuir o custo dos medicamentos para países pobres, declarou ontem o deputado do PSD José Luís Arnaut.

A Facilidade Internacional para a Compra de Medicamentos (UNITAID, na sigla em inglês) foi lançada em Setembro de 2006, à margem da Assembleia-Geral da ONU, por França, Brasil, Reino Unido, Noruega e Chile, com vista a reduzir os preços dos medicamentos para o combate à malária, à tuberculose e à sida nos países pobres e com maiores dificuldades na aquisição daqueles fármacos. Desde a sua criação mais de 34 países iniciaram o processo de adesão ao organismo, que estipula que “pelo menos 85 por cento dos fundos disponíveis sejam atribuídos a países de baixo rendimento”, e que colabora com organizações como a Organização Mundial de Saúde, o Fundo Global ou a Fundação Clinton.
Arnaut disse que “a Assembleia da República solidarizou-se unanimemente com os objectivos desta causa e deu um claro sinal da sua atenção e do seu empenho na ajuda da resolução dos problemas de saúde pública. Cabe ao Governo ponderar a adesão à UNITAID, através do modelo que considerar mais adequado à realidade jurídica e económica do País”. O orçamento da UNITAID para 2007 ultrapassa os 300 milhões de dólares, estimando-se que em 2009 exceda os 500 milhões, graças a uma crescente adesão à iniciativa.
Estima-se que actualmente 40 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas com o HIV (2,3 milhões com menos de 15 anos) e que dos seis milhões de doentes que necessitam de medicamentos urgentes apenas um milhão consiga aceder aos tratamentos adequados. Segundo a UNITAID, a malária provoca um a três milhões de mortes por ano (um óbito infantil a cada 30 segundos em África). A tuberculose mata dois milhões de pessoas por ano, “quando podia ser prevenida e tratada em seis meses”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Governo nigeriano suspende processo contra a Pfizer

Acusação pretende acrescentar novas provas

O governo nigeriano decidiu protelar o processo contra a farmacêutica norte-americana Pfizer acerca de um ensaio com Trovan Floxacin levado a cabo, em 1996, naquele país e que alegadamente terá causado a morte a 11 crianças. O julgamento, que será realizado em Abuja, capital da Nigéria, deveria estar prestes começar, porém foi adiado para que se adicionassem novos dados ao processo.

A acusação pede uma indemnização no valor de 5,06 mil milhões de euros (7 mil milhões de dólares norte-americanos) ao laboratório, alegando que a Pfizer utilizou como pretexto uma campanha de solidariedade que se destinava a combater uma epidemia de meningite e sarampo para realizar testes que envolviam o novo medicamento do grupo. O governo da Nigéria diz agora ter tido acesso a novas provas pretendendo construir um caso ainda mais sólido contra a farmacêutica.

De acordo com Babatunde Irukera, um dos advogados do governo nigeriano, a acusação terá tido acesso a provas que indicam que a Pfizer cometeu uma fraude ao administrar o fármaco. O novo processo judicial deverá incluir esses materiais que permitirão esclarecer alguns dos argumentos iniciais apresentados pelo governo.

A Pfizer mantém a sua versão original sobre o assunto, negando todas as acusações e garantindo que obteve aprovação do governo local e das entidades internacionais para realizar o ensaio clínico utilizando o referido medicamento que, segundo afirma, ajudou a salvar vidas. Os responsáveis da empresa garantem que todos os requisitos éticos foram tidos em conta na aplicação do tratamento e “em conformidade com o compromisso da companhia para com a segurança dos doentes”.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, CNN Money.

Novartis quer liderar mercado de vacinas

O laboratório suíço Novartis tem planos para investir mais de 1,4 mil milhões de euros durante os próximos cinco anos, de forma a incrementar o seu sector de vacinas, tornando-se numa das três farmacêuticas de topo, nesse âmbito, a nível mundial.

Durante uma reunião no centro de investigação de Siena, em Itália, o director executivo do departamento de vacinas e diagnósticos da empresa, Jörg Reinhardt, anunciou ter intenções de colocar aquela unidade na liderança mundial ao nível de vacinas para a meningite. Reinhardt vai mais longe, e diz mesmo ter ambições de tornar a Novartis numa das duas produtoras de topo no ramo das vacinas da gripe e vacinas do viajante, até 2012, noticia o Financial Times.

A venda de vacinas rendeu à Novartis perto de 600 milhões de euros, em 2006, valor que deverá ascender aos 723 milhões de euros no final deste ano, segundo as previsões avançadas pelo responsável. O ranking actual relativo aos líderes de mercado no campo das vacinas coloca a Novartis atrás da Sanofi-Aventis, da GlaxoSmithkline, da Merck e da Wyeth.

Marta Bilro

Fonte: Financial Times, MSNBC, Hemscott.

Limitar a actividade da insulina pode ser chave a para a longevidade

Restringir a exposição do cérebro à insulina, mantendo um peso saudável, pode ser o segredo para uma vida mais longa, afirmam cientistas norte-americanos. Um estudo realizado com ratos revelou que reduzir os sinais de insulina no interior das células cerebrais aumenta a esperança média de vida.

