terça-feira, 10 de julho de 2007

Só 40 por cento dos europeus sabe que o problema existe
Resistência aos antibióticos: solução à vista?


O advento dos antibióticos foi um dos maiores avanços científicos de sempre, mas a sua utilização generalizada permitiu que muitos agentes infecciosos se tornassem imunes, problema que permanece no obscurantismo de grande parte dos cidadãos (na Europa só 40 por cento já ouviram falar de resistência aos fármacos). Cientistas norte-americanos reclamam ter descoberto a solução.

De acordo com um estudo agora publicado no jornal «Proceedings of the National Academy of Sciences», a equipa de investigadores da Universidade da Carolina do Norte apurou que os bisfosfonatos têm capacidade para bloquear a acção de uma enzima utilizada pelas bactérias para serem reabsorvidas pelos genes e adquirirem ou ampliarem a sua resistência aos antibióticos, descobrindo que a interferência na actuação dessa enzima permite inibir a resistência de um vírus criado em ambiente laboratorial. Matt Redinbo, que conduziu o estudo, afirmou que “os resultados são promissores”, mas reconheceu que ainda há muito a fazer na investigação destes mecanismos de resistência aos medicamentos.
No entanto, acrescentou, “a nossa descoberta pode abrir caminho a mecanismos que permitam exterminar os vírus resistentes presentes no organismo dos doentes, pondo assim termo à disseminação da sua capacidade de resistir aos tratamentos”. Ao longo da última década quase todos os tipos de bactéria desenvolveram alguma espécie de resistência, transformando muitas doenças infecciosas, como a vulgar e mortífera pneumonia ou a tuberculose, em alvos mais difíceis. De cada vez que um doente consome um antibiótico, as bactérias mais enfraquecidas no seu sistema sanguíneo são eliminadas, mas os vírus que já foram capazes de alguma mutação conseguem resistir.
Dados recentes da Comissão Europeia indicam que quase metade dos antibióticos consumidos se destina a tratar animais, visando o seu crescimento ou a destruição de elementos patogénicos presentes na alimentação. A administração contínua de medicamentos aos animais, ainda que em baixas dosagens, favorece o surgimento da resistência bacteriana e de novas estirpes, capazes de migrar dos animais para os seres humanos. Ainda assim, segundo o Eurobarómetro de 2001, apenas 40 por cento dos cidadãos europeus estariam nessa altura conscientes da existência do problema, responsável, nos países desenvolvidos, por 60 por cento das infecções hospitalares, pela acção de micróbios que resistem aos medicamentos. Doenças que nascem nos hospitais, mas que acabam por se propagar entre a população no exterior.

Carla Teixeira
Fonte: BBC, Comissão Europeia
Selénio aumenta problemas de diabetes

A toma de suplementos de selénio com vista à prevenção da diabetes pode, afinal, ter o efeito contrário. A afirmação foi feita ontem por investigadores britânicos que conduziram um estudo cujos resultados evidenciaram uma maior propensão para a doença nas pessoas que consumiam comprimidos de selénio, comparativamente a quem optava por placebos.

De acordo com os dados aferidos na investigação agora divulgada, os suplementos vitamínicos e minerais nem sempre produzem o efeito desejado e têm muitas vezes mais consequências negativas do que positivas. Saverio Stranges, especialista da Warwick Medical School, desaconselhou a toma de quantidades maiores de selénio do que aquelas que estão presentes nos suplementos vitamínicos. O cientista, que antes integrou os quadros da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e a equipa que liderou neste estudo procuravam inicialmente aferir da capacidade do selénio tomado em suplementos para prevenir o cancro da pele, mas o avanço na pesquisa sugeriu que aquele mineral poderia ajudar a prevenir a diabetes.
Contudo, à luz do estudo publicado no jornal «Annals of Internal Medicine», essa expectativa não se confirmou. Os cientistas acompanharam 1202 pessoas que não tinham diabetes. A metade do grupo foram administrados 200 miligramas de selénio e aos restantes foi fornecido um placebo. Dos 600 elementos do primeiro grupo 58 desenvolveram a diabetes, enquanto entre os outros 602 voluntários a doença apenas foi diagnosticada em 39.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters
Investimento de três milhões de euros no novo armazém
COFANOR em Montemor-o-Velho


O anseio de expansão da Cooperativa dos Farmacêuticos do Norte para lá da sua actual área de influência encontrou eco na Câmara Municipal de Montemor-o-Velho (distrito de Coimbra), onde será instalado, a breve trecho, um novo armazém da COFANOR. Um investimento de três milhões de euros que promete ser uma mais-valia para o sector farmacêutico e para o concelho.

A escritura de compra e venda de quatro lotes de terreno no Parque de Negócios foi formalizada há escassos dias pelo presidente da COFANOR, António Nogueira, e pelo autarca de Montemor-o-Velho, Luís Leal, que deixou clara a sua convicção sobre a relevância do projecto, ao afirmar que “o investimento, no nosso concelho, de uma das empresas mais importantes do sector farmacêutico vem de encontro aos objectivos preconizados pelo executivo, traduzindo-se numa captação, para o concelho, de investimentos capazes de trazer valor acrescentado, nomeadamente com a criação e a promoção do emprego”.
António Nogueira, por seu turno, frisou a “localização privilegiada e as excelentes infra-estruturas de apoio empresarial” disponíveis no Parque de Negócios para justificar a escolha de Montemor-o-Velho para acolher as novas instalações da COFANOR. Tal como no actual armazém, no Porto, as novas instalações serão caracterizadas pelo mais elevado nível de automatismo e tecnologia de ponta, estando em estudo a possibilidade da utilização de energias alternativas na alimentação eléctrica do armazém, que deverá estar totalmente operacional até final deste ano.
Empresa de topo no sector da distribuição farmacêutica em Portugal e uma das 100 maiores do tecido empresarial português, a COFANOR detém hoje uma quota de mercado de oito por cento a nível nacional, que passa para os 20 por cento se for tido em conta apenas o seu mercado relevante (os distritos de Porto, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Viseu e Coimbra). Fundada em Abril de 1967 por um movimento de farmacêuticos do Norte, a COFANOR foi criada com o objectivo de se tornar uma instituição que, com poder acrescido, melhor pudesse defender os interesses da Farmácia e dos farmacêuticos.

Carla Teixeira
Fonte: COFANOR
Projecto experimental de prescrição de estupefacientes
Heroína poderá ser um medicamento


Diante do reiterado fracasso de todas as tentativas para pôr termo a um estado de adição face aos opiáceos, e quando as terapias convencionais não conseguem dar resposta ao problema, ainda há esperança na recuperação de toxicodependentes? Na província espanhola de Andaluzia, os mentores de um projecto experimental de desabituação acreditam que sim…

O Projecto Experimental de Prescrição de Estupefacientes na Andaluzia (PEPSA) consiste na administração e heroína a vários toxicodependentes de rua, no âmbito de um ensaio clínico que visa a autorização do uso daquela substância, hoje ilícita, como um medicamento. Os responsáveis pelo programa, que teve início em 2003, garantem ter vindo a registar resultados muito positivos. A experiência decorre num hospital público de Granada, sob orientação de Pepe Caracuel, que assegura que a generalidade dos participantes no estudo conseguiu conciliar a sua vida quotidiana com a gestão dos consumos, e assevera que alguns lograram mesmo livrar-se do vício e deixaram as ruas.
Segundo o director do Centro PEPSA, o ensaio clínico – a única maneira de validar o projecto e obter a autorização do uso de qualquer substância como medicamento – comparou a evolução de dois grupos de pacientes: ao primeiro grupo foi injectada heroína (os seus elementos eram dependentes daquela droga e usavam-na por via intravenosa) e metadona por via oral, enquanto aos do segundo só foi administrada metadona, também por via oral. Pepe Caracuel garante que o que está em causa no programa não é, de todo, a legalização das drogas, mas apenas uma solicitação para que a Agência Espanhola de Medicamentos autorize a utilização terapêutica da heroína no tratamento da toxicodependência.
De acordo com aquele responsável, desde a entrada no programa dos primeiros doentes, “a avaliação é muito positiva”. Os doentes que integraram o grupo a que foi administrada apenas metadona também melhoraram, “até porque a assistência dada aos pacientes do Centro PEPSA não é a mesma que fornecem os serviços normalizados, onde o médico só vê o doente de tempos a tempos, nas consultas”. Aqui os doentes são acompanhados em permanência e têm sempre ao dispor uma equipa multidisciplinar composta por um médico, um psiquiatra, um psicólogo e várias enfermeiras. Pepe Caracuel explica que o objectivo do PEPSA é sempre o abandono das drogas ilícitas por parte dos seus utilizadores, mas reconhece que, “como em qualquer tratamento medicinal, também este pode falhar”. No entanto, considera que, mesmo nos casos em que o objectivo principal não seja alcançado, “reduzir os riscos e conferir alguma dignidade à vida das pessoas poderá constituir, por si só, uma vitória.

Carla Teixeira
Fonte: PEPSA, revista Dependências

Biochip garante a segurança das transfusões sanguíneas

A Progenika Biopharma, empresa basca de biotecnologia dedicada à investigação e desenvolvimento de medicina personalizada, apresentou um biochip de ADN, denominado BLOODchip, que permite eliminar o risco de reacções adversas devido à incompatibilidade nas transfusões entre o grupo sanguíneo de um dador e o do receptor.

Com o objectivo de garantir a segurança das transfusões de sangue, a Progenika desenvolveu e validou mil amostras clínicas em colaboração com os principais bancos de sangue europeus. Especificamente, a validação das amostras é de 99,8 por cento, sensivelmente superior à técnica actual de serologia, que pode ter uma margem de erro de cerca de 3 por cento. Assim sendo, o BLOODchip é actualmente a ferramenta mais segura e exacta para determinar geneticamente os grupos sanguíneos, o que permitirá reduzir as reacções adversas das transfusões de sangue.

Actualmente utilizam-se duas técnicas diferentes para detectar possíveis incompatibilidades nas transfusões sanguíneas: o método serológico e a sequenciação de ADN. A técnica serológica tem uma capacidade limitada e não permite detectar cerca de 3 por cento das incompatibilidades. Por outro lado, a sequenciação de ADN, que permite ultrapassar o inconveniente do procedimento serológico, é, contudo, um sistema lento e dispendioso.

A Progenika desenvolveu o BLOODchip para superar as limitações dos processos actuais, sendo que este permite detectar todas as incompatibilidades sanguíneas através de um processo analítico mais seguro, rápido e específico do que a técnica serológica. Adicionalmente, o custo é 20 vezes inferior aos testes de sequenciação de ADN, o que permite uma utilização generalizada e rotineira em todas as transfusões de sangue.

O BLOODchip é o resultado de uma investigação que faz parte do IV Programa Marco da União Europeia, realizado pela Progenika em colaboração com os principais bancos de sangue da União Europeia: Universidade de Bristol, Instituto de Transfusões da Universidade de Bristol, Sanquin de Amesterdão, Hospital Universitário de Ulm (Alemanha), Centro de Sangue do Hospital Universitário de Luna (Suécia), Centro de Transfusões e Banco de Sangue de Barcelona e o Instituto de Hematologia e Transfusão de Sangue de Praga.

A Progenika conseguiu a liderança tecnológica internacional no desenvolvimento de biochips genéticos, tendo já desenvolvido e patenteado diversos produtos que estão no mercado para vários tipos de diagnósticos. Em 2004, a Progenika lançou no mercado o LIPOchip, para o diagnóstico da Hipercolesterolemia Familiar, comercializado desde esse ano, sendo o primeiro biochip com marcação CE. Actualmente, a Progenika tem outros três produtos em fase de desenvolvimento, que estarão terminados no final deste ano.

