segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Fármacos oncológicos: Só serão dispensados nas farmácias os que os doentes já tomam em casa

Os medicamentos oncológicos e anti-retrovirais, cuja dispensa está exclusivamente a cargo dos hospitais, vão ser repartidos por três categorias, passando apenas para as farmácias de oficina aqueles que hoje os doentes já tomam sozinhos, em sua casa, avança a edição desta segunda-feira do Diário de Notícias. Numa entrevista concedida àquele jornal, o presidente do Infarmed, Vasco Maria, assegura que não há motivos que justifiquem a polémica em torno do assunto e que tal sucede apenas “por desconhecimento”.

De acordo com o responsável pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, a medida do Governo não vai alterar os custos destes fármacos, uma vez que será proposta às farmácias uma nova modalidade de pagamento que, em vez de receberem por margem de lucro, vão receber por acto farmacêutico. A solução vai evitar encargos avultados para o Estado, visto que o sector engloba alguns dos medicamentos mais caros, representando cerca de 350 milhões de euros.

Actualmente, com a dispensa deste tipo de fármacos através das farmácias hospitalares, os mesmos não estão sujeitos à margem de lucro da distribuição, que ascende aos 25 por cento. O mesmo vai acontecer no futuro, visto que o que se propõe é que as farmácias recebam um valor fixo por embalagem dispensada aos doentes e não por uma percentagem sobre o preço de venda."Se, por exemplo, um medicamento custa mil euros, pelo simples facto de dispensar uma embalagem, a farmácia recebia logo 200 euros. Isto não faz sentido. Porque não fazer um pagamento por acto, se ambas as partes estiverem de acordo?", explica Vasco Maria.

Segundo afirma o presidente do Infarmed, o objectivo da medida passa por facilitar e aumentar o acesso dos doentes aos fármacos, evitando que tenham que deslocar-se ao hospital para os poderem obter. Para o responsável, as críticas de perigo para a saúde pública são uma questão de pouca relevância e o caso dos antiretrovirais (HIV) é até o mais simples.

"Tem havido uma confusão enorme. Diz-se que vai haver resistências, ausência de controlo sobre quem toma e quem não toma... É importante perceber que estes doentes são seguidos numa consulta externa, a seguir vão à farmácia do hospital e, mediante receita, levam o medicamento e tomam-no em casa. Não há toma presencial. Qual é a diferença entre adquirir o medicamento na farmácia do hospital ou noutra farmácia qualquer? Nenhuma.", conclui. Para além disso, é importante separar a receita (que continua a ser controlada pelo hospital, numa consulta de especialidade), da venda, frisou.

Já no caso dos anti-cancerígenos a situação muda de figura. Muitos destes medicamentos precisam ser tomados "num contexto protegido, porque muitos são de administração intravenosa e devem estar sob observação médica permanente". "A questão não é onde é dispensado o remédio, mas onde ele é administrado", explicou o responsável.

Através do estudo que está a ser levado a cabo pelo Infarmed vão ser definidos três grupos de fármacos, tendo em conta a toma presencial, a complexidade da administração e os efeitos adversos graves que podem acontecer durante a administração. A partir daqui será ainda feita outra separação, de um lado ficam os medicamentos que continuam unicamente no hospital, do outro aqueles que podem ser dispensados nas farmácias desde que o doente esteja inscrito numa consulta de especialidade, seja seguido regularmente e haja um registo. Haverá ainda um terceiro grupo com possibilidades de transitar para as farmácias sem medidas adicionais de controlo, estando esta opção dependente da discussão dos especialistas.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias.

domingo, 18 de novembro de 2007

Transacção no valor de 164 milhões de dólares para 2008
Pfizer pretende adquirir Coley Pharmaceutical


A multinacional norte-americana Pfizer, a maior empresa do sector farmacêutico a nível mundial, anunciou na passada sexta-feira um acordo para a compra da Coley Pharmaceutical, biofarmacêutica especializada no desenvolvimento de vacinas e medicamentos usados no tratamento de diversos cancros, alergias e asma.

A transacção, avaliada em 164 milhões de dólares – resultantes do pagamento de oito dólares por acção –, deverá ser concluída no início do próximo ano, informou a multinacional em comunicado, em que explicou que o negócio está dependente da aprovação dos órgãos reguladores responsáveis pelo sector, acrescentando que 27 por cento dos accionistas da Coley Pharmaceutical já aceitaram a oferta. Jeffrey B. Kindler, presidente e CEO da Pfizer, afirmou que “esta aquisição é um importante passo na nossa estratégia para a área das vacinas e reflecte o nosso compromisso com a procura de novas e mais efectivas formas de imunização na prevenção e no aperfeiçoamento do tratamento do cancro”.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário Económico», InvestNews

REPORTAGEM

Bem tolerada pelo organismo e com poucos efeitos colaterais
Vacina experimental contra a hipertensão


A Cytos Biotechnology, companhia biofarmacêutica com sede na Suíça, apresentou no início deste mês, na reunião anual da Associação Americana do Coração, dados animadores sobre a eficácia de uma vacina experimental contra a hipertensão. Um ensaio clínico de fase II apurou que a CYT006-AngQb, nome provisório do fármaco, apresenta poucos efeitos secundários, sendo bem tolerada pelo organismo.

O coração humano é uma bomba eficiente que, em perfeito funcionamento, regista 60 a 80 batimentos por minuto, impulsionando a movimentação, por todo o corpo, de cinco a seis litros de sangue. A pressão arterial, por sua vez, diz respeito à força com que esse bombeamento é efectuado, e é determinada pelo volume de sangue que sai do coração e pela resistência que ele encontra à circulação pelo organismo, podendo ser modificada por factores como a variação do volume ou da viscosidade do sangue, a frequência cardíaca e a elasticidade dos vasos sanguíneos. Quando a pressão arterial se altera, uma de duas coisas pode acontecer: ou assume valores muito baixos (sendo 120/80mmHg o valor médio apontado pelos especialistas como normal no adulto), e dá-se a hipotensão, ou assume valores demasiado elevados, e ocorre a hipertensão, uma das mais prevalentes doenças dos países desenvolvidos na actualidade.
Contribuindo para aproximadamente metade de todas as doenças cardiovasculares no chamado primeiro mundo, a hipertensão é uma patologia crónica que se associa a um altíssimo número de mortes prematuras à escala global. Em Portugal tem uma prevalência estimada de 42 por cento da população, estimando-se, no entanto, que muitos doentes desconheçam que o são, ao mesmo tempo que 61 por cento dos já diagnosticados não consegue ainda manter a doença controlada. Uma parafernália de medicamentos e muitas idas ao médico, com constantes medições dos valores da pressão arterial, compõem o dia-a-dia de grande parte destes pacientes, como contou ao farmacia.com.pt Arminda Varela, actualmente com 54 anos, hipertensa desde os 13. Há dias saiu da farmácia com “um grito de alarme”: após uns meses de descuido (nem sempre tomou a medicação com a regularidade exigida), tinha a pressão arterial “a disparar”. Quando “o papelinho saiu da máquina, apanhei cá um susto”, contou. Tinha 180/150mmHg.
Uns dias antes tinha notado que andava muito “eléctrica e nervosa”. “Resmungava com toda a gente, pelas mínimas coisas, e as minhas filhas quase não aguentavam falar comigo, porque eu explodia à toa, sem motivo”. Consciente de que não estava bem, foi de imediato à farmácia mais próxima e dali, a conselho do farmacêutico, foi logo ao médico. “Retomei a medicação e uns dias depois já tinha as tensões mais baixas, mas ainda continuam elevadas”, recordou, frisando que terá “necessidade de continuar a cumprir o tratamento, que é para toda a vida”. Arminda sabe que se descuidou, e que esse comportamento não é correcto, mas atesta que “com alguns medicamentos” se sente “muito em baixo e sem forças”, e que por isso terá optado, a dada altura, por não cumprir as ordens do médico. Agora que a medicação lhe foi alterada, acredita poder levar a cabo o tratamento de forma mais fácil, mas garante que “não é fácil viver com a hipertensão”.

Nova esperança
Diante de uma realidade que penaliza a qualidade de vida de milhões de pessoas à escala mundial, o advento de uma vacina que impeça ou minimize a prevalência da hipertensão assume contornos de extrema utilidade, concordou Arminda Varela, ao ser questionada sobre a hipótese de ser vacinada contra uma doença que há tantos anos a atormenta. A CYT006-AngQb, nome provisório de uma imunização em fase de estudo por uma equipa de investigadores do Hospital Universitário do Cantão de Vaud, na Suíça, para a companhia biofarmacêutica Cytos Biotechnology, que acaba de ser apresentada nos Estados Unidos, assume-se como uma nova esperança no combate à hipertensão, podendo vir a ser, num futuro mais ou menos próximo, a primeira vacina para aquela doença.
Volvidos mais de dois anos sobre a apresentação dos resultados do ensaio clínico de fase I, em Fevereiro de 2005, baseados num estudo-piloto que acompanhou 16 pessoas com tensão arterial normal e 72 hipertensos, com resultados animadores, no início deste mês, tendo como palco a reunião anual da Associação Americana do Coração, uma das cientistas responsáveis pelo ensaio clínico de fase II afirmou que “os resultados são promissores”, aprazando “uma nova fase de estudo já para o início de 2008”. Segundo informou Claudine Blaser, poderá estar iminente, tendo em conta este estudo, o desenvolvimento da primeira vacina do género, que “actua sobre a angiotensina II”, a hormona responsável pela subida da pressão arterial, e a mesma hormona sobre a qual actuam alguns medicamentos já disponíveis. Refere a co-autora do estudo que a vacina CYT006-AngQb impede que a angiotensina I se transforme em angiotensina II.
O novo fármaco experimental é feito a partir de partículas em forma de vírus, sem a sua capacidade infecciosa, destinados a gerar uma resposta do organismo contra a hormona hipertensora. Nos 72 doentes hipertensos analisados nesta investigação a tripla inoculação com o medicamento candidato resultou numa baixa significativa da pressão arterial sistólica (a mais elevada) e também da diastólica (a mais baixa). Ao mesmo tempo aferiu-se que a vacina “tem sido bem tolerada e mostrou ser segura”, sem grandes efeitos secundários, apresentando ainda como principal vantagem o facto de, caso venha a ser implementada em termos definitivos, permitir pôr fim aos tratamentos diários actuais, que segundo Claudine Blaser não são cumpridos com eficácia por 10 a 25 por cento dos hipertensos. No entando, disse, “são necessários mais estudos e pelo menos cinco anos até que um medicamento como este tenha a necessária autorização de introdução no mercado”.

Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Manhã», «El Mundo», Pfizer, Portal da Saúde, ABC da Saúde, comunicados da Cytos Biotechnology, Sociedade Portuguesa de Hipertensão, entrevista a doente hipertensa

sábado, 17 de novembro de 2007

Itália tornou-se o quarto país da Europa a aderir ao sistema
Monitorização online da gripe sazonal


Um grupo de investigadores do Institute for Scientific Interchange de Turim esteve há dias em Portugal para se inteirar da arquitectura informática do Gripenet, a fim de replicar aquele sistema de monitorização da gripe sazonal em Itália, que assim deverá tornar-se o quarto país europeu a lançar aquele instrumento. Alojado no site www.influnet.it/, o novo dispositivo visa facilitar a troca de informações entre vários estados.

Recebidos no Instituto Gulbenkian de Ciência, os especialistas italianos procuraram saber mais sobre o conceito e o funcionamento do Gripenet, que em Portugal está a funcionar no endereço electrónico www.gripenet.pt, com vista a inteirar-se da sua arquitectura informática, tendo como objectivo a implementação de um dispositivo semelhante em Itália, preferencialmente ainda no decurso da actual época gripal. O farmacia.com.pt sabe que a plataforma virtual sobre a qual funcionará o novo site já foi concebida, disponibilizando já algumas informações sobre a gripe e indicando algumas fontes de informação online sobre a doença. Depois de Portugal, Holanda e Bélgica, Itália transforma-se assim no quarto país europeu a lançar a construção de um observatório virtual e em tempo real da evolução da gripe no seu território, estando neste momento na fase de concepção do site, em termos de informação geo-referenciada e no que diz respeito à imagem institucional.

Carla Teixeira
Fonte: Gripenet, Influnet

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Plano de acesso a medicamentos adiado para 2008

Impasse frustrou Federação Internacional de Indústrias Farmacêuticas

A comunidade internacional não conseguiu chegar a acordo sobre uma estratégia global para o acesso a medicamentos e adiou, para 2008, um plano que visa estabelecer um equilíbrio entre as regras de protecção de patentes e a obrigação dos governos em garantir saúde às populações.

Organizada, esta semana, pela ONU, a reunião envolveu 140 países, mas terminou sem a aprovação de uma estratégia perante as divergências entre os países ricos e pobres.

Segundo opiniou Michel Lotrowska, da entidade Médicos Sem Fronteira, no fim da reunião “pairava a sensação de que alguns governos não irão permitir que a actual estrutura de patentes e financiamento de investigação seja mantida como está”, informou a Reuters.

Iniciado em 2003, o debate do processo de elaboração de uma estratégia internacional de acesso a medicamentos - pelo cronograma - deveria estar concluído no final deste ano. No entanto, a obstaculizar a situação estaria a última proposta feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que era vista pelos países em desenvolvimento “como uma tentativa de atender apenas aos interesses das grandes multinacionais.”

Para terminar com o impasse, o Brasil propôs então um novo texto, que previa o fim de cláusulas de patentes em acordos bilaterais e a criação de mecanismos para financiar fármacos contra doenças negligenciadas, alegando que, hoje, “um dos problemas que se levanta está relacionado às doenças que atingem apenas populações pobres e que não conseguem atrair o interesse das grandes multinacionais para o desenvolvimento de novos tratamentos, já que os lucros nessa área são mínimos.”

De acordo com a agência Reuters, o texto ainda pedia “regras para garantir a total flexibilidade nas leis de propriedade intelectual para que um governo possa distribuir remédios genéricos.” E embora tenha sido acolhida favoravelmente por uma série de países emergentes, a proposta brasileira sofreu um forte reprovação por parte do governo norte-americano e indústrias, que apelou para que cada um dos países latino-americanos retirassem o seu apoio ao Brasil.

Entretanto, o desfecho não incomodou o Brasil e os seus activistas que, na sede da ONU, comemoraram os resultados da reunião argumentando que, pelo menos, “impediram que a estratégia original da OMS - a proposta mais favorável aos interesses dos EUA e das indústrias farmacêuticas - acabasse prevalecendo.”

Por seu turno, entre as empresas multinacionais reinava a indignação.
Harvey Bale, director da Federação Internacional de Indústrias Farmacêuticas não escondeu a frustração: "Estamos todos desapontados porque precisamos de soluções pragmáticas, sustentáveis e precisas."

Já para a agência de Saúde da ONU, a negociação desta semana foi "histórica", referiu em comunicado.

Responsabilidade das indústrias farmacêuticas

Recorde-se que, no início de Novembro, um especialista independente das Nações Unidas (para os assuntos de saúde) apresentou à Assembleia-Geral da organização um projecto com directrizes para as companhias farmacêuticas ampliarem o seu alcance.

Ao constatar que cerca de dois bilhões de pessoas, em todo o mundo, não tem acesso a medicamentos essenciais, o representante da ONU propôs um guia que visa ajudar tanto as companhias farmacêuticas, como os organismos fiscalizadores.

As 48 normas foram elaboradas com o objectivo de aumentar o acesso a medicamentos e para isso, abordam questões como preços, marketing ético, testes clínicos, corrupção e pesquisas de doenças geralmente negligenciadas.

Destacando que o aumento do acesso aos medicamentos já existentes pode salvar cerca de 10 milhões de vidas por ano, o responsável considerou que os Estados são os principais responsáveis pela expansão do acesso aos medicamentos e serviços de saúde, sublinhando que as empresas também causam profundos impactos neste processo. Por isso, defendeu a importância de “identificar maneiras das indústrias farmacêuticas ajudarem a promover os direitos humanos na medicina.”

Raquel Pacheco

Fonte: Reuters/Agência Brasil/Centro de Informação das Nações Unidas

Estudantes de farmácia promovem congresso sobre oncologia

“Oncologia: Outra visão…” é o tema do II Congresso Anual promovido pelo Núcleo de Estudantes de Farmácia da Universidade de Coimbra, nos dias 4 e 5 de Dezembro, e que tem como objectivo focar e desenvolver novos tratamentos e avanços tecnológicos na área da oncologia.

Ao longo destes dois dias, os especialistas reunidos vão debater várias temáticas, entre as quais as nanotecnologias em oncologia; os novos fármacos no combate ao cancro; a terapia génica; a oncohematologia; a nutrição em doentes oncológicos; ou a importância das plantas e o seu contributo.

As farmácias dos Hospitais da Universidade de Coimbra e do IPO-Coimbra vão ter a seu cargo uma apresentação sobre o tema “Fármacos citostáticos e sua manipulação”.

O evento, que conta com a colaboração da Sociedade Portuguesa de Oncologia, terá lugar no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra e tem como principal destinatária a comunidade da faculdade de farmácia, estando também aberto à participação dos estudantes de outras faculdades interessados no tema, não esquecendo todo e qualquer profissional do ramo.

Marta Bilro

Fonte: e-mail Farmacia-press, contacto com Ana Maria Pinto do Pelouro da Formação do NEF/AAC.

Leucemia: FDA aprova nova terapia

Nilotinibe da Novartis disponível na Suiça e, agora, nos Estados Unidos


O Tasigna (nilotinibe) - indicado para doentes com leucemia que deixaram de responder às terapias actualmente disponíveis, por intolerância ou por resistência, - foi aprovado pela administração norte-americana que regula os alimentos e fármacos FDA (Food and Drug Administration).

A decisão já era esperada nos Estados Unidos para o final do ano. A «luz verde» da FDA chegou, esta semana, e atenderá à necessidade de portadores de leucemia mielóide crônica (LMC) cromossomo Philadelphia positivo (Ph+) - um dos quatro tipos mais comuns de cancro no sangue.

Esta nova opção de tratamento trata-se da última geração desenvolvida pela Novartis. O Tasigna (nilotinibe) ganhou a sua primeira aprovação na Suiça, em Julho. No Brasil, o medicamento já foi submetido à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a expectativa é que seja lançado no primeiro semestre de 2008. A aprovação no Japão também está pendente.

Recorde-se que, tal como noticiou o farmacia.com.pt, em Setembro, a Agência Europeia dos Medicamentos (EMEA) emitiu um parecer a recomendar a aprovação do fármaco.

De acordo com os estudos pré-clínicos, o fármaco (nilotinibe) foi capaz de inibir 32 das 33 mutações relacionadas à resistência dos doentes à terapia-padrão. Os resultados do estudo clínico multicêntrico – que, aliás, fundamentou a aprovação do FDA - mostraram que, após seis meses de uso, o nilotinibe da Novartis reduziu ou eliminou as células que carregam o cromossomo Philadelphia anormal em 40% dos portadores na fase crónica da doença.

A LMC, provocada pela superprodução de glóbulos brancos imaturos, é um dos quatro tipos de causas mais comuns de leucemia, e é responsável por cerca de 15 por cento de todos os casos desta doença em todo o mundo.

Raquel Pacheco
Fonte: FDANewsroom/ Publicom (Assessoria de Comunicação)/ Informativo Phoenix/ farmacia.com.pt

SPP quer comparticipação para fármacos antitabágicos

Os dados da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) sobre as consequências do consumo quotidiano do tabaco indicam que "se esta epidemia não for travada, em 2030, morrerão cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo". Por uma “questão de coerência” face aos números, pelo menos 40 por cento da medicação utilizada nos tratamentos de cessação tabágica deveria ser comparticipada pelo Estado, defende a SPP.

Apesar de não ser apologista do pagamento total dos tratamentos, visto que "faz parte da terapia" o próprio paciente gastar dinheiro nesta fase, Luís Rebelo, presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (Coppt), considera que "uma pequena diminuição dos encargos faria com que as pessoas não deixassem de procurar ajuda". Esta seria uma forma de auxiliar aqueles que querem largar os cigarros, afirmou o presidente da Coppt, Luís Rebelo, em declarações ao jornal Público.

A mesma opinião é partilhada por Ivone Pascoal, membro da comissão de tabagismo da SPP, que considerou que a comparticipação é "uma questão de coerência" perante a dimensão global do problema.

No que diz respeito à nova lei do tabaco, que entrará em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008 e coloca mais restrições à compra, venda e consumo de cigarros em espaços fechados, o presidente da Coppt afirmou ao Público “ter-se perdido uma oportunidade de erradicar o perigo”.

Ivone Pascoal e Sofia Ravara, também membro da comissão de tabagismo da SPP, vão ao encontro das opiniões defendidas pelo responsável da Coppt, fazendo ainda um apelo ao reconhecimento oficial do tabagismo como doença crónica.

O presidente da SPP, Segorbe Luís, louvou a nova medida de apoio do Estado aos medicamentos para o tratamento da diabetes, lamentando o facto de a mesma não se aplicar às terapias antitabagismo.

Marta Bilro

Fonte: Público, Diário Digital.

Sopharma adquire ucraniana Vitamini

O laboratório búlgaro Sopharma assinou um contrato com vista à aquisição da unidade farmacêutica ucraniana Vitamini, anunciou esta quinta-feira a Bolsa de Valores de Sófia.