A insulina é uma hormona hipoglicemiante segregada pelo pâncreas que ajuda o organismo a regular a utilização de açúcar necessário ao funcionamento das células. De acordo com o estudo publicado pela revista “Science”, um estilo de vida saudável e o baixo peso reduzem os níveis de insulina, podendo, por isso, prolongar a esperança média de vida. A comprovar-se esta descoberta, a insulina será apenas um entre muitos factores, como é o caso dos genes, a influenciar a longevidade.

Investigações anteriores realizadas em minhocas e moscas da fruta indicaram que a redução da actividade da hormona insulina pode aumentar a esperança média de vida. Este novo estudo analisou a actuação da proteína IRS2, responsável pela transmissão dos sinais da insulina ao cérebro. Os especialistas observaram que os roedores que possuíam metade da quantidade normal desta proteína no organismo aumentaram a longevidade em 18 por cento.

Os animais geneticamente modificados conseguiram prolongar a esperança de vida porque o surgimento de doenças letais, como o cancro e os problemas cardiovasculares, estavam a ser adiados devido à redução do sinal de insulina no cérebro e apesar dos níveis de insulina a circular serem elevados, explicaram os cientistas.

Segundo Morris White, director do laboratório de Boston no qual decorreu a pesquisa, a descoberta poderá ajudar a explicar porque é que as dietas equilibradas e o exercício são tão benéficos para o organismo. Os investigadores acreditam que, no futuro, possam ser desenvolvidos medicamentos redutores da actividade da proteína IRS2 que surtam o mesmo efeito, apesar de terem de actuar especificamente ao nível do cérebro.

Marta Bilro

Fonte: Channel4, BBC News, Portal da Saúde.

Galapagos recebe pagamento no âmbito da parceria com a Boehringer Ingelheim


A empresa belga de biotecnologia Galapagos anunciou que a sua divisão BioFocus DPI terá recebido um pagamento da farmacêutica Boehringer Ingelheim relativo a uma colaboração de investigação no âmbito de uma descoberta auto-imunológica.

A Galapagos obteve uma comissão adiantada e deverá continuar a receber fundos relativos à investigação e desenvolvimento, incluindo o montante que será pago logo que sejam preenchidos determinados critérios relativos à descoberta do medicamento. De acordo coma empresa, o valor total do contrato poderá exceder os 2 milhões de euros.

O acordo de colaboração, com um prazo de duração de três anos, teve início em Janeiro de 2006 e envolve a expansão do SilenceSelect sh-RNA da BioFocus DPI, baseado num conjunto de genes que envolve o desenvolvimento de um exame celular delicado no campo das doenças auto-imunes e a sua aplicação duma descoberta alvo para a investigação auto-imune da farmacêutica alemã.

“Estamos muito satisfeitos pelo progresso da cooperação com a Boehringer Ingelheim ter evoluído da forma como estava planead e por continuar bem encaminhado”, afirmou Onno van de Stolpe, directo executivo da Galapagos.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, Euronext.

Celsentri recebe parecer positivo do CHMP

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) recomendou a aprovação do Celsentri (maraviroc) na União Europeia, um bloqueador do co-receptor CCR5 indicado no tratamento de doentes infectados com HIV-1.

O parecer positivo deverá ser avaliado pela Comissão Europeia, que poderá divulgar a decisão final dentro dos próximos meses, avançou a Pfizer, farmacêutica responsável pela produção do medicamento.

Ao contrário da maioria dos tratamentos actualmente disponíveis, o Celsentri não ataca directamente o HIV, mas bloqueia o vírus impedindo-o de entrar nas células. Caso seja aprovado, o fármaco deverá ser maioritariamente utilizado por pacientes que deixaram de reagir aos tratamentos convencionais anti-HIV.

A substância foi aprovada em Abril pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA).

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, PR Newswire.

Wyeth cresce 13% no segundo trimestre de 2007

Os resultados líquidos da farmacêutica Wyeth aumentaram 13 por cento no segundo trimestre do ano. Este crescimento fica a dever-se, principalmente, às vendas do Enbrel (Etanercept), indicado no tratamento da artrite reumatóide, e do Prevnar, uma vacina pneumocócica conjugada, um factor que leva o laboratório norte-americano a aumentar as previsões para 2007.

De acordo com os dados revelados pela empresa, os resultados líquidos da Wyeth atingiram os 870 milhões de euros, ou 63 cêntimos por acção, dos 768,7 milhões, ou 57 cêntimos por acção, registados no mesmo período do ano anterior. Excluindo a contabilização de algumas iniciativas de produtividade, os resultados líquidos teriam chegado aos 899 milhões de euros, ou 65 cêntimos por acção.