Os biochips permitem analisar simultaneamente milhares de variáveis genéticas, multiplicando a capacidade das técnicas convencionais para diagnosticar uma doença, prognosticar a agressividade da sua progressão e prever a resposta do paciente ao tratamento.

Isabel Marques

Fontes: Science Daily, www.basqueresearch.com, www.progenika.com

Cientistas apresentam benefícios do tabaco contra a doença de Parkinson

Há muito que os cientistas teorizavam à cerca dos efeitos do tabagismo sobre a doença de Parkinson, concluindo frequentemente que os fumadores correm menos riscos de vir a sofrer desta doença neuro-degenerativa, em comparação com os indivíduos que não consomem tabaco. Uma equipa de investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Los Angeles, Califórnia, vem agora apresentar novas provas que reforçam esta ideia.

Apoiados nas conclusões de 11 estudos realizados entre 1960 e 2004, que observaram mais de 11.800 indivíduos, 2.816 dos quais doentes de Parkinson, os investigadores concluíram que existe uma “relação inversa entre os consumo de cigarros e a doença de Parkinson”.

O tabaco parece ter um efeito protector contra a doença de Parkinson, ainda que os cientistas não tenham conseguido perceber exactamente como se processa o efeito, mas estudos anteriormente realizados em animais apontam duas possibilidades.

Por um lado, os investigadores acreditam que o monóxido de carbono e outros agentes existentes no fumo do tabaco desencadeiam um efeito protector, promovendo a sobrevivência dos neurónios que produzem dopamina, permitindo o movimento preciso dos músculos, o que não sucede com os doentes de Parkinson.

Por outro lado, é também apontada ao tabaco a capacidade de provocar um efeito preventivo do desenvolvimento de substâncias tóxicas, que interferem com o sistema neurológico.

De acordo com o relatório apresentado segunda-feira, para além dos fumadores de cigarros também os fumadores de cachimbo e charutos apresentam um menor risco de vir a sofrer da doença de Parkinson, bem como os consumidores de tabaco de mascar, ainda que o hábito de mascar tabaco esteja cada vez mais em desuso.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Gordura do corpo para reconstituir a mama

Retirar gordura da barriga e nádegas, através da lipoaspiração, pode ser uma nova técnica para reconstruir o peito de uma mulher a quem tenham retirado parte, ou a totalidade da mama, devido a um tumor maligno (mastectomia).


O uso de gordura do próprio corpo é muito comum na cirurgia plástica, mas na reconstituição mamária não tem sido bem sucedida, porque a gordura é absorvida pelo corpo. A nova técnica adiciona a esta matéria gorda as suas próprias células mãe. Assim, quando são injectadas no peito, vão estimular a irrigação sanguínea local, dando origem à formação de um tecido que num prazo aproximado de seis meses vai encher a mama.


No Japão, já foram submetidas a esta cirurgia 19 mulheres. Todas tiveram resultados positivos. Apesar dos resultados positivos, há cientistas que estão cépticos porque consideram um implante de gordura pode dar um aspecto de caroço à mama. Neste sentido, os estudos vão continuar. A entrada no novo método na Europa está prevista para 2008.

O estudo foi publicado na revista Chemistry and Industry.

sara pelicano

fontes: BBC

AstraZeneca entra em acordo de 200 milhões de libras com a Silence Therapeutics

A AstraZeneca assinou um acordo de colaboração em I&D (Investigação e Desenvolvimento) com a Silence Therapeutics para novas terapêuticas respiratórias, com a duração de três anos. O acordo pode chegar a render até 200 milhões de libras para a Silence Therapeutics.

A Silence Therapeutics e a AstraZeneca irão colaborar conjuntamente na fase inicial de identificação e optimização de novas moléculas siRNA. Esta colaboração tem como objectivo o desenvolvimento e a descoberta das propriedades das moléculas siRNA contra cinco alvos específicos identificados pela AstraZeneca.

A AstraZeneca irá receber uma licença para a tecnologia siRNA da Silence Therapeutics, mediante o pagamento de 7,5 milhões de libras. A Silence Therapeutics irá receber inicialmente um pagamento referente a taxas de acesso de 2,5 milhões de libras, e a AstraZeneca irá ainda comprar 5 milhões de libras de acções da Silence Therapeutics. A Silence Therapeutics também irá receber pagamentos que dizem respeito aos objectivos comerciais atingidos e regalias em qualquer produto comercializado, enquanto que a AstraZeneca será responsável pelo desenvolvimento clínico e comercialização de todos os candidatos desenvolvidos durante o acordo.

O vice-presidente da área de investigação e desenvolvimento da AstraZeneca, Jan Lundberg, sublinhou que a tecnologia siRNA permitirá à AstraZeneca apontar mecanismos de doenças difíceis de tratar por pequenas moléculas e outras abordagens. O acordo inclui uma opção para estender a colaboração a outras doenças.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, Silence Therapeutics

Vacina contra o cancro do cérebro aprovada na Suíça

A primeira vacina contra o cancro cerebral recebeu hoje autorização de comercialização na Suíça. O fármaco é produzido pela Northwest Biotherapeutics, uma empresa norte-americana de biotecnologia. A decisão da entidade reguladora suíça fez disparar as acções da Northwest Biotherapeutics em 34 por cento na bolsa de Londres.

A utilização do DCV ax-Brain, aprovada pelo Instituto Suíço de Saúde Pública, deverá tornar-se numa realidade para os pacientes daquele país durante o terceiro trimestre deste ano. O plano de aprovação prevê que a Northwest possa produzir a vacina nos Estados Unidos da América (EUA) e disponibilizá-la para o tratamento de doentes com cancro cerebral em centros seleccionados na Suíça.

A empresa salienta que o DCVax-Brain será a primeira vacina terapêutica comercializada, isto porque, difere das vacinas regulares, sendo administrada aos pacientes que apresentam uma condição pré-existente para estimular o sistema imunitário. Durante os ensaios clínicos, o medicamento conseguiu atrasar a reincidência da doença em pacientes recém-diagnosticados em cerca do triplo do tempo, e aumentar a esperança de vida para mais do dobro. Para além disso, de acordo com a empresa responsável, a terapia não provocou os efeitos secundários debilitantes associados aos tratamentos comuns, como é o caso da quimioterapia.

Por norma, os tumores cerebrais e, em especial, os malignos, são tratados com uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Depois de se ter extirpado a maior quantidade possível de tumor, inicia-se a radioterapia. Os cancros cerebrais desenvolvem-se muito rapidamente e os pacientes recém-diagnosticados sobrevivem, em média, cerca de 14,6 meses.

O fármaco encontra-se actualmente em Fase II de ensaios clínicos nos EUA, num estudo que envolve 141 doentes e que deverá estar concluído no final de 2008. Depois de analisar os resultados, a Northwest pretende requisitar a aprovação da vacina nos EUA e na União Europeia em meados de 2009. “Estamos muito satisfeitos por sermos a primeira empresa a colocar no mercado uma vacina terapêutica personalizada para os cancros do cérebro, uma doença com um prognóstico tão desanimador para os pacientes”, destacou Alton Boynton, presidente e director executivo da Northwest Biotherapeutics. O próximo passo será “levar o DCVax-Brain a pacientes de outros paises, e aplicar a nossa tecnologia DCVax em muitos outros cancros”, concluiu o responsável.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, IOL News, Financial Times, Manual Merck.

Cientistas identificam o gene que provoca cancro no intestino

O gene identificado pode aumentar em 20% o risco de desenvolver cancro no intestino. O estudo, publicado na revista Nature Genetics, foi realizado por cientistas escoceses a 30 mil doentes oncológicos.

No estudo participaram pessoas com cancro no intestino e pessoas saudáveis. Os investigadores realizaram testes de ADN ao genoma de cada um, então verificaram que um apresentava sempre a mesma mutação, inexistente nas pessoas saudáveis.

Ainda numa fase inicial o responsável pela investigação, Ian Tomlinson, sublinha que «este é um primeiro passo importante, mas nós ainda temos um longo caminho a percorrer até termos um quadro completo de todos os genes envolvidos na transmissão do risco do cancro no intestino».

Actualmente estão identificados diversos genes que podem contribuir para o aparecimento do cancro no intestino, mas são raros na população, sendo causa de apenas 5% dos casos.

«No futuro estudos como este com vários tipos de cancro podem vir a ajudar as pessoas com risco elevado de desenvolvimento da doença, através de programas de análise do ADN e novos meios de tratamento», esclarece Harpal Kumar, director-executivo da Cancer Research do Reino Unido.

Sara Pelicano

Fontes: BBC

Centro de Informação Antiveneno recebeu mais de 27 mil pedidos de ajuda em 2006

O Centro de Informação Antiveneno (CIAV) recebeu no ano passado mais de 27 mil pedidos de ajuda, principalmente por intoxicações acidentais. No entanto, 4262 desses telefonemas foram motivados por intoxicações intencionais com medicamentos.

As tentativas de suicídio envolvem geralmente medicamentos, como os vulgares calmantes, mas também produtos domésticos e industriais, como os detergentes e na sua maioria são praticadas por mulheres entre os 20 e os 39 anos.

No entanto, apesar da gravidade destes casos a grande maioria das chamadas que o CIAV recebe prendem-se com casos acidentais, em que as mães deixam a pílula em cima da mesa-de-cabeceira ao alcance das crianças, ou dos pais que dão o xarope ou o antibiótico aos filhos em "duplicado", por exemplo.

Em 2006 registou-se um ligeira descida de telefonemas em relação ao ano anterior (menos 557), o que na opinião de Fátima Rato, coordenadora do CIAV se deve à diminuição das campanhas de divulgação do número de emergência e do centro antiveneno. A coordenadora considera mesmo “fundamental" o investimento em campanhas de informação, pois a grande maioria dos telefonemas continua a ser de cariz acidental.

A maioria das chamadas feitas para o número de emergência, o 808250143, acontece entre as 18 horas e a uma da madrugada, uma vez que este período "corresponde à hora em que as pessoas chegam a casa e que mexem mais nos produtos", esclareceu Fátima Rato.

"Há dias tivemos uma criança que tinha comido 28 pílulas", contou a médica, lembrando ainda o caso curioso de uma senhora que engoliu um supositório. Apesar de irrisórios estes são casos em que as consequências não são gravosas. No entanto, existem situações muito graves em que as intoxicações podem mesmo ser fatais.

A troca de embalagens de detergentes, por exemplo, é muito frequente, essencialmente “em cafés e restaurantes com os descalcificantes das máquinas. Depois vemos nos jornais que as pessoas ficaram queimadas por causa da água e não é bem assim", alerta a coordenadora do CIAV.

O CIAV recebe por dia uma média de 78 chamadas directas, mas atende também os telefonemas encaminhados pela linha Saúde 24 e dos hospitais que ligam a pedir informações sobre determinados casos de intoxicações.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Portal do Cidadão esclarece dúvidas dos utentes sobre o SNS

“O Utente no Serviço Nacional de Saúde” é o título do novo dossier disponibilizado pelo Portal do Cidadão que fornece um vasto conjunto de informações e esclarece as dúvidas dos utentes acerca do funcionamento dos serviços públicos de saúde.

