quarta-feira, 25 de julho de 2007

Apenas 15 por cento das necessidades são supridas
Crianças sem acesso a tratamento anti-retroviral


Cerca de 75 por cento das crianças portadoras do vírus da sida e que precisam de tratamento anti-retroviral não têm acesso àqueles fármacos. Um estudo financiado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em Inglês) e pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), ambos com sede nos Estados Unidos, foi apresentado ao início da tarde de ontem e sugere que mais crianças seropositivas sobreviverão se receberem tratamento adequado.

Os resultados desta investigação, intitulada «Children with HIV early antiretroviral therapy» (CHER), aferiram que, devido ao facto de o sistema imunológico dos mais novos não estar ainda totalmente desenvolvido no seu primeiro ano de vida, eles são particularmente mais susceptíveis à rápida progressão do vírus e, por essa via, à morte prematura. O director do NIAID, Anthony S. Fauci, declarou que “o estudo poderá ter implicações significativas na saúde pública em todo o mundo”, uma vez que as descobertas agora divulgadas “farão com que os especialistas considerem a introdução de alterações nos padrões dos cuidados de saúde que são prestados actualmente aos doentes com VIH e sida à escala mundial”.
Realizado na África do Sul, o estudo foi planeado para continuar até 2011, mas os primeiros resultados justificaram a antecipação na sua divulgação, tendo em conta a elevada taxa de sobrevivência conseguida: de acordo com os dados preliminares da investigação, compilados no passado dia 20, foi aferido um aumento significativo na sobrevivência entre crianças que receberam imediata terapia anti-retroviral (96 por cento, contra 84 por cento de sobreviventes no grupo de controlo). Baseados nesses números, os cientistas concluíram que fornecer atempadamente terapias anti-retrovirais a crianças é uma estratégia mas eficaz para prevenir a sua morte precoce do que atrasar o tratamento até que os sintomas da doença comecem a ser observados.

Carla Teixeira
Fonte: NIAID, Agência de Notícias da Sida

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