Por sua vez, a inclusão do Prevnar e do Enbrel nos programas de imunização europeus, e o sucesso de vendas do Enbrel fora dos Estados Unidos da América (EUA), fizeram subir as receitas do laboratório norte-americano em 9,5 por cento, para os 4 mil milhões de euros. Os ganhos ajudaram a Wyeth a aumentar os lucros à medida que começa a empenhar-se nas campanhas de promoção do Lybrel e do Torisel e enquanto espera aprovação de três novos produtos.

“Tivemos um excelente primeiro semestre e estamos ansiosos por registar um óptimo ano”, salientou o director executivo da empresa Robert Essner. As receitas relativas aos medicamentos prescritos subiram 11 por cento, para os 3,45 mil milhões de euros. As vendas do Enbrel aumentaram 37 por cento, enquanto as do Prevnar não ultrapassaram os 22 por cento.

A empresa prevê um lucro anual na ordem dos 2,52 mil milhões de euros, ou 2,58 euros por acção, um pouco acima da previsão anterior que apontava para os 2,47 mil milhões de euros, ou 2,53 euros por acção.

Segundo afirmou o presidente da Wyeth, Bernard Poussot, a empresa espera lançar sete novos contraceptivos hormonais nos próximos 18 meses. Os primeiros deverão ser o Lybrel, uma pílula anticontraceptiva que permite que as mulheres deixem de ter o período menstrual, e o Torisel, para um tipo de cancro renal. No final do ano, a Wyeth deverá obter aprovação da entidade reguladora dos EUA para o Pristiq, para o Viviant, um medicamento que previne a perda de densidade óssea na menopausa, e do bifeprunox para o tratamento da esquizofrenia.

Marta Bilro

Fonte: The New York Times, Forbes.

Bial anuncia desenvolvimento de um antipiléptico
Primeiro fármaco de raiz e patente portuguesa


O grupo farmacêutico Bial – Portela & Companhia SA está a preparar a produção do primeiro medicamento de raiz e patente portuguesa, no âmbito de um arrojado plano de expansão da empresa, que quer apostar na diminuição da dependência do mercado nacional, no qual hoje obtém 72 por cento das suas vendas.

Segundo adianta o «Diário de Notícias» na sua edição de hoje, a estratégia da Bial deverá passar por assegurar no estrangeiro a maior parte da sua facturação dentro dos próximos cinco anos, valendo-se, para cumprir aquele objectivo, de um maior alargamento da rede de empresas comerciais do grupo. Ao cabo de 13 anos de investigação, o primeiro medicamento português deverá ser um antiepiléptico, com base no princípio activo eslicarbazepina, estimando-se que deva poder entrar no mercado entre 2009 e 2010. “Os novos produtos resultantes da nossa investigação e desenvolvimento são um dos factores-chave para a nossa entrada em mercados da União Europeia”, declarou José Redondo, administrador do grupo Bial e director da área de internacionalização.
Sobre o novo fármaco, o responsável considerou que “vai dar uma nova dimensão à actividade da Bial”, nomeadamente nos mercados do primeiro mundo, onde hoje a empresa não está ainda presente, a não ser em Portugal, Espanha e Chipre. De acordo com José Redondo, “a eslicarbazepina é uma nova molécula patenteada a nível mundial. Foi estudada em mais de 1 500 doentes, em ensaios clínicos em 23 países. Terminamos agora a fase III dos ensaios clínicos e estamos a preparar a submissão do novo medicamento às autoridades regulamentares”. Depois disso, há as fases de registo do medicamento e de negociação de preço com as autoridades sanitárias de cada país.

Carla Teixeira
Fonte: Diário de Notícias

Cadeiras de bebé aumentam risco de síndrome de morte súbita do lactente

Os recém-nascidos transportados sentados em bancos de automóveis ou em cadeiras de transportes e retenção de crianças correm um risco mais elevado de sofrer de Síndroma de Morte Súbita do Lactente (SMSL), revela um novo estudo.

A investigação, que analisou 508 bebés com idade inferior a 1 ano, observou que 17 mortes ocorreram quando as crianças se encontravam “sentados em determinados aparelhos”, 10 das quais permaneceram por explicar, refere Aurore Côté, do Centro de Saúde da Universidade McGill, e orientadora do estudo publicado pelo “Archives of Disease in Childhood”.

Porém a análise aponta para um risco acrescido em todos os bebés que se encontram no primeiro mês de vida, quer sejam ou não prematuros, sempre que estão sentados em cadeiras de transporte para automóveis ou cadeiras de bebé. “A mensagem transmitida aos pais deve ser: não deixem que um bebé com menos de um mês de idade passe muito tempo sentado num carro ou num assento para bebés”, salientou a especialista.

Keith Tanswell, director do departamento de neurologia do Hospital de Crianças Toronto considera interessantes as conclusões do estudo, que “sugere que não é ideal transportar um bebé no assento de um carro sem colocar a cabeça em posição neutral”. No entanto, a dimensão da pesquisa é reduzida, considera o responsável, sublinhando que transportar os bebés sem a cadeira apropriada comporta riscos de ferimentos bem mais acrescidos. Os autores têm consciência que a investigação tem um alcance limitado por não haver um grupo de controlo com bebés vivos e saudáveis, mas destacaram que as crianças que cuja causa de morte conseguiu ser determinada funcionaram como um grupo de controlo nominal.