Este arquivo desempenha a função de um guia onde poderão ser esclarecidas dúvidas sobre como obter um médico de família, marcar uma consulta ou realizar um tratamento no estrangeiro.

Estão também disponíveis todas as indicações acerca dos procedimentos necessários para fazer uma inscrição no centro de saúde, pedir o de cartão de utente ou apresentar uma reclamação.

A iniciativa nasce de uma parceria entre o Portal do Cidadão, o Portal da Saúde e a Direcção-Geral da Saúde.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos, Portal do Cidadão.

Novavax compra tecnologia da Wyeth

A Novavax, uma empresa de biotecnologia especializada no desenvolvimento de vacinas, estabeleceu um acordo de licenciamento não exclusivo com a farmacêutica norte-americana Wyeth. O objectivo é obter os direitos de uma aplicação de patente que engloba uma tecnologia de partículas semelhantes a vírus, para utilização em vacinas direccionadas aos seres humanos, em certas áreas de aplicação.

Nos termos de negócio foi estabelecida a execução de um pagamento antecipado, taxas de licença anuais, pagamentos por objectivos e atribuição de privilégios em qualquer venda de produtos. Até ao final de 2008, a Wyeth poderá reunir cerca de 3,6 milhões de euros em pagamentos.

A tecnologia de partículas semelhantes a vírus está a ser utilizada pela Wyeth para desenvolver vacinas para a gripe sazonal e pandémica, que actua de forma semelhante ao vírus que a provoca, causando a escassez do material genético que desencadeia a doença. Desta forma, o vírus é impedido de se reproduzir acreditando-se que perderá capacidade para causar infecções ou doenças.

Esta inovação poderá dar inicio ao desenvolvimento de novas vacinas que proporcionam maior imunidade, com doses mais reduzidas do que as administradas pelas actuais vacinas.

“Estamos muito satisfeitos por termos concluído este acordo de licenciamento com a Wyeth e encaramos esta licença como mais um passo importante para a construção de uma forte posição de propriedade intelectual para os nossos programas de vacina da gripe”, declarou Rahul Singhvi, presidente e director executivo da Novavax.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNN Money.

Protectores solares: Comissão Europeia elimina rotulagem enganadora

A chegada do verão e a corrida às praias faz despontar os avisos acerca da crescente incidência de melanomas e da utilização de protectores solares. È por isso que expressões como “protecção total” ou “protecção solar a 100%” vão deixar de constar dos rótulos das embalagens de protectores solares por decisão da Comissão Europeia.

Como parte de uma nova campanha que reforça os alertas e chama a atenção para os perigos da exposição solar excessiva, as expressões que sugiram uma protecção completa contra o sol deixam de poder figurar nas embalagens de protectores solares. De acordo com Meglena Kuneva, Comissária Europeia para a Protecção dos Consumidores este tipo de rotulagem é enganadora e contribui para ocorrência centenas de mortes anualmente.

Os novos padrões definidos por Bruxelas, em cooperação com a indústria do sector, contemplam a inclusão de informações acerca dos níveis de protecção contra os raios UVA e UVB. Isto porque “os consumidores necessitam de informação clara e precisa sobre os produtos de protecção solar para que possam proceder a escolhas informadas”, salientou Kuneva. A Comissão Europeia deverá definir que os protectores solares sejam obrigados a indicar se oferecem uma protecção baixa, média, alta ou muito alta, e que revelem não só o factor de protecção solar contra os raios UVB mas também qual o nível de protecção que oferecem contra os raios UVA.

Actualmente, os números visíveis nas embalagens, que indicam o factor de protecção solar, apenas se referem aos raios UVB, o mais responsável pelas queimaduras solares. Este factor pode criar uma sensação de falsa segurança, considera a comissária europeia, uma vez que esses produtos não protegem contra os raios UVA que, apesar de serem menos aptos a causar queimaduras, podem aumentar o risco de cancro de pele.

“É preciso reforçar a mensagem essencial de que o protector solar é apenas uma entre várias medidas necessárias para uma protecção efectiva contra o sol”, salientou a mesma responsável. “Quando são devidamente utilizados, os protectores solares podem ajudar a prevenir o cancro da pele, mas por si só não são suficientes”, frisou Markos Kyprianou, Comissário de Saúde da União Europeia, acrescentando que deve também ser evitada a exposição ao sol por longos períodos de tempo, permanecendo à sombra nas horas mais perigosas, e promovida a utilização de chapéu e óculos de sol. A uniformização dos rótulos dos produtos deverá estar concluída em 2008.

Marta Bilro

Fonte: Theage.com.au, Medical News Today, Channel4.

Terapêuticas de ARN fomentam parceria entre Roche e Alnylam

A farmacêutica suíça Roche estabeleceu uma aliança com a Alnylam Pharmaceuticals que lhe permitirá aceder à plataforma de tecnologia biofarmacêutica da empresa norte-americana, com vista ao desenvolvimento de tratamentos baseados no processo de interferência de ácido ribonucleico (ARN). A parceria deverá envolver cerca de 734 milhões de euros.

A Alnylam especializou-se no campo das terapêuticas com ARN, uma molécula responsável por possibilitar a circulação da informação genética do ADN para as proteínas. O processo de interferência de ARN tem a capacidade de determinar qual a função de um gene responsável por uma doença e de o desactivar, interrompendo a actividade da doença. O mecanismo de interferência de ácido ribonucleico foi descoberto pelos cientistas Andrew Z. Fire e Craig C. Mello, que lhes valeu o Nobel da Medicina e Fisiologia de 2006.

O ARN é um mecanismo natural que ocorre nas células, sendo responsável por acções chave como ligar e desligar os genes, controlar o desenvolvimento do embrião, podendo até desempenhar um papel importante no desenvolvimento do cancro. Uma vez que muitas doenças são causadas por uma actividade inapropriada de determinados genes, a possibilidade de os desligar através do ARN poderá proporcionar novas formas de tratamento para um largo conjunto de doenças. Este facto tem despertado a atenção das empresas farmacêuticas e a Roche não é a única a preocupar-se com o assunto. A Merck pagou recentemente cerca de 807 milhões de euros à Sirna Therapeutics para aceder às suas terapias de ARN.

“Fundamentalmente, esta tecnologia tem o potencial de tratar doenças de uma nova forma”, afirmou o presidente e director executivo da Alnylam, John Maraganore. O investimento do laboratório suíço é financeiramente determinante para a Alnylan, cujas receitas de 2006 não ultrapassaram os 19,7 milhões de euros. Os termos do acordo prevêem que a empresa norte-americana ceda à Roche uma autorização não exclusiva de utilização da sua tecnologia, mantendo assim os direitos de a licenciar a outras empresas. Segundo o acordo, a farmacêutica europeia deverá adiantar um pagamento de 243 milhões de euros, incluindo um investimento ligeiramente abaixo dos dois milhões de acções do stock da Alnylan, o que representa cerca de cinco por cento das acções da empresa.

A Roche espera iniciar os primeiros ensaios clínicos de fármacos experimentais baseados no processo de interferência da ARN dentro de dois anos. Segundo revelou Lee Babiss, director do departamento de investigação da Roche, os primeiros ensaios com humanos deverão concentrar-se no desenvolvimento de medicamentos para a asma e para a doença pulmonar obstrutiva crónica. De acordo com o mesmo responsável, os tratamentos para a diabetes tipo II e para o cancro colorrectal estarão também entre os primeiros medicamentos baseados em ARN a serem testados em seres humanos.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, The Wall Street Journal, Saúde na Internet.

EMEA estende licença de aplicação do Seretaide

O Seretaide, um medicamento da GlaxoSmithKline utilizado no tratamento e controlo da asma, recebeu aprovação de utilização na Europa para tratar pacientes com doenças pulmonares.

O fármaco, comercializado nos Estados Unidos da América como Advair, é o mais bem sucedido do laboratório britânico e o segundo medicamento mais vendido no mundo. As vendas do fármaco a nível mundial atingiram, em 2006, os 4,87 mil milhões de euros. A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) resolveu alargar a licença do Seretaide para que possa ser utilizado numa extensa camada de pacientes que sofrem de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), uma patologia que afecta, em Portugal, cerca de 5,3 por cento da população.

A revisão da entidade reguladora surge na sequência da apresentação de um importante estudo clínico sobre a utilização da substância em pacientes com DPOC, anunciou a Glaxo. A decisão vai permitir que mais pacientes com doença pulmonar possam ser tratados com Seretaide numa fase precoce da doença, antes de esta progredir para um estado mais grave.

A doença pulmonar obstrutiva crónica “é um estado patológico que se caracteriza por uma limitação do débito aéreo (ventilação), geralmente progressiva e com reduzida reversibilidade”, refere o Portal da Saúde. Por norma, a sua origem está associada a uma resposta inflamatória anómala dos pulmões à inalação de partículas ou gases nocivos. O tabagismo é o principal responsável pela doença, sendo que a exposição à inalação de partículas ou gases nocivos também contribuem.

O Seretaide (Fluticasona + Salmeterol) é um agonista beta-2 de longa duração de acção e corticosteróide inalado. De acordo com as novas indicações europeias, o medicamento poderá ser utilizado nos pacientes com DPOC cuja função pulmonar apresenta 60 por cento do nível normal de FEV1 (redução da função pulmonar), contra os 50 por cento em que era indicado anteriormente, abrangendo uma população de doentes mais vasta.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Reuters, Portal da Saúde, Revista Portuguesa de Pneumologia.

Identificado gene responsável por cancro colorrectal

Uma equipa de cientistas internacionais realizou uma descoberta genética que poderá salvar muitos doentes com cancro colorrectal (cancro do intestino grosso e do recto), uma vez que, aumenta a eficácia dos exames, levando à detecção precoce dos casos de cancro do intestino. Os investigadores identificaram o primeiro gene com defeito comum relacionado a um aumento acrescido de vir a desenvolver a doença.

Depois de analisar mais de 100 mil amostras de material genético de 15 mil pessoas, a equipa de cientistas canadiana identificou uma particularidade específica no cromossoma 8 que está associada ao cancro colorrectal. Por sua vez, investigadores britânicos e norte-americanos detectaram a mesma peculiaridade, no mesmo cromossoma. De acordo com Tom Hudson, presidente do Instituto para Pesquisa de Cancro de Ontário e principal orientador do estudo no Canadá, o facto de uma pessoa possuir essa variação genética aumenta o risco de desenvolver cancro colorrectal em cerca de 20 por cento.

O defeito genético foi previamente relacionado com o cancro da próstata e o cancro da mama, o que poderá significar que este é também responsável por uma grande variedade de cancros comuns, explicou o mesmo especialista. As novas informações genéticas, descobertas através dos estudos das três equipas de especialistas e publicadas no jornal “Nature Genetics”, poderão ajudar a identificar pessoas em risco de contrair a doença e conduzir a novos exames e métodos de prevenção.

“Esta investigação é um passo muito importante em direcção à redução do número de mortes por cancro do intestino”, afirmou Emma Mowat, do “Bowel Cancer”, no Reino Unido. Segundo afirmou a investigadora, “esta descoberta poderá duplicar o número de pessoas que conseguimos identificar como sendo portadoras de um risco acrescido da doença – 10 por cento das pessoas são diagnosticadas em resultado do historial familiar e 10 por cento resultam deste gene”. Já foram identificadas várias variações genéticas capazes de aumentar o risco de cancro, porém, são raras e representam menos de cinco por cento dos casos. A partir de agora deverá ser mais fácil elaborar um exame de acordo com os vários genes diferentes que aumentam o risco de desenvolver cancro do intestino, dando origem a uma prevenção melhorada, a um diagnóstico precoce e a um tratamento mais eficaz.

