terça-feira, 30 de outubro de 2007

Mulheres são as mais afectadas por doenças depressivas

Perturbações mentais representam 12% dos casos de incapacidade por doença no mundo

As mulheres são as principais vítimas de distúrbios mentais na sociedade actual. De acordo com um estudo elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há cinco doenças psiquiátricas na lista das dez principais causas de incapacidade a nível mundial e dentro de duas décadas as perturbações depressivas serão uma das principais causas de incapacidade. Este é problema de saúde pública que deve ser encarado, alerta a OMS.

As perturbações mentais são actualmente responsáveis por mais de 12 por cento dos casos de incapacidade por doença a nível mundial e24 por cento a nível europeu, revela o estudo da OMS que contou com a participação de investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América.

A ansiedade, a doença bipolar e a depressão então entre as doenças do foro psiquiátrico mais comuns em Portugal, sendo que a última incide especialmente nas pacientes do sexo feminino. “Enquanto cerca de 10 a 25 por cento das mulheres são afectadas por esta perturbação (depressão), apenas aproximadamente metade dos homens sofre deste problema”, ou seja, “afecta ao longo da vida o dobro das mulheres comparativamente com os homens”, referiu a Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEBE), em declarações ao portal TV Ciência on-line.

A bipolaridade, doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e “mania”, está também a atingir proporções elevadas no nosso país, afectando actualmente perto de 150 mil portugueses. Os dados da ADEBE indicam que cerca de 15 a 19 por cento dos indivíduos que sofrem desta patologia suicidam-se, enquanto 25 a 50 por cento tentam fazê-lo.

Os “jovens de género masculino que se encontram numa fase precoce da doença” inserem-se no grupo com mais elevado risco de suicídio, “particularmente aqueles que apresentaram comportamentos suicidários no passado, que abusam do álcool e que tiveram recentemente alta do hospital”, salienta a associação.

Em Portugal, a taxa de suicídio mais preocupante ocorre no Alentejo que, devido à gravidade dos casos, se aproxima dos países com mais elevado número de suicídios, como os EUA, Canadá, Japão e os países mais desenvolvidos da Europa. Pondo de parte esta excepção, a realidade do país assemelha-se à da maioria das nações do Sul da Europa, onde a taxa de suicídio anual é considerada relativamente baixa.

Marta Bilro

Fonte: TV Ciência, Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares, Farmacia.com.pt.

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