terça-feira, 30 de outubro de 2007

Papel do farmacêutico eficaz no controlo da asma

APA defende parceria estreita entre profissionais de saúde e doente em prol da melhoria dos resultados clínicos

Em Portugal, o Programa de Cuidados Farmacêuticos na Asma tem-se revelado “da maior utilidade.” Quem o diz é Marianela Vaz, presidente da APA (Associação Portuguesa de Asmáticos), considerando ser “indispensável uma parceria estreita” entre doente e profissionais de saúde.

“O farmacêutico desempenha uma missão muito importante no controlo da asma”, frisou a presidente da APA, sustentando que existem vários trabalhos publicados que demonstram a eficácia deste apoio. Em Portugal, - anunciou - “o Programa de Cuidados Farmacêuticos na Asma tem-se revelado da maior utilidade.”

No que concerne ao papel deste profissional de saúde, Marinela Vaz realçou: “Cabe-lhes contribuir para a educação dos doentes, fornecendo-lhes informações sobre a doença, as medicações e outras medidas para controlar a asma, ensiná-los a utilizar correctamente os diversos dispositivos para administrar medicação por via inalatória, monitorizar o uso dos medicamentos, identificar os asmáticos mal controlados, encorajando-os a procurar auxílio médico, ajudá-los a compreender o plano de tratamento e promover a adesão à terapêutica.”

No entanto, a prevalência elevada e crescente da asma faz desta doença crónica um importante problema de Saúde Pública. Actualmente, face às normas de orientação internacionais para o diagnóstico, e tratamento desta afecção e dispondo-se de medicamentos capazes de controlarem a grande maioria dos doentes, seria previsível que a asma estivesse controlada, mas não está.

De acordo com a dirigente da APA, “há estudos internacionais e nacionais que têm vindo a demonstrar que estamos longe de atingir o controlo em todos os parâmetros avaliados”, sublinhando que “a mortalidade será evitável se o doente for correctamente tratado.”

“Subdiagnóstico, prescrições médicas inadequadas, falhas de comunicação médico-doente, baixas expectativas dos doentes e aceitação da má qualidade de vida e na má aderência à terapêutica”, são os motivos – na opinião de Marinela Vaz - pelos quais a asma continua mal controlada.

Por isso, para inverter o cenário, a responsável aponta como fundamental a existência de “uma parceria estreita entre médico/farmacêutico e doente”, concretizando que, deste modo, poder-se-á “reduzir-se a falta de adesão ao tratamento, aumentar o grau de satisfação do doente, fornecer-lhe mais certezas sobre as decisões tomadas e reduzir a ansiedade.”

Destacando que, as organizações de suporte de doentes (como a APA) e a intervenção de equipas multidisciplinares “contribuem para a melhoria dos resultados clínicos”, a dirigente associativa reforçou que “é indispensável envolver os doentes nos cuidados de saúde que lhe são prestados de modo a desenvolverem competências para auto-avaliar e auto-controlar a sua doença.”

Raquel Pacheco

Fonte: Marinela Vaz (APA)

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