Nos países ocidentais, o cancro colorrectal “é a segunda causa mais frequente de cancro e a segunda causa de morte por cancro”, refere o Manual Merck. A incidência desta doença começa a aumentar aos 40 anos de idade e chega ao máximo entre os 60 e os 75 anos. O cancro do intestino grosso (cancro do cólon) é mais frequente em mulheres, enquanto o do recto incide mais sobre população masculina. Cerca de 5 por cento das pessoas com cancro do cólon ou do recto têm mais do que um cancro colorrectal ao mesmo tempo.

Marta Bilro

Fonte: The Star, Telegraph.com.uk, Manual Merck.

Estudos preliminares de fármacos para outros males
Novas esperanças contra o cancro


Dois medicamentos concebidos para dar resposta a doenças como a diabetes e a obesidade revelaram eficácia no combate ao cancro. São vias travessas por onde caminha a investigação científica na área da Saúde, materializadas desta feita na descoberta de duas novas esperanças para os doentes oncológicos.

Dois estudos experimentais aferiram a descoberta de propriedades inesperadas em medicamentos que desenvolviam os seus autores. A polémica rosigliatazona, que é indicada para o tratamento da diabetes, demonstrou capacidade para incrementar os efeitos positivos da quimioterapia, enquanto o orlistat, substância activa usada no combate à obesidade, parece ser capaz de destruir as células cancerosas, à luz do que aferiu uma equipa de especialistas da Universidade de Wake Forest, nos Estados Unidos, no âmbito de um ensaio clínico desenvolvido ao longo dos últimos cinco anos, e cujos resultados foram agora publicados na revista «Nature Structural and Molecular Biology».
De acordo com aqueles especialistas, o orlistat actua sobre uma proteína presente na superfície das células afectadas por tumores, responsável pela sua morte. Não obstante, os cientistas afirmam que o medicamento não pode ser usado de forma isolada no combate ao cancro, uma vez que apenas actua no sistema digestivo. A sua mais-valia reside no facto de ele permitir conhecer o mecanismo de acção que predispõe para o desenvolvimento de novas soluções farmacológicas. “A proteína responsável pela destruição das células cancerosas está praticamente ausente nas células saudáveis”, segundo explicou o investigador Steven Kridel, e a descoberta desse aspecto permitiu abrir novos caminhos à ciência médica.
Num outro estudo, que teve por base a administração de rosigliatazona em ratinhos de laboratório, uma equipa de cientistas do Instituto Dana-Farber do Cancro, com sede em Boston, descobriu que a reconversão daquele fármaco para a diabetes é capaz de aumentar a eficácia de vários químicos usados no combate ao cancro. A investigação, publicada na revista «Cancer Cell», explica que a combinação desses platinos (medicamentos de grande toxicidade que muitas vezes geram resistência nos pacientes, que deixam de responder à medicação) com a rosiglitazona reduz significativamente o crescimento dos tumores no pulmão e nos ovários.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo
Adesivo da Novartis para doentes de Alzheimer
Exelon Patch aprovado nos Estados Unidos


O grupo farmacêutico Novartis, com sede na Suíça, anunciou hoje ter recebido a aprovação da norte-americana Food and Drug Administration para a introdução no mercado do Exelon Patch, um adesivo para aplicação na pele que surge como uma alternativa aos medicamentos de administração oral no tratamento do Alzheimer.

De acordo com a Novartis, a FDA aprovou o uso do novo tratamento em pacientes com demência ligeira ou moderada provocada por aquela doença progressiva e de degeneração gradual do cérebro. O patch deve ser aplicado nas costas, no peito ou no antebraço do doente, e mantém estável a distribuição do fármaco no organismo, melhorando a sua tolerância e permitindo a um maior número de doentes receber doses de medicação mais eficazes.
A empresa farmacêutica estima em cerca de 18 milhões o número de doentes de Alzheimer a nível mundial. Em Portugal, segundo dados da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Pessoas com Alzheimer, que em 2006, com o apoio da Novartis, lançou um manual do cuidador daqueles doentes, são actualmente cerca de 60 mil os cidadãos afectados por aquela doença degenerativa progressiva.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters, APFADA e Novartis
REPORTAGEM
Inoculação potencia imunidade ao organismo...
Vacinas salvam milhões de pessoas


A indução da imunidade através da inoculação, na forma enfraquecida, de agentes causadores de doenças (vacinação), como meio para evitar estados patológicos, constitui uma das acções básicas no domínio da saúde pública e, com excepção do advento do saneamento básico, nenhum outro avanço trazido pela modernidade – nem o surgimento dos antibióticos – teve o mesmo impacto em termos de redução da mortalidade e do crescimento da população mundial.

As vacinas – que a Organização Mundial de Saúde estima terem evitado cerca de dois milhões de mortes apenas em 2002, enquanto cinco milhões de pessoas terão escapado à paralisia provocada pela poliomielite desde 1988, e entre 1999 e 2003 as mortes devidas ao sarampo tenham sofrido uma diminuição de 40 por cento – representam o maior avanço mécico-científico do século XX, porque permitiram a erradicação de doenças como a varíola, e fizeram também baixar, quase ao zero, a prevalência de patologias como a poliomielite, o sarampo ou a difteria, que não há muito tempo eram diagnósticos mortais. Consequentemente, a OMS reconhece a vacinação como um dos investimentos em saúde mais prementes e efectivos em termos de custos.
No entanto, apesar de essencial à salvaguarda do bem-estar dos indivíduos e das sociedades, a vacinação dos adultos é muitas vezes negligenciada, o que em parte se justifica com uma certa ignorância que faz com que se pense que só as crianças têm de respeitar um calendário de imunizações. Exemplo desse alheamento, e de algum obscurantismo dos mais velhos face ao dever da vacinação, é o facto de, na cidade brasileira de São Paulo, onde a vacina contra o tétano é eficaz e disponível nos serviços de saúde, 90 por cento dos diagnósticos ocorrerem em adultos. À luz de dados recentes da OMS, cerca de 45 mil óbitos registados por ano em cidadãos brasileiros adultos devem-se a doenças facilmente evitáveis através do recurso à vacinação.

Profissionais de saúde
Médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar e farmacêuticos são profissionais que lidam de perto, e todos os dias, com pessoas infectadas pelas mais variadas patologias. O quadro clínico de um qualquer paciente pode facilmente ser exportado para um destes profissionais de saúde, que devem, por isso, ter cuidados redobrados em termos de salvaguarda do seu estado de saúde, até porque se encontram numa situação em que vêem aumentado o seu risco de contrair infecções, mas também a propensão para as transmitir a outros doentes. Reagindo a esse risco aumentado de doença, a Organização Mundial de Saúde e os responsáveis pelos aparelhos sanitários em todo o mundo recomendam e alertam para a extrema necessidade da imunização dos profissionais de saúde contra certas doenças infecciosas, com uma tríplice fundamentação: proteger os profissionais, as suas famílias e os doentes que lidam com eles.
Apesar de serem instrumentos fundamentais nas estratégias de implementação de programas de vacinação que abarquem toda a sociedade, estudos vários apontam para uma taxa de imunização insuficiente entre médicos, enfermeiros, auxiliares e farmacêuticos, avisando da necessidade de melhorar esses parâmetros. Expostos diariamente a diversas doenças infecciosas – transmissíveis por via aérea (como a tuberculose, a varicela, a rubéola, o sarampo, a gripe, as viroses respiratórias e a doença meningocócita), pelo sangue ou por fluidos orgânicos contaminados (sida, hepatites B e C e raiva), por via fecal/oral (hepatite A, gastroenterite e cólera), ou pelo simples contacto com o paciente (escabiose, pediculose e colonização por estafilococos, entre outras) –, todos os profissionais de saúde, e não só aqueles que trabalham em ambiente hospitalar, devem ter em conta a necessidade de se vacinarem regularmente.
Gripe, hepatite B, sarampo, rubéola e tuberculose (a chamada BCG) são as cinco principais vacinas recomendadas aos profissionais de saúde, a que acrescem as imunizações contra o tétano e a difteria, muito importante para a generalidade da população. Além destas, deve ainda avaliar-se a necessidade eventual de outras vacinas, designadamente contra a poliomielite, a febre tifóide, a febre-amarela ou a coqueluche, tendo em conta a prevalência local de cada uma destas infecções e os riscos individuais de exposição a elas. Em todos os casos é importante a garantia de que o profissional de saúde não representa um risco para os doentes que trata.

Carla Teixeira
Fonte: Livro «Ambientes favoráveis à prática: condições de trabalho = cuidados de qualidade», RiscoBiologico.com, Diário de Notícias, IMIP, informações de fontes próprias
Farmacêuticos têm papel-chave no aconselhamento
Farmácia portátil para as férias

Independentemente do destino que se adopte e das precauções específicas a que ele possa obrigar, como a vacinação, há doenças que podem “atacar” em qualquer parte do mundo, no momento menos esperado. A inclusão de uma farmácia portátil na bagagem, nomeadamente por parte dos doentes crónicos, pode ser um acto de extrema importância e salvar-lhes a vida. O farmacêutico deve aconselhar cada doente sobre o que ele deve transportar em viagem.

Além da fuga aos horários rigorosos, do apelo ao repouso e da tentativa de dormir mais horas, a adopção de uma alimentação saudável, com ingestão de água em quantidade, e da prática regular de exercício físico, que não deve ser descurada nas férias, a Associação Nacional das Farmácias faz recomendações específicas para este período em termos de medicamentos, nomeadamente para os doentes crónicos, que devem munir-se da quantidade suficiente de fármacos para o período em que pensam ausentar-se de casa. O farmacêutico deverá ser uma importante ajuda no esclarecimento dos pacientes sobre o tipo de medicamentos e produtos que devem levar para as férias, bem como a sua correcta armazenagem.
No cálculo dessa quantidade, a ANF recomenda que seja tido em conta o número de medicamentos que toma diariamente, calculando assim quantos necessitará em todo o período de ausência, mas avisa que deve ser levada uma quantidade extra, para o caso de perder alguns, de estes se deteriorarem, ou de, por qualquer razão, ter de ficar mais tempo do que o inicialmente previsto no local de destino escolhido para as férias. Cada doente deve ainda fazer-se acompanhar de uma receita com todos os produtos de que normalmente tem necessidade, para mais facilmente poder comprá-los, se for preciso. Uma recomendação que a ANF estende a todos os viajantes, ainda que tenha particular importância nos doentes crónicos.
Os medicamentos devem ser transportados nas embalagens originais, que incluem as indicações relativas à sua correcta utilização e constituem uma forma adequada de os conservar, ao contrário dos usuais “pastilheiros”, em que fármacos de várias espécies se misturam e confundem. A farmácia portátil para férias deverá conter sempre fármacos para dar resposta a dores, alergias, constipações, problemas de digestão, diarreias e prisão de ventre, enjoos, queimaduras solares e picadas de insectos, e ainda desinfectantes para a pele (álcool, água oxigenada, soluções de iodo, gazes, algodão, adesivo, ligaduras, preservativos, termómetro, repelentes de insectos, protectores solares adequados à pele de cada membro da família e creme hidratante para o corpo destinado a aplicação em casa, depois do banho.

