quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aliscireno eficaz em pacientes mais velhos com hipertensão

O fármaco aliscireno, para a hipertensão, comercializado como Rasilez, Tekturna, Enviage, Riprazo e Sprimeo, reduziu significativamente melhor a pressão sanguínea em pacientes com 65 anos ou mais do que o ramipril.

Os dados do ensaio, apresentados no encontro da Associação Americana do Coração, demonstraram que o aliscireno proporcionou uma redução adicional da pressão sanguínea sistólica de 2,3 milímetros de mercúrio (mmHg), em comparação com o ramipril, após 12 semanas de tratamento.

O estudo, que envolveu 900 pacientes com hipertensão sistólica com 65 anos ou mais, demonstrou que o aliscireno (150mg diariamente aumentados para 300mg diariamente) baixou a pressão sanguínea sistólica em 13,6 mmHg, em comparação com uma redução de 11, 3 mmHg nos pacientes a tomar ramipril (5mg diariamente aumentados para 10mg diariamente), após 12 semanas.

Também foi atingida uma maior redução da pressão sanguínea diastólica com o aliscireno, após as 12 semanas de tratamento, comparativamente ao ramipril. No estudo, o aliscireno foi bem tolerado.

O aliscireno pertence a uma nova classe de medicamentos denominada inibidores da renina. O aliscireno ajuda a baixar a pressão arterial. Os inibidores da renina reduzem a quantidade de angiotensina II que o organismo pode produzir. A angiotensina II provoca constrição dos vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial. Reduzindo a quantidade de angiotensina II facilita-se o relaxamento dos vasos sanguíneos o que reduz a pressão arterial.

O ramipril, é um medicamento anti-hipertensor pertencente à classe dos inibidores da ECA (enzima de conversão da angiotensina), actua na angiotensina para regular a pressão sanguínea.

A hipertensão arterial aumenta a sobrecarga do coração e artérias. Se mantida durante um período prolongado, pode danificar os vasos sanguíneos no cérebro, coração e rins, e pode resultar em acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, enfarte do miocárdio (ataque cardíaco) ou insuficiência renal. Reduzir a pressão arterial para valores normais reduz o risco de desenvolvimento destas doenças.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AA5HZ20081111

www.tradingmarkets.com/.site/news/Stock%20News/2017120/

www.emea.europa.eu/humandocs/PDFs/EPAR/rasilez/H-780-PI-pt.pdf

Tem uma consulta médica? Prepare-a com antecedência

Para tirar o máximo partido da próxima visita ao médico é importante ir preparado, ser proactivo e agradavelmente assertivo, segundo a opinião do Dr. Michael Pignone, chefe de medicina interna geral da Universidade da Carolina do Norte.

Segundo o Dr. Pignone, deve-se ter um registo, onde se anotam os problemas que precisam de ser abordados. Se não se for preparado, existe a possibilidade de se esquecer de alguma coisa. Além disso, ajuda bastante o médico se o paciente conseguir fazer um resumo rápido dos motivos da consulta.

Também é fundamental saber o próprio historial médico e os medicamentos utilizados, pois os médicos precisam de saber que testes foram realizados e quando, assim como a medicação que se está a tomar. Sem este tipo de informação os médicos podem desnecessariamente voltar a pedir testes ou prescrever medicamentos que podem interagir adversamente com algum fármaco que o paciente já esteja a tomar.

É ainda importante pôr os médicos a par dos valores e do estilo de vida. Normalmente não é algo que os pacientes pensem, mas não faz sentido concordar com um plano de tratamento que não se pensa cumprir.

Investigações têm demonstrado que os pacientes que se preparam com antecedência, para uma consulta médica, têm mais probabilidade de serem mais bem atendidos e saem mais satisfeitos do que aqueles que não se prepararam.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AA6DW20081111

Philips desenvolve “comprimido inteligente”

O grupo holandês Philips desenvolveu um “comprimido inteligente”, que contém um microprocessador, uma bateria, um rádio wireless, uma bomba e um reservatório para o fármaco, para libertar a medicação numa área específica do organismo.

A Philips, um dos maiores fabricantes a nível mundial de equipamento hospitalar, referiu que a cápsula, denominada "iPill", mede a acidez com um sensor, de modo a determinar a sua localização no intestino e poder assim libertar os fármacos onde estes são necessários.

O transporte de fármacos directamente na localização da doença no tratamento de distúrbios do tracto digestivo, como a Doença de Crohn, pode significar a possibilidade das dosagens serem mais baixas, reduzindo assim os efeitos secundários.

Embora já sejam utilizadas cápsulas que contêm câmaras em miniatura, como ferramentas de diagnóstico, estas ainda não possuem a capacidade de transportar fármacos.

A "iPill" consegue também medir a temperatura local e relatá-la via wireless para um receptor externo.

De acordo com Philips, a "iPill" é um protótipo, mas está pronto para ser fabricado em série. A companhia planeia apresentar a "iPill" no encontro anual da Associação Americana de Cientistas Farmacêuticos, em Atlanta, ainda este mês.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4AA52V20081111

Estudo: Aspirina não ajuda a prevenir risco cardíaco em diabéticos

Um estudo revelou que a toma de uma aspirina por dia não parece ajudar a reduzir o risco de eventos cardiovasculares em pacientes diabéticos de meia-idade.

O Dr. Hisao Ogawa, da Universidade Kumamoto, no Japão, e colegas revelaram que a aspirina não reduziu significativamente a combinação de eventos coronários fatais e de eventos cerebrovasculares fatais.

Os investigadores analisaram se a aspirina de baixa dosagem poderia ser benéfica para a prevenção primária de eventos ateroscleróticos, ou seja, o estreitamento ou endurecimento das artérias devido à acumulação de placa, em pacientes com diabetes tipo 2.

O ensaio conduzido por investigadores japoneses, publicado na “The Journal of the American Medical Association” e apresentado no encontro da Associação Americana do Coração, em Nova Orleães, estudou 2.539 pacientes com diabetes tipo 2 e sem historial de doença aterosclerótica de 163 instituições no Japão, entre Dezembro de 2002 e Abril de 2008.

De acordo com os investigadores, ocorreram, no total, 154 eventos ateroscleróticos, sendo que 68 foram no grupo da aspirina e 86 no grupo de controlo. Os pacientes, que estavam divididos primeiramente consoante a idade, receberam 81 miligramas ou 100 miligramas de aspirina ou placebo.

Nos 1.363 pacientes com 65 anos ou mais, sendo que 719 estavam no grupo da aspirina e 644 no grupo de controlo, a incidência de eventos ateroscleróticos foi relativamente mais baixa no grupo da aspirina, com uma incidência de 45 eventos, ou 6,3 por cento, em relação ao grupo de controlo com 59 eventos, ou 9,2 por cento.

Contudo, nos 1.176 pacientes com menos de 65 anos a diferença de eventos nos dois grupos não foi significativa.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença cardíaca foi responsável pela morte de cerca de 17,5 milhões de pessoas a nível mundial em 2005, correspondendo a 30 por cento de todas as mortes globais. A doença é ainda mais perigosa nos diabéticos, eventualmente matando dois em cada três destes pacientes, de acordo com a Associação Americana de Diabetes.

Isabel Marques


Como pode a obesidade danificar o coração?

Investigadores da Universidade do Ohio explicaram que a obesidade aumenta os níveis de uma hormona, a leptina, que pode ser uma ameaça tão grande para o sistema cardiovascular como o colesterol.

O Professor Tadeusz Malinski e colegas observaram como os níveis elevados de leptina, uma hormona peptídica produzida pelas células gordas que ajuda a regular o peso corporal, podem criar no organismo uma série de alterações bioquímicas prejudiciais.

Um excesso de gordura no organismo pode produzir demasiada quantidade da hormona que, por sua vez, pode reduzir os níveis de óxido nítrico biodisponível. O óxido nítrico, produzido pelas células endoteliais, sustenta a função cardiovascular saudável ao relaxar os vasos sanguíneos e ao manter um bom fluxo sanguíneo.

O Professor Malinski descobriu que os níveis elevados de leptina estimulam uma maior produção de superóxido que reage com o óxido nítrico criando peroxinitrito, uma molécula muito tóxica que pode ter impacto na replicação do ADN e danificar as células endoteliais no sistema vascular.

O estudo, que examinou o processo em células humanas singulares e também em ratos obesos, foi publicado na revista científica “Heart and Circulatory Physiology” da “American Journal of Physiology”.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/11/11/How_obesity_can_harm_the_heart/UPI-72061226437592/

Vitaminas e magnésio podem ajudar a prevenir perda de audição

Investigadores norte-americanos sugerem que um cocktail de vitaminas e do mineral magnésio pode ser promissor como uma possível forma de prevenir a perda auditiva provocada por ruídos fortes.

Os investigadores, do Instituto de Investigação da Audição Kresge da Universidade do Michigan, revelaram que os nutrientes foram bem sucedidos em testes de laboratório. Em porquinhos-da-índia, a combinação de quatro micronutrientes bloqueou cerca de 80 por cento dos danos induzidos por ruído. Os micronutrientes estão agora a ser testados em humanos.

A combinação de vitaminas A, C e E mais magnésio, denominada AuraQuell, é administrada em forma de comprimido, estando delineada para ser tomada antes de uma pessoa ser exposta a ruídos fortes.

De acordo com o Dr. Glenn E. Green, do Sistema de Saúde da Universidade do Michigan, a prevenção da perda auditiva induzida por ruído é fundamental. Quando não é possível prevenir a perda de audição devido a ruído, através de programas de detecção e utilização de protecção para os ouvidos, então é realmente necessário arranjar uma forma de proteger as pessoas que mesmo assim vão ser exposta a ruídos.