A SMSL é o nome atribuído à morte súbita e inesperada de um bebé, sem explicação da causa, mesmo após investigação apropriada. Nos países ocidentais constitui uma das causas mais frequentes de morte no primeiro ano de vida. O fenómeno existe também em Portugal mas desconhece-se ainda a sua verdadeira extensão. Embora não se conheça a causa desta síndroma, sabe-se que o risco aumenta se os bebés dormirem de bruços ou se a mãe fumou durante a gravidez e se continua a fumar após o parto.

Marta Bilro

Fonte: Med Page Today, The Star, Sociedade Portuguesa de Pediatria.

EMEA: Acomplia é contra-indicado em pacientes com depressão

O Acomplia (rimonabant), medicamento comercializado pela Sanofi-Aventis e destinado à perda de peso, deve ser tomado com precaução. Um parecer emitido pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) refere que o fármaco é contra-indicado em pacientes que estão a ser tratados com antidepressivos ou que sofram de uma depressão clínica.

De acordo com Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA (CHMP), a substância deve ser acompanhada de um alerta que esclareça os doentes acerca dos efeitos secundários inerentes à toma, entre os quais se destacam os pensamentos suicidas. Ainda assim, a EMEA decidiu não suspender a comercialização do medicamento por considerar que os benefícios superam os riscos, excepto em pacientes com depressões ou que tomem anti-depressivos.

O medicamento é indicado como adjuvante na dieta e no exercício físico para o tratamento de doentes obesos ou com excesso de peso e com factores de risco associados, tais como diabetes tipo 2 ou a dislipidemia. Em Junho, Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration – FDA) recusou a aprovação do medicamento no mercado daquele país baseando-se num estudo que, apesar de confirmar a eficácia do tratamento na diminuição de peso, referia que os pacientes a quem foi administrado o fármaco relataram, com frequência, a ocorrência de pensamentos ou actos suicidas e perturbações psicológicas.

O Acomplia está à venda na Europa desde Junho de 2006, porém, a EMEA salienta que os médicos estão apreensivos relativamente aos riscos de utilização do medicamento desde que este foi disponibilizado no mercado. Os reguladores europeus recomendam agora que as contra-indicações do fármaco sejam actualizadas. “Se começar a sentir sintomas de depressão enquanto toma o Acomplia, ou se está a ser tratado com antidepressivos, consulte o seu médico”, refere a EMEA, sublinhando que tem registo de 364 reacções psiquiátricas, 16 das quais incluíam pensamentos suicidas, enquanto 48 eram referentes a sinais de depressão.

O laboratório francês afirmou que os avisos que acompanham o Acomplia já foram actualizados de forma a “incluírem informação acerca das perturbações depressivas”.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters, The Earth Times.

Autoridades suspendem venda de medicamento importado
Nutriflex retirado do mercado brasileiro


O secretário de Saúde e Defesa Civil do Brasil deu nesta semana indicações ao sector farmacêutico do país no sentido da suspensão imediata da distribuição e da comercialização de todas as embalagens do lote 6081A159 do medicamento Nutriflex Lipid Plus, com data de fabrico de 20 de Fevereiro de 2006 e prazo de validade de Janeiro do próximo ano, bem como das embalagens do mesmo lote com data de fabrico de 9 de Março de 2006 e validade até Fevereiro de 2008.

Ambas as versões do fármaco são fabricadas e comercializadas pela empresa farmacêutica B. Braun Melsungen, com sede na Alemanha, e importados para o Brasil pelos Laboratórios B. Braun SA. O secretário de Saúde e Defesa Civil adianta que a retirada do medicamento do mercado se deve a uma suspeita de contaminação microbiológica em algumas embalagens daqueles lotes, razão pela qual ordenou a suspensão da sua distribuição e venda. O não cumprimento desta ordem será considerado pelas autoridades brasileiras como uma infração de cariz sanitário e poderá acarretar sanções previstas na lei federal.

Carla Teixeira
Fonte: JB Online
Estudo publicado na revista médica «Chest»
Obesidade presdispõe a distúrbios respiratórios

O excesso de peso está relacionado com o aumento do risco do surgimento da apneia obstructiva do sono, que pode levar ao desenvolvimento da síndrome de hipoventilação, e nos casos mais graves ao agravamento das manifestações respiratórias nocturnas. Um estudo agora divulgado na revista médica «Chest» aconselha, por isso, os profissionais de saúde a estimular a perda de peso nos seus doentes.

