terça-feira, 10 de julho de 2007

Variante humana da BSE poderá ser detectada melhor

Investigadores testaram nova técnica que imita e acelera o processo de replicação dos priões

Investigadores escoceses desenvolveram uma técnica que poderá permitir detectar melhor a doença de Creutzfeldt-Jakob, a variante humana da Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE).


De acordo com o trabalho dos cientistas da University of Edinburgh publicado no «Journal of Pathology», foi desenvolvida uma técnica que imita e acelera o processo de replicação dos priões (proteínas anormais que causam a doença) para que se tornem mais facilmente detectáveis nas amostras de tecido.

Actualmente, os médicos determinam a presença dos chamados priões,
eliminando as células do cérebro, cujo tecido adquire, então, a aparência de uma esponja. A nova técnica foi testada em animais, porém, os investigadores acreditam ser possível utilizá-la em trabalhos com a variante humana. Para isso, será necessária a realização de mais estudos para averiguar se a técnica pode ser aplicada também em outros tecidos.

À BBC, James Ironside, da equipa de observação da doença de Creutzfeldt-Jakob, referiu que, “actualmente, a realização do teste exige muito tempo para que possa ser possível chegar a um diagnóstico rápido num centro de recolha de sangue. No entanto, poderia ser utilizado num centro nacional, para confirmar os resultados de testes anteriores e evitar falsos diagnósticos.”

Na opinião dos investigadores escoceses, este método será útil para aumentar o número de priões desta variante da doença de Creutzfeldt-Jakob nas amostras de tecido cerebral humano infectado. “A amostra é incubada e exposta a repetidas aplicações de ultra-som, que fragmenta os priões”, clarificaram.

Recorde-se que, a doença das vacas loucas surgiu no início dos anos 90, no Reino Unido. Foram registadas 161 mortes, entre as quais, três pessoas foram contagiadas por transfusões de sangue.

Raquel Pacheco

Fonte: «Journal of Pathology»/BBC

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