Isabel Marques

Fontes:

www.upi.com/Health_News/2008/11/11/Vitamins_magnesium_may_avoid_hearing_loss/UPI-54751226443301/

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Investigadores não encontram relação entre aumento de peso e pílula

Investigadores alemães revelaram que alguns cientistas podem ter tirado conclusões precipitadas ao sugerir que as pílulas contraceptivas fazem com que as mulheres ganhem peso.

Os investigadores do Instituto Alemão para a Qualidade e Eficiência dos Cuidados de Saúde (IQWiG), em Colónia, que analisaram diversos estudos, revelaram que não encontraram evidências substanciais de uma relação entre a utilização de contraceptivos hormonais e o aumento de peso.
Nos estudos com mulheres que tomavam a pílula tanto foram relatados aumentos como perdas de peso. Os investigadores aconselham, por isso, as mulheres a não permitirem que o medo de ganhar peso faça com que adiem a decisão de utilizar este tipo de contraceptivos.

Os investigadores concluíram que parece muito pouco provável que os contraceptivos hormonais provoquem um grande aumento de peso. Se isso acontecesse, então teria sido evidente nas pesquisas que já foram realizadas. Contudo, estas conclusões não excluem a possibilidade de algumas mulheres poderem ganhar peso.

De acordo com o director do IQWiG, o Dr. Peter Sawicki, muitas mulheres ganham algum peso à medida que envelhecem, quer utilizem ou não a pílula, sendo que limitar as escolhas contraceptivas não irá ajudar as mulheres a manter o peso sob controlo.

Os investigadores acrescentaram que os métodos de contracepção hormonais, tais como a pílula e os dispositivos intrauterinos (DIU), são as formas mais efectivas, a longo prazo, de evitar uma gravidez.

Isabel Marques

Fontes:

www.upi.com/Health_News/2008/11/03/Scientists_The_pill_doesnt_hike_weight/UPI-72311225734176/

www.informedhealthonline.org/contraception-do-the-pill-and-other-combined-hormonal-contraceptives.551.453.en.html

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Níveis baixos de potássio relacionados com pressão sanguínea elevada

Investigadores norte-americanos alertaram para o facto de níveis baixos de potássio poderem ser tão relevantes como níveis elevados de sódio como factor de risco de desenvolver pressão sanguínea elevada.

De acordo com a investigadora principal, a Dra. Susan Hedayati, do Centro Médico Southwestern, da Universidade do Texas, em Dallas, e do Centro Médico de Veteranos de Dallas, tem havido muita publicidade sobre reduzir o sal, ou sódio, na dieta alimentar para baixar a pressão sanguínea, mas não a suficiente sobre aumentar a ingestão de potássio através da alimentação.

O estudo, apresentado no 41º encontro anual da Sociedade Americana de Nefrologia, em Filadélfia, sugere que os níveis baixos de potássio podem ter uma importante contribuição para a pressão sanguínea elevada, e também identificou um gene que pode influenciar os efeitos do potássio na pressão sanguínea.

Os investigadores analisaram dados de cerca de 3.300 indivíduos do “Dallas Heart-Study”, tendo os resultados revelado que a quantidade de potássio nas amostras de urina estava fortemente relacionada com a pressão sanguínea.

Quanto mais baixo o nível de potássio na urina, mais baixa a quantidade de potássio na dieta, consequentemente mais elevada a pressão sanguínea. Este efeito foi ainda mais relevante do que o efeito do sódio na pressão sanguínea, acrescentou a Dra. Hedayati.

Os alimentos mais ricos em potássio são os feijões, ervilhas, vegetais de cor verde-escura (espinafres, couve-de-bruxelas, etc), batata, beterraba, cenoura, tomate, banana, melão, laranja, frutos secos (amêndoas, nozes, avelãs, amendoins, etc), entre outros.

Isabel Marques

Fontes:

www.upi.com/Health_News/2008/11/10/Potassium_tied_to_high_blood_pressure/UPI-35861226345814/

Crestor diminui riscos cardiovasculares em pessoas com colesterol normal

Investigadores revelaram que o fármaco para o colesterol Crestor (rosuvastatina), da AstraZeneca, diminuiu consideravelmente as mortes, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC) em pacientes com níveis de colesterol saudáveis, mas que apresentavam níveis elevados de uma proteína associada a doença cardíaca.

O Crestor demonstrou reduzir a incidência de ataque cardíaco e AVC, a necessidade de intervenções cirúrgicas, como bypass ou angioplastia, e morte devido a problemas cardiovasculares em 45 por cento, em menos de dois anos, comparativamente a placebo, em pessoas com níveis normais de colesterol que tinham níveis elevados da proteína C-reactiva (PCR).

No estudo, 17.802 pessoas com níveis baixos ou normais de LDL-colesterol, ou "mau colesterol", mas identificadas como estando em elevado risco cardiovascular, devido à proteína C reactiva de alta sensibilidade, receberam Crestor ou placebo.

Os resultados, apresentados nas Sessões Científicas da Associação Americana do Coração, demonstraram que as pessoas que receberam o Crestor tiveram uma redução em 47 por cento do risco combinado de AVC, ataque cardíaco ou morte cardiovascular, em comparação com o placebo.

Os ataques cardíacos foram reduzidos em 54 por cento, os AVCs em 48 por cento e a necessidade de intervenções cirúrgicas, como bypass ou angioplastia, em 46 por cento, em comparação com placebo.

Os dados também indicaram que a mortalidade total no grupo do Crestor foi reduzida em 20 por cento, comparativamente ao placebo, tendo-se ainda observado uma diminuição média de 50 por cento do LDL-colesterol naqueles que receberam o fármaco.

O Crestor pertence a um grupo de medicamentos denominados estatinas, sendo utilizado para corrigir os níveis de substâncias gordas, chamadas lípidos, no sangue, sendo o colesterol o mais comum.

Isabel Marques

Fontes:
www.firstwordplus.com/Fws.do?articleid=E5A3A321B02C47E9BF1D6E8AD1F8A00E

www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4A81LH20081109?sp=true

Suplemento nutricional pode ajudar idosos a melhorar condição muscular

Investigadores norte-americanos revelaram que um suplemento nutricional pode ajudar os idosos a prevenir quedas e a manter os níveis de condição física, tornando possível uma vida independente.

O investigador Jeffrey Stout, da Universidade de Oklahoma, e colegas referiram que a beta-alanina, um suplemento nutricional utilizado por atletas, melhora a resistência muscular nos idosos.

A beta-alanina é um aminoácido que, juntamente com a histidina, forma o dipéptido carnosina. A carnosina é encontrada no tecido muscular e tem uma contribuição importante na manutenção do pH intracelular, que é vital para o normal funcionamento dos músculos durante exercício intenso. Uma ingestão elevada de beta-alanina aumenta significativamente os níveis de carnosina nos músculos.

No ensaio aleatório, 26 mulheres e homens idosos receberam, durante 90 dias, suplementos de beta-alanina ou placebo. Os seus níveis de condição física foram testado antes e depois do estudo.

O estudo, publicado na revista da Sociedade Internacional de Nutrição Desportiva, descobriu que, no grupo que recebeu os suplementos, 67 por cento dos indivíduos demonstraram uma melhoria dos seus níveis de condição física, em comparação com 21,5 por cento das pessoas que receberam placebo.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/11/06/Supplement_helps_elderly_stay_independent/UPI-22421226018637/

Exercício físico e cálcio diminuem risco de síndrome metabólica

Investigadores norte-americanos revelaram que adoptar sessões diárias de exercício físico e uma dieta rica em cálcio pode ajudar a reduzir o risco de síndrome metabólica, que aumenta o risco cardíaco.

O autor do estudo, Adam Reppert, dietista clínico do Hospital Swedish Covenant, em Chicago, referiu que a síndrome metabólica é um conjunto de sintomas, incluindo elevado perímetro abdominal, pressão sanguínea elevada, níveis elevados de colesterol e insensibilidade à insulina, que juntos são sinal de um risco significativamente mais elevado de doença cardíaca e diabetes tipo 2.

Num inquérito telefónico em 2005, 5.077 adultos do Illinois forneceram informações relativamente a condições de saúde, hábitos de exercício e ingestão de fruta, vegetais e outras fontes de cálcio.

Os investigadores descobriram que a síndrome metabólica era mais prevalente nos mais velhos, na população menos favorecida, nas pessoas com menos escolaridade e naqueles que praticavam menos actividade física, consumiam menos frequentemente alimentos ricos em cálcio e tinham hipertensão ou hipercolesterolemia.

O estudo, publicado na “American Journal of Health Promotion”, descobriu que os adultos que relataram pouco, ou nenhum, exercício físico diário tinham aproximadamente o dobro do risco de desenvolver a doença e que os adultos que não consumiam alimentos ricos em cálcio regularmente tinham um risco cerca de 1,5 vezes maior de desenvolver síndrome metabólica, em comparação com os que seguiam dietas ricas em cálcio.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/11/07/Exercise_calcium_cuts_metabolic_syndrome/UPI-54801226083371/

Suplementos de vitaminas C e E não reduzem risco de ataque cardíaco e AVC

Um estudo norte-americano revelou que nem os suplementos de vitamina C nem os de vitamina E diminuem o risco de doença cardiovascular, incluindo ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).

Muitas pessoas tomam suplementos de vitaminas para se tentarem proteger contra doenças crónicas. Neste estudo, em que se tentou perceber se os suplementos ajudam a prevenir a doença cardíaca, participaram 14.641 médicos com uma média de 64 anos que tomaram vitamina C, vitamina E ou placebo durante aproximadamente oito anos.

De acordo com o que os investigadores do Hospital Brigham e de Mulheres publicaram na “The Journal of the American Medical Association”, os homens que tomaram as vitaminas não apresentaram melhores resultados do que aqueles que receberam placebo.