Considerando que a obesidade constitui um grave problema de saúde pública nas sociedades modernas, e tendo em conta que a sua prevalência tem vindo a aumentar nos últimos anos, os investigadores avaliaram as várias manifestações respiratórias, identificadas através da polissonografia realizada em indivíduos que apresentavam factores de risco daquelas doenças, e concluíram que os obesos graves têm maior propensão para a coexistência da apneia obstructiva do sono e da hipoventilação, num cenário que tem como consequência uma menor irrigação de oxigénio no sangue arterial durante os períodos de sono, que culmina numa exacerbação da sintomatologia de falta de ar, elevando igualmente o risco de complicações graves que podem levar à morte directa ou indirecta, já que muitas vezes a obesidade, que prevalece em indivíduos de todas as idades e de todos os grupos sócio-económicos, surge frequentemente associada a outras doenças, como as cardiovasculares, principal causa de morte nos países desenvolvidos.

Carla Teixeira
Fonte: Chest, Bibliomed, Fundação Portuguesa de Cardiologia
Quando administrados nas grávidas
Multivitamínicos podem evitar cancro nos bebés

As gravidezes acompanhadas da administração de suplementos vitamínicos têm maior probabilidade de ter como desfecho o nascimento de crianças saudáveis. Um estudo conduzido por uma equipa de cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, concluiu que a ingestão daqueles suplementos é importante para um melhor desenvolvimento do feto.

Segundo os resultados da pesquisa agora divulgada, a toma de um suplemento antes da gravidez e durante os primeiros meses de gestação pode reduzir o risco do desenvolvimento de certos tipos de tumores nos bebés. No caso da leucemia infantil, por exemplo, essa diminuição poderá chegar aos 36 por cento, de acordo com a investigação destes especialistas. A incidência de outros problemas, como a formação de tumores malignos no tecido nervoso (neuroblastomas), pode ainda chegar mais longe, registando diminuições de 47 por cento, enquanto os cancros no cérebro revelam menos 27 por cento de probabilidades de se desenvolverem. Os cientistas canadianos suspeitam que o ácido fólico presente nos suplementos multivitamínicos seja um dos elementos responsáveis pela maior protecção dos filhos das mulheres que, enquanto grávidas, os tomaram.

Carla Teixeira
Fonte: Performance Online

Fármaco experimental da Metabasis para a diabetes falha objectivo

A Metabasis declarou que os dados da fase intermédia do ensaio do fármaco experimental oral para a diabetes tipo 2, o CS-917, mostraram que o fármaco falhou na redução dos níveis crónicos de açúcar no sangue. O composto está a ser desenvolvido pela Daiichi Sankyo, como parte de um acordo de licenciamento entre as duas companhias. A Metabasis e a Daiichi Sankyo estão a analisar as descobertas do estudo.

No que se refere ao CS-917, a Daiichi Sankyo informou a Metabasis que os resultados do ensaio de fase 2b, recentemente finalizado, mostraram que o produto candidato falhou, em ambas as doses testadas, o objectivo de baixar o nível ajustado por placebo de hemoglobina glicosilada (HbA1c), uma medida de carga de glicose. O estudo envolveu 392 pacientes, divididos por quatro tratamentos. Dois grupos receberam CS-917 a 50 mg bid e 100 mg bid respectivamente. O terceiro grupo recebeu metformina a 850 mg bid e o quarto grupo recebeu placebo. O nível médio de HbA1c, no início do estudo, era de aproximadamente 7,6-7,7 por cento. O nível ajustado por placebo de HbA1c no final do tratamento de três meses ficou inalterado com a dose baixa e houve um decréscimo de 0,17 por cento no grupo tratado com a dose elevada de CS-917. O tratamento com metformina resultou num decréscimo de 0,50 por cento. O CS-917 pareceu ser seguro e bem tolerado pelos pacientes. A Daiichi Sankyo e a Metabasis continuam a avaliar os resultados.

O CS-917 é um profármaco de um inibidor activado oralmente, potente e selectivo de fructose-1, 6-bisfosfatase, uma enzima reguladora no caminho responsável pela produção de glicose no fígado, conhecido como o caminho de gliconeogénese. O CS-917 foi descoberto através da utilização da tecnologia NuMimetic da Metabasis e está a ser desenvolvido pela Daiichi Sankyo.

O vice-presidente executivo na área de investigação e desenvolvimento da Metabasis, Dr. Mark Erion, revelou que a companhia está surpreendida e desapontada com os resultados revelados até agora por esta importante fase 2b do ensaio clínico, especialmente após os resultados promissores de pequenos estudos iniciais e pré-clínicos de 14 e 18 dias. Neste momento, a companhia tem muitas questões sem resposta, como, por exemplo, se o facto dos níveis de glicose no plasma em jejum e dos níveis de HbA1c nos pacientes no início da fase 2b do ensaio serem substancialmente mais baixos, do que os que foram estudados na anterior fase 2a, poderá ter tido impacto nos resultados. Este é apenas um dos factores que a empresa pretende avaliar, esperando trabalhar de perto com a Daiichi Sankyo, nas próximas semanas, na análise e comparação dos resultados deste e de ensaios anteriores. Estes esforços podem ajudar a equipa da Metabasis a determinar o impacto destas descobertas no CS-917 e nos fármacos experimentais do tipo de inibidor de gliconeogénese , incluindo o MB07803.

