terça-feira, 30 de outubro de 2007

Ozonoterapia: um universo terapêutico por descobrir

A ozonoterapia faz parte de um vasto universo terapêutico ainda por explorar. Por enquanto, a eficácia desta recente técnica de tratamento está associada às doenças inflamatórias, com especial sucesso, nas hérnias discais. Os especialistas acreditam que o método promete combater outras patologias, apontando algumas vantagens: percutâneo, muito seguro, não é tóxico, nem incisivo.

A utilização do ozono – uma molécula com três átomos de oxigénio – como técnica de tratamento em diversas doenças é desconhecida para a maioria dos portugueses, no entanto, este método é aplicado, no país, desde 2005. Nos últimos anos, a ozonoterapia tem sido muito utilizada no tratamento de patologias que afectam a coluna vertebral.

Para além das doenças da coluna, de acordo com um especialista em Neurocirurgia e Neurologia, a ozonoterapia “tem sido utilizada em Dermatologia, em insuficiências vasculares, nomeadamente, dos membros inferiores, em alterações reumáticas difusas e patologias infecciosas crónicas”, sublinhando que, “em diversas doenças inflamatórias, agudas ou crónicas, a capacidade oxidativa do ozono pode funcionar como um eficaz método de tratamento.”

Segundo explicou o neurologista, “o ozono actua sobre os mecanismos inflamatórios e, ao reduzir a inflamação, não destrói nada. Somente reduz o volume à custa do controlo da reacção inflamatória”, acrescentando que o poder oxidativo do oxigénio, acaba, também, “por dizimar alguns microrganismos, como bactérias, fungos e alguns vírus.”

Indicada, assim, para as doenças que tenham um componente inflamatório marcado, ou que provoquem um défice de oxigenação tecidular (falta de oxigénio nos tecidos associada a irregularidades na circulação sanguínea), a terapêutica tem ainda sido utilizada localmente e por via endovenosa “com melhoras acentuadas” – asseverou o neurocirurgião - nas insuficiências venosas e nas úlceras varicosas dos membros inferiores e na isquemia dos membros.

Como principal vantagem, o especialista realça o facto de ser um tratamento percutâneo, ou seja, sem qualquer incisão. “É uma técnica não invasiva, sem método destrutivo, por isso, o procedimento é muito seguro, não é tóxico e pode administrar-se com segurança”, frisou.

Hérnias: resultado excelente

Relativamente ao tratamento da coluna, o médico salientou que o ozono pode combater as doenças degenerativas, nomeadamente, “as artroses e artrites, Sindrome Túnel Cárpico e dores ligamentares e articulações”, sendo no tratamento da hérnia discal que a ozonoterapia “tem resultados excelentes”, garantindo que há doentes que se sentem muito bem pouco tempo após o tratamento.

«Resolver uma hérnia discal com a ozonoterapia é o ideal», reiterou, frisando que no tratamento o canal raquidiano nem sequer é abordado. “O ozono é injectado directamente e sob pressão no espaço discal, alargando-o e podendo, assim, levar ao desaparecimento da hérnia”, esclareceu, concretizando que “o efeito anti-inflamatório do ozono faz com que, na zona à volta da hérnia, haja diminuição da reacção inflamatória e a dor desapareça.”

Uma hérnia discal ocorre quando há ruptura do disco intervertebral e deslocação de tecido do seu interior para fora do compartimento natural e eventual compressão nervosa. Assim, na zona que circunda o disco, surge uma inflamação que origina volume acrescentado e promove a dor. “Com o ozono, os sintomas vão diminuindo e, em muitos casos, fazemos exames algum tempo depois do tratamento com ozono e a hérnia desapareceu totalmente”, concluiu.

Raquel Pacheco

Fonte: PainCare/Saúde Pública/Farma Comunicação

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