Carla Teixeira
Fonte: ANF, Correo Farmaceutico, revista Rotas e Destinos

Uso do preservativo aumenta entre os jovens

A popularidade do preservativo subiu em flecha, nos últimos 50 anos, vencendo mitos e preconceitos, alcançou o estatuto de principal método anticoncepcional usado pelos jovens durante a sua primeira relação sexual.

Um estudo desenvolvido pela Durex Network (organização do fabricante de preservativos que se dedica à pesquisa na área das doenças sexualmente transmissíveis), sobre a primeira relação sexual, revelou que 75% dos 26 mil jovens inquiridos, entre os 16 e os 19 anos, usaram preservativo no seu primeiro contacto sexual.

Os especialistas consideram que o momento da primeira relação sexual é um bom indicador dos cuidados futuros, pois os jovens que tomam a iniciativa de recorrer ao preservativo neste momento, desenvolvem maior consciência da necessidade do uso do preservativo e tendem a usa-lo na sua vida sexual, dai em diante.

O estudo foi desenvolvido em 26 países e mostrou uma realidade positiva. Os gregos são quem mais pratica sexo seguro, já que 88% dos indivíduos inquiridos desta nacionalidade, afirmam ter usado o preservativo logo na primeira experiência. Por outro lado, o estudo revela também que as mulheres são mais cautelosas que os homens no momento do primeiro acto sexual, bem como os universitários.

No que respeita à idade da primeira relação sexual, os austríacos são os mais precoces, iniciando a sua vida sexual em média aos 17,3 anos, logo seguidos dos brasileiros que se iniciam na sexualidade aos 17,4 anos. No extremo oposto encontram-se os malaios, que experimentam a primeira relação sexual entre os 22 a 25 anos e os indianos, entre os 22 e os 24 anos.

De acordo com o estudo, as precauções baixam consideravelmente quando se trata de relações estáveis, registando-se também uma diminuição do uso do preservativo à medida que a idade aumenta, de tal forma que a probabilidade de ser utilizado, na iniciação sexual, por um jovem de hoje é oito vezes superior à de uma de uma pessoa com 65 anos, na mesma situação.

As causas do aumento da popularidade do preservativo são essencialmente de cariz social, apontam os autores do estudo, e passam pela desvalorização cultural da virgindade até ao casamento, bem como pelo maior acesso dos jovens a informação e a métodos contraceptivos.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Estado dificulta o acesso dos doentes reumáticos a terapias adequadas

Dos cerca de 40 mil doentes reumáticos existentes em Portugal, apenas um por cento, cerca de 250 indivíduos, recorre à medicação biológica, cujos resultados possibilitam ao doente levar uma vida praticamente normal.

Depois de a Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) ter entregue ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, uma petição com 16 mil assinaturas, solicitando um maior acesso dos doentes com artrite reumatóide aos medicamentos essenciais ao tratamento e a comparticipação dos remédios biológicos, chegou agora a vez dos médicos reumatologistas se juntarem à causa.

Aroso Dias, médico reumatologista do Hospital de S. João, no Porto, e membro da Sociedade Portuguesa de Reumatologia considera que o problema “é uma chaga social”, já que em sua opinião “não se compreende as razões porque um doente que não contribuiu para sofrer de uma doença incapacitante não tenha acesso a medicamentos que lhe podem dar qualidade de vida e torná-lo um cidadão activo, fazendo uma vida praticamente normal.”

O Ministério da Saúde a as administrações hospitalares são acusadas de dificultar o acesso de quem sofre de artrite reumatóide às terapias biológicas, devido aos elevados custos dos tratamentos. Tratar cada doente com artrite reumatóide com as terapias biológicas, unicamente disponibilizadas nos hospitais, representa um custo para as administrações hospitalares que pode ascender a 15 milhões de euros anuais.

O reumatologista compara os custos do tratamento da artrite reumatóide aos custos de tratamento de outras doenças, igualmente dispendiosos ou talvez superiores, como os tratamentos da sida ou hepatite C, entre outras doenças. No entanto, estes doentes “têm acesso aos mais recentes medicamentos”, ao contrário dos doentes com artrite reumatóide.

Os doentes, por sua vez, queixam-se de estarem a ser tratados segundo uma perspectiva economicista, já que estes tratamentos têm sofrido diversos cortes de verbas. Contudo, os doentes avisam que o Estado é o principal prejudicado, pois sem o tratamento adequado estão mais tempo de baixa médica e passam mais tempo nos hospitais, em consultas e exames médicos, quando poderiam ser úteis ao País, estando mais tempo a trabalhar.

A artrite reumatóide é uma doença crónica, altamente incapacitante, que atinge cerca de 40 mil portugueses, dois milhões de europeus e um milhão de pessoas no resto do Mundo, predominantemente mulheres, entre os 30 e os 40 anos.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã

domingo, 8 de julho de 2007

Anticoagulante da Pfizer e Bristol-Myers Squibb cumpre objectivos

Um medicamento anticoagulante que se encontra em fase experimental atingiu os principais objectivos de eficácia e segurança num estudo de fase intermédia. As conclusões da investigação sobre o fármaco, desenvolvido em parceria pela Bristol-Myers Squibb e pela Pfizer, foram hoje (8 de Julho) apresentadas no XXI Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hematose, em Genebra, na Suíça.

Os doentes tratados com comprimidos de Apixaban, denominação atribuída à substância, revelaram taxas comparáveis, em duas escalas principais, com aqueles aos quais foi administrado o tratamento padrão – uma terapia injectável de um medicamento da mesma classe em associação com um outro fármaco que pertence à mesma categoria da varfarina.

Apesar de serem muito eficazes na dissolução de coágulos, muitas terapias anticoagulantes acarretam sérias desvantagens. As heparinas, anticoagulantes de uso parentérico com início de acção imediato, mas duração de acção curta, são administradas via injecção ou intravenosa. Por sua vez, a varfarina é de difícil regulação devido às suas interacções com os alimentos e com outros fármacos. Já o Apixaban é um medicamento de administração oral que não implica vigilância regular ou alterações na dosagem. Para além disso, os resultados não deram conta de quaisquer reacções adversas.

Esta é uma “óptima alternativa”, considera Harry Buller, o principal responsável pela realização do estudo e presidente do departamento de medicina vascular no Centro Médico Académico, em Amesterdão. De acordo com o especialista, a procura de novos anticoagulantes não tem como principal objectivo superar a eficácia dos que já existem, mas antes “facilitar a vida aos pacientes”.

A última fase de ensaios clínicos do medicamento já está a decorrer e as farmacêuticas responsáveis esperam poder submeter o fármaco para ser aprovado nos Estados Unidos da América no segundo semestre de 2009. Tal como o Lovenox (Enoxaparina sódica), da Sanofi-Aventis, ou o Rivaroxaban, que está a ser desenvolvido pela Bayer, o Apixaban bloqueia uma proteína denominada Factor Xa, que cumpre uma função crucial no processo que conduz à formação dos coágulos sanguíneos. Os investigadores estão confiantes de que o medicamento possa também ser utilizado em doentes com fibrilação auricular ou batimento cardíaco irregular, com o objectivo de prevenir ataques cardíacos.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Infarmed.

Intercell e Novartis criam sociedade

A farmacêutica austríaca Intercell AG e a suíça Novartis fizeram um acordo que custou 270 milhões de euros. Com esta sociedade, a Novartis adquire os direitos exclusivos sobre os projectos de vacinação da Intercell.

A Intercell cede assim à Novartis a vacina que está a desenvolver para a prevenção e tratamento de doenças infecciosas, o IC43 (em fase III de ensaios) e uma vacina (IC47) para a pneumonia, que é possível de ser administrada em adultos e em crianças.

O acordo entre as duas farmacêuticas tem ainda de ser aprovado pela União Europeia.

sara pelicano

fontes: Fincor, Pm Farma
Hospital espanhol oferece método inovador às grávidas
Gás analgésico substitui epidural


O bloco de partos do Hospital de La Plana, na localidade de Vila-Real, na província espanhola de Valência, implementou um método inovador e alternativo à anestesia epidural, que consiste na administração de um gás analgésico que diminui as dores do parto de uma forma suave e sem provocar efeitos secundários quer para a mãe, quer para o bebé.

A administração do analgésico é feita por intermédio de uma boquilha, através da qual, no momento da contracção, a parturiente aspira a quantidade necessária de gás para controlar a dor, que depende exactamente da intensidade da contracção. A partir desse momento, a mulher deve respirar de forma normal. A inalação deste gás, composto em partes iguais por oxigénio e óxido nitroso, depende da mulher, e representa, de acordo com os médicos do serviço onde a sua administração está a ser implementada, uma inovação sem contra-indicações.

Carla Teixeira
Fonte: La Voz de Galicia

China retira do mercado medicamento para leucemia

As autoridades chinesas suspenderam a comercialização de um medicamento destinado ao tratamento da leucemia e da artrite reumatóide com base em reclamações emitidas por vários doentes.

De acordo com a Xinhua, a agência oficial chinesa, o metotrexate com os números 070403A e 070403B terá provocado dores nas pernas e dificuldades de locomoção em algumas crianças que foram injectadas com a substância produzida pela Hualian Pharmaceuticals, uma empresa sedeada em Xangai.

Os responsáveis ordenaram que o medicamento seja reavaliado pela Administração Estatal de Alimentos e Fármacos. Esta medida segue-se à recente condenação a pena suspensa de morte do antigo dirigente do departamento de registo de fármacos da entidade reguladora, que foi acusado de aceitar subornos para proceder à aprovação de medicamentos, alguns dos quais não cumpriam os padrões recomendados.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo News, Xinhua.

Livro recupera estudos antigos sobre propriedades terapêuticas da cannabis
“Um medicamento seguro e versátil”


O consumo de cannabis parece relevar capacidades terapêuticas que a ilegalidade e o preconceito associados àquela droga não permitem explorar do ponto de vista médico e farmacológico. Um livro recentemente editado em Portugal vem recuperar conclusões de estudos antigos, que definiam a marijuana como um “medicamento proibido”…

Acabado de chegar às bancas com a chancela da Esfera dos Livros, «Marijuana, a medicina proibida», da autoria de Lester Grinspoon e de James B. Bakalar, é uma segunda edição, revista e aumentada, da obra que revolucionou o pensamento da comunidade científica relativamente àquela droga produzida a partir da planta da cannabis sativa, que tem presente na sua composição uma substância psicoactiva (o delta-9-tetrahidrocanabinol, THC). Geralmente a marijuana contém até oito por cento de THC, mas algumas variedades (cruzamentos entre a espécie Cannabis Sativa e Cannabis Indica) chegam aos 33 por cento.
Neste livro Grinspoon e Bakalar defendem o uso da cannabis com fins terapêuticos e apresentam alguns casos de sucesso, afirmando que “nos últimos anos tornou-se claro que a cannabis é um medicamento seguro e notavelmente versátil”, pelo que a edição agora publicada desenvolve mais detalhadamente a “análise científica e sócio-política das perspectivas de aceitação da marijuana pela Medicina”, incluindo os testemunhos de várias pessoas que se submeteram a tratamentos com a droga e obtiveram resultados que reputam como muito positivos, lamentando que o tema não seja mais vezes explorado pela imprensa.
Refutando alguns “disparates” que se dizem sobre a cannabis, os autores do livro agora lançado destacam o uso clínico da marijuana como um dos mais importantes e mais negligenciados efeitos que ela pode ter. “Se qualquer outra substância tivesse revelado potencialidades terapêuticas semelhantes, os profissionais e o público teriam mostrado muito mais interesse nela”, disse Grinspoon, médico e professor na Harvard Medical School. A primeira edição desta obra foi editada por ambos em 1971. Em 1993, um estudo da Universidade de Harvard examinou a eficácia da cannabis como medicação, mas até ao momento não há consenso nem estudos em grande escala sobre a sua alegada eficácia terapêutica.
Proibida nos Estados Unidos desde 1930 e no Brasil desde 1938, e tendo a ONU preconizado a interdição da sua comercialização em todo o mundo em 1960, várias têm sido as tentativas de a legalizar, suscitando protestos, nomeadamente a partir dos anos 80 do século passado. Em países como a Holanda, a marijuana é hoje de uso corrente e despenalizado, e há estados em que o seu uso terapêutico colhe o apoio da comunidade médica e da sociedade. Em Portugal a sua posse é tolerada em termos criminais, mas não é incentivada do ponto de vista médico.