Ao longo do último ano, a produção da Vitamini rendeu 3.6 milhões de euros no total, um valor que a colocou a empresa na 13ª posição entre as maiores produtoras da Ukrania, noticiou o jornal Dnevnik.

Para a Sopharma, o negócio vai ao encontro das suas perspectivas de aumentar a quota de mercado na Rússia, Ucrânia, Polónia e outros países. As acções da Sopharma valiam, em média, 8,9 Levs da Bulgária (cerca de 4,55 euros) no fecho da Bolsa de Valores de Sófia desta quinta-feira.

Marta Bilro

Fonte: SofiaEcho.com, Pharmalot.

Desfibriladores em locais públicos multiplicam sobrevivência a falhas cardíacas

A colocação de desfibriladores automáticos externos em locais públicos multiplica as possibilidades de sobreviver a uma falha cardíaca, revela um estudo norte-americano da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.

A investigação, apresentada durante o Congresso da Associação Americana do Coração, analisou as circunstâncias em que ocorreram 10 mil paragens cardio-respiratórias socorridas pelos serviços de urgência, entre Dezembro de 2005 e Novembro de 2006. Deste total, apenas 7 por cento conseguiram sobreviver, porém, entre os que beneficiaram da instalação dos aparelhos de reanimação, a taxa de sobrevivência subiu para os 36 por cento.

Os responsáveis pelo estudo defendem, por isso, que a colocação de desfibriladores externos em centros geriátricos, hospitais, estádios desportivos, complexos comerciais, hotéis e edifícios de escritórios poderia salvar 522 vidas por anos nos Estados Unidos da América (EUA) e Canadá.

Esta não é a primeira investigação a sugerir a colocação destes dispositivos em pontos com muita afluência de público ou em locais em que as pessoas apresentam um elevado risco cardíaco. No entanto, nem sempre se encontra presente uma pessoa com conhecimentos suficientes para poder utilizá-los, salienta Fernando Arribas, presidente do Departamento de Arritmias e Electrofisiologia da Sociedade Espanhola de Cardiologia, citado pelo Correo Farmacéutico. Para além disso, acrescenta o responsável, a situação nos EUA não é, de todo, comparável com o panorama europeu, uma vez que este país se encontra muito mais avançado em questões de sensibilização social, desenvolvimento legislativo e na extensão de instalação destes aparelhos.

Actualmente não existem dados conclusivos sobre os benefícios de colocar desfibriladores em zonas públicas. “Os dados são contraditórios”, afirmou Juan López Mesa, secretário e director do Plano nacional de Reanimação Pulmonar da Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva, de Crise e Unidades Coronárias, em declarações ao Correo Framacéutico. “Existem estudos que afirmam que [a colocação dos aparelhos nos locais mencionados] reduziria as mortes por enfarte do miocárdio em 30 por cento, e outros falam numa redução de apenas 2 por cento ou menos. Não nos podemos esquecer que este é um assunto controverso, no qual se misturam interesses económicos”, frisou.

Em Portugal, as informações sobre a presença destes dispositivos são escassas. Dados avançados pelo jornal Público, no final de Agosto do ano corrente, indicavam que os desfibriladores automáticos externos estavam presentes em apenas 37 das 244 ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e nas 37 Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) em funcionamento.

O mesmo artigo falava ainda no interesse demonstrado por várias empresas privadas em adquirir estes aparelhos, como é o caso dos hotéis. Mas é necessário que haja alguém com formação adequada para permitir a vigilância e boa utilização em cada caso. Para além disso, e ao contrário do que acontece nos EUA, em Portugal a aplicação dos desfibriladores automáticos externos é considerada um acto médico e só por delegação pode ser usado por não médicos.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico, Público.

Cetuximab aumenta sobrevivência dos doentes com cancro colo-rectal

O Erbitux (Cetuximab) aumenta a esperança de vida dos doentes que sofrem de cancro colo-rectal em estado avançado quando aplicado como terapia única, revelou a ImClone baseando-se nos resultados de um ensaio clínico de Fase III.

O medicamento, aprovado na União Europeia para o tratamento do cancro do cólon e do cancro da cabeça e do pescoço, é desenvolvido pela ImClone e comercializado pela Bristol-Myers Squibb Co.

O ensaio clínico de última fase, cujos resultados foram publicados no “New England Journal of Medicine”, comparou as taxas de sobrevivência dos pacientes com cancro colo-rectal tratados com Cetuximab e dos que foram submetidos à quimioterapia.

“Os dados revelaram que o Erbitux pode fornecer tempo adicional a determinados pacientes com cancro colo-rectal mesmo nos casos em que as outras opções de tratamento disponíveis falharam”, afirmou o director de oncologia da Bristol-Myers Squibb, Maurizio Voi.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, RTT News.

Prémio Crioestaminal 2007 distingue investigação sobre infertilidade e cancro

A descoberta de informações importantes sobre a estrutura das células responsável pela infertilidade e pelo cancro valeu à investigadora portuguesa Mónica Bettencourt Dias o Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica 2007. A distinção será atribuída pela Associação Viver a Ciência, na quarta-feira, dia 21 de Novembro, às 17h, no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras.

Durante a cerimónia de entrega do prémio estará presente um representante do Ministério da Ciência, António Coutinho, director do Instituto Gulbenkian de Ciência, e Deborah Ward, responsável pelo Departamento de Angariação de Fundos do Instituto Breakthrough Breast Cancer, em Londres. Na mesma ocasião será também promovido um debate subordinado ao tema do Mecenato Científico em Portugal, no qual serão expostas as principais dificuldades e necessidades dos investigadores portugueses.

Criado para premiar os cientistas em Portugal, o Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica, no valor de 20 mil euros, pretende também incentivar o desenvolvimento de investigação de excelência no nosso país.

Em 2006, o prémio distinguiu o jovem investigador Helder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, permitindo financiar um projecto de combinação de técnicas inovadoras que leva à compreensão da multiplicação celular.

Marta Bilro

Fonte: CienciaPT, Diário as Beiras, Farmacia.com.pt

Medicamentos anti-retrovirais e oncológicos dispensados gratuitamente fora das farmácias hospitalares

O Estado vai suportar as margens de lucro associadas ao armazenamento e distribuição de medicamentos oncológicos e anti-retrovirais, pelo que, estes fármacos vão continuar a ser dispensados gratuitamente fora das farmácias hospitalares. A notícia, avançada pela agência Lusa, vem rebater as afirmações feitas pela Associação Portuguesa de Indústria Farmacêutica (Apifarma) que falava num aumento do preço de base destes medicamentos.

A chamada de atenção da Apifarma lembrava que, em vez da indústria vender directamente aos hospitais ou centros de saúde sem margem de lucro, como tem acontecido até agora, a distribuição nas farmácias de oficina, bem como a sua dispensa nestes estabelecimentos, iria implicar a cobrança dos 27 por cento da margem de lucro e IVA.

O compromisso assumido pelo Estado parece assim ter sanado alguns pontos desta questão. De acordo com garantias dadas à agência Lusa por fonte oficial do Ministério da Saúde, o Estado vai suportar o custo adicional da distribuição nas farmácias de oficina, embora não confirme que terá de pagar os 27 por cento da margem de lucro da distribuição, uma vez que o processo ainda não foi finalizado.

“O custo adicional que o Serviço Nacional de Saúde vai assumir tem como contraponto a vantagem da promoção da acessibilidade. O que significa que o doente terá acesso a alguns medicamentos com maior comodidade, não tendo que se dirigir ao hospital para os ir buscar”, acrescentou a mesma fonte.

Tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.com, o presidente da Apifarma, João Almeida, lembrou, esta terça feira, que a indústria vende directamente aos hospitais ou centros de saúde sem margem de lucro. “Ou as farmácias entregam os medicamentos sem essa margem ou terão que ser mais caros, porque aos 100 por cento do preço são acrescentados 27 por cento e o IVA”, argumentou.

Marta Bilro

Fonte: Lusa, Sol.

É a maior e mais conhecida companhia farmacêutica nacional
Grupo Bial lidera área de I&D em Portugal


É um nome incontornável quando se fala do sector farmacêutico em Portugal. Com 80 anos de actividade, soma e segue na conquista da confiança dos médicos, dos farmacêuticos e dos cidadãos, e assume-se agora, de acordo com um «ranking» do Ministério da Ciência, como o maior investidor nacional na área da investigação e do desenvolvimento no sector da Saúde, ao disponibilizar anualmente 20 por cento da sua facturação para aquele objectivo.

Com sede em São Mamede do Coronado, no concelho da Trofa, e filial em Bilbau, o Grupo Bial figura em primeiro lugar na lista elaborada pelo ministério de Mariano Gago, que dá conta das 50 empresas portuguesas que, ao longo de 2005, mais se destacaram pelo seu nível de investimento em I&D. A relação divulgada pela tutela resulta de uma auscultação feita a mais de cinco mil empresas, sendo a Bial a mais bem posicionada nesse universo, em matéria de investimento. Reagindo à notícia o Grupo Bial emitiu um comunicado em que atesta a sua aposta naquela área, que se traduz num “investimento anual de 20 por cento da sua facturação”, que segundo a empresa corresponde a uma verba de cerca de 20 milhões de euros por ano.
Na vanguarda da investigação farmacêutica em Portugal, a Bial está a desenvolver o primeiro medicamento de raiz e patente nacional, que espera poder disponibilizar para o mercado já em 2009. Trata-se de um novo anti-epiléptico que já foi registado pela Organização Mundial de Saúde como eslicarbazepina, e que está a ser alvo da atenção dos técnicos e investigadores do laboratório luso desde há 13 anos. Tendo em conta a “eficácia, boa tolerabilidade e comodidade posológica” do medicamento, a Bial salienta, em comunicado, que os ensaios clínicos entretanto realizados a este fármaco dão boas razões para acreditar no seu sucesso, e adianta que está ainda a desenvolver outros produtos farmacêuticos, designadamente nas áreas do sistema nervoso central, do sistema cardiovascular e da alergologia, que a empresa elege como áreas preferenciais da sua actividade, no sentido de, a breve trecho, fornecer soluções terapêuticas para um leque variado de patologias.
Presente actualmente em cerca de três dezenas de países, de quatro continentes, o grupo farmacêutico português detém, além dos Laboratórios Bial, sucursais com as designações Medibial, Bialfar, Bialport, Bial Aristegui, Medimport e Medangol, e assume, como adianta na sua página online, em http://www.bial.com/, que hoje “assume a investigação e o desenvolvimento como áreas estratégicas para a expansão e a autonomia do grupo”. Nos seus dois centros de investigação e desenvolvimento, na Trofa e em Bilbau, trabalham hoje diversas equipas de técnicos internacionais, num total de 87 pessoas, “totalmente dedicados à procura de soluções terapêuticas que possam representar novos avanços” no tratamento de várias doenças.

