quarta-feira, 4 de julho de 2007

Utilização do Avandia representa ameaça para os ossos

Um novo estudo volta a pôr em causa o Avandia (Rosiglitazona), um medicamento da GlaxoSmithKline destinado ao tratamento da diabetes tipo II. Depois de uma investigação ter indicado que o medicamento aumenta em 43 por cento o risco de ataque cardíaco, desta vez os especialistas alegam que os efeitos secundários inerentes à toma do medicamento aumentam as probabilidades de desencadear fracturas ósseas.

Duas análises anteriores já tinham relacionado o Avandia com o surgimento de fracturas de ossos em mulheres. Um novo ensaio publicado no “Diabets Care” revelou que os homens tratados com tiazolidinediona, durante uma média de 16 meses, registaram uma diminuição da densidade mineral óssea na coluna e ancas. A tiazolidinediona lidera uma família de fármacos adequados para aumentar a sensibilidade à insulina, na qual se inclui a rosiglitazona.

Os resultados sugerem “que o tratamento com tiazolidinedionas representa um factor de risco e pode contribuir para um excesso de incidência de fracturas na diabetes”, salientam os investigadores do Centro Médico VA e da Universidade Estatal do Luisiana, em Shreveport e autores do estudo recém-publicado. Face a esta nova investigação a farmacêutica britânica limitou-se a afirmar que as conclusões são “limitadas” e que a relevância clínica é desconhecida.

Para Mike Ward, analista da NomuraCode, “as preocupações globais que recaem sobre o Avandia e os seus efeitos secundários são significativos, como ficou comprovado pela quebra do preço das acções da empresa”. O Avandia encontra-se no centro das atenções dos especialistas, o que tem sujeitado a Glaxo a “tempos difíceis”, frisou o especialista, acrescentando que é preciso “considerar que há uma possibilidade de serem processados”.

Por sua vez, Andrew Baum, analista da Morgan Stanley, considera que “é quase certo” que o Avandia seja obrigado a incluir uma nova contra-indicação relativa ao risco das fracturas ósseas em mulheres. A Glaxo enfrenta actualmente um processo em tribunal por alegadamente não ter divulgado de forma conveniente os riscos inerentes à toma do medicamento, na sequência de um ataque cardíaco que causou a morte a um doente que estava a ser tratado com Avandia. Desde então as vendas daquele que era o segundo fármaco mais bem sucedido da Glaxo não têm parado de cair, atingindo já uma descida de 45 por cento, relativamente ao seu competidor directo, o Baum da Takeda Pharmaceutical.

Marta Bilro

Fonte: Times Online, Bloomberg, Thisismoney.com.uk.

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