terça-feira, 30 de outubro de 2007

Tratamento clínico e punção podem eliminar quisto no ovário
Uma alternativa à intervenção cirúrgica


Uma tese de doutoramento feita no Hospital das Clínicas de São Paulo mostra que o tratamento clínico e a utilização da técnica de punção podem ser mais eficazes na remoção de quistos relativamente grandes nos ovários do que a cirurgia, o método normalmente usado nestas situações.

De acordo com os resultados da investigação agora divulgada, nos casos em que o quisto tenha entre cinco e 10 centímetros de diâmetro é de 73,2 por cento a taxa de sucesso na substituição da intervenção cirúrgica por aqueles métodos. Num estudo que acompanhou 71 mulheres com idades compreendidas entre os 19 e os 70 anos e com quistos benignos com aquelas dimensões, procurou-se encontrar o equilíbrio clínico das pacientes através do tratamento hormonal ginecológico. Numa avaliação feita ao cabo dos primeiros três meses de estudo, a maioria daquelas pacientes foi submetida à punção (fertilização in vitro com vista à retirada de óvulos, por meio de uma agulha introduzida pela vagina que aspirou o interior dos quistos).
A investigadora responsável pelo estudo explica que “quando um quisto tem menos de três centímetros o tratamento hormonal é o mais indicado. No entanto, naqueles que têm mais de cinco centímetros de diâmetro a conduta dos médicos é variada, e muitos recomendam a cirurgia. “Um tratamento clínico, que pode ser acompanhado de punção, evita os inconvenientes da operação”, refere o estudo agora conhecido, esclarecendo, no entanto, que a combinação do tratamento clínico com o recurso à punção não constitui uma solução universal, não podendo ser utilizada em todas as pacientes.
Antes do arranque do ensaio foram analisadas cerca de 500 mulheres com quistos, mas apenas 71 acabariam por participar na investigação, em resposta a critérios de selecção como exames de marcadores tumorais, hormonais e ultra-sonográficos. O resultado final aponta para a existência de um grupo correspondente a 19,8 por cento das doentes em que houve uma recidiva dos quistos no prazo de um ano, o que levou ao encaminhamento daquelas mulheres para a cirurgia.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Pequeno»

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