As vitaminas E e C são antioxidantes, calculando-se que protejam contra os danos provocados pelos radicais livres, substâncias que danificam as células, tecidos e órgãos. As frutas e os vegetais são ricos em ambas, estando bem documentado que as pessoas que consomem muitos alimentos destes têm menos riscos de desenvolver doença cardíaca, cancro e outros problemas.

Segundo um dos investigadores, o Dr. J. Michael Gaziano, este estudo investigou as duas vitaminas individualmente, contrariamente a estudos anteriores, nos quais as vitaminas E e C foram administradas em combinação com outros antioxidantes. Os resultados aumentam o consenso sobre a falta de protecção cardiovascular por parte das vitaminas E e C.

Contudo, outro dos investigadores, o Dr. Howard Sesso, referiu que as pessoas devem continuar a procurar ter uma dieta alimentar saudável, praticar exercício físico regularmente e controlar factores de risco conhecidos, tais como colesterol elevado e pressão sanguínea elevada, de forma a reduzir o risco de doença cardiovascular.

Isabel Marques

Fontes:
www.reuters.com/article/healthNews/idUSTRE4A82GD20081109

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Estilo de vida deve ser adaptado para ajudar a prevenir cancro da mama

Investigadores norte-americanos revelaram que, para diminuir o risco de cancro da mama, as mulheres devem-se focar numa alimentação saudável, consumo moderado de bebidas alcoólicas e na manutenção de um peso corporal saudável.

O Dr. Martin Mahoney, do Instituto do Cancro Roswell Park, em Buffalo, e colegas conduziram uma revisão que examinou as estratégias de prevenção do cancro da mama das mulheres norte-americanas de risco médio, tendo revelado que primariamente devem ser abordados os factores de estilo de vida.

De acordo com o Dr. Mahoney, todas as mulheres caucasianas devem ser aconselhadas a moderar o consumo de álcool, sendo que as mulheres que apresentam um maior risco de desenvolver cancro da mama devem moderar a ingestão de bebidas alcoólicas ou mesmo evitá-las.

As mulheres devem seguir uma alimentação equilibrada e manter um peso corporal saudável, visto que ganhar mais de nove quilos, durante a idade adulta, tem sido relatado como resultando num aumento do risco de cancro da mama.

Contudo, não existem evidências de que componentes alimentares específicos possam efectivamente reduzir o risco de cancro da mama.

Os investigadores referiram ainda que a utilização de farmacoterapia para reduzir o risco de cancro da mama deve ser individualizada a cada paciente, após uma discussão pormenorizada dos riscos e benefícios, como parte de um processo partilhado de tomada de decisão.

Segundo os autores do estudo, apesar de ser evidente nos últimos anos a diminuição da incidência e da mortalidade do cancro da mama, o impacto social e económico desta doença continua a ser enorme.

Os resultados foram publicados na "CA: A Cancer Journal for Clinicians".

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/11/06/Adjust_lifestyle_to_prevent_breast_cancer/UPI-71591226014470/

www.sciencedaily.com/releases/2008/11/081105081952.htm

Extracto de casca de pinheiro ajuda a reduzir “jet lag”

Investigadores italianos revelaram que o picnogenol, extracto de casca do pinheiro marítimo francês, ajuda a reduzir o "jet lag” nos passageiros em cerca de 50 por cento.

O estudo, que incluiu uma Tomografia Computorizada (TAC) ao cérebro e um sistema de pontuação, demonstrou que o picnogenol reduziu os sintomas de "jet lag”, tais como fadiga, dores de cabeça, insónia e edema cerebral, ou inchaço, tanto em indivíduos saudáveis, como em pacientes hipertensos. Os passageiros também apresentaram um mínimo edema nas pernas, uma condição comum associada a voos longos.

O estudo, conduzido pelo Dr. Gianni Belcaro, da Universidade G. D'Annunzio, em Pescara, na Itália, incluiu 133 passageiros que apanharam voos com duração de sete a nove horas. Alguns passageiros receberam oralmente 50 miligramas de picnogenol três vezes por dia, durante sete dias, com início dois dias antes do voo.

Os resultados, publicados na “Minerva Cardioangiologica", demonstraram uma redução de 56 por cento dos sintomas de "jet lag” no grupo de recebeu picnogenol. Além disso, os sintomas duraram apenas uma média de 18,2 horas no grupo do picnogenol, em comparação com as 39,3 horas do grupo de controlo.

O Dr. Belcaro referiu que as propriedades para melhorar a circulação e antioxidantes do picnogenol podem explicar os resultados positivos.

O "jet lag” refere-se a uma perturbação do ritmo biológico causada por viagens muito longas de avião, através de zonas com diferentes fusos horários, o que provoca cansaço, alteração do ciclo do sono, entre outros.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com/Health_News/2008/11/06/Pycnogenol_from_pine_bark_reduces_jet_lag/UPI-13211225998756/

www.infopedia.pt/pesquisa?qsFiltro=14

Pré-eclampsia pode ser sinal de posterior risco cardíaco

Investigadores canadianos revelaram que a pressão sanguínea elevada durante a gravidez pode ser um indicador inicial para as mulheres de risco de desenvolver doença cardíaca.

O Dr. Graeme Smith, da Universidade Queen’s, em Kingston, no Ontário, referiu que este tipo de pressão sanguínea elevada, a pré-eclampsia, ocorre em 5 a 10 por cento de todas as gravidezes.

Contudo, a maior parte dos médicos desconhece a ligação entre a pré-eclampsia e o risco de futuros problemas cardiovasculares, não fazendo um seguimento com testes adequados.

De acordo com o Dr. Smith, especialista em obstetrícia de alto risco na Unidade de Investigação Perinatal do Hospital Geral de Kingston, esta questão deveria estar no radar de todos os obstetras e médicos de família.

O lado positivo desta investigação é que, na generalidade, se está a lidar com mulheres jovens e saudáveis que agora têm a oportunidade de se protegerem do desenvolvimento de uma doença potencialmente fatal no futuro.

O estudo, publicado online na “American Journal of Obstetrics and Gynecology”, começou há cinco anos e seguiu 400 mulheres, metade das quais desenvolveram pré-eclampsia durante a gravidez. Quando foram testadas um ano depois do parto, as mulheres com pré-eclampsia demonstraram factores implícitos de risco cardiovascular, como hipertensão e lípidos elevados, ou gorduras, numa taxa que era duas vezes superior do que no grupo de controlo.

Isabel Marques

Fontes:

www.upi.com/Health_News/2008/11/06/Pre-eclampsia_a_sign_of_heart_risk_later/UPI-53741225999925/

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Bem-vindos ao Fervens C

Antes de mais, começo por agradecer a todos os colaboradores, amigos e fãs deste grande projecto que cresce a cada dia que passa.

É verdade que nos têm faltado muitos apoios, principalmente financeiros, e que provavelmente ainda teremos de percorrer um longo caminho até lá.

Contudo, não posso deixar de vos felicitar por tudo aquilo que já conquistámos, e de dizer o imenso orgulho que tenho em trabalhar com gente tão competente, profissional e com tanta entrega.

Assim, espero que esta nova ferramente de trabalho contribua para desenvolver um maior espiríto de equipa, que permita a exploração de novas ideias, e que isso faça crescer ainda mais o projecto que todos decidimos abraçar.

Para além do novo nome e do novo "look", este espaço contará com a participação crítica de farmacêuticos que desempenharam um papel importante na criação e desenvolvimento do FARMACIA.COM.PT, e que agora terão a oportunidade de participar.

Fervens C, é efervescente, deve ser tomado várias vezes ao dia e não tem quaisquer contra-indicações.

Desta forma me despeço, desejando a todos as boas-vindas, e faço votos de que continuem a participar com o mesmo empenho e entusiasmo como têm feito até aqui.

Um forte abraço,

Rui Borges

sábado, 29 de março de 2008

Singulair


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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Meta-análise: Nexavar aumenta risco de hipertensão

Resultados de uma meta-análise sugerem que o fármaco oncológico Nexavar (sorafenib), da Bayer AG e da Onyx Pharmaceuticals Inc, aumenta o risco de hipertensão. Contudo, um porta-voz da Bayer comentou que a rotulagem do fármaco já ressalta esse risco.

No estudo, publicado na “The Lancet Oncology”, os investigadores analisaram dados de nove ensaios que envolveram um total de 4 599 pacientes com cancro do rim e outros tumores sólidos. Os resultados demonstraram que o Nexavar foi associado a um aumento significativo do risco de hipertensão. Os investigadores declararam que é fortemente recomendado monitorizar e tratamento apropriado para prevenir complicações cardiovasculares.

Os investigadores descobriram que os pacientes tratados com Nexavar têm uma possibilidade 23 por cento mais elevada de ter um aumento da pressão sanguínea do que aqueles que não tomam o fármaco.

Segundo os investigadores da Universidade Estatal de Nova Iorque, Shenhong Wu, Stoney Brook e colegas, a detecção precoce e uma gestão efectiva da hipertensão podem permitir uma utilização mais segura deste fármaco. Contudo, serão necessários estudos futuros para identificar o mecanismo e tratamento apropriado da hipertensão induzida pelo sorafenib.

Em resposta ao artigo publicado, o porta-voz da Bayer, Oliver Renner, afirmou que a rotulagem do produto actualmente aprovada para o Nexavar declara que pode ocorrer hipertensão, geralmente no início da terapia, e que esta é gerida com agentes anti-hipertensivos.

O tratamento está aprovado para o cancro do rim avançado em mais de 60 países, na Europa e nos Estados Unidos. A Bayer também recebeu aprovação para indicações para o cancro do fígado e está à procura de expandir a utilização do fármaco para outros tipos de cancro.

O Nexavar pertence a uma nova classe de tratamentos oncológicos conhecidos como inibidores da quinase, que desactivam as enzimas que activam o crescimento das células dos tumores ou a divisão celular.

