terça-feira, 24 de julho de 2007

Imigração traz de volta a lepra

Em 2006 o número de casos duplicou em relação ao ano anterior

Portugal registou no ano passado 16 casos de lepra, o dobro do ano anterior em que tinham sido detectados apenas sete, segundo dados oficiais da Direcção-Geral de Saúde. A maior incidência da doença deve-se à imigração, pessoas que chegam a Portugal provenientes de países fortemente afectados pela lepra, também denominada por doença de Hansen.

De acordo com as estatísticas das doenças de declaração obrigatória, divulgadas hoje pela OMS, o elevado número de casos de lepra detectados em 2006 corresponde à totalidade de casos identificados entre 2002 e 2005, período em que também se verificou um forte aumento da imigração oriunda da Ásia, África e América Latina.

O director do Serviço de Dermatologia do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, Jorge Cardoso, explica que estes “são casos importados. Tem a ver com a imigração de pessoas, nomeadamente do Brasil e África, onde a doença é endémica”.

Segundo a Associação Portuguesa Mãos Unidas, que apoia os doentes com lepra, os 12 países mais atingidos são: Brasil, Índia, Guiné-Bissau, Moçambique, Madagáscar, Nepal, Níger, Bangladesh, República Centro Africana e República Democrática do Congo.

Os tratamentos com antibióticos tornam a doença controlável podendo mesmo curá-la, mas os medicamentos têm de ser administrados por longos períodos de tempo e, nalguns casos, para o resto da vida do doente.

A Associação Mãos Unidas acredita que cada vez mais é possível curar os doentes com lepra, pois ao longo de 15 anos contabilizam-se já mais de 10 milhões de doentes curados. Ao contrário do que se possa pensar a lepra nem sempre exige o isolamento do doente, o que acontece apenas na sua forma mais grave, apesar de existirem ainda muitos países que continuam a recorrer a este método em todos os casos de lepra.

A lepra é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que atinge mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo. Nos casos mais graves, os doentes podem ficar completamente desfigurados e sem um tratamento adequado, leva à morte.

Inês de Matos

Fonte: Sol

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