Carla Teixeira
Fonte: «O Primeiro de Janeiro», site da Bial, comunicado da empresa

Portugal comercializa dois medicamentos para emagrecer que provocam problemas psiquiátricos

As conclusões de dois estudos realizados no Canadá e na Dinamarca revelaram que três medicamentos usados para emagrecer, aumentam o risco de reacções adversas do foro psiquiátrico, como a depressão e a ansiedade, sendo que o Infarmed confirmou já que dois destes medicamentos são vendidos em Portugal.

O estudo realizado no Canadá, pela Universidade de Alberta, tinha o objectivo de avaliar a eficácia a longo prazo de três medicamentos usados no tratamento da obesidade e do excesso de peso - Rimonabant, Orlistato e Sibutramina - e demonstrou que estes fármacos só permitem uma pequena perda de peso de menos de cinco quilos, provocando um aumento do risco de problemas de humor, como a depressão e a ansiedade.

O Infarmed, apesar de admitir que dois destes medicamentos estão à venda em Portugal e que eles podem realmente provocar estados depressivos e de ansiedade, considera que a questão é secundária, uma vez que "todos os efeitos secundários que tenham sido observados estão descritos nos resumos dos medicamentos", estando por isso os pacientes informados.

"Nenhum medicamento é perfeito, todos têm prós e contras. A recomendação da Infarmed é que qualquer medicamento seja tomado de acordo com aconselhamento médico", sublinha a mesma fonte.

Em relação ao outro estudo, foi realizado pelo departamento de nutrição humana da Universidade de Copenhaga e publicado na revista britânica "The Lancet", tendo revelado que o medicamento Rimonabant, também usado para a cessação tabágica, aumenta o risco de doenças psiquiátricas nos doentes.

Este estudo envolveu 4.105 pacientes, que não tinham até então tendências depressivas e demonstrou que, passado um ano, aqueles que tinham tomado o Rimonabant (20 miligramas por dia) tinham perdido uma média de 4,7 quilos mais do que os que tomaram um placebo, mas que tinham 40 por cento mais de probabilidades de sofrer de um problema psíquico grave.

Verificou-se ainda que a propensão para abandonar o tratamento por motivos de depressão nos doentes medicados, era mais de o dobro quando comparado com o risco nos doentes que tinham tomado o placebo, e que a probabilidade de desistir do medicamento por desenvolvimento de problemas de ansiedade era o triplo.

Ainda que em poucos casos, este medicamento poderá mesmo levar à ideia constante de suicídio e até ao próprio acto tentado.

Em Julho deste ano, a Agência Europeia do Medicamento decidiu manter a comercialização do Rimonabant, excluindo apenas a venda a pacientes com depressão grave e/ou em tratamento com medicamentos anti-depressivos, dado os riscos de danos psiquiátricos.

O Rimonabant está, ainda assim, disponível em países como a Áustria, Dinamarca, Alemanha, Grécia e Reino Unido.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ingleses descobrem vacina contra o cancro a partir do próprio tumor

Usar as células cancerígenas de um tumor para tratar o mesmo tumor era algo inimaginável, mas a partir de agora poderá ser uma realidade, é que um grupo de cientistas britânicos descobriu uma forma produzir uma vacina contra o cancro através deste processo.

A técnica foi descrita terça-feira no British Journal of Câncer e usa raios ultravioletas, num processo conhecido como terapia foto-dinâmica (PDT), para chegar a uma vacina personalizada em menos tempo do que se fosse produzida em laboratório.

A descoberta aconteceu quando os investigadores da British Columbia Cancer Agency, em Vancouver, Canadá, procuravam novas aplicações para a PDT.

Os raios ultra-violeta conseguem activar fármacos quando estes se encontram próximo do tecido alvo, o que permite o uso de doses mais elevadas de medicamentos sem risco de reacções tóxicas noutras partes do corpo e que mostrou estimular uma resposta imune do organismo contra o tumor.

Durante o estudo, os cientistas retiraram amostras de tecido canceroso de ratos com tumores e incidiram nelas a luz ultra-violeta. Depois, as células foram deixadas de um dia para o outro em laboratório para crescerem, sendo posteriormente re-injectadas nos ratos através de raios ultra-violeta, no dia seguinte.

Embora o mecanismo por detrás deste processo não esteja totalmente compreendido, os investigadores descobriram que o brilho da luz ultra-violeta nas células cancerosas cria uma potente vacina contra o cancro e que projectar as células através da técnica PDT produz um aumento da resposta imune nos ratos.

"Esta técnica pode significar que o tratamento é aplicado mais rapidamente e, mais importante, é produzido individualmente para cada cancro", com menos efeitos secundários para o paciente, realçou Mladen Korbelik, o investigador principal do estudo, em declarações ao jornal The Independent.


Inês de Matos

Fonte: Lusa

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Dividas dos hospitais empresa ascendem a quase 600 milhões de euros

As dívidas dos hospitais que passaram a Entidades Públicas Empresariais (EPE) mais do que duplicaram nos últimos dois anos e meio. Segundo um relatório do sector citado pela agência Lusa, a dívida total dos hospitais EPE passou de 256,7 para 597,3 milhões de euros, subindo 132 por cento desde a tomada de posse do Executivo de Sócrates, em Março de 2005.

O total as dividas ascendem já aos 597,3 milhões de euros, existindo ainda dívidas no valor de 410,5 milhões de euros a médio e longo prazo. As dividas que vão além dos 90 dias também subiram (151 por cento), de 163,5 para 410,5 milhões de euros, enquanto que as dívidas a médio e longo prazo cresceram 48,83 por cento.

A dívida total aumentou e cresceu também o número de hospitais com gestão empresarial, que em média demoram mais de um ano para pagar as contas, existindo mesmo casos de hospitais que levam três anos para efectuar o pagamento.

Analisando cada hospital, em termos de dívida global, o pior pagador é o Centro Hospitalar Lisboa Central, que engloba o Hospital dos Capuchos, São José, Santa Marta e Estefânia, com 74,7 milhões de euros, enquanto no extremo oposto está o Hospital São Sebastião (Santa Maria da Feira), com 877 mil euros.

No "top-3" dos piores pagadores a nível global estão ainda o Hospital de Santa Maria (Lisboa), com 59,3 milhões de euros, e o Centro Hospitalar de Setúbal, com 56,8 milhões. Por outro lado, os EPE com menor volume de dívidas são o Hospital Padre Américo-Vale do Sousa, com 928,5 mil euros, e Hospital de Santo André, com 1,2 milhões de euros.

Entre Outubro de 2006 e Setembro último, a factura total evoluiu de 418,1 para 597 milhões de euros, numa relação entre o primeiro e o último mês de um crescimento de 42,85 por cento. O volume máximo da divida foi atingido em Setembro, com um valor de 597,3 milhões de euros, enquanto o mais baixo é de Dezembro (394 milhões).

Na dívida total, o único decréscimo numa leitura comparativa a nível mensal aconteceu em Dezembro, referente a menos 9,12 por cento, enquanto as maiores taxas de crescimento registam-se em Março, com 17,48 por cento.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ansiedade materna pode prejudicar parto do primeiro filho

Gestante mais nervosa, parto mais doloroso ... diz estudo norte-americano

É natural que o nascimento do primeiro esteja envolto de grande ansiedade, especialmente, para a futura mãe. Todavia, à luz de uma investigação conduzida por investigadores norte-americanos da Escola de Enfermagem da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, este estado pode interferir no desempenho na hora do parto.

De acordo com os resultados do estudo publicado no «Journal of Obstetric, Gynecology, & Neonatal Nursing», durante o acompanhamento das grávidas os investigadores observaram que, o principal factor que interferia no desempenho tranquilo do parto, era a ansiedade.

“Quando uma gestante estava muito ansiosa no final da gravidez, o parto tornava-se mais doloroso. Para além desde facto, verificámos que, normalmente, estas mulheres procuravam os serviços de maternidade em momentos muito precoces, ou seja, ainda com pouca dilatação”, revelaram os investigadores.

Facto contrário observado pela equipa da Califórnia diz respeito às futuras mães que se demonstraram mais calmas e seguras, “permaneciam um período maior em casa, antes de procurar assistência hospitalar e eram atendidas com uma dilatação maior e um trabalho de parto mais adiantado”, relataram.

Perante estes resultados, os autores do estudo consideram que a ansiedade “é um importante factor a ser trabalhado durante a gravidez, em especial entre as mulheres que estão na primeira gestação”, salientando que este “é um passo essencial para que haja um bom desempenho durante o parto e uma experiência tranquila com o nascimento do primeiro filho.”

Segundo explicaram os cientistas, “foram acompanhadas, até ao último trimestre da gestação, mulheres na primeira gravidez. O intuito era verificar quais os factores associados à dor no período pré-hospitalização para o parto, às condições em que essas mulheres chegavam ao hospital para ter os seus bebés e quais as estratégias de intervenção aplicadas a essas gestantes.”

Todas as participantes tinham idades entre 18 e 40 anos e estavam com 38 semanas ou mais de gravidez, sem qualquer complicação. Além disso, possuíam um marido ou parceiro estável e participaram dos programas de educação pré-natal.

O farmacia.com.pt falou com uma grávida, na primeira gestação, que tem o seu parto agendado para este dia 16 de Novembro. Patrícia Afonso demonstrou-se possuidora daquilo que preferiu chamar "uma tranquilidade sob algum exercício de controlo", alegando considerar "fundamental passar isso para o bebé (não só agora, mas durante toda a gravidez) e tentarei passar, amanhã, também, para a equipa médica que me vai assistir na esperança de que ajude o trabalho de parto."

No entanto, embora confiante, esta futura mamã não escondeu que mantém alguma ansiedade: "Encaro tudo com muita naturalidade e serenidade, mas confesso que estou algo apreensiva quanto ao tipo de parto. Vai ser provocado porque já passaram as 40 semanas, e está previsto ser normal mas, tudo pode acontecer, além de que, tudo será novidade para mim", confidenciou.

Raquel Pacheco

Fonte: Journal of Obstetric, Gynecology, & Neonatal Nursing/contacto telefónico

Especialistas europeus debatem hipnose em Coimbra

No âmbito do I Simpósio Ibérico sobre Hipnose Experimental e Clínica, vários especialistas europeus ligados à área vão estar, em Portugal, nos próximos dias 29 e 30.

Promover a técnica da hipnose através da difusão das bases científicas entre a classe médica e o público em geral é o objectivo do encontro que decorrerá na Universidade de Coimbra (UC).

Segundo avança o «Diários das Beiras», a missão de vários especialistas europeus - que a iniciativa trará a Portugal - incidirá na “divulgação científica a fim de estabelecer princípios para futuras realizações desta técnica ao nível da investigação como ao nível de encontros científicos.”