Isabel Marques

Fontes: First Word, CNN Money, Reuters

Spray nasal de água do mar ajuda a curar constipações em crianças

Uma solução salina nasal feita a partir de água do mar processada pode melhorar mais depressa os sintomas nasais e diminuir a tosse e sintomas da constipação em crianças, segundo investigadores checos.

Os investigadores do Hospital Universitário de Brno, na República Checa, distribuíram aleatoriamente 401 crianças, com idades compreendidas entre os seis e os dez anos, com constipação ou gripe por dois grupos de tratamento. Um grupo recebeu medicação habitual, tais como descongestionantes nasais, e o outro para além disso também recebeu uma lavagem nasal com uma solução de água do mar processada.

Os pacientes foram observados num total de 12 semanas, desde Janeiro a Abril de 2006, durante os quais foram avaliados o seu estado de saúde, os sintomas e a utilização de medicação, em quatro visitas no decorrer do ensaio.
As crianças do grupo da solução salina receberam a fórmula seis vezes por dia durante a primeira fase e três vezes por dia durante a fase de prevenção, em uma das três doses.

O estudo, publicado na edição de Janeiro da “Archives of Otolaryngology”, descobriu que na altura da segunda visita os narizes dos pacientes que estavam a utilizar a solução salina estavam menos congestionados e com menos corrimento. Durante a fase de prevenção, oito semanas após o estudo ter iniciado, os do grupo da solução salina apresentava gargantas inflamadas, tosses, obstruções nasal e secreções significativamente menos graves do que aqueles com tratamento standard.

Poucas crianças no grupo da solução tiveram de utilizar fármacos antipiréticos, descongestionantes nasais e medicamentos para dissolver o muco ou antibióticos, segundo revelaram os investigadores. Adicionalmente, as crianças que utilizaram o spray ficaram menos vezes doentes e faltaram menos dias à escola.

Os autores, o Dr. Ivo Slapak e colegas, afirmaram que esta solução preserva as concentrações de iões e elementos vestigiais a níveis comparáveis aos da água do mar. Pode ser que a água do mar tenha um simples efeito mecânico de limpar o muco, ou pode ser que elementos vestigiais na água tenham um papel mais significante, apesar de não ser conhecida a razão exacta pela qual a solução funciona.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, Reuters

GSK desiste de ensaios clínicos em Portugal devido a burocracia e lentidão

A GlaxoSmithKline (GSK) vai deixar de realizar ensaios clínicos em Portugal, devido à burocracia e à lentidão dos processos de autorização, o que faz com que a multinacional britânica, a segunda maior farmacêutica do mundo, prefira outros países europeus, segundo noticia o Diário Económico.

A GSK vai finalizar os ensaios que estão a decorrer até ao final de 2009, e posteriormente vai apostar em países mais fortes em investigação e desenvolvimento, com preferência para a Europa de Leste.

Segundo o Diário Económico, a equipa portuguesa de investigação clínica é composta por treze pessoas, sendo que seis empregados com elevadas qualificações deverão ser dispensados.

O director-geral da empresa em Portugal, Manuel Gonçalves, confirmou ao Diário Económico que considera que “o ambiente nacional não é favorável à investigação clínica”, realçando que existe “pouca apetência, pouco interesse e pouco reconhecimento por parte dos hospitais”.

De acordo com os dados da Comissão de Ética para a Investigação Clínica (CEIC), a entidade que aprova os ensaios clínicos em Portugal, existe uma quebra no número de novos ensaios clínicos a nível nacional. Em 2006 havia 173 novos processos, enquanto que no ano passado apenas houve 147 novos ensaios.

Segundo o presidente da Associação dos Médicos Portugueses da Indústria Farmacêutica, Luís Laranjeira, o nosso país é “muito pouco atractivo para a Investigação e Desenvolvimento.” Segundo dados da associação, em Portugal o tempo decorrido entre a assinatura do protocolo entre o hospital e a indústria, e o recrutamento do primeiro doente chega a ser mais do dobro, em comparação, por exemplo, com a Bélgica. Para além disso, o nosso país também não é atractivo a nível financeiro, devido aos custos envolvidos.

O vice-presidente da Administração Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Pedro Lopes, referiu ao Diário Económico que actualmente existe uma maior preocupação com a segurança dos ensaios clínicos, justificando assim a demora dos hospitais, que estão também preocupados com a questão económica dos ensaios.

Em Portugal, os ensaios clínicos mobilizam anualmente cerca de 15 milhões de euros, segundo os dados mais recentes da CEIC. A nível nacional, a área oncológica e as doenças do sistema nervoso central são as que envolvem mais processos de investigação clínica, seguidas pela oftalmologia, cardiologia, problemas respiratórios e doenças infecciosas.

Isabel Marques

Fontes: Diário Económico, Diário Digital

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Perda cognitiva ligada a níveis elevados de homocisteína

Investigadores norte-americanos estabeleceram uma ligação entre elevados níveis de homocisteína, um aminoácido no sangue, e um desempenho cognitivo mais baixo. O estudo forneceu provas de que a presença de uma variante particular de um gene reparador pode aumentar o risco de performance cognitiva baixa.

O estudo “Maine-Syracuse”, ainda a decorrer e que envolve mais de 2 700 pessoas, também observou os níveis de homocisteína nas pessoas com uma variação genética ligada à Doença de Alzheimer, conhecida como apolipoproteina E4, ou ApoE-e4.

Segundo um dos autores do estudo, Merrill Elias da Universidade do Maine, a importância do recente relatório, publicado na edição de Janeiro da "Neuroscience Letters”, é o facto de se ter descoberto que a combinação de homocisteína elevada com a presença do alelo ApoE-e4 representa um grau de risco mais elevado de um desempenho cognitivo mais baixo do que na presença de qualquer um dos factores de risco sozinhos.

Elias declarou que os portadores do alelo ApoE-e4 podem ser considerados como tendo uma capacidade de reparação neuronal menos efectiva. Actualmente, não existe uma maneira precisa que se possa utilizar para modificar os alelos ApoE-e4, de modo a que estes façam um melhor trabalho na reparação das células do cérebro, mas há esperança na prevenção e reversão do défice cognitivo relacionado com a homocisteína elevada, através da redução dos níveis de homocisteína.

Os investigadores descobriram que pessoas sem acidentes vasculares cerebrais e sem demência com níveis de homocisteína mais elevados, adicionalmente portadoras de um ou mais alelos ApoE-e4, têm desempenhos de níveis mais baixos em múltiplas medidas cognitivas do que as pessoas com outras variações do gene ApoE-e4.

Os autores do estudo sugerem aos médicos e nutricionistas a utilização de vitaminas, especialmente aumentando os níveis de folato, vitamina B6 e vitamina B12, para ajudar a reduzir os níveis de homocisteína nos seus pacientes.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com, www.medindia.net

FDA aprova Tekturna HCT para tratamento da hipertensão

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou o tratamento para a hipertensão da Novartis AG, o Tekturna HCT, uma combinação num único comprimido de dois fármacos anti-hipertensivos, o Tekturna (aliscireno) e o diurético hidroclorotiazida.

Dados clínicos demonstraram que o tratamento com Tekturna HCT resulta em reduções adicionais significativas da pressão sanguínea, em comparação com Tekturna ou hidroclorotiazida sozinhos. O Tekturna HCT está aprovado para pacientes que não estão controlados por qualquer um dos fármacos isoladamente.

Esta é a primeira aprovação para uma terapia de combinação num único comprimido envolvendo o Tekturna, que tem demonstrado baixar consistentemente a pressão sanguínea por 24 horas e em diante.

A eficácia do Tekturna por um período de 24 horas e em diante é importante, porque muitos medicamentos para a pressão sanguínea elevada falham na actuação contínua, especialmente durante as primeiras horas da manhã, quando a pressão sanguínea frequentemente desponta. O Tekturna também tem demonstrado manter as reduções de pressão sanguínea até quatro dias após a última dose.

A aprovação do Tekturna HCT nos Estados Unidos baseou-se em ensaios clínicos que envolveram mais de 2 700 pacientes tratados com Tekturna e hidroclorotiazida.

O Tekturna, que é vendido fora dos Estados Unidos como Rasilez, foi lançado na Europa e nos Estados Unidos em 2007.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Forbes, The Guardian

Baixos níveis matinais de cortisol relacionados com fadiga crónica

Níveis matinais baixos da hormona cortisol podem estar relacionados com a fadiga grave em mulheres com Síndrome de Fadiga Crónica (SFC), segundo um estudo norte-americano.

O estudo, que será publicado na edição de Março da “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”, descobriu um perfil diferente para as concentrações matinais de cortisol ao longo do tempo entre mulheres que tinham Síndrome de Fadiga Crónica, e aquelas que não sofriam da condição. O estudo confirma investigações anteriores, que ligam a doença a um desequilíbrio nas interacções normais entre os diversos sistemas do organismo que trabalham em conjunto para gerir o stress.

Segundo o investigador principal, o Dr. William Reeves dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de Atlanta, as pessoas com SFC têm uma produção geral de cortisol reduzida na primeira hora após acordarem de manhã, sendo este, na realidade, um dos períodos mais stressantes para o organismo.

O estudo analisou 292 pessoas com síndrome de fadiga crónica, 269 pessoas consideradas doentes e 163 consideradas saudáveis. As concentrações de cortisol na saliva foram medidas. As mulheres com Síndrome de Fadiga Crónica exibiram perfis matinais de cortisol significativamente mais baixos, em comparação com as mulheres que não sofriam da síndrome. Os homens com ou sem SFC não demonstraram diferenças nos níveis de cortisol.


Anteriormente, o Dr. Reeves e os colegas relataram que pacientes com sintomas de fadiga crónica apresentam uma curva de cortisol salivar diurna compactada – têm concentrações matinais de cortisol mais baixas e concentrações nocturnas mais elevadas, em comparação com os outros grupos de controlo.