Carla Teixeira
Fonte: contactos telefónicos

Rivaroxaban destrona Lovenox na prevenção de coágulos

A farmacêutica alemã Bayer anunciou que os resultados dos últimos ensaios clínicos demonstraram que o Rivaroxaban, um medicamento em fase experimental, é mais eficaz na prevenção de coágulos sanguíneos após uma cirurgia ao joelho do que o tratamento actualmente utilizado com injecções de Lovenox.

De acordo com o laboratório, o Rivaroxaban revelou uma diminuição de 49 por cento no risco dos pacientes desenvolverem trombose venosa e embolismo pulmonar do que os que foram tratados com Enoxaparina. Estas conclusões vão ao encontro das mais recentes ambições da farmacêutica para lançar no mercado uma nova classe de anticoagulantes orais.

A mesma investigação demonstrou também que o risco de desenvolver tromboembolismo venoso profundo foi 62 por cento inferior nos doentes que tomaram Rivaroxaban, relativamente àqueles a quem foi administrada a Enxoparina. Michael Lassen, cirurgião ortopédico no Hospital Hoersholm, na Universidade de Copenhaga, e principal orientador deste estudo, salientou o facto de um comprimido de toma diária demonstrar melhores resultados do que a actual terapia administrada através de injecções. Para esta especialista “isto é muito importante”, uma vez que, quando um paciente recebe alta hospitalar a ingestão de um medicamento oral é muito mais prática e conveniente e não necessita de vigilância.

O Rivaroxaban está a ser desenvolvido pela Bayer em conjunto com a norte-americana Johnson & Johnson e as conclusões deste ensaio clínico de Fase II foram apresentadas no XXI Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hematose, em Genebra, na Suíça. O laboratório alemão acredita que os dados adicionais acerca deste ensaio clínico poderão estar disponíveis no segundo semestre deste ano e planeia submeter o medicamento para aprovação da entidade reguladora europeia no final de 2007 e nos Estados Unidos da América em 2008.

Apesar de estar dependente do consentimento das autoridades de saúde, Xarelto deverá ser o nome comercial seleccionado para o Rivaroxaban. Tal como o Lovenox da Sanofi-Aventis, o Rivaroxaban actua através do bloqueio de uma proteína denominada Factor Xa, que desempenha um papel fundamental no processo químico que desencadeia os coágulos sanguíneos. Porém, a Bayer não é a única farmacêutica na corrida contra esta proteína, já que a Pfizer e a Eli Lilly estão a desenvolver substâncias semelhantes.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Scotsman.com

Prolongar utilização do Lovenox aumenta a prevenção de coágulos

A toma do anticoagulante Lovenox (Enoxaparina sódica) durante cinco semanas é mais eficaz na prevenção de coágulos do que o tratamento habitual, que prevê a utilização do medicamento durante apenas 10 dias, anunciou a Sanofi-Aventis.

Os doentes graves que sofriam de coágulos potencialmente fatais, viram diminuir em 44 por cento os riscos de desenvolver trombose venosa ou embolismos pulmonares quando foram injectados com o fármaco durante cinco semanas, comparativamente aos pacientes que receberam o tratamento habitual. Os resultados do estudo foram hoje (8 de Julho) apresentados durante o XXI Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hematose, em Genebra, na Suíça.

Por norma, os doentes graves e os pacientes acamados, cuja falta de mobilidade aumenta o risco de desenvolverem coágulos, são tratados com Lovenox durante um período de 10 dias como medida preventiva. Até porque, quando recebem alta hospitalar “os pacientes não deixam à porta o risco de tromboembolismo venoso”, salientou Victor Tapson, professor de medicina no Centro Médico Universitário Duke em Durham, na Carolina do Norte.

Enquanto se esforça pela inserção de novos fármacos no mercado, a farmacêutica francesa lança agora uma tentativa de expandir a utilização do Lovenox, o seu medicamento mais bem sucedido no último ano, tendo gerado receitas no valor de 2,4 mil milhões de euros. Isto porque a empresa enfrenta alguns desafios no que diz respeito à patente deste medicamento e perdeu recentemente os direitos de patente sobre o ansiolítico Ambien (Zolpidem de Tartrato).

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, RTT News, Infarmed.

Arixtra recebe avaliação positiva do CHMP para tratar síndrome coronária aguda

A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline revelou que o Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) emitiu um parecer positivo relativamente à fórmula de toma diária do anticoagulante Arixtra (Fondaparinux sódico), destinado ao tratamento da síndrome coronária aguda (SCA).

“Estamos muito satisfeitos pelo facto do CHMP ter proferido uma opinião positiva para o fondaparinux destinado à síndrome coronária aguda”, afirmou Lawson Macartney, vice-presidente do Centro de Desenvolvimento Cardiovascular e de Medicina Metabólica da GlaxoSmithKline. “O fondaparinux tem potencial para ajudar os pacientes com SCA a gerirem a sua doenças e oferece a possibilidade de uma vida mais longa”, acrescentou.

O comité analisou dois ensaios clínicos de Fase III que incluíram a participação de mais de 32 mil doentes e que avaliaram a utilização do fondaparinux no tratamento de uma grande variedade de pacientes com SCA. As conclusões demonstraram que o fármaco apresenta uma eficácia superior ao tratamento habitual (heparina não fraccionada ou placebo) na redução do risco de morte e recorrência de ataque cardíaco.

A SCA afecta cerca de três milhões de pessoas em todo o mundo e é responsável pelo internamento hospitalar de 2,5 milhões de doentes. Para além disso, os portadores de síndrome coronária aguda correm um maior risco imediato e a longo prazo de ataque cardíaco recorrente e morte cardíaca.

O fondaparinux é um pentassacarídeo de síntese, inibidor selectivo do factor Xa, uma proteína essencial do processo de coagulação. É um anticoagulante para a profilaxia do tromboembolismo venoso após cirurgia ortopédica maior dos membros inferiores. Na União Europeia, o medicamento é actualmente actualizado no tratamento da doença tromboembólica venosa em pacientes sujeitos a grande cirurgia ortopédica dos membros inferiores, tais como fractura da anca, grande cirurgia do joelho ou cirurgia protésica da anca. Há casos em que a sua aplicação é também recomendada em doentes sujeitos a cirurgia abdominal que se julga poderem ter um elevado risco de complicações tromboembólicas, tais como doentes sujeitos a cirurgia oncológica abdominal.

Marta Bilro

Fonte: Medical News Today, GlaxoSmithKline, Médicos de Portugal, Infarmed.

Será instalada no Parque Industrial de Tortosendo em 2008
Plataforma farmacêutica na Covilhã


A cooperativa Farbeira, resultante da fusão, em Dezembro de 2006, das empresas Farbeiras, Coferpel e Farcentro, pretende ter operacional no início do próximo ano, na Zona Industrial de Tortosendo, na Covilhã, uma grande plataforma logística de distribuição de produtos farmacêuticos. O projecto representa um investimento de cerca de 600 milhões de euros, que pretende agilizar o processo de distribuição de medicamentos pelas farmácias.

Luís Miguel Silvestre, presidente da direcção da cooperativa Farbeira recorda que a fusão das três empresas acabou por transformar a nova entidade na “quarta maior distribuidora farmacêutica de Portugal”, pelo que, fazendo jus a esse estatuto, será necessário “colocar os medicamentos nas farmácias o mais rapidamente possível”. A Farbeira conta actualmente 600 farmácias associadas, localizadas no perímetro geográfico compreendido entre as cidades de Vila Real, em Trás-os-Montes e Alto Douro, e Portalegre, no Alentejo. O Parque Industrial de Tortosendo, na Covilhã, assume-se assim como uma área de centralidade, justificando a sua escolha para a localização do empreendimento, que vai nascer de raiz junto ao Parque da Ciência e da Tecnologia (Parkurbis).
A aquisição dos terrenos destinados à construção da plataforma foi formalizada em Maio, estando o arranque das obras previsto para Setembro ou Outubro deste ano. O responsável máximo da Farbeira prevê “uma grande margem de crescimento das farmácias” na sua área de intervenção, e considera por isso que a nova plataforma se assume como um investimento de valor e oportunidade inquestionáveis. O novo espaço tem uma área de 6600 metros quadrados, com possibilidade de expansão, e um pavilhão com mais de mil metros quadrados, além da área que será destinada aos serviços administrativos da plataforma.

Carla Teixeira
Fonte: Farbeira, Urbi et Orbi, Notícias da Covilhã

Entidade reguladora repreende a Roche

O laboratório suíço Roche foi severamente advertido pela entidade reguladora da indústria farmacêutica por alegar que um jornalista teria concordado não revelar um pagamento de cerca de 295 euros para participar numa reunião com a empresa.

O Código de Práticas da Autoridade de Prescrição de Medicamentos, a unidade auto-reguladora da associação de comércio das empresas de fármacos, admoestou a Roche por causar má reputação à indústria farmacêutica.

O caso foi despoletado quando surgiram reclamações de que uma parceira da Roche se teria oferecido para pagar a um doente com cancro para ajudar a promover o Herceptin (trastuzumab), um medicamento utilizado no tratamento do cancro da mama que, em 2006, registou vendas no valor de 888 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Financial Times

II Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Podologia, na Póvoa de Varzim

A Associação Portuguesa de Podologia organiza, nos dias 20 e 21 de Julho, no Novotel Vermar, na Póvoa de Varzim, o II congresso nacional, contando com a participação de especialistas nacionais e estrangeiros. Os principais temas que serão abordados versarão sobre a “Biomecânica e Ortopodologia”, “Biomecânica”, “Pé e Tornozelo”, “Podologia Clínica”, “A Dor”, “Podologia Cirúrgica”, “Pé Diabético” e “Pé de Risco – Diabetes Mellitus e Paramiloidose – Cuidados Primários”.

No primeiro dia, as questões que serão abordadas de forma mais específica relacionam-se com “Conceitos Arquitectónicos do Pé”, “Patologias de Externalização da Marcha”, “Influência da Orientação do Eixo da SAG no Comportamento do Pé do Idoso em C.C.F.”, “Lesões Podológicas no Desporto”, “Biomecânica do Pé”, “Pé e a Propriocepção”, “Teoria do Equilíbrio Rotacional – Técnica de Kirby”, “Pé Valgo – Sinónimo de Pé Infantil”, “Alterações Funcionais da Tibiotársica”, “Uso de Factores de Crescimento na Patologia Ligamentar de Pé e Tornozelo”, “Prótese do Tornozelo vs Artrodesis”, “Recuperação Física do Pé” e “A Podologia – Formação/Actuação”.