De acordo com o jornal, o primeiro dia (29) é dedicado a conferências com diversas intervenções de especialistas e, o segundo dia (30), estará orientado para workshops e uma mesa redonda para debater o tema «O presente e o futuro da Hipnose na Europa e Península Ibérica em particular».

O simpósio resulta de uma colaboração conjunta entre o Research Group on Psycological, Placebo, Hypnosis and Psycopepharmacs, do Centro de Psicopedagogia da UC.

Terapia ajuda Cólon Irritável

Recorde-se que, este mês, o farmacia.com.pt divulgou um estudo britânico que indicava a aposta de cientistas em técnicas de relaxamento como terapia da Síndrome do Cólon Irritável. Os investigadores da universidade King´s College London acreditam que a terapia por hipnose pode ser útil na conexão entre o cérebro e o intestino.

Raquel Pacheco

Fontes: Diário das Beiras/farmacia.com.pt

Medicamento para a leucemia falsificado no Brasil

A polícia brasileira accionou, esta semana, em vários bairros do Rio de Janeiro, 11 mandados de busca e apreensão por falsificações do medicamento Glivec (mesilato de imatinib) produzido pelo laboratório Novartis.

De acordo com a denúncia feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Lote Z0047 do Glivec teria sido adulterado por laboratórios clandestinos, “que trocaram o medicamento por uma substância do tipo placebo (sem qualquer influência no organismo).”

Notificado pela Anvisa, a farmacêutica Novartis foi obrigada a recolher todos os produtos do lote no país. A agência brasileira recomendou ainda aos utilizadores do fármaco que, “em caso de suspeita de uso do lote falsificado, procurem imediatamente um médico para fazer uma reavaliação do quadro clínico, e entrem em contato com o Serviço de Informação ao Cliente do laboratório Novartis.”

A adulteração de medicamentos é considerada um crime hediondo contra a Saúde Pública. O Glivec é usado por doentes com leucemia, um tipo de cancro no sangue que, se não for tratado, pode levar à morte.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Brasil

AstraZeneca em maus lençóis

Performance da empresa deverá ser a pior do sector nos próximos oito anos

A farmacêutica AstraZeneca enfrenta problemas graves, sendo que, ao longo dos próximos oito anos a performance da empresa deverá destacar-se como “a pior em todo o sector”, afirma um relatório da Dresdner Kleinwort.

As estimativas dos analistas indicam que, entre a actualidade e o ano de 2015, o laboratório deverá sofrer resultados negativos acentuados, com as vendas a atingirem um tecto máximo de subida inferior a 1 por cento, na melhor das hipóteses, podendo mesmo assistir a uma quebra de 3 por cento nas vendas de acordo com o panorama mais pessimista.

“Do nosso ponto de vista, o pior cenário possível não é animador, mas deve ser seriamente tido em consideração… [uma vez que tem] uma probabilidade de 50 por cento de acontecer”, escreveram os analistas no relatório divulgado no inicio desta semana.

Em declarações ao portal Outsourcing-Pharma.com a AstraZeneca escusou-se a comentar o relatório, dizendo apenas que “os analistas têm direito à sua opinião e vamos ter que esperar para ver”.

Os analistas dizem ter baseado as suas estimativas no risco eminente que paira sobre os três fármacos mais importantes da AstraZeneca, que em breve ficarão sujeitos à concorrência dos genéricos, uma situação motivada pela perda da protecção de oito patentes, ao longo dos próximos oito anos, de medicamentos de marca que actualmente representam 60 por cento das vendas da empresa.

“O cenário mais positivo assume que oito produtos estejam protegidos pela patente até 2015. O pior cenário prevê que as versões genéricas do Nexium (Esomeprazol) e do Seroquel (Quetiapina) possam surgir em 2008 e do Crestor (Rosuvastatina) em 2009”, referem os analistas.

O estudo manifesta também preocupação com o facto da AstraZeneca ter apenas oito produtos significativos em desenvolvimento, com lançamento previsto a partir de 2009. Entre estes, apenas metade foram considerados adequados pelos analistas para inclusão nas suas previsões financeiras.

Para além disto, o pior cenário traçado pelo relatório da Dresdner Kleinwort sugere também que um dos novos produtos da AstraZeneca, a Saxagliptina, pode não conseguir obter autorização de comercialização devido a falhas nos critérios de segurança. O produto não foi, por isso, tido em conta nas previsões de vendas dos analistas.

A Saxagliptina, que está a ser desenvolvida em conjunto com a Brystol-Myers Squibb, destina-se ao tratamento da diabetes tipo II e deverá estar pronta para ser lançada em 2009. No entanto, o Galvus (Vildagliptina), um inibidor da dipeptidil peptidase 4 rival, desenvolvido pela Novartis, revelou problemas de segurança para o fígado quando administrado em doses elevadas. Estes resultados podem representar uma ameaça para o medicamento da AstraZeneca devido à “extrema semelhança” entre os produtos.

Marta Bilro

Fonte: In-PharmaTechnologist.com, Outsourcing-Pharma.com, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Nova lei aumenta procura de consultas de cessação tabágica

Está a aumentar a procura de consultas de desabituação tabágica, uma tendência acentuada depois da aprovação da nova lei do tabaco, que deverá entrar em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008. Conforme afirmou Luís Rebelo, presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, em declarações ao Diário de Notícias, desde que as novas directrizes legais foram aprovadas, em Junho, “o número de pessoas a procurar as consultas duplicou”.

Para o responsável, os números indicam que “as pessoas se estão a habituar à lei”, tomando consciência de que “vão surgir limitações ao fumo no trabalho e nos restaurantes”. Por outro lado, há ainda os casos de pessoas para as quais o abandono do vício é uma necessidade evidente, referiu Luís Rebelo. “Temos uma professora que se sentia incapaz de dar aulas porque fumava três maços por dia”, exemplificou, salientando que “apenas 5% a 10% dos dois milhões de fumadores conseguem abandonar os cigarros sem ajuda de um médico, medicamentos ou a sua combinação”.

"Dos 90% de fumadores que restam, 20% (360 mil) estão preparados para deixar de fumar, desde que tenham condições, ou seja, medicamentos, consultas ou terapias”, acrescentou.

De acordo com a nova lei, cada centro de saúde e hospital deverá disponibilizar uma consulta anti-tabágica, no entanto, actualmente existem apenas 147 consultas no país. Os dados da Direcção-Geral da Saúde apontam para a existência de 187 consultas, sendo que a soma inclui as que ainda vão abrir no Norte.

Apesar do aumento da procura, a cobertura ainda está "longe de ser suficiente, frisou Luís Rebelo. A região de Lisboa conta com 28 consultas, o Algarve com duas e o Alentejo com quatro. Na zona Centro do país contabilizam-se um total de 43 consultas.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Fábrica de Conteúdos, Diário Digital.

Investigadora portuguesa torna-se primeira galardoada ibérica com o Prémio europeu Eppendorf

A Fundação Calouste Gulbenkian anunciou hoje que, na próxima quinta-feira, a investigadora portuguesa Mónica Bettencourt Dias receberá o prémio europeu Eppendorf pelos seus estudos na área da multiplicação das células, tornando-se a primeira cientista da Península Ibérica a receber o galardão.

O Premio Eppendorf foi criado em 1995 e é atribuído anualmente a jovens cientistas europeus, com menos de 35 anos, como reconhecimento pelas suas investigações na área da biomedicina. A cerimónia de entrega do prémio vai decorrer na feira "Medica" de Dusseldorf, na Alemanha.

A investigadora demonstrou-se surpresa com a notícia, frisando que "na lista de vencedores anteriores estão nomes muito importantes" e que por isso nunca pensou ser escolhida.

A investigadora manifestou-se contente, não só pelo reconhecimento do seu trabalho, dos seus colegas e do Instituto Gulbenkian Ciência (IGC), mas também pela oportunidade de dar visibilidade internacional à ciência portuguesa.

"Hoje já se pode fazer muito boa ciência em Portugal" e este prémio vai contribuir para isso, considerou a cientista, que começou a estudar a multiplicação das células - um processo alterado nos tumores - como Investigadora Associada na Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde esteve cinco anos. Em Outubro de 2006, Mónica Bettencourt Dias iniciou o seu laboratório no IGC, onde tem desenvolvido o seu trabalho.

Desde o inicio do seu trabalho, a cientista portuguesa já identificou várias moléculas envolvidas na multiplicação das células, e desvendou alguns dos segredos do centrossoma, uma estrutura que regula o esqueleto e a multiplicação das células e que está frequentemente alterada no cancro.

Estas descobertas, que poderão levar a novos métodos de diagnóstico e de ataque no combate ao cancro, mereceram publicação nas mais conceituadas revistas internacionais da especialidade, como a "Nature", a "Science" e a "Current Biology".

As investigações em concurso são julgadas por um comité científico composto por quatro peritos na área e presidido pelo Director do Max Planck Institute for Molecular Cell Biology and Genetics, de Dresden (Alemanha). Entre os critérios de avaliação foram tidos em conta a criatividade, o trabalho apresentado, o significado dos resultados para a medicina e o significado dos trabalhos em relação à idade do candidato.

Mónica Bettencourt Dias havia sido recentemente distinguida com o prémio Pfizer de investigação básica 2007, que recebeu juntamente com Ana Rodrigues Martins.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ômega 3 previne Alzheimer

Estudo indica que alimentação rica em ácido gordo, vegetais, frutas e peixes diminuiu risco de doenças neurodegenerativas

Uma dieta rica em ômega 3 pode reduzir o risco de Alzheimer e outras doenças degenerativas. A conclusão saiu de um estudo publicado pela revista da Academia Americana de Neurologia - «Neurology».

Intitulado «Pascale Barberger-Gateau», o estudo centrou-se na análise dos hábitos alimentares de mais de 8 mil homens e mulheres com mais de 65 anos nas cidades francesas de Montpellier, Dijon e Bordeaux ao longo de 4 anos.

De acordo com os investigadores, no início do estudo, “nenhum dos entrevistados apresentava sinais de problemas neurológicos” mas no fim da pesquisa - revelaram - “183 participantes desenvolveram Alzheimer e 98 tinham outros tipos de demência.”

Perante estes resultados, os investigadores concluíram que: “as pessoas que consumiam regularmente óleos ricos em ômega 3 - como óleo de canola (sementes de flor amarela), óleo de linhaça (sementes de linho) e óleo de nozes - reduziam em 60% o risco de contrair a doença, comparativamente, com as que não ingeriam esses óleos.”

A equipa francesa constatou, ainda, que “os participantes que tinham uma dieta rica em frutas e vegetais reduziram também o risco de apresentar demência em 30% em relação àqueles com uma dieta menos saudável.”

Outro factor importante destacado pelos investigadores refere-se ao consumo de peixe: “O consumo, uma vez por semana, diminuiu o risco de demência em 40% e de Alzheimer em 35%”, frisaram, ressalvando que o facto foi observado apenas em participantes que não tinham uma predisposição genética às doenças.