Isabel Marques

Fontes:
www.upi.com, www.medpagetoday.com

HPV: Especialistas esclarecem dúvidas na net a partir de Março

A partir do mês de Março os portugueses vão poder esclarecer todas as dúvidas acerca do cancro do colo do útero através da Internet. De acordo com a coordenadora do projecto, Ana Matos, falta apenas formalizar a iniciativa para que uma equipa de especialistas dê início ao trabalho.

Segundo afirmou Ana Matos em declarações à agência Lusa, está marcada para quinta-feira a assinatura de um protocolo com responsáveis do portal «Sapo» e na presença do Director-Geral da Associação Europeia contra o Cancro do Colo do Útero, Philip Davies, no âmbito da Semana Europeia de Prevenção do Cancro do Colo do Útero.

Desta forma, passará a ser possível dar respostas, via Internet, sobre os tipos de Vírus do Papiloma Humano (HPV), a sua relação com o cancro do colo do útero e os meios de transmissão, prevenção e tratamento da doença.

Esta é uma rede de contactos que já foi desenvolvida em outros países europeus.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Bayer planta 3 mil árvores em Mafra

A farmacêutica Bayer prepara-se para investir 100 mil euros num projecto de responsabilidade social que visa a plantação de 3 mil árvores, uma por cada colaborador ibérico, na Tapada de Mafra.

A iniciativa surge em resposta ao Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) que tem como objectivo a plantação de 1 bilião de árvores em todo o mundo.

De acordo com o director-geral da Bayer Portugal, João Barroca, citado pelo portal Fábrica de Conteúdos, esta medida pretende focalizar a qualidade de vida das pessoas, não só ao nível da saúde, mas também em aspectos importantes para a sociedade, como o meio ambiente.

O projecto, que decorre a nível internacional, contou já com a colaboração da Bayer em 24 países através da plantação de cerca de 300 mil árvores.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Fármacos para a osteoporose podem aumentar risco de necrose óssea

Um estudo canadiano descobriu que uma popular classe de fármacos para a osteoporose, os bifosfonatos, quase que triplica o risco de desenvolver necrose óssea, o que pode levar a deformação e a dores incapacitantes.

Investigadores da Universidade da Columbia Britânica (UBC) e do Vancouver Coastal Health Research Institute (VCHRI) conduziram um estudo sobre necrose óssea e bifosfonatos, uma classe de fármacos utilizada por milhões de mulheres em todo o mundo para ajudar a prevenir fracturas ósseas devido à osteoporose.

O estudo também investigou a ligação entre a necrose óssea e marcas específicas de bifosfonatos, tais como o Actonel (risedronato de sódio), o Didrocal (etidronato de sódio) e o Fosamax (ácido alendrónico). Os investigadores descobriram que as três marcas tiveram resultados semelhantes.

As descobertas seguiram uma recente alerta da FDA acerca dos bifosfonatos que sublinhou a possibilidade de dores fortes, por vezes incapacitantes, nos ossos, articulações e/ou musculares, em pacientes a tomar os fármacos, como o farmacia.com.pt noticiou em “FDA: Alerta para dores músculo-esqueléticas com bifosfonatos”, a 9 de Janeiro de 2008.

O estudo, publicado online na “Journal of Rheumatology” e baseado nos registos de saúde de 88 mil residentes do Quebec entre 1996 a 2003, descobriu que embora o efeito secundário de osteonecrose seja raro, a utilização de bifosfonatos é muito comum.

Segundo o principal investigador, o Dr. Mahyar Etminan, do centro de avaliação e epidemiologia clínica da UBC e do VCHRI, a mensagem para as mulheres que tomam estes medicamentos é ter atenção à dor. Dada a rápida disseminação da utilização destes fármacos, é importante que as mulheres e os seus médicos saibam os riscos que advêm da sua toma, acrescentou o Dr. Etminan.

O Dr. Etminan alerta que a utilização de bifosfonatos poderá aumentar no futuro, na medida em que a possível ligação entre a utilização de estrogénio e o cancro da mama leva as mulheres a mudar da terapia de estrogénio para terapia de bifosfonatos, para prevenir as fracturas ósseas. Outras razões podem ser a disponibilidade de novos bifosfonatos que aparecem em doses de toma única mensal, ou toma única anual.

A necrose óssea, uma doença relativamente rara diagnosticada em aproximadamente uma em 20 mil pessoas por ano, leva à perda permanente de fornecimento de sangue aos ossos. Sem o fornecimento adequado de sangue, os tecidos ósseos morrem e provocam o colapso do osso. A doença afecta primariamente os ombros, joelhos e ancas na zona das articulações, provocando dores fortes e imobilidade.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, ScienceDaily

FDA aprova Intelence para o tratamento do VIH

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou a comercialização do Intelence (TMC 125, etravirina), fármaco para o tratamento do VIH da Johnson & Johnson, para ser utilizado em combinação com outros anti-retrovirais, em adultos com infecção por VIH-1 que demonstraram resistência a tratamentos anteriores. O fármaco é o primeiro da classe dos inibidores não-nucleosídeos da trancriptase reversa (NNRTI, em inglês) a ser aprovado nos Estados Unidos nos últimos dez anos.

A aprovação baseia-se em dois estudos aleatórios, duplamente cegos, e controlados por placebo, que demonstraram que 60 por cento dos pacientes adultos infectados com VIH-1 que receberam Intelence, e que já tinham recebido tratamentos anteriormente, apresentaram uma carga viral reduzida a níveis indetectáveis após 24 semanas, em comparação com os 40 por cento dos pacientes que receberam placebo. A Johnson & Johnson acrescentou que fármaco é o primeiro NNRTI a demonstrar actividade antiviral em pacientes com vírus resistente aos NNRTIs.

Medicamentos de diferentes classes atacam o vírus em diversos estádios dos seus ciclos de infecção e duplicação. Os NNRTI bloqueiam uma enzima chave que o VIH utiliza para se duplicar. A etravirina pode reduzir a quantidade de VIH no sangue e aumentar os glóbulos brancos que ajudam a combater outras infecções. Também pode reduzir o risco de morte ou infecções que podem ocorrer com um sistema imunitário enfraquecido.

Os pedidos para aprovação do fármaco também foram apresentados à Agência Europeia do Medicamento (EMEA), e às autoridades reguladoras da Suíça, Canadá, Rússia e Austrália, estando sob avaliação.

Dezenas de milhares de pacientes em todo o mundo têm resistência aos NNRTIs e podem ser candidatos para receber o Intelence.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, The Associated Press

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Pfizer actualiza folheto informativo de fármaco antitabágico

Chantix pode desencadear ideias suicidas e sonolência

A farmacêutica Pfizer actualizou o folheto informativo que acompanha o Chantix (vareniclina), um medicamento indicado para a cessação tabágica, cuja bula fará agora referência à possibilidade de ocorrência de ideações suicidas e sonolência.

Em Novembro de 2007, o relato de vários casos que associavam a toma do medicamento a comportamentos depressivos e suicidas e ao surgimento de pesadelos, tonturas, fadiga, sonolência, dores de cabeça, insónia, náuseas e vómitos levou a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) a prometer uma avaliação dos casos.

Na altura, a entidade reguladora do sector farmacêutico nos Estados Unidos da América (EUA) publicou uma informação no seu portal na internet que indicava que “uma apreciação preliminar” revelava que muitos casos reflectiam “novos princípios de comportamento depressivo, ideações suicidas, alterações de humor e comportamento, num prazo de dias ou semanas após o inicio da toma de Chantix”.

A Pfizer reage agora afirmando que esta actualização ao folheto informativo do medicamento inclui uma advertência que indica que “os pacientes que estão a tentar deixar de fumar com Chantix devem ser observados, na procura de sintomas neuropsiquiátricos sérios, incluindo alterações de comportamento, agitação, comportamento depressivo, ideações suicidas e comportamento suicida”.

Em declarações anteriores a farmacêutica afirmou que “não podia ser estabelecida uma relação causal entre o Chantix e os sintomas relatados”. No comunicado emitido esta sexta-feira, a Pfizer reconhece que “em alguns casos, não pode ser excluída uma possível relação”.

Autorizado na União Europeia desde Setembro de 2006, o fármaco é comercializado no mercado europeu como Champix.

Em Portugal

Numa nota emitida esta quinta-feira, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) informa que, por decisão da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), as advertências e precauções especiais de utilização do medicamento Champix devem ser actualizadas. Depois de analisar a situação, a EMEA concluiu que é necessário “alertar os médicos prescritores e os doentes sobre os casos de ideação suicida e tentativas de suicídio, notificados em doentes em tratamento com Champix”.

Face às novas informações de segurança, o Infarmed adverte que os médicos devem ter em atenção que "a cessação tabágica, com ou sem terapêutica farmacológica, tem sido associada à exacerbação de doenças psiquiátricas subjacentes (por exemplo, depressão), devendo assim acompanhar e aconselhar os doentes de forma apropriada, sobre os sintomas da depressão". A entidade reguladora do sector farmacêutico português refere ainda que “os doentes que estejam em tratamento com Champix e que desenvolvam ideação suicida deverão interromper o tratamento e contactar o seu médico de imediato”.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, CBS 11, Business Wire, Farmacia.com.pt.

FDA desaconselha administração de xaropes a crianças com menos de 2 anos

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) recomenda que os xaropes para a tosse e expectorantes de venda livre não sejam administrados a crianças com idade inferior a 2 anos. Depois de terminar uma investigação relativa à segurança destes medicamentos nesta faixa etária, os responsáveis concluíram que poderão surgir efeitos secundários potencialmente mortais.