O presidente da Metabasis, Dr. Paul Laikind, sublinhou que a companhia tem outros programas entusiasmantes nos estádios clínico e pré-clínico, como é do conhecimento dos accionistas. Por exemplo, o MB07811, o produto candidato para o tratamento do colesterol elevado, que está actualmente a ser avaliado num ensaio clínico importante e pode representar uma grande oportunidade de mercado, se for um produto bem sucedido. A Metabasis revelou ainda recentemente dados promissores do MB07133, o fármaco experimental para o cancro primário do fígado.

Independentemente do resultado da análise dos dados do CS-917, a companhia continua entusiasmada com as perspectivas dos seus vários produtos e com o seu próprio futuro.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, SmartMoney

Schering-Plough termina acordo com Metabasis e Valeant

A Schering-Plough terminou o acordo com a Metabasis e com a Valeant para o desenvolvimento e comercialização de um composto para o tratamento da hepatite B, o pradefovir, um fármaco antiviral oral, segundo anunciou a Metabasis. A Schering-Plough tomou esta decisão de devolver todos os direitos sobre o fármaco à Metabasis, devido, em parte, aos dados pré-clínicos do pradefovir que sugeriam um aumento da incidência de cancro com doses mais elevadas.

Resultados promissores da fase 2b do estudo do pradefovir foram relatados em 2006 pela Valeant, a detentora anterior da licença do produto. Todavia, depois de os direitos exclusivos de desenvolvimento e comercialização do pradefovir terem sido concedidos à Schering-Plough, foram completados estudos de carcinogenicidade de 24 meses em ratos e ratazanas que revelaram um acréscimo na incidência de cancro com as doses mais elevadas do fármaco. Como resultado destas descobertas e outras considerações, a Schering-Plough tomou a decisão de terminar o acordo.

A Metabasis inicialmente licenciou o composto à Valeant, que depois vendeu os direitos à Schering-Plough em Dezembro. A Schering-Plough adquiriu a licença do tratamento em Janeiro, tendo efectuado pagamentos de 19,2 milhões de dólares à Valeant e de 1,8 milhões de dólares à Metabasis.

O presidente da Metabasis, Paul Laikind, disse que a Schering-Plough ainda não tinha iniciado as actividades de desenvolvimento clínico do pradefovir quando foram conhecidos os resultados do estudo de carcinogenicidade. A Metabasis acredita que a Schering-Plough tomou a decisão de terminar o acordo por várias razões, contudo, isto não significa necessariamente que o desenvolvimento e aprovação do pradefovir não sejam viáveis. Nos próximos meses, a Metabasis irá rever cuidadosamente os resultados clínicos e toxicológicos e outros factores para determinar o futuro do pradefovir.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, SmartMoney

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Daqui a oito anos 75% da população dos EUA será obesa

Um novo estudo desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins em Baltimore, EUA, revelou que em 2015, três em cada quatro norte-americanos terão excesso de peso, o que corresponde a 75 por cento da população total do país. Se a obesidade é já uma realidade alarmante, no futuro ela será mesmo uma epidemia mortal, afirmam os investigadores.

Youfa Wang, dirigente do estudo, considera que «a obesidade é uma crise de saúde pública. Se o nível de obesidade e de peso a mais continuar a subir a este ritmo, em 2015, 75 por cento dos adultos e quase 24 por cento das crianças e adolescentes vão ser gordos ou obesos».

O estudo baseou-se na análise de investigações anteriores, recorrendo também a algumas sondagens nacionais que contabilizam pesos e comportamentos. A partir desta análise, os investigadores definiram as taxas de obesidade dos adultos através da fórmula que indica o índice de massa corporal (IMC), segundo a qual pessoas com um nível superior a 25 de IMC têm peso a mais e aquelas que apresentam um resultado superior a 30 são obesas.

Os resultados apresentados em 2003/2004 indicavam já que 66 por cento dos adultos americanos tinham peso a mais, tal como 16 por cento das crianças e adolescentes norte-americanos, existindo ainda 34 por cento em risco de ficarem com peso a mais.

«É provável que a obesidade continue a aumentar e, se nada for feito, vai tornar-se brevemente a maior causa de morte, passível de prevenção, dos Estado Unidos», diz Wang, pois a obesidade leva ao aparecimento de doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de cancro.

Os investigadores deixam o alerta, no futuro, mais do que a um corpo rechonchudo, a obesidade passará a estar associada à principal causa de morte nos EUA.

Inês de Matos

Fonte: Sol
Doentes com cancro fazem apelo ao PR

A UHDC apela para vetar a nova lei do tabaco,aprovada na Assembleia da república no dia 28 de Junho.

