terça-feira, 10 de julho de 2007

Cientistas apresentam benefícios do tabaco contra a doença de Parkinson

Há muito que os cientistas teorizavam à cerca dos efeitos do tabagismo sobre a doença de Parkinson, concluindo frequentemente que os fumadores correm menos riscos de vir a sofrer desta doença neuro-degenerativa, em comparação com os indivíduos que não consomem tabaco. Uma equipa de investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Los Angeles, Califórnia, vem agora apresentar novas provas que reforçam esta ideia.

Apoiados nas conclusões de 11 estudos realizados entre 1960 e 2004, que observaram mais de 11.800 indivíduos, 2.816 dos quais doentes de Parkinson, os investigadores concluíram que existe uma “relação inversa entre os consumo de cigarros e a doença de Parkinson”.

O tabaco parece ter um efeito protector contra a doença de Parkinson, ainda que os cientistas não tenham conseguido perceber exactamente como se processa o efeito, mas estudos anteriormente realizados em animais apontam duas possibilidades.

Por um lado, os investigadores acreditam que o monóxido de carbono e outros agentes existentes no fumo do tabaco desencadeiam um efeito protector, promovendo a sobrevivência dos neurónios que produzem dopamina, permitindo o movimento preciso dos músculos, o que não sucede com os doentes de Parkinson.

Por outro lado, é também apontada ao tabaco a capacidade de provocar um efeito preventivo do desenvolvimento de substâncias tóxicas, que interferem com o sistema neurológico.

De acordo com o relatório apresentado segunda-feira, para além dos fumadores de cigarros também os fumadores de cachimbo e charutos apresentam um menor risco de vir a sofrer da doença de Parkinson, bem como os consumidores de tabaco de mascar, ainda que o hábito de mascar tabaco esteja cada vez mais em desuso.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

1 comentário:

Rui Borges disse...

"acerca" em vez de "à cerca".