Conforme afirmou Charles Ganley, responsável pelo departamento de medicamentos não sujeitos a receita médica da FDA, a entidade reguladora "recomenda aos pais que não dêem medicamentos contra a tosse e constipação vendidos livremente para as crianças com menos de dois anos". Estes fármacos, “que tratam os sintomas e não as condições subjacentes, não são nem seguros nem eficientes para as crianças de menos de 2 anos”, acrescentou o mesmo responsável.

Em causa estão os expectorantes, descongestionantes, anti-histamínicos, medicamentos contra a tosse e a constipação que, segundo a FDA, podem desencadear efeitos secundários graves como convulsões, aumento rápido do ritmo cardíaco e perda de consciência.

Num comunicado emitido pela FDA, a que o Farmacia.com.pt teve acesso, a entidade reguladora deixa algumas recomendações aos pais, nomeadamente que estejam atentos ao folheto informativo e reparem na substância activa e que não administrem mais do que um xarope ou expectorante em simultâneo a uma criança. Muitos destes fármacos contêm mais do que um ingrediente activo, salienta a FDA, podendo as crianças estar sujeitas a uma dose da mesma substância activa muito superior às suas necessidades.

Marta Bilro

Fonte: AFP, Globo Online, FDA.

Estudo em ratos pode levar a novos fármacos para dor crónica

Um estudo suíço descobriu que aumentar um mecanismo natural de filtrar a dor na espinha ajudou a aliviar a dor crónica em ratos, sem os efeitos secundários indesejados dos actuais analgésicos, como efeitos sedativos, viciantes ou possibilidade de desenvolver tolerância.

O composto provém da classe de fármacos, benzodiazepinas, que são amplamente utilizadas para sedar ou no tratamento da ansiedade. Os investigadores, liderados por Hanns Ulrich Zeilhofer da Universidade de Zurique, fizeram a descoberta enquanto estudavam por que motivo as benzodiazepinas actuam em caminhos do cérebro envolvidos com a percepção da dor, mas sendo raramente efectivas no alívio da dor.

Primeiro testaram diazepam, normalmente conhecido como Valium, ao injectarem-no na medula espinal dos ratos. Os investigadores descobriram que o diazepam poderia realmente aliviar a dor, na medida em que os ratos que, ou suportaram uma injecção dolorosa, ou tiveram um nervo apertado para simular dor crónica, estavam menos incomodados se tivessem recebido a injecção espinal.

A equipa de Zeilhofer centrou-se numa molécula específica, chamada GABA, que ajuda a prevenir que os sinais de dor crónica cheguem ao cérebro, sem bloquear as mensagens de dor normais que alertam as pessoas para o perigo.

As benzodiazepinas impulsionam a acção desta molécula GABA no sistema nervoso central. Estes fármacos, indicados para outros problemas, quando injectados perto da medula espinal também aliviam a dor.

Mas as benzodiazepinas direccionam-se a, pelo menos, quarto receptores de GABA diferentes que medeiam o controlo da dor. Ao atingirem somente dois dos receptores de GABA, poderão ser capazes de fabricar um fármaco que possa ser utilizado para a dor crónica, sem perder potência ou deixar as pessoas sonolentas.

Zeilhofer disse que o estudo demonstrou que atingir receptores GABA específicos pode fornecer um promissor novo alvo para o desenvolvimento de fármacos. De acordo com os investigadores, o próximo passo é descobrir fármacos que actuem da mesma forma em humanos, mas sem utilizar injecções espinais, que requerem um cateter, sendo desapropriadas para a maior parte dos pacientes.

Ainda não se sabe se o composto terá os mesmos efeitos em humanos, mas os investigadores estão a progredir com um optimismo cauteloso, segundo a revista cientifica “Nature”.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, http://news.xinhuanet.com

Proteína pode ajudar a combater cancro da mama

Um estudo norte-americano descobriu que uma proteína, a Ciclina D1, pode ser o “calcanhar de Aquiles” dos tumores mamários que são receptores positivos de estrogénio, o tipo mais comum de cancro da mama.

A autora principal do estudo, Maria Silvina Frech, actualmente investigadora em pós-doutoramento no Instituto Nacional do Cancro, mas que desenvolveu o estudo no Centro de Cancro Lombardi do Centro Médico da Universidade de Georgetown, em Washington, revelou que é sabido que a Ciclina D1 é uma importante participante no cancro da mama, mas ninguém demonstrou o que acontece quando a Ciclina D1 está ausente ao mesmo tempo que o receptor de estrogénio está a ser extremamente expressado nos tumores.

A Ciclina D1 pertence a uma família de genes da ciclina cujas proteínas regulam as quinases dependentes da ciclina que, por sua vez, controlam a divisão celular. As quinases dependentes da ciclina são as principais facilitadoras do ciclo de proliferação celular. A superprodução da proteína Ciclina D1 ou a amplificação (cópias extra) do gene têm sido observadas numa variedade de cancros, explicou Frech.

Enquanto que a Ciclina D1 não é necessária para a manutenção das células mamárias normais, é essencial para a proliferação das células anormais das glândulas mamárias, e esta utilização diferencial da Ciclina D1 parece ser única no cancro da mama inicial. Isto suporta a ideia de que reduzir a Ciclina D1 nas células do cancro da mama não danifica as células normais.

As descobertas, publicadas na “Oncogene”, sustentam testar uma classe experimental de fármacos que apontam para a inibição da proteína Ciclina D1, em mulheres com cancros da mama receptores positivos de estrogénio. Existem agentes, que estão actualmente a ser testados em ensaios clínicos, que param a função da Ciclina D1 ao atingir as quinases dependentes da ciclina.

Por exemplo, o flavopiridol é um potente inibidor da quinase dependente da ciclina, actualmente em ensaios clínicos para uma variedade de tumores. O estudo fornece também suporte molecular adicional para a sua utilização no cancro da mama. A actividade clínica é encorajadora quando utilizado em combinação com outros agentes moleculares direccionados.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, ScienceDaily

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

CE investiga concorrência na indústria farmacêutica

A Comissão Europeia lançou uma investigação à indústria farmacêutica, no esforço de determinar se as companhias estão a utilizar de maneira errada direitos de patente e a fazer acordos ilegais para manter os medicamentos genéricos fora do mercado.

A Comissária Europeia para a Concorrência, Neelie Kroes, afirmou que a investigação foi iniciada porque os mercados farmacêuticos não estão a trabalhar tão bem como podiam. Existem suspeitas de que as companhias tenham conspirado para retardar alternativas genéricas mais económicas, a favor dos medicamentos de marca.

Segundo Kroes, se produtos inovadores não estão a ser produzidos, e se alternativas genéricas mais baratas do que os produtos existentes estão a ser retardadas, então é necessário descobrir porquê e, se for preciso, tomar uma atitude. De acordo com a Comissão, o número de novos fármacos lançados entre 1995 e 1999 foi de 40 por ano, mas esse número caiu para 28 por ano entre 2000 e 2004.

Kroes, que sublinhou que a investigação não foi lançada devido à existência de provas concretas de qualquer transgressão, disse que o inquérito irá procura evidências de acordos entre farmacêuticas, tais como, acordos em disputas de patentes, que podem infringir os regulamentos da concorrência. A investigação também irá procurar a presença de barreiras artificiais à entrada de produtos novos ou genéricos, incluindo processos infundados e a utilização ilegítima dos direitos de patente, e ainda esclarecer se algumas companhias abusaram do seu predomínio no mercado.

A Comissária destacou que a concorrência vigorosa neste sector é fundamental para o público, uma vez que assegura aos pacientes o acesso a medicamentos de última geração, assim como tem influência na soma de dinheiro gasto em saúde por indivíduos, sistemas privados de saúde e serviços de saúde governamentais, na Europa.

A investigação abarcou a recolha de informação confidencial de empresas, incluindo a Pfizer Inc, GlaxoSmithKline Plc, AstraZeneca Plc, Johnson & Johnson, Merck & Co Inc e Sanofi-Aventis SA, referente a direitos de propriedade intelectual, litígios e acordos em disputas de patentes. As companhias confirmaram que estão a cooperar com a investigação.

A Comissão planeia relatar as suas descobertas iniciais neste Outono e emitir um relatório final na Primavera de 2009.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, First Word, Reuters, The Guardian

Eficácia de anti-depressivos está a ser sobrevalorizada

Médicos e pacientes podem estar a ser iludidos relativamente à eficácia dos medicamentos anti-depressivos. De acordo com as conclusões de uma análise publicada na última edição do “New England Journal of Medicine”, os benefícios destes fármacos, observados durante os ensaios clínicos, estão a ser enfatizados para além dos seus efeitos reais.

A análise agora divulgada, baseada num conjunto de estudos não publicados e enviados à Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) pelas farmacêuticas, revelou que muitos medicamentos têm pouco ou nenhum efeito nos pacientes. As conclusões indicam que tanto os médicos como os pacientes estão a receber uma visão distorcida da eficácia de alguns medicamentos como o Efexor (Venlafaxina), Zocor (Sinvastatina), Cymbalta (Duloxetina) ou Seroxat (Paroxetina).

Os investigadores examinaram vários estudos da FDA relativos a ensaios clínicos realizados entre 1987 e 2004, que envolveram 12 anti-depressivos amplamente utilizados, e contaram com a participação de 12.564 pacientes. Foi também tido em conta o facto de esses estudos terem ou não sido publicados, sendo que as análises publicadas foram posteriormente comparadas com as versões da FDA.

Esta observação permitiu aos investigadores concluir que eram os resultados a ditar a publicação das análises. Ou seja, a maioria dos estudos cujos resultados não eram positivos não foram publicados ou então foram publicados com um cunho positivo, isto é, enfatizando efeitos secundários positivos quando o efeito primário se revelou negativo.