Segundo destacou um dos autores do estudo, estes resultados assumem “uma importância considerável”, uma vez que, “a maioria das pessoas não têm o gene ApoE4 (que aumenta o risco de Alzheimer), argumentou, advogando a necessidade de aprofundar a investigação “para que se identifique a quantidade e a combinação ideais de nutrientes antes de implementar recomendações nutricionais."

Os dados ventilados pela Associação Portuguesa de Familiares e Amigos da Doença de Alzheimer (APFADA) indicam que, em Portugal, o cenário é preocupante: estima-se que, a doença afecte mais de 70 mil pessoas. Um número que, segundo a associação, agravar-se-á, sustentando que, "as pessoas vivem mais e, por isso, crescem as probabilidades de a patologia se desenvolver."

Esta doença degenerativa atinge, principalmente, idosos. Caracteriza-se pela morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro, progressiva e irreversível.

Raquel Pacheco

Fontes: Medscape/ Fox News

Estudantes de farmácia promovem congresso sobre oncologia

“Oncologia: Outra visão…” é o tema do II Congresso Anual promovido pelo Núcleo de Estudantes de Farmácia da Universidade de Coimbra, nos dias 4 e 5 de Dezembro, e que tem como objectivo focar e desenvolver novos tratamentos e avanços tecnológicos na área da oncologia.

Ao longo destes dois dias, os especialistas reunidos vão debater várias temáticas, entre as quais as nanotecnologias em oncologia; os novos fármacos no combate ao cancro; a terapia génica; a oncohematologia; a nutrição em doentes oncológicos; ou a importância das plantas e o seu contributo.

As farmácias dos Hospitais da Universidade de Coimbra e do IPO-Coimbra vão ter a seu cargo uma apresentação sobre o tema “Fármacos citostáticos e sua manipulação”.

A iniciativa conta com a colaboração da Sociedade Portuguesa de Oncologia.

Marta Bilro

Fonte: e-mail Farmacia-press

Identificada proteína que pior a asma

Investigadores identificaram uma substância no organismo que pode aumentar a gravidade da asma. Uma proteína, que pode ter originariamente evoluído para ajudar a proteger as vias aéreas, agora parece ser um biomarcador que indica asma grave, e também pode ter um papel no desenvolvimento da doença. Esta é uma descoberta que pode levar a um melhor tratamento da doença respiratória.

Num estudo com 253 adultos descobriu-se que aqueles com asma tinham níveis mais elevados de uma proteína, a YKL-40, do que os que não sofriam da doença, segundo um relatório publicado na última edição da “New England Journal of Medicine”. Um teste sanguíneo aos níveis da YKL-40 poderá substituir as biopsias invasivas utilizadas actualmente para avaliar as vias aéreas.

Os asmáticos com um nível mais elevado da molécula tiveram ataques mais graves. Grandes quantidades da proteína foram associadas a uma função pulmonar reduzida e a paredes dos brônquios mais espessas que dificultam a respiração, de acordo com a investigação liderada pelas escolas médicas da Universidade de Yale e da Universidade de Paris, e pela MedImmune, unidade da AstraZeneca Plc.

A proteína poderá ser um marcador, facilmente detectável através de uma simples análise de sangue, para monitorar a progressão da doença ou para identificar as pessoas em risco de desenvolver uma forma mais grave de asma, que vitimou 255 mil pessoas, em 2005, e que perturba cerca de 300 milhões em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Contudo, o novo estudo não prova que a YKL-40 é uma causa da asma, somente que os níveis elevados parecem ser um marcador da asma grave.

Algumas companhias, incluindo a MedImmune, estão em testes pré-clínicos de anticorpos que poderão inibir a proteína ou os seus efeitos nos asmáticos. A tecnologia está, pelo menos, a três anos de distância dos testes de última fase em humanos.

A YKL-40 é uma proteína tipo quitinase que se liga à quitina, uma substância abundante encontrada em fungos, crustáceos e insectos, como ácaros e baratas. Os humanos não fabricam quitina, mas produzem quitinases (enzimas que param a quitina) e enzimas tipo quitinase (enzimas que se ligam à quitina, mas que não a param). A presença da quitina nos pulmões pode fazer com que o organismo acredite que tem uma infecção e que precisa de se defender. Infelizmente, este mecanismo de defesa pode estar a reagir a ácaros inofensivos.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, www.eurekalert.org, Forbes

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Acambis e Sanofi-Aventis desenvolvem vacina contra o vírus do Nilo Ocidental

A francesa Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi-Aventis, entrou num acordo global exclusivo com a britânica Acambis Plc, para desenvolver e comercializar a vacina contra o vírus do Nilo Ocidental, que matou mais de 90 pessoas nos Estados Unidos este ano.

Segundo os termos do acordo, a Acambis irá receber um pagamento adiantado de 10 milhões de dólares, e será elegível para pagamentos pré e pós-comercialização até 70 milhões de dólares quando forem atingidos objectivos, baseados na aprovação do produto e nas vendas no mercado norte-americano. A companhia britânica terá ainda direito a receber financiamento para o desenvolvimento, e regalias sobre as vendas da vacina. A Acambis irá continuar a executar as actividades de desenvolvimento, até ao pedido de registo de licença junto das autoridades norte-americanas (inclusive).

A vacina irá ajudar a luta contra esta doença grave, que altera a qualidade de vida e que é potencialmente fatal. Os cientistas acreditam que uma vacina segura e efectiva poderá ser a estratégia mais custo-eficiente para prevenir a infecção por vírus do Nilo Ocidental. Actualmente, não existe nenhuma vacina humana para a prevenção da doença, nem nenhum tratamento específico. A doença emergiu nos Estados Unidos nos anos 90 e é considerada endémica no país.

A vacina experimental, que começou a ser desenvolvida pela Acambis em 1999, está actualmente na Fase II do ensaio clínico em adultos entre os 41 e os 64 anos e maiores de 65 anos. Os dados preliminares de um ensaio anterior de Fase II, em adultos saudáveis, demonstraram que 98 por cento dos sujeitos desenvolveram anticorpos específicos no soro, 28 dias após uma única vacinação. O perfil de segurança tem-se demonstrado satisfatório.

O vírus do Nilo Ocidental é transmitido pela picada de um mosquito e pode causar uma inflamação fatal no cérebro. Os sintomas mais graves podem incluir febre alta, dor de cabeça, rigidez do pescoço, estado de inconsciência, tremores, convulsões, fraqueza muscular, perda de visão, dormência e paralisia. Estes sintomas podem durar várias semanas, e os efeitos neurológicos podem ser permanentes.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, www.tradingmarkets.com, CNNMoney, www.bizjournals.com

Programa de computador vai ajudar cirurgias ortopédicas

Investigadores de Coimbra acreditam que outras cirurgias poderão beneficiar do sistema de navegação

Investigadores da Universidade de Coimbra estão a desenvolver um sistema de navegação assistida por computador que visa ajudar nas cirurgias ortopédicas, principalmente nas de grande melindre, como a reconstrução do ligamento cruzado do joelho, típica nos desportistas.

O projecto «ArthroNav - Navegação Assistida por Computador em Cirurgia Ortopédica» está a ser desenvolvido por uma equipa do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e coordenado por João Barreto e Paulo Menezes, em colaboração com o académico e cirurgião Fernando Fonseca, do Serviço de Ortopedia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

De acordo com uma nota veiculada pela FCTUC - que o farmacia.com.pt teve acesso - a investigação teve início este ano e desenvolver-se-á ao longo de três, centrando-se no desenvolvimento de navegadores cirúrgicos que vão funcionar como um GPS virtual nas salas de cirurgia. “É um sistema de visualização que fornece, em tempo real, a posição e orientação das ferramentas cirúrgicas e os órgãos alvo, neste caso o joelho”, explicam os investigadores.

Segundo esclareceu a equipa de Coimbra, “este tipo de cirurgia é normalmente realizado por artroscopia, o que implica a abertura de dois furos no joelho, um para a introdução de um sistema óptico que vai fortalecer o cirurgião na operação do ligamento roto”, reforçando que o objectivo é “melhorar a percepção dos cirurgiões e a habilidade da navegação dentro da articulação do joelho, através da fusão de sensores ópticos, reconstrução 3D e registo de modelos pré-operativos.”

Em declarações à Agência Lusa, João Barreto complementou que o sistema em desenvolvimento “vai tratar essas imagens recolhidas pela câmara introduzida no joelho e calcular de forma precisa a posição do osso.”

É sabido que a cirurgia de reconstrução dos ligamentos do joelho é muito delicada e exige muitos anos de preparação por parte do cirurgião. Neste sentido, os cientistas destacaram que “esta solução tecnológica não só melhora o desempenho e confiança de cirurgiões experientes, como também diminui as exigências de treino clínico, permitindo que mais médicos operem.”

Outras vantagens apontadas pelos investigadores de Coimbra referem-se à “optimização dos resultados clínicos e, consequentemente, diminuição das listas de espera nesta especialidade.”

Raquel Pacheco

Fonte: Comunicado FCTUC/Lusa

Tuberculose e Malária: inovação inédita em diagnósticos

Partec vai disponibilizar testes para despistar doenças em países pobres

No âmbito do 39.º Fórum Mundial de Medicina que se realiza, desde dia 14 até dia 17, em Dusseldorf, na Alemanha, a Partec - empresa líder global de soluções de diagnósticos dedicados ao combate da sida, tuberculose e malária – vai apresentar um equipamento inovador e inédito para efectuar diagnósticos de alta sensibilidade de tuberculose e malária, em países de baixos e médios recursos.

Trata-se de combinar o primeiro microscópio «CyScope» fluorescente móvel desenvolvido pela Partec com kits para testes dedicados a ambas as doenças. Pela primeira vez, os serviços de diagnósticos vão ser oferecidos a países altamente oprimidos e, também, a doentes que vivem em áreas remotas, longe dos grandes centros.

"O pré-requisito para qualquer melhora nos programas de tratamento no campo da tuberculose e da malária é a disponibilidade de soluções de diagnósticos adaptadas às situações e infra-estruturas regionais específicas, principalmente, nos países em desenvolvimento”, referiu Roland Gohde, director executivo da Partec Essential Healthcare.

De acordo com o representante da empresa alemã, por ter tido “muito sucesso” no lançamento de uma classe totalmente nova de ultra-compacto bastante económico, bem como, de microscópios fluorescentes móveis robustos e fáceis de serem usados, “agora é possível atender as inúmeras pessoas infectadas que, anteriormente, estavam quase sem cobertura para quaisquer testes destas doenças."

Num comunicado de imprensa a que o farmacia.com.pt teve acesso, Roland Gohde esclarece que "devido ao desenvolvimento de tecnologia moderna para componentes, foi possível desenvolver uma unidade de microscópio compacto e único baseado num inovador sistema óptico e novos e ultrabrilhantes Diodos Emissores de Luz” (LEDs em inglês).

