quarta-feira, 25 de julho de 2007

GlaxoSmithKline galardoou trabalhos de intervenção
Premiada organização portuguesa

A organização não-governamental portuguesa Inde – Intercooperação e Desenvolvimento foi galardoada pela Fundação GlaxoSmithKline no âmbito de uma iniciativa que pretende distinguir, através da atribuição de prémios, marcada para hoje, os melhores esforços de investigação e intervenção contra a sida em África.

Da lista de vencedores consta o projecto «Apoio à vida contra a sid», desenvolvido pela Inde na Guiné-Bissau, país onde pela primeira vez foram criados grupos de apoio domiciliário vocacionados para prestar os melhores cuidados paliativos aos doentes seropositivos. Agindo no contexto da sensibilização, no apoio aos doentes e às suas famílias e na alfabetização ou inserção no percurso educativo das crianças que a sida deixou órfãs, os nove grupos criados pela ONG portuguesa na Guiné-Bissau mereceram a atenção da fundação, que assim enaltece o trabalho da Inde naquele que é um dos países mais assolados pela pobreza do mundo (ocupa o 173º lugar no índice de desenvolvimento humano), e um dos mais fustigados pelos mais violentos dramas sociais e sanitários.O projecto da Inde nasceu associado à Fundação GlaxoSmithKline, quando em 2005 aquela entidade financiou uma iniciativa pioneira de sensibilização contra a sida, abrindo uma linha de intervenção que se tornou prioritária na estratégia de luta contra a pobreza que a Inde vem desenvolvendo na Guiné-Bissau desde 1999, e que instituíram a sida como o primeiro inimigo a abater na busca de melhor qualidade de vida para as populações locais. Segundo informação veiculada ao farmacia.com.pt por uma fonte da Inde, a pandemia de sida na Guiné-Bissau constitui uma "situação gritante", visto que a doença, que no mundo já matou mais de 20 milhões de pessoas e infectou quase o dobro, tende a acentuar-se nos países com economias mais débeis.

Catástrofe
Nos países que não adoptaram as estratégias de prevenção contra a infecção do VIH, entre os quais a Guiné Bissau se inclui, o problema assume proporções catastróficas, e o grande obstáculo à vitória neste combate é a "ausência de dados absolutamente fiáveis sobre a real prevalência da doença". Os poucos dados disponibilizados pela ONU, que mantém sistemas de observação e algumas estruturas de apoio à saúde na Guiné-Bissau, indicam que se tem verificado um aumento da incidência da sida entre as mulheres grávidas, mas no que toca ao número total de casos, refere a Inde, os 1160 casos reportados pela OnuSida em 2000 encontram-se "francamente abaixo da realidade" no país.

Carla Teixeira
Fonte: Inde, Cienciahoje.pt

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