A União Humanitária dos Doentes com Cancro (UHDC) anunciou hoje que vai apelar ao Presidente da República, Cavaco Silva, para que vete a nova Lei do Tabaco.
Segundo o Presidente da UHDC, em declarações à agência Lusa, a lei é anticonstitucional, "Estamos na presença de uma lei anticonstitucional que discrimina os cidadãos em geral e os trabalhadores da restauração em particular, pelo que vamos apelar ao Presidente da República para que vete a lei"
A UHDC alega também que, "se está provado cientificamente que fumar prejudica gravemente a saúde de quem fuma e a dos que o rodeiam, não pode haver nenhum argumento para justificar que um fumador, num espaço fechado, possa fumar junto de um não fumador".
Contestam a possibilidade de " os proprietários dos estabelecimentos de restauração com menos de 100 metros quadrados poderem decidir se querem ser um espaço para fumadores, para não fumadores ou para ambos", adiantou Luís Filipe Soares.
A UHDC afirma que"essa prerrogativa viola o princípio do artigo 64º da Constituição, ao não proteger os empregados dos estabelecimentos que optarem por serem espaços para fumadores, em detrimento dos empregados dos estabelecimentos que optarem por serem espaços para não fumadores".
O artigo 64º da Constituição determina que "todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover".
A UHDC propõe que se mantenha a redacção tal como constava na proposta de lei que o ministro da Saúde, Correia de Campos, apresentou na Assembleia da República.
Essa proposta"Expressava a proibição de fumar, nomeadamente, nos estabelecimentos de restauração ou de bebidas, incluindo os que possuam salas ou espaços destinados a dança, com excepção dos estabelecimentos com mais de 100 metros quadrados, onde poderão ser criadas áreas específicas para o efeito, desde que não excedam 30 por cento da área afecta ao público, sejam totalmente compartimentadas, disponham de ventilação separada e sejam áreas onde os empregados não tenham que permanecer".
A União Humanitária dos Doentes com Cancro considera-se "precursora" da Lei do Tabaco, por ter entregue a 07 de Abril de 2004 uma petição na Assembleia da República para que fosse "proibido fumar em todos os espaços públicos fechados".
A nova Lei do Tabaco aprovada pelo parlamento é mais tolerante que a proposta de diploma inicialmente apresentada pelo Governo e deverá entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2008.
Relativamente à proposta que saiu do Conselho de Ministros a 1 de Março, a lei apresenta uma redução de mil para 750 euros no limite máximo das multas a aplicar a fumadores transgressores e autoriza os proprietários dos estabelecimentos mais pequenos a escolher se querem ou não ser espaços sem fumo, o que lhes era imposto segundo a formulação inicial.
Agora, cada proprietário poderá decidir se quer ser um espaço para não fumadores, para fumadores ou para ambos, desde que fique garantida a qualidade do ar para os não fumadores.
Quanto aos estabelecimentos com mais de 100 metros quadrados, mantém-se a obrigação de serem destinados a não fumadores, embora possam ter um espaço para fumadores, desde que não ultrapasse 30 por cento do total do espaço.

Sandra Cunha

Fontes:Lusa/SOL
Terapia prolongada pode ser a salvação de seropositivos

Um estudo clínico, publicado hoje pela revista médica "The Lancet" concluiu que as pessoas que reagem positivamente aos tratamentos antiretovirais podem ver um "marcador-chave" do sistema imunitário voltar ao normal,se a triterapia se prolongar o suficiente.

Amanda Mocroft explicou que os resultados só se aplicam " aos pacientes que tenham uma reacção óptima à terapia anti-retroviral e devem, por isso, ser considerados como o melhor cenário possível".
O estudo do cenário óptimo incidiu sobre 1.835 pacientes seropositivos incluídos no abrangente estudo europeu EuroSida (14.262 pacientes) que tinham iniciado uma triterapia e estavam a reagir bem ao tratamento, já que a quantidade de vírus no sangue (carga viral) desceu abaixo do limite de 50 vírus por mililitro de sangue.
No início do tratamento, os pacientes tinham em média uma taxa de linfócitos CD4 (um tipo de glóbulos brancos que têm um papel fundamental na regulação da resposta do sistema imunitário e servem como marcadores de evolução da doença) de cerca de 204 por milímetro cúbico de sangue, sendo que a taxa normal é superior a 500.
A capacidade de um paciente seropositivo evitar as doenças oportunistas, como a tuberculose, e consequentemente a morte, está ligada à contagem dos CD4.
Pesquisas anteriores davam contam de que a taxa de CD4 estagnava após alguns anos de tratamento.
Os novos resultados demonstram que a recuperação pode prosseguir de forma duradoura até regressar à normalidade, ou quase.
O maior aumento médio anual da taxa de CD4 (mais 100 células por milímetro cúbico) é observado no primeiro ano de tratamento.
Seguem-se nos cinco anos seguintes aumentos anuais mais fracos.
Para os pacientes que tinham um baixo nível deste tipo de glóbulos bracos à partida (inferior a 200), existem subidas significativas após cinco anos de tratamento.
E para os pacientes que tinham começado com uma contagem de 350 CD4, no final de três anos de tratamento, a taxa era aproximada das pessoas não infectadas pelo vírus da SIDA (HIV).
Segundo os autores, o regresso a uma taxa normal de CD4 pode ser conseguido para todas as pessoas infectadas "se a redução da carga viral, graças ao tratamento, se puder manter durante um período suficientemente longa".
A estimativa da UNAIDS ( AIDS epidemic update, UNAIDS) aponta para cerca de 42.000 pessoas infectadas em Portugal, ou seja, cerca de 0,4% da população Portuguesa. As taxas de novos diagnósticos de infecção VIH em Portugal são as maiores da Europa.Este estudo poderá ser uma nova esperança para os infectados com VIH.