O dirigente destacou ainda a oferta de “benefícios significativos não apenas em termos de sensitividade (sensibilidade), durabilidade e robustez, mas também, a nível de preço – o microscópio fluorescente está disponível por um preço de instrumento abaixo de 1000 euros”, rematando que, “os microscópios fluorescentes convencionais normalmente custam mais de 15.000 euros.”

Na nota, a Partec sublinha que disponibiliza, para além dos microscópios fluorescentes, os kits para testes de tuberculose e malária requisitados e aprovados para uso em diagnóstico in vitro (IVD em inglês), sendo que, para os reagentes de tuberculose, foi acordada uma cooperação com a Merck KGaA, em Darmstadt, Alemanha.

De referir que, o «CyScope» já é largamente usado na África, Ásia e Europa e foi clinicamente validado, com resultados positivos, tanto para a tuberculose, como para a malária, por diferentes grupos de investigação internacionais, nomeadamente, do Gana, Benin, Guiana Francesa, Nigéria e pelo conceituado Bernhard-Nocht-Institute for Tropical Medicine de Hamburgo.

Raquel Pacheco

Fontes : PRNewswire/
(http://www.partec.com/preview/cms/front_content.php?idcat=300 )

EMEA concede estatuto de medicamento orfão a fármaco antiviral

A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) concedeu o estatuto de medicamento órfão ao fármaco antiviral experimental Camvia (maribavir), em Fase III, da ViroPharma Inc, para prevenir a doença por citomegalovírus (CMV), em pacientes com um sistema imunitário debilitado.

O Camvia é um fármaco antiviral potente e selectivo, biodisponível por via oral, com um mecanismo único de acção contra o citomegalovírus, e com um perfil de segurança clínico inicial favorável. Contrariamente aos agentes anti-CMV actualmente disponíveis que inibem a polimerase do ADN do CMV, o Camvia inibe a agregação do ADN viral e inibe a saída dos capsídeos virais do núcleo das células infectadas. O Camvia é activo in vitro contra estirpes do CMV que são resistentes aos fármacos anti-CMV normalmente utilizados. O citomegalovírus pertence a um grupo de vírus que provoca varicela, herpes e outras doenças.

O estatuto de medicamento órfão é delineado para promover o desenvolvimento de fármacos que têm o potencial de fornecer um benefício significativo a doentes que sofrem de doenças raras, identificadas como potencialmente fatais ou muito graves.

A designação fornece ao fármaco 10 anos de exclusividade de comercialização, caso o produto candidato seja aprovado para ser comercializado na União Europeia. Também permite a assistência da EMEA na optimização do desenvolvimento clínico do fármaco candidato, através da participação no delineamento do protocolo clínico e na preparação do pedido de candidatura para comercialização.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, CNNMoney, www.tradingmarkets.com
Dia Nacional do Não Fumador assinalado em Lisboa
Alunos de Farmácia contra o tabagismo


«Dá o primeiro passo para uma vida sem fumo» é o repto que nesta quinta-feira vai ser lançado pelos alunos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa aos colegas de sete outras faculdades daquela academia. A iniciativa, com a chancela do Gabinete de Informação, Promoção e Educação para a Saúde da Associação de Estudantes da FFUL, integra o programa da I Campanha de Cessação Tabágica do GIPES, e visa assinalar o Dia do Não Fumador, que acontece no sábado.

O farmacia.com.pt sabe que a campanha tem o apoio de uma marca de produtos de ajuda à desabituação do tabaco, e vai decorrer durante todo o dia. A prevenção da iniciação ao vício, bem como a eliminação às fontes de exposição involuntária ao fumo, a prestação de aos programas de cessação tabágica e o esclarecimento de dúvidas relativas às terapêuticas farmacológica e não farmacológica para deixar de fumar são os grandes objectivos da medida, que hoje parte das instalações da Faculdade de Farmácia para chegar às unidades congéneres de Medicina Dentária, Medicina, Psicologia e Ciências da Educação, Letras, Direito e Ciências, que entre as 10 e as 19 horas receberão a visita dos estudantes promotores da campanha, que tem como público-alvo os estudantes, sendo “mediadores de saúde” os alunos do terceiro, quarto, quinto e sexto anos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e os alunos da Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Lisboa.
Segundo informações avançadas pelo site CiênciaPT, “a iniciativa está dividida em quatro postos de trabalho”: no primeiro é avaliada a dependência face ao tabaco e a motivação do estudante para deixar de fumar; no segundo é feita a medição e a análise do nível de monóxido de carbono; no terceiro é realizado um rastreio para a avaliação das capacidades respiratórias; e no quarto posto de trabalho são dados alguns conselhos com vista a incentivar a adopção de comportamentos saudáveis.

Carla Teixeira
Fonte: CiênciaPT, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa
Benefícios da nicotina defendidos há mais de 500 anos
Tabaco dá origem a produtos farmacêuticos


A ideia de que o tabaco encerra alguns efeitos positivos para a saúde humana não é nova, sendo preconizada há mais de cinco séculos em vários contextos. Benício Albano Werner, presidente da Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA), veio há dias a público argumentar que o uso medicinal da nicotina deverá, a breve trecho, tornar-se uma realidade.

No seguimento das notícias que deram conta dos alegados benefícios da utilização da marijuana no tratamento de diferentes patologias, que alguns países já puseram em marcha, o presidente da ITGA afirmou que também o uso medicinal do tabaco começa a tornar-se uma realidade cada vez premente, já que “todos os dias o fumo dá origem a vários produtos biofarmacêuticos, entre os quais constam a insulina, as hormonas, os anticorpos e diversas vacinas”. Contudo, acrescentou, “a quantidade utilizada, cerca de um milhão de quilos, ainda é muito pequena, quando comparada ao total de tabaco produzido em todo o mundo”, que em 2006 atingiu os quase sete milhões de toneladas.
Em meados do ano passado um cientista chinês tinha já asseverado que a nicotina não só não prejudica a saúde dos fumadores como pode inclusivamente ser usada no tratamento de doenças como Alzheimer ou Parkinson. Na base da convicção de Zhao Baolu, membro da Academia Chinesa das Ciências, figurariam os resultados obtidos em vários estudos, que o investigador vem desenvolvendo desde há duas décadas, que foram nessa altura divulgados em inúmeras publicações científicas, entre as quais o «Jornal Britânico de Farmacologia». Em experiências com ratos, o cientista chinês concluiu que os roedores a quem foram administradas doses de nicotina equivalentes a dois maços de cigarros fumados por um humano por dia se mostravam menos propensos a contrair problemas neurológicos.
Explicando que a nicotina actua como anti-oxidante, fornecendo aos neurónios uma espécie de blindagem e protegendo-os de outras substâncias que causam aquelas doenças, Zhao Baolu aferiu que “a nicotina não é tóxica”, frisando que a substância apenas tem um efeito viciante, como disse, em meados de 2006, numa entrevista à agência noticiosa espanhola Efe, negando qualquer ligação das suas investigações a supostos interesses das empresas tabaqueiras. “Não sou a favor de que se fume, porque há outros componentes do cigarro que prejudicam a saúde”, disse o chinês, apontando como exemplo o alcatrão, e pediu que os resultados do seu trabalho não sejam mal interpretados. “A ideia não é a de fumar para prevenir o aparecimento de doenças neurológicas. Trata-se de utilizar a nicotina, no seu estado puro, em doses calculadas e só em pacientes que precisem dela”, salientou.

Carla Teixeira
Fonte: InvestNews, Agência Lusa

FDA aprova novo fármaco contra HIV-1

Abbott vai registar nova fórmula de lopinavir/ritonavir em mais de 150 países para chegar a milhões de crianças

A Abbott recebeu «luz verde» da FDA para registar e disponibilizar o novo medicamento de lopinavir/ritonavir (de menor potência) em mais de 150 países. A farmacêutica quer permitir o amplo acesso ao fármaco a milhões de crianças que vivem com o vírus do HIV em mundo todo.

A farmacêutica norte-americana Abbott anunciou que obteve a aprovação da DFA - Food and Drug Administration (órgão responsável pela administração de alimentos e medicamentos dos EUA) para uma nova fórmula de medicamento de menor potência do Kaletra (lopinavir/ritonavir) - inibidor de protease líder para vírus de imunodeficiência humana (HIV-1) - também comercializado como Aluvia (lopinavir/ritonavir) em países em desenvolvimento.

O fármaco Kaletra, de menor potência, estará disponível nos EUA, já este mês. Contudo, a empresa aguarda a autorização de comercialização dos comprimidos Kaletra/Aluvia de menor potência na região EMEA (Europa, Oriente Médio, África).

Em comunicado de imprensa disponível no site da Abbott, a farmacêutica informa que pretende registar esta nova fórmula “em mais de 150 países”, realçando que “a fórmula de cápsula em gel de LPV/r é o inibidor de protease mais amplamente registado no mundo.”

Recorde-se que, a fórmula original do comprimido já está disponível em 93 países e a Abbott espera, agora, a aprovação noutros 45 países para a nova fórmula no sentido de “ampliar as opções disponíveis para utilizar o primeiro e único fármaco co-formulado inibidor de protease para tratar de crianças afectadas pelo HIV”, frisou a empresa.

Inovação: medicação não exige refrigeração, nem refeição

Para a farmacêutica, a aprovação do novo Kaletra de menor potência constitui “um importante passo no compromisso contínuo da Abbott em relação à luta global contra o vírus do HIV”, destacando um importante avanço no fornecimento de medicação para crianças com HIV localizadas em países em desenvolvimento: “Estes medicamentos não exigem refrigeração e podem ser tomados com ou sem uma refeição.”

Segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), dois milhões de crianças viviam com HIV/Sida na África Subsaariana no final de 2006.

A Abbott revelou que o novo fármaco “é menor que o Kaletra original e contém os mesmos ingredientes activos comprovados que a solução oral Kaletra da Abbott”, sublinhando que o medicamento de menor potência “é aprovado para crianças que pesam 15 kg ou mais e conseguem engolir o comprimido intacto.”

De referir que, no que concerne a preços, custará metade do valor do comprimido original nos países em desenvolvimento.

Raquel Pacheco

Fontes: PRNewswire/ www.abbott.com

Governo vai comparticipar a 100% terapêuticas para diabéticos


Medida entrará em vigor em Janeiro

Era uma reivindicação antiga que deu lugar a uma vitória neste Dia Mundial dos Diabéticos. O Governo decidiu que vai comparticipar a 100% a terapêutica com bombas infusoras usadas por diabéticos e ainda a insulina de acção lenta.

A boa notícia foi hoje avançada pelo secretário de Estado da Saúde em declarações ao jornal «Público». Francisco Ramos anunciou a medida e garantiu que entrará já em vigor em Janeiro do próximo ano.

