terça-feira, 3 de julho de 2007

Angola contrata 60 médicos cubanos

A República de Angola pode contar a partir de hoje com mais 60 médicos para cobrir as necessidades de saúde da província de Luanda. Os médicos, chegados a Luanda dia 30 de Junho, vieram de Cuba para trabalhar durante dois anos nos bairros periféricos da capital angolana.

A delegação cubana efectuou hoje a formalização da sua actividade na Ordem dos Médicos de Angola, de forma a poder começar o trabalho de imediato, o que na opinião do bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, João Bastos, representa um importante contributo para ajudar “a debelar as dificuldades existentes no sector”.

Em Luanda existem apenas 1.400 médicos para atenderem cerca de quatro milhões de habitantes. “Sabemos que não somos muitos e que temos algumas dificuldades na contenção de algumas patologias e por isso resolveram os órgãos superiores desta província tomar esta atitude nobre para a defesa da nossa população”, disse o bastonário durante o seu discurso de boas vindas.

Para o director Provincial de Saúde, Vita Vemba, a falta de médicos nas zonas periféricas de Luanda é preocupante, pois “não conseguimos encontrar internamente os médicos, por isso fizemos um apelo aos médicos cubanos. A nossa universidade anualmente injecta no mercado apenas 40 a 50 médicos e fica difícil distribuir esse número pelas 18 províncias que compõem o país”.

O director provincial acredita que, caso não existam movimentações da população, o actual número de médicos existentes no país já é satisfatório. No entanto, caso seja necessário serão feitos novos apelos à cooperação internacional, para cobrir as necessidades do país.

O chefe da delegação cubana, Osmani Hidalgo, acredita que a cooperação entre os governos de Angola e Cuba, será muito importante para melhorar os índices de saúde angolanos, mostrando-se preparado para as dificuldades que irá encontrar no terreno, “temos a certeza que essas dificuldades não vão interferir em nada no bom desempenho das suas tarefas”.

A chegada dos médicos cubanos a Angola traz à memória a cooperação entre Cuba e Angola, estabelecida no período pós independência de Angola, nomeadamente ao nível da educação, saúde e da actividade militar.

Contudo, esta parceria quebrou-se na década de 90, quando o governo angolano e a UNITA assinaram a paz e marcaram eleições, processo que ficaria interrompido com o novo eclodir da guerra civil. Quem nega o reatamento da cooperação é o bastonário João Bastos, dizendo tratar-se de dois “momentos diferentes”.

Os médicos cubanos vão reforçar as equipas médicas existentes nas zonas periféricas de Luanda nas áreas de medicina interna, ginecologia e obstetrícia, pediatria e cirurgia.

Inês de Matos

Fonte: Lusa, Diário Digital

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