Sandra Cunha
Fontes:Lusa / SOL,www.fcsh.unl.pt/cadeiras/ciberjornalismo/ci.../sida/portu1.htm,www.roche.pt


Erro médico custou 112.500 euros


Um erro médico num parto ocorrido no Hospital de São Marcos em Fevereiro de 1993, que motivou lesões diversas ao então nascituro,leva a uma indemnização de 112.500 euros

O Tribunal concluiu que o parto deveria ter sido realizado por cesariana e não parto natural, dado que o bebé se apresentava na posição de pés, o que colocava, à partida, vários riscos para a sua saúde.Após o nascimento, a criança ficou com paralisia cerebral e foi «afectada de paralisia à esquerda (com lesão do membro superior esquerdo e diafragmática), sofrendo, ainda, de graves dificuldades respiratórias».Tem, também, infecções frequentes das vias respiratórias, com febres e muita tosse, tendo tido uma pneumonia em tenra idade.
Em declarações à Lusa, o advogado do Hospital São Marcos, Artur Marques, anunciou que vai recorrer para o Tribunal Central: «O Hospital discorda da fixação das indemnizações e da conclusão de que houve erro médico«.
O advogado dos queixosos José Carlos Moniz da Cunha disse, por seu lado, que a mãe do menor «é a melhor cliente do mundo: soube sofrer e sabe esperar.Acrescentou que «só mesmo uma mãe tão paciente a cuidar dele pôde aguardar tão calmamente todo este tempo, senhora do reconhecimento das razões do filho...»
O jurista deixou também uma «homenagem à classe médica e ao sábio Colectivo de juízes que tomou a decisão». Disse que «a sentença só foi possível porque houve sumidades da Obstetrícia que, apresentado que lhes foi o caso, se dispuseram a depor para melhor ilustração da matéria a ajuizar».Salientou que a queixa foi feita apenas contra o Hospital porque «a mãe não quer mal às médicas que fizeram nascer o seu filho». A decisão judicial garante que a mãe, quando grávida, frequentou os serviços do Hospital, onde, e através dos parâmetros de duas ecografias se constatou que o feto se encontrava em posição de pés.
A mãe deu entrada na Maternidade a 8 de Fevereiro, onde, depois de observada pela médica de serviço, entrou em trabalho de parto, tendo-lhe sido feita uma radiografia.
O juiz escreve que «não lhe foi realizada qualquer acção para monitorizar o andamento do trabalho de parto nas oito ou nove horas em que esteve na sala de expectantes, mas já em trabalho de parto».O bebé nasceu de pés para a frente, e foi puxado pela médica assistente, dado ter ficado «encravado» por um braço e retido pela cabeça por tempo não apurado.A saída do menino «só foi conseguida com recurso à manobra de Mauriceau - a introdução manual no útero para tentar corrigir a posição do nascituro - e de ter sido cortada para a facilitar"»No final, o Serviço de Neonatologia registou vários traumas de parto, que «foram consequência directa e necessária de diversas lesões».
O Tribunal concluiu que «a opção médica recomendada seria a Cesariana por envolver uma menor probabilidade de ocorrência de lesões traumáticas, mormente a do braço» e apontou «várias insuficiências em termos de exames médicos à parturiente». «O parto vaginal exigia cuidada avaliação dos factores de risco», diz o tribunal, considerando que houve violação da boa prática médica e que «não terão sido tomadas todas as medidas clinicamente correctas para o êxito do parto».
Nos primeiros anos de vida, a criança apresentava dificuldades alimentares e teve de fazer reabilitação físico-motora do braço esquerdo e exercícios respiratórios, duas vezes por semana, bem como terapia ocupacional.Tinha dificuldades na fala e na movimentação do braço esquerdo, ao nível do ombro e clavícula, não conseguia elevar o antebraço, e o pulmão esquerdo quase não tinha actividade respiratória.Viveu até agora com incapacidade parcial e permanente, que se prolongará por toda a vida e sofreu de «dores e padecimentos físicos» que foram atenuados pelos cuidados especiais dos pais, já que mãe deixou de trabalhar para o acompanhar.
A acção envolveu «a responsabilidade civil extracontratual do Hospital de São Marcos por factos ilícitos, praticados pelos seus órgãos ou agentes acto ilícito e culposo e nexo causalidade».
A administração do Hospital ainda não se prenunciou sobre o assunto, uma vez que ainda não lhe foi notificado, mas uma fonte do órgão garantiu que actuará na defesa do interesse público.

Sandra Cunha


Fontes:Lusa/SOL