No dia 21, os temas específicos em discussão serão acerca de “Manifestações Reumatológicas no Pé”, “Intervenção Podológica Multidisciplinar em Meio Hospitalar”, “Diagnóstico Diferencial das Lesões Dermatológicas no Pé”, “Manifestações Dermatológicas mais comuns no Idoso com Insuficiência Vascular: A propósito de um estudo”, “A abordagem do Doente Idoso”, “Prevenção e Tratamento da Dor Pós-Operatória da Cirurgia do Pé”, “Influência da Estimulação Musical na Dor no Pós-cirúrgico Imediato: Dados Comportamentais”, “Tratamento Farmacológico da Dor Podológica”, “Utilização de Escalas de Dor na Consulta de Podologia”, “Técnica de Austin”, “Tratamento Definitivo das Queratopatias Digitais”, “Tratamento de Onicocriptose”, “O Doente Diabético – Abordagem e Orientação”, “Patologia e Avaliação Vascular do Membro Inferior”, “As Implicações da Ausência de Dor na Biomecânica de Pé e na Qualidade de Vida do Doente Diabético”, “Uso da Câmara Hiperbárica no Tratamento das Úlceras”, “Uso de Factores de Crescimento no Tratamento das Úlceras”, “Evidências Neuropáticas na Podologia” e “Prevenção de Alterações Dermatológicas no Pé Diabético”.

No final, haverá um simpósio dirigido a profissionais e à população intitulado “Pé de Risco – Diabetes Mellitus e Paramiloidose – Cuidados Primários”, que englobará as questões sobre “A Educação do Diabético”, “Orientação Nutricional do Diabético” e “Podologia Preventiva do Pé de Risco – Diabetes Mellitus e Paramiloidose”.

Para mais informações ou inscrições contactar a Associação Portuguesa de Podologia, na Avenida Oliveira Zina, 18, em Valongo, ou através do telefone 224 225 337, pelo fax 224 225 337, pelo e-mail
info@appodologia.com ou no site www.appodologia.com.

Isabel Marques

Fontes: Jasfarma,
www.appodologia.com

sábado, 7 de julho de 2007

Adiamento na aprovação do Provenge causa controvérsia nos EUA

O atraso na aprovação do Provenge, por parte da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration), está a causar reboliço nos Estados Unidos da América. A decisão enfureceu muitos dos pacientes que sofrem de cancro da próstata em fase avançada, desencadeando um debate aceso a nível nacional.

O tratamento inovador destina-se a prolongar a vida dos doentes com cancro da próstata em fase avançada através da estimulação do sistema imunitário. De acordo com o matutino The Washington Post, o facto da entidade reguladora do sector ter adiado a autorização de comercialização do Provenge para realizar mais estudos acerca da sua eficácia causou desconforto tanto nos pacientes como nos investidores.

O Provenge recebeu aprovação do conselho científico da autoridade reguladora dos medicamentos em Março, parecer que a FDA não era obrigada a aceitar. Foi o que aconteceu. No dia 15 de Maio, altura em que deveria pronunciar-se sobre essas recomendações, a FDA exigiu mais testes que comprovassem a eficiência da vacina, depois de alguns especialistas a terem questionado.

Howard I. Scher, do “Memorial Sloan-Kettering Cancer Center” e Maha Hussain, da Universidade do Michigan, foram dois dos oncologistas que defenderam a apresentação de mais provas a favor da eficácia da vacina. Os especialistas afirmaram que o estudo apresentado pela Dendreon, a empresa norte-americana de biotecnologia responsável pelo desenvolvimento do produto, era demasiado reduzido o que poderia significar que os resultados podem ter sido fruto de um acaso.

No dia 4 de Junho, vários grupos de pacientes e advogados reuniram-se numa manifestação junto ao Capitólio exigindo uma reunião com o comissário da FDA, Andrew C. von Eschenbach, acto que lhes valeu um encontro, com o próprio, logo nesse dia. Os manifestantes exerceram pressão para que fosse alterada uma legislação sobre a FDA que estava a ser analisada pelo Congresso, de forma a facilitar o acesso a medicamentos experimentais. No entanto, a FDA insistiu que são necessários mais dados científicos.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Xinhua.

Lei do Aborto: Apenas dois hospitais invocam objecção de consciência

A uma semana da entrada em vigor da lei do aborto, um balanço da preparação dos serviços permite já perceber que a objecção de consciência não deverá ser problemática para a aplicação da lei, uma vez que dos hospitais ao nível do continente, apenas dois não irão praticar abortos, devido ao facto da objecção de consciência ser invocada pela generalidade dos médicos.

O Hospital de Matosinhos e o de S. Francisco Xavier, em Lisboa, são os únicos hospitais do continente que se recusam a praticar a interrupção voluntária da gravidez, enquanto que no arquipélago dos Açores a situação agrava-se, já que apenas a Unidade do Faial está pronta a receber mulheres que queiram abortar até às dez semanas.

No entanto, a lei prevê que em caso de escassez de recursos humanos que ponham em causa a sua aplicação, os hospitais são obrigados a contratualizar o serviço com outra unidade, de forma a assegurar o seu cumprimento.

Apesar da polémica acerca da invocação da objecção de consciência, o facto é que, mesmo antes da entrada em vigor da lei, alguns hospitais começaram já a praticar abortos, como é o caso da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, do hospital Garcia da Orta, em Almada e do de Portimão, no Algarve.

No que respeita à zona norte do pais, a Administração Regional de Saúde autorizou 12 hospitais a iniciarem a pratica do aborto em mulheres grávidas até às 10 semanas, a partir de segunda-feira, o que na opinião do presidente da Comissão de Saúde Materna e Neonatal, Jorge Branco, constitui uma situação perfeitamente normal, pois "a pressão da população é muito grande. Desde que cumpram a lei, não me parece que seja um problema".

De acordo com a lei, cada mulher que decida abortar terá direito a uma consulta marcada no prazo máximo de cinco dias, seguida de três dias de reflexão para regressar e realizar a interrupção, pelo método que escolher. A mulher poderá também contar com apoio psicológico ou assistência social e será depois encaminhada para planeamento familiar.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Wyeth procura aprovação para o Tygacil para tratamento da Pneumonia Adquirida na Comunidade

A Wyeth irá ainda conduzir um estudo adicional para a Pneumonia Adquirida no Hospital (PAH) e Pneumonia Associada à Ventilação (PAV).

A Wyeth Pharmaceuticals anunciou que planeia submeter um Pedido de Licença de Novo Medicamento (NDA) à FDA, este Verão, para o antibiótico de primeira classe, o Tygacil (tigeciclina), para o tratamento de pacientes com Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC). O NDA é baseado em dois estudos clínicos de fase 3, nos quais a taxa de cura para o Tygacil e levofloxacina foram comparadas para os dois tratamentos.

A PAC é definida como uma pneumonia não adquirida num hospital ou numa unidade de cuidados prolongados. É uma infecção bacteriológica nos pulmões, sendo uma doença respiratória comum, mas grave, que afecta cerca de 5,6 milhões de americanos todos os anos.

Os custos do tratamento dos pacientes com PAC atingem cerca de 10 milhões de dólares por ano, em que as despesas com pacientes internos representam 92 por cento da soma total e pacientes hospitalizados acrescentam cerca de 7.500 dólares cada. A PAC é também responsável por 10 milhões de visitas ao médico, por ano, nos Estados Unidos.

Actualmente, existe a necessidade de novas opções, uma vez que muitas estirpes da bactéria mais comum que causa a PAC tornaram-se resistentes a determinados antibióticos e podem dificultar o tratamento. O Tygacil, uma glicilciclina de primeira classe, é um antibiótico de largo espectro IV (intravenoso) com actividade in-vitro contra gram positivos, gram negativos, anaeróbios, estafilococos áureos meticilino-resistentes e estafilococos áureos susceptíveis à meticilina e enterococcus vancomicina-resistente; o Tygacil não é afectado por beta-lactamases de largo espectro.

A Wyeth, adicionalmente, conduziu um estudo clínico de fase 3 para a Pneumonia Adquirida no Hospital (PAH) e Pneumonia Associada à Ventilação (PAV). Neste estudo, o regime de Tygacil foi comparado com um regime de imipenem/cilastatina. As taxas de cura no regime de Tygacil foram comparadas com o regime de imipenem/cilastatina em apenas um dos dois pontos primários. Num subgrupo de pacientes com PAV, o regime de Tygacil teve taxas de cura mais baixas do que o regime de comparação. Baseado nestes resultados, a Wyeth pretende delinear e iniciar uma nova fase 3 do estudo clínico para a PAH/PAV seguindo o parecer de corpos reguladores globais.

A pneumonia é a terceira maior causa de morte em Portugal, tendo vitimado cerca de 3800 pessoas em 2006. Ao contrário do que se poderia esperar, por se tratar de uma doença vulgar e com tratamento, os casos fatais continuam a aumentar, tornando a pneumonia a doença respiratória mais mortal em Portugal.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, Diário de Notícias

Rastreios gratuitos ao VIH na região algarvia

Uma unidade móvel vai percorrer a região do Algarve com o objectivo de realizar rastreios gratuitos e anónimos ao Vírus da Imunodeficiência Humana, durante os meses de Julho e Agosto. A organização está a cargo do Centro de Acolhimento e Detecção Precoce da Infecção pelo VIH/Sida (CAD).

Os testes são rápidos e fornecem um resultado em apenas 20 minutos. Durante esta acção, os profissionais do CAD fornecem também informações sobre o VIH/Sida, incidindo sobre os meios de prevenção.

A acção terá início no dia 13, e o primeiro dia de rastreios realiza-se na Praia da Rocha, em Portimão, entre as 23:00 e as 2:00 horas. Entre 19 e 22 de Julho a unidade móvel desloca-se também à Concentração de Motas de Faro, retornando à Praia da Rocha no dia 27.

No mês de Agosto os rastreios vão estar na Zona Ribeirinha de Portimão no dia 3, na Praia da Rocha a 10,17 e 24, na Lota de Alvor a 15 e na Câmara Municipal de Lagos a 16.

A iniciativa é da Administração Regional de Saúde do Algarve com a colaboração do Instituto da Droga e Toxicodependência e da Associação para o Planeamento da Família.

Marta Bilro

Fonte: Região Sul

Irene Silveira toma posse quarta-feira

A nova bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Irene Silveira, toma posse na quarta-feira, dia 11 de Julho, às 19 horas, numa cerimónia na qual marca presença o ministro da Saúde, Correia de Campos. Durante o acto solene, que decorre na sede nacional da OF, serão também empossados os restantes órgãos nacionais.

A também professora catedrática da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, eleita no dia 21 de Junho com 54 por cento dos votos, assumiu como principal prioridade para o seu mandato a intervenção no processo de liberalização da propriedade das farmácias que será legislado pelo Governo nos próximos seis meses.

Depois de obter 1621 votos num total de 3056 votantes, Irene Silveira foi eleita para um mandato de três anos, tornando-se na primeira mulher a ocupar o lugar de bastonária da OF sucedendo a Aranda da Silva.

Marta Bilro

Fonte: As Beiras

Infarmed e ASAE alertam para Colgate falsificada à venda no mercado português

Embalagens de pasta dentífrica Colgate, oriundas da África do Sul, contendo uma substância tóxica estão à venda em Portugal. Depois do alerta ter sido dado pelas entidades de saúde dos Estados Unidos da América, Canadá e Espanha, chegou a vez da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) chamar a atenção dos consumidores portugueses.