De acordo com as conclusões desta nova análise, quase todos os estudos conduzidos (94 por cento) tinham resultados positivos, no entanto, os dados da FDA revelaram que, na realidade, apenas metade (51 por cento) dos estudos tinham efectivamente resultados positivos. De entre as análises com resultados favoráveis, todas foram publicadas. No entanto, a maioria (33 em 36) dos estudos que apresentavam resultados negativos não foram publicados ou foram divulgados como se os seus resultados tivessem sido positivos, contradizendo as conclusões da FDA.

“A publicação selectiva pode levar os médicos e os pacientes a acreditarem que os fármacos são mais eficazes do que o que realmente são, algo que poderá influenciar as decisões de prescrição”, salientou Erick Turner, professor assistente de psiquiatria, fisiologia e farmacologia na Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, director médico do Programa de Distúrbios Comportamentais do Centro de Assuntos Médicos para Veteranos em Portland, e principal responsável pelo estudo em questão.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, www.eurekalert.org.

Ácido lipóico pode reduzir risco de doenças cardiovasculares

Estudo norte-americano em ratos revela que suplementos de ácido lipóico podem inibir a formação de lesões arteriais, baixar os triglicerídeos, e reduzir a inflamação dos vasos sanguíneos e ganho de peso.

Os investigadores, do Instituto Linus Pauling e da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade do Estado de Oregon, e da Universidade de Washington, descobriram que os ratos que receberam suplementos de ácido lipóico simplesmente escolheram comer menos do que o grupo de controlo que não recebeu suplementos, sugerindo uma redução do apetite.

Noutro teste, os ratos que receberam suplementos ganharam menos peso do que os ratos do grupo de controlo, que receberam quantidades idênticas de comida, sugerindo uma taxa metabólica mais elevada e níveis de actividade aumentados.

O estudo, publicado na “Circulation” da “American Heart Association”, descobriu que os suplementos de ácido lipóico reduziram a formação de lesões ateroscleróticas em dois tipos de ratos, que são amplamente utilizados para estudar doenças cardiovasculares, em 55 e 40 por cento, respectivamente. Os suplementos foram também associados a menos de cerca 40 por cento de ganho de peso, e níveis mais baixos de triglicerídeos.

Os suplementos de ácido lipóico podem ser uma abordagem promissora para prevenir o ganho de peso, e para baixar o risco de doenças cardiovasculares em humanos. Os autores do estudo concluíram que o ácido lipóico pode ser um útil adjunto na prevenção e tratamento de doenças vasculares ateroscleróticas.

Os cientistas afirmaram que o seu estudo em ratos não pode ser directamente extrapolado para além do laboratório, mas sugere fortemente que o suplemento de ácido lipóico pode ser útil como estratégia de intervenção não dispendiosa, mas efectiva.

As quantidades utilizadas na investigação não poderiam ser obtidas através de qualquer dieta normal e, para consumo humano, podem equivaler a suplementos de cerca de 2 000 miligramas por dia, mas até a níveis dietéticos baixos e normais, o composto pode ter um papel chave na energia metabólica, segundo os investigadores. O ácido alfa lipóico é um nutriente, que ocorre naturalmente, encontrado em baixos níveis em vegetais com folhas verdes, batatas e carnes, especialmente órgãos, tais como rins, coração, fígado.

Segundo os investigadores elevados níveis de ácido lipóico podem também actuar como um antioxidante, e ajuda a normalizar sinalização de insulina e metabolismo da glucose. Segundo Balz Frei, professor e director do Instituto Linus Pauling, todas estas descobertas também reforçam a necessidade de mais estudos humanos completos, o que será o próximo passo da investigação, em estudos clínicos aleatórios, duplamente cegos, durante os próximos cinco anos com a Universidade de Saúde e Ciência de Oregon.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, www.thaindian.com, ScienceDaily

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Terapia de substituição hormonal pode aumentar risco de cancro lobular da mama

Resultados de um estudo sugerem que a terapia de substituição hormonal (TSH) combinada de estrogénio/progestina pode aumentar o risco de cancro lobular da mama, após apenas três anos. As descobertas foram publicadas na edição de Janeiro da “Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention”.

Segundo o investigador principal, o Dr. Christopher Li, do Centro de Investigação do Cancro Fred Hutchinson, investigações anteriores indicavam que era necessária a utilização de terapia hormonal combinada durante cinco ou mais anos para aumentar o risco geral de cancro da mama.

Contudo, o investigador acrescentou que este estudo, o primeiro especificamente delineado para avaliar a relação entre as terapias de terapia de substituição hormonal e os cancros de mama lobulares, sugere que uma exposição significativamente mais pequena pode conferir um risco aumentado.

No ensaio, os investigadores examinaram os historiais de 1 044 mulheres na pós-menopausa com cancro da mama e 469 mulheres na pós-menopausa sem a doença. Os resultados demonstraram que aquelas que tomaram TSH combinada, pelo menos, durante três anos apresentaram uma possibilidade três vezes maior de desenvolver tumores lobulares da mama, em comparação com aquelas que não tomaram a terapia.

Peritos têm indicado que a incidência de cancro lobular está a aumentar, e o Dr. Li comentou que a investigação da sua equipa sugere que a utilização de terapias de substituição hormonal pós-menopáusica, especialmente as preparações combinadas, podem estar a contribuir para este facto.

O cancro da mama lobular é pouco comum, mas particularmente imperceptível, porque o cancro não forma protuberâncias na mama.
Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, www.upi.com

CE aprova Avamys para a rinite alérgica

A Comissão Europeia (CE) concedeu autorização de comercialização ao fármaco Avamys (fluticasona furoato), da GlaxoSmithKline, para o tratamento dos sintomas da rinite alérgica. O tratamento é o primeiro corticoesteróide intranasal a demonstrar melhoras consistentes significativas, tanto em sintomas de alergia no nariz como nos olhos.

Na União Europeia (UE), o spray nasal de utilização única diária está indicado para ser usado por adultos, adolescentes e crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 11 anos. A aprovação baseia-se nos dados que incluem resultados de cinco ensaios clínicos de Fase III que envolveram pouco mais de 1 800 pacientes com alergias sazonais e perenes.

O spray nasal pode agora ser prescrito aos cerca de 60 milhões de pacientes na UE que sofrem de rinite alérgica aguda. O fármaco foi aprovado pela agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) em Abril de 2006, e é comercializado como Veramyst nos Estados Unidos.

A decisão já era esperada, após os reguladores europeus terem emitido uma opinião positiva relativamente ao Avamys em Outubro, sendo que, normalmente, a CE segue estas recomendações.

Isabel Marques

Fontes: First Word, The Guardian, CNN Money, www.pharmatimes.com

Investigador português descobre papel de determinadas gorduras na Alzheimer

Uma equipa de investigadores, liderada pelo português Ivo Martins, do Instituto Biotecnológico da Flandres, descobriu que determinadas gorduras podem activar no cérebro as placas de proteínas, ou placas neuríticas, características da Alzheimer, e que o metabolismo lipídico do paciente pode contribuir para o avanço da doença.

Segundo Ivo Martins, antes deste trabalho, que foi publicado na “The EMBO Journal”, as placas eram vistas como relativamente inofensivas, como a última etapa da doença, mas os investigadores descobriram que, na realidade, são “bombas-relógio” prontas a serem despoletadas ao interagirem com lípidos.

Até ao momento, pensava-se que as fibrilas, e as placas provocadas por estas, eram estáveis e que, uma vez formadas, não podiam transformar-se noutra estrutura. Os investigadores demonstraram que determinados lípidos, que aparecem no cérebro, podem desestabilizar as fibrilas e, por consequência, as placas típicas da Doença de Alzheimer. A acumulação da proteína beta-amilóide é responsável pela formação de placas que provocam a destruição de neurónios.

A investigação demonstrou ainda que são os componentes solúveis que provocam a morte dos neurónios, e não as placas insolúveis. Estes resultados identificam estes componentes solúveis protofibrilares como novos alvos para abordar a doença, e alertam ainda para o facto das placas insolúveis serem reservatórios de toxicidade que podem ser controlados.

A descoberta possibilita a criação novos métodos de combate a esta doença, especialmente no que diz respeito ao controlo do metabolismo lipídico e à neutralização da formação e toxicidade das protofibrilas.

Segundo o estudo, os distúrbios no metabolismo lipídico do doente têm o potencial para influenciar o desenvolvimento da doença, e pode ser a razão pela qual, muitas vezes, a extensão das placas insolúveis no cérebro de doentes com Alzheimer não corresponde à gravidade da doença.

O investigador Ivo Martins declarou que a equipa já está a trabalhar no próximo passo, isto é, na produção de novos fármacos e/ou anticorpos capazes de controlar as fibrilas neurotóxicas.

Isabel Marques

Fontes: Diário Digital, Público

Fármaco ajuda a reparar ossos danificados

Um fármaco delineado para tratar o envenenamento por ferro, a deferoxamina, pode ajudar a aumentar a capacidade do organismo reparar o osso danificado, segundo investigadores norte-americanos.

Num estudo, publicado na versão online da “Proceedings of the National Academy of Sciences”, os investigadores injectaram deferoxamina em ossos partidos de ratos e a densidade óssea, com o fármaco, mais que duplicou para 2,6 milímetros cúbicos, em comparação com os 1,2 milímetros cúbicos nos ossos não tratados.

Também houve aumentos significativos do número de novos vasos sanguíneos, e excelente conectividade entre esses vasos. Os novos vasos sanguíneos são requeridos para regenerar o osso com força igual ou melhor do que os ossos originais.

No estudo, os investigadores afirmam que a deferoxamina activa o caminho da célula que ajuda o organismo a responder a baixos níveis de oxigénio, que frequentemente acompanham as fracturas, ao activar o crescimento de novos vasos sanguíneos que, por sua vez, faz com que o osso regenere e sare.

O co-autor do estudo, o Dr. Shawn Gilbert da Universidade de Alabama, afirmou que com a deferoxamina a activar este caminho, foi provado um ponto significativo: é possível explorar maneiras novas, seguras e acessíveis para impulsionar a reparação óssea.