Por sua vez, Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) emitiu uma circular que ordena a retirada do mercado nacional de todos os lotes da pasta dentífrica falsificada que utiliza a marca “Colgate”, e que contém na sua rotulagem a menção “Made in South Africa”, embora não sejam fabricados pela Colgate-Palmolive.

De acordo com a agência Lusa, o Infarmed só teve conhecimento da possível contaminação das pastas dentífricas esta sexta-feira. Manuel Laje, porta-voz da ASAE, referiu que, até ao momento, não há indicações de que exista no mercado português pasta de dentes importada da China que sexta-feira motivou a Comissão Europeia a activar o sistema comunitário de alerta de risco.

Ainda assim, o responsável considera que não há motivo para alarme, uma vez que, o dietileno glicol, substância tóxica detectada das pastas dentífricas, só é perigosa se ingerida em grandes quantidades. «Aquele produto conterá uma substância não declarada, dietileno glicol, que pode apresentar toxicidade quando administrado em doses elevadas”, pode ler-se na circular divulgada pelo Infarmed que salienta que “nas condições de utilização de uma pasta dentífrica, este produto não constituirá risco para a saúde dos utilizadores». Por se tratar de um produto falsificado não há qualquer responsabilidade da Colgate-Palmolive, acrescenta o mesmo comunicado.

A Colgate já afirmou que não importa dentífricos para o mercado português provenientes da África do Sul, disponibilizando-se para colaborar com as autoridades para identificar os produtos falsificados contendo a substância tóxica. Para além disso, a empresa fez questão de salientar que nos seus produtos genuínos o texto na embalagem exterior e no tubo está pelo menos em português, com indicação do nome e morada da sua sede em Portugal.

Marta Bilro

Fonte: Portugal Diário, Jornal Digital, Diário Digital, Lusa, O Mirante, Infarmed.

Afinal os antidepressivos não aumentam risco de suicídio

Foi hoje publicado no Jornal Norte-Americano de Psiquiatria um novo estudo sobre os efeitos dos antidepressivos em jovens com comportamentos suicidas, revelando que aqueles que recorrem ao tratamento correm menos riscos de tentar suicidar-se do que aqueles que não tomam quaisquer antidepressivos, o que contraria os resultados apresentados em 2004 pela Agência Norte-Americana dos Alimentos e Medicamentos (FDA).

.O estudo hoje publicado baseou-se nos antidepressivos de tipo SSRI, entre os quais o Lexapro, o Pacil, Zoloft e o Prozac, prescritos com o intuito de modificam o humor do paciente, reequilibrando o nível de serotonina no cérebro.

A investigação apoiou-se na observação de 226.866 pacientes, com problemas depressivos detectados entre 2003 e 2004, que foram divididos em quatro grupos de diferentes idades, antes e depois do tratamento com SSRI.

"O risco de tentativa de suicídio entre os doentes tratados com medicamentos de tipo SSRI corresponde mais ou menos a um terço do dos pacientes que não recebem tratamento", garante um dos autores do estudo, Robert Gibbons, da Universidade de Illinois, em Chicago.

Em 2004 a FDA tinha considerado que alguns medicamentos podiam aumentar o comportamento suicida nos jovens, estabelecendo uma ligação entre o suicídio nos adolescentes e o consumo de antidepressivos, após ensaios clínicos realizados por laboratórios farmacêuticos. No entanto, o estudo agora divulgado nega a existência de qualquer relação entre o consumo destes medicamentos e o suicídio.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Vacina oral polivalente para a toxina botulínica, BT-VACC™, recebeu Patente Europeia

A DOR BioPharma, Inc. anunciou que a Organização Europeia de Patentes (OEP) concedeu uma patente, EP 1024827 B1, com reivindicações relacionadas com a vacinação oral utilizando formas mutadas não-tóxicas da neurotoxina botulínica, como vacina para prevenir a exposição à toxina botulínica.

A Patente Europeia segue a atribuição de uma patente nos Estados Unidos, U.S. 6,051,239, que foi concedida em Abril de 2000, e que contém reivindicações semelhantes para a vacinação oral.
Tanto a Patente Europeia, emitida recentemente, como a anterior emitida nos Estados Unidos têm origem no trabalho do Dr. Lance Simpson, da Universidade Thomas Jefferson, que demonstra que formas mutadas da toxina botulínica podem ser administradas oralmente para induzir imunidade protectora à exposição natural à toxina. As reivindicações na Patente Europeia fornecem protecção para o uso de certos mutantes não-tóxicos da toxina botulínica que são capazes de transitar dos intestinos para a circulação geral, por via de uma vacina oral.

O Presidente da DOR, Christopher J. Schaber, disse que na companhia se acredita que a vacinação oral irá fornecer vantagens em relação a vacinas injectáveis de botulínica, devido à facilidade de administração e rápida distribuição, que pode facilitar inoculações em massa, caso seja necessário. Acrescentou ainda que esperam fornecer a vacina tanto para uso civil como militar.

A DOR anunciou recentemente a publicação dos resultados chave da BT-VACC™ que demonstram que a imunização mucosa, com uma versão polivalente da vacina, induz uma resposta imune robusta que resulta na protecção contra os diversos serotipos naturais da toxina botulínica. A BT-VACC™ é constituída por um componente da cadeia pesada de cada um que dos serotipos A, B e E da toxina botulínica. O componente da cadeia pesada não tem a região da toxina que é responsável por bloquear as funções neurotransmissoras. As subunidades podem ligar-se avidamente aos receptores na superfície das células mucosas e atravessar o tecido pulmonar e gastrointestinal para estimular a imunidade. Como as subunidades de ligação não contêm a parte tóxica da molécula, a vacina é segura e estimula os anticorpos, não só do sangue, mas também aqueles que revestem as superfícies mucosas. São esses anticorpos, que estão presentes nas secreções pulmonares e gastrointestinais, que irão bloquear a toxina antes destas entrarem na corrente sanguínea e chegarem aos nervos periféricos.

A toxina botulínica
A toxina botulínica é uma neurotoxina extremamente potente, de origem bacteriológica, que inibe a função dos nervos periféricos, causando paralisia flácida muscular descendente grave e frequentemente fatal. O botulismo natural resultante da ingestão da toxina através de alimentos contaminados é muito raro, mas artificialmente o botulismo pode também resultar de bioterrorismo ou de armas biológicas. Visto que quantidades extremamente pequenas da toxina podem causar efeitos neurológicos, é categorizada como ameaça biológica de categoria A pelo Centro de Controlo de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A toxina pode entrar no organismo muito eficazmente pelo tecido pulmonar e pelo tracto gastrointestinal, fazendo da ameaça de contaminação alimentar propositada, com a toxina botulínica, uma possibilidade real como arma biológica.

Vacinas da toxina botulínica
A vacinação é considerada como sendo a melhor opção na prevenção de efeitos neurológicos da exposição à toxina. Devido à raridade da doença de forma natural, a vacina não seria utilizada em programas de imunização da população em massa, a não ser que houvesse uma ameaça significativa. Nesse caso, a vacina teria de ser tornada disponível para disseminação abrangente, para uma rápida e conveniente vacinação de uma população vasta. A única vacina disponível é uma vacina experimental, baseada na desactivação de uma mistura de serotipos da toxina natural, que é administrada através de uma injecção, contudo não está licenciada pela FDA e não pode ser utilizada para imunização difundida. Novas vacinas polivalentes baseadas em subunidades não-tóxicas estão a ser desenvolvidas, incluindo a BT-VACC™.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Hospital Universitário de Coimbra realiza centésimo transplante cardíaco

O Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) anunciou hoje a realização do centésimo transplante cardíaco efectuado nesta unidade, desde o final de 2004, altura em que aí teve inicio o serviço de transplantação cardíaca.

O centro, dirigido pelo cirurgião e professor catedrático, Manuel Antunes, efectua já cerca de dois terços das transplantações cardíacas nacionais, representando um importante recurso para suprir “as necessidades do país nesta área de actividade, anteriormente extremamente deficitária”.

O centésimo transplante cardíaco foi realizado na passada quarta-feira, num jornalista lisboeta que, garante Manuel Antunes, se encontra já “em franca recuperação, tendo já iniciado a sua convalescença física”.

Para o professor, o número de transplantes realizados constitui “um feito notável, que coloca o Centro também numa posição de destaque entre os centros de transplantação mais activos da Europa”.

Até à data, os resultados têm sido excelentes, “com uma taxa de sucesso imediato de 97% e uma sobrevivência superior a 89% aos três anos, comparam-se favoravelmente aos da maior parte dos centros de transplantação cardíaca mundiais”.

O centro de transplantação cardíaca de Coimbra recebeu, ao longo destes dois anos e meio, pacientes oriundos de todo o pais, “o que significa que o Centro se tornou num serviço de referência nacional também neste tipo de intervenções”, acrescenta o cirurgião.

Para a próxima segunda-feira está marcada um conferência de imprensa, onde serão divulgados mais dados sobre a actividade do Centro de Cirurgia Cardiotorácica de Coimbra.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Tailândia pretende comprar dois milhões de doses do genérico do Plavix

O governo tailandês anunciou que planeia adquirir, na Índia, dois milhões de doses do genérico do Plavix (clopidogrel) da Bristol-Myers Squibb e da Sanofi-Aventis. O governo da Tailândia aprovou, em Janeiro, licenças compulsivas para as versões genéricas do medicamento.

O Presidente da Organização Farmacêutica Governamental Tailandesa, Vichai Chokevivat, revelou que cerca de quatro companhias indianas estão a fazer ofertas pelo contrato, e o governo tenciona pagar entre 5 bahts (16 cêntimos) e 5,50 bahts por comprimido. O abastecimento irá ajudar a responder às necessidades da Tailândia de cerca de quatro milhões a cinco milhões de comprimidos de Plavix por ano e cortar nas despesas dos tratamentos dos pacientes mais pobres com doenças cardíacas.

Segundo o que foi comunicado, a Sanofi-Aventis propôs, em Março, vender o Plavix a 27 bahts o comprimido, e fornecer 3,4 milhões de comprimidos ao preço de um milhão. Acerca do que foi divulgado nas notícias, o porta-voz da Sanofi-Aventis, Jean-Marc Podvin, referiu que a companhia não chegou a receber uma resposta formal à sua oferta de vender o fármaco com desconto. A farmacêutica propôs um programa que iria permitir ao Ministério da Saúde Pública tailandês fornecer o Plavix sem custos adicionais. Contudo, o Ministério concentrou-se somente no preço e insistiu em encontrar genéricos do Plavix de qualidade desconhecida.

O Plavix, o terceiro medicamento mais vendido, com 6,1 mil milhões de dólares de receitas, está protegido por uma patente. A Tailândia está a utilizar uma cláusula da Organização Mundial do Comércio que permite aos governos autorizar a produção de fármacos genéricos sem o consentimento dos donos das patentes, em alguns casos.

A Tailândia está actualmente a comprar a versão genérica do fármaco para o VIH, efavirenz, comercializado pela Merck & Co. como Stocrin e pela Bristol-Myers Squibb como Sustiva, a uma unidade indiana da Mylan Laboratories Inc. Para além disso, o governo está ainda em processo de encomendar outros genéricos de medicamentos para a SIDA: o Kaletra, da Matrix, e a sua versão actualizada, o Aluvia, da Abbott Laboratories.

O governo da Tailândia afirma que copiar os fármacos irá permitir que se forneça medicamentos gratuitamente a uma grande parte dos cidadãos mais pobres do país, incluindo os 220 000 infectados com VIH.

Isabel Marques

Fontes: Firstword, Bloomberg