Os tratamentos actuais utilizam proteínas complexas, que são dispendiosas de fabricar e que custam milhares de dólares por dose. O tipo de agente utilizado neste estudo é um fármaco simples de pequenas moléculas que custa centenas de dólares, acrescentou ainda o autor.

Gilbert disse que este caminho das células é um alvo primário para futuros estudos humanos utilizando deferoxamina e outros fármacos para fortalecer o potencial do organismo na reparação óssea, especialmente dado que o fraco fornecimento de sangue é comum em fracturas e doenças dos ossos.

As descobertas envolvendo este caminho têm implicações mais abrangentes, para melhorar o tratamento de fracturas ósseas, doenças dos ossos e outros distúrbios músculo-esqueléticos, segundo os investigadores.

A deferoxamina é um fármaco que se liga ao excesso de ferro no organismo e ajuda à sua excreção através dos intestinos e da bexiga, um processo por vezes denominado de quelação do ferro. A deferoxamina é utilizada para tratar uma variedade de condições médicas, incluindo excesso de ferro, envenenamento do sangue devido a transfusão sanguínea e em combinação com diálise.

Isabel Marques

Fontes: www.upi.com, ScienceDaily

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Vidaza procura aprovação na União Europeia para síndromes mielodisplásicos

A biotecnológica Pharmion Corporation, que agora faz parte da Celgene Corporation, apresentou perante a Agência Europeia do Medicamento (EMEA) um Pedido de Autorização de Comercialização (Marketing Authorization Application, MAA) para o fármaco oncológico Vidaza (azacitidina para injecção), para o tratamento de pacientes com alto risco de síndromes mielodisplásicos.

A companhia afirmou que o pedido de aprovação baseou-se em dados clínicos, que incluem um ensaio de Fase III multi-centrado, internacional e aleatório para o tratamento pacientes com alto risco de síndromes mielodisplásicos, que demonstraram que o Vidaza confere uma elevada vantagem significativa de 9,4 meses na sobrevivência média geral, em comparação com regimes de tratamento convencionais. Em dois anos, o fármaco apresentou uma taxa de sobrevivência geral de 50,8 por cento, em comparação com os 26,2 por cento dos regimes tradicionais. O tratamento com o Vidaza foi bem tolerado, demonstrando um perfil de segurança consistente com experiência prévia.

O Vidaza é o primeiro de uma nova classe de compostos anti-cancerígenos conhecidos como agentes de demetilação, um subgrupo de uma categoria de fármacos referidos como terapias epigenéticas. Epigenéticas refere-se a alterações na regulação da expressão de genes. A metilação do ADN e a desacetilação da histona são dois dos mecanismos da epigenética mais amplamente estudados.

O Vidaza, um agente de hipometilação anti-cancerígeno, é actualmente um medicamento órfão na União Europeia, para o tratamento de pacientes com síndromes mielodisplásicos que, caso seja aprovado, tem direito a dez anos de exclusividade de comercialização, e também para a leucemia mielóide aguda.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, www.rttnews.com, CNNMoney

Estatinas podem reduzir risco de AVC e ataque cardíaco em diabéticos

Um estudo, realizado por investigadores da Universidade de Oxford e da Universidade de Sydney, revelou que as estatinas, fármacos utilizados para a redução do "mau colesterol" no sangue, como o Lipitor/Zarator (atorvastatina cálcica), da Pfizer, e o Crestor (rosuvastatina), da AstraZeneca Plc, poderiam reduzir o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e ataque cardíaco em pacientes diabéticos. Segundo os autores da meta-análise, quase todos os pacientes com diabetes deveriam ser considerados para receber terapia com estatinas.

No estudo, publicado na britânica “The Lancet”, os investigadores analisaram os resultados de 14 ensaios clínicos aleatórios, que envolveram mais de 90 mil pacientes, 18 686 diabéticos e 71 370 pessoas sem diabetes, e descobriram que as estatinas, nos pacientes com diabetes, reduziram o risco de eventos vasculares graves, tais como ataque cardíaco e AVC, em cerca de 33 por cento durante cinco anos, em comparação com aqueles que não tomaram os fármacos.

Adicionalmente, em pacientes com a doença, a mortalidade por todas as causas foi reduzida em nove por cento numa média de 4,3 anos por cada passo na redução do colesterol LDL, (lipoproteínas de baixa densidade), ou "mau colesterol". Os investigadores indicaram que as descobertas foram semelhantes para pacientes sem diabetes que tomaram estatinas.

O co-autor do estudo, Colin Baigent, destacou que os resultados sugerem que as estatinas são claramente efectivas para um leque abrangente de pessoas com diabetes, independentemente do seu risco absoluto, ou se têm diabetes tipo 1 ou tipo 2, ou se são do sexo feminino ou masculino. Apenas aqueles que apresentam um risco excepcionalmente baixo de ataque cardíaco ou AVC e aqueles que não podem tomar este tipo de fármacos devem ser excluídos da consideração para receber tratamento com estatinas, acrescentaram os investigadores.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, The Guardian

Merck assina acordo de produção para genérico do Fosamax

A farmacêutica Merck & Co Inc assinou um acordo de autorização de produção de um genérico do Fosamax (àcido alendrónico), um medicamento da classe dos bifosfonatos destinado ao tratamento e prevenção da osteoporose.

O fármaco produzido pela Merck & Co Inc é líder de vendas na sua classe, uma posição que poderá agora ficar ameaçada após o lançamento de um genérico depois do dia 6 de Fevereiro, data em que expira a patente norte-americana do medicamento.

O porta-voz do laboratório, Ron Rogers, não quis, porém, revelar o nome da produtora de genéricos com a qual foi assinado o acordo.

A israelita Teva Pharmaceutical Industries Ltd. e a Barr Pharmaceuticals Inc têm planos para lançar versões genéricas do Fosamax. De acordo com a lei federal as duas farmacêuticas são a terceira entidade autorizada a comercializar com exclusividade um genérico de àcido alendrónico durante cerca de seis meses, uma vez que foram as primeiras a requerer aprovação para tal junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).

No entanto, este período de exclusividade nas vendas não impede a Merck de vender o seu próprio genérico, quer o faça ela mesma ou através de uma parceria com uma empresa de produção de genéricos.

A Barr já fez saber que pretende lançar uma versão genérica do Fosamax 70mg no dia 6 de Fevereiro. “Tínhamos antecipado a partilha de exclusividade para este produto com a Teva”, afirmou a farmacêutica. “Não estamos surpreendidos com o facto de a Merck lançar um genérico autorizado, algo que se tem vido a tornar uma estratégia anti-genéricos comum entre as farmacêuticas de marca”, acrescentou.

As vendas globais do medicamento rendem, anualmente, mais de 2 mil milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Reuter, The Wall Street Journal.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Prescrição de placebos é prática frequente, diz estudo

A prescrição de placebos é uma prática comum entre a classe médica, revela um estudo realizado em Chicago, nos Estados Unidos da América, de acordo com o qual 45 por cento dos médicos admitiu já ter receitado um placebo a um paciente, pelo menos uma vez. Os resultados da investigação, publicados na edição deste mês do “Journal of General Internal Medicine”, foram noticiados pelo jornal The Globe and Mail.

Inquéritos anteriores, realizados com a participação de médicos israelitas e dinamarqueses, tinham já revelado que 60 e 85 por cento destes profissionais, respectivamente, admitiam confiar no “efeito placebo”. Apesar da prescrição de comprimidos placebo ser muitas vezes encarada como uma prática eticamente duvidosa, o efeito placebo pode funcionar, refere o jornal. Tomografias axiais computorizadas (TAC), que examinaram o cérebro dos pacientes, indicaram que os placebos desencadeiam o funcionamento das endorfinas, substâncias responsáveis pelo bloqueio da dor no cérebro.

No entanto, é preciso esclarecer que os médicos não andam por aí a distribuir comprimidos de açúcar como se estes fossem medicamentos reais, salienta Rachel Sherman, a principal responsável pela investigação, e estudante do 4ª ano de medicina da Universidade de Chicago. O que acontece frequentemente é o médico recomendar a um paciente a ingestão de ibuprofeno para o alívio da dor quando nada mais funciona, porque “pode resultar e mal não faz”, assevera a responsável. Mesmo que o médico não acredite que o fármaco alivie os sintomas físicos, o efeito placebo poderá fazer com que, apesar de tudo, o paciente se sinta melhor.

Sherman acredita que a sua pesquisa, que contou com a participação de 231 médicos, vai fazer sobressair a necessidade de uma discussão mais aberta sobre o assunto. “Talvez isto seja algo que se venha a tornar mais amplamente conhecido”, acrescentou.

Entre os 231 médicos da região de Chicago inquiridos pelo estudo:

45% admitem prescrever placebos aos seus pacientes;
15% prescreveram placebos entre 1 e 10 vezes em 2007;
85 prescreveram placebos mais de 10 vezes em 2007;
22% não prescreveram qualquer placebo em 2007.

Quando questionados acerca das práticas de outros colegas e enfermeiros:

80% dizem acreditar que os seus colegas utilizam placebo durante os cuidados de rotina;
60% acreditam que estes o fazem rotineiramente;
185 referem que estes o fazem algumas vezes;
2% acreditam que o fazem muitas vezes.

No que respeita às circunstâncias de prescrição:

18% fazem-no para acalmar o paciente
185 admitem fazê-lo enquanto suplemento ao tratamento
15% quando são confrontados com um pedido não justificado para que prescrevam um medicamento
13% por queixas não especificadas
11% depois de todas as possibilidades de tratamento terem sido esgotadas
6% para controlar a dor
6% para fazer com que o paciente para de se queixar
4% enquanto ferramenta de diagnóstico

Marta Bilro

Fonte: The Globe and Mail, Pharmalot.