Actualmente, apenas cerca de 150 pessoas usam as bombas infusoras, de insulina devido aos elevados custos: mais de três mil euros para as bombas e entre 100 a 150 euros por mês para os consumíveis. No entanto, segundo vaticinou a tutela, esta terapêutica irá chegar a apenas "cerca de 100 diabéticos por ano num prazo de cinco anos."

Por seu turno, e de acordo com a previsão feita pelo director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, José Manuel Boavida, a insulina de acção - uma injecção para reduzir as hipoglicemias - "irá abranger um universo entre 20 a 30 mil doentes, de uma forma gradual."

Raquel Pacheco
Fonte: Público
Médicos pediatras reiteram críticas dos jovens diabéticos
Pela comparticipação da bomba de insulina


No seguimento de um primeiro apelo lançado, na última semana, pela Associação de Jovens Diabéticos de Portugal, no sentido da necessidade de comparticipação estatal dos tratamentos com recurso à bomba infusora de insulina, numa posição prontamente secundada por alguns médicos, agora são os pediatras que alertam para a urgência da medida.

A presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica (SPEDP) manifestou a sua “preocupação” face a essa falta de comparticipação, insistindo na ideia de que a diabetes de tipo 1 é a doença mais prevalente entre as crianças do mundo desenvolvido. Frisando que, como tinha dito anteriormente ao nosso portal, “a terapêutica insulínica com bombas infusoras nas crianças e nos adolescentes com a doença é um método com inúmeras vantagens, Ana Fagulha enalteceu o menor risco de hipoglicemia, a maior flexibilidade no estilo de vida e o facto de aquele dispositivo permitir uma menor variabilidade dos valores da glicemia ao longo do dia, asseverando que, “se bem usada, a bomba permite um bom controlo glicémico”.
De acordo com a especialista “a melhoria no controlo da diabetes traduz-se numa menor incidência de complicações agudas e crónicas associadas à doença, como a cegueira, a insuficiência renal, a amputação de membros ou o surgimento de outras doenças, como as cardiovasculares”. Reiterando um dado que o farmacia.com.pt tem vindo a difundir com particular insistência nos últimos dias, que antecederam a celebração à escala global do Dia Mundial da Diabetes nesta quarta-feira, a médica que preside à SPEDP atestou que o tratamento com a bomba infusora de insulina está “indicado em todos os diabéticos de tipo 1, desde que sejam cuidadosamente seleccionados”, uma vez que “a determinação das glicemias capilares pelo menos quatro vezes por dia, a capacidade para lidar com os vários componentes técnicos da bomba, a motivação e o indispensável apoio dos pais, no caso das crianças, são premissas importantes” para o uso correcto deste equipamento.
Em comunicado a SPEDP reforça ainda a importância de o doente ser “seguido por uma equipa multidisciplinar, composta por um médico, um enfermeiro e um dietista ou nutricionista, com conhecimentos e prática na utilização da tecnologia”, sendo fundamental que paciente tenha acesso à equipa durante as 24 horas do dia. Ana Fagulha recorda que já existem, no nosso país, “alguns centros hospitalares com experiência neste método de tratamento em crianças e adolescentes”, e lembra que a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, pretendendo o “aumento dos conhecimentos teóricos e práticos daquelas unidades de saúde, realizou o seu primeiro curso teórico-prático sobre bombas Infusoras de insulina na criança e no adolescente. A acção de formação teve lugar no passado dia 8 no Porto, tendo comparecido 14 centros hospitalares, cada um representado por três elementos do seu quadro de efectivos.
Salientando que “é objectivo da SPEDP implementar planos para uma actualização constante dos conhecimentos dos profissionais de saúde sobre aquele dispositivo, com o intuito de proporcionar às crianças e aos adolescente com diabetes de tipo 1 a assistência de elevada qualidade a que têm direito, para que possam ter uma boa qualidade de vida, a curto e a longo prazo”, Ana Fagulha lamenta que, no âmbito da sua prática clínica, os profissionais ainda esbarrem com os “graves problemas” que resultam do elevado custo das bombas e da exigência de um orçamento mensal para a aquisição dos seus componentes, frisando que, “infelizmente, nem todas as crianças e adolescentes que têm indicação para este método de tratamento podem beneficiar dele, porque sem sempre têm capacidades económicas”. É mais uma voz que se une ao coro de protestos pela falta de comparticipação deste tipo de tratamento…

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado da Hill and Knowlton
Apifarma comenta situação no sector farmacêutico nacional
Lei atrasa dispensa de medicamentos inovadores

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) veio a público nesta terça-feira denunciar que o processo de dispensa de medicamentos inovadores nos hospitais portugueses está a ser atrasado pela nova legislação em vigor. De acordo com o presidente daquela entidade, João Almeida Lopes, a tripla avaliação exigida actualmente leva a que as unidades de saúde demorem aproximadamente um ano a disponibilizar ao doente o fármaco pretendido.

Citado pela Agência Lusa, aquele responsável refere que “anteriormente bastava a autorização da comissão de farmácia e terapêutica de cada hospital”, e salienta que “a nova metodologia prevê um prazo mínimo de nove meses entre a avaliação e a primeira utilização do medicamento, por causa das autorizações necessárias”, que, segundo o vice-presidente da Apifarma, Manuel Gonçalves, cabem agora à mesma comissão hospitalar, mas passam a depender igualmente da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed). Se “na teoria os nove meses são realistas, na prática são completamente o oposto”, asseverou o número dois da associação representativa da indústria farmacêutica, acrescentando que os novos mecanismos legais “levam a um atraso de um ano em relação ao passado”.
A Apifarma refere que “estes tempos de avaliação não favorecem ou aceleram o crescimento hospitalar farmacêutico”, criticando as medidas de redução do preço dos medicamentos quando não há oficialização do valor dos mesmos. Para João Almeida Lopes “há uma preocupação com a contenção orçamental de pressão economicista sobre as contas da saúde”. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica adianta também que, no que toca aos chamados medicamentos de marca, as vendas ao público representaram 2,68 mil milhões de euros em 2006, menos um por cento do que no ano anterior, enquanto o mercado de genéricos representou 479,1 mil milhões de euros no mesmo período, com um crescimento de 22 por cento face a 2005.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Apifarma

Elevado teor de sal nos alimentos preocupa deputados socialistas

Os deputados socialistas da Comissão de Saúde da Assembleia da República estão preocupados com o elevado teor de sal nos alimentos e como tal encontram-se a preparar um conjunto de propostas para regular esta matéria, de acordo com o deputado Joaquim Couto.

Os deputados do PS pretendem estabelecer uma quantidade máxima de sal nos produtos alimentares e uma rotulagem obrigatória dos alimentos, onde deverá estar descriminado o teor de sal presente.

Contudo, os socialistas da Comissão de Saúde equacionam também fiscalizar, através da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), produção e comercialização dos alimentos, bem como realizar campanhas de sensibilização e alerta para o perigo de um consumo elevados de sal, apostando em medidas médicas preventivas.

"Um grama a menos de sal por dia na dieta dos portugueses pouparia 2.560 vidas por ano", referiu o médico e deputado da Comissão de Saúde Joaquim Couto, citando o estudo "Sal no Pão", da Universidade Fernando Pessoa, enfatizando também a relação dos consumos excessivos de sal com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a principal causa de morte em Portugal.

Segundo este estudo, o pão português tem perto de 10 gramas de sal por quilo, muito acima da média de muitos dos pães consumidos na União Europeia. Em análise estiveram 40 tipos de pão, nomeadamente o pão de trigo, de centeio e integral, sendo que os pães portugueses foram comparados de perto com pães de dez países europeus e, nalguns casos, registou mais do dobro do sal.

O estudo "Sal no Pão" sugere, como medida preventiva, a aposta no "pão do coração", um pão que não deverá ter mais que um grama e meio de sal por quilo, número bastante abaixo daqueles que o estudo revela serem os valores normais em Portugal.

Mas para além do pão, muitos são os alimentos ingeridos pelos portugueses que apresentam um elevado teor de sal, de tal forma que, em média, em Portugal consome-se cerca de doze gramas de sal por dia, mais do dobro da quantidade recomendada.

Para Luís Martins, presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e um dos responsáveis pelo estudo, os níveis de ingestão de sal são "umas das piores toxicodependências dos portugueses", acrescentando que esta é “uma questão cultural”, que “não pode ser abordada com fundamentalismos”.

"Se quisermos ter benefícios em termos de saúde pública, temos que fazer algo agora", referiu Luís Martins, que se mostrou também preocupado com a relação do consumo de sal com o número de mortes por AVC.

O estudo "Sal no Pão" refere ainda que o AVC "é uma catástrofe evitável", que actualmente é responsável pela morte de 17 a 20 mil portugueses e de 575 mil europeus todos os anos.

Inês de Matos

Fontes: Lusa, Público

Pfizer e Nektar chegam a acordo sobre insulina inalável Exubera

A Pfizer Inc. irá desembolsar 135 milhões de dólares, como parte do acordo com a companhia biofarmacêutica Nektar, para resolver as questões contratuais relativas à descontinuação da insulina inalável Exubera, assim como à insulina inalável de próxima geração da Nektar, que está na fase inicial de desenvolvimento.

Segundo os termos do acordo, a Pfizer irá fazer um único pagamento, no valor total acordado, à Nektar para satisfazer todas as restantes obrigações contratuais relacionadas com o Exubera e com o produto em desenvolvimento. Caso a Nektar seleccione um novo parceiro para comercializar o Exubera, a Pfizer concordou em transferir os restantes direitos e todos os benefícios económicos, incluindo os registos e candidaturas na FDA e nas autoridades reguladores de outros países. Os ensaios clínicos a decorrer também serão transferidos.

Em Outubro, a Pfizer anunciou que iria terminar o investimento no fármaco para a diabetes da Nektar, e que iria descontinuar a sua comercialização, devido à sua baixa utilização. Contudo, a Pfizer antecipou que a comercialização da insulina inalável será estendida por mais 60 dias.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, CNNMoney, Forbes, www.rttnews.com

OCDE diz que só na Hungria se morre mais por AVC que em Portugal

Portugal é o segundo país com mais mortes devido a acidentes vasculares cerebrais, sendo apenas superado pela Hungria, concluiu um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que analisou dados de 27 países.

Em Portugal, a mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) é de 125,9 homens e de 99,6 mulheres por cada 100.000 pessoas, valores só ultrapassados pela Hungria, onde, em 2003, morreram 160,8 homens e 108,6 mulheres que sofreram um AVC.

A taxa de acidentes vasculares cerebrais é também elevada na Grécia e República Checa e os países onde se morre menos por AVC são a Suiça, a França e o Canadá. A média registada pelo estudo, nos 27 países analisados, foi de 54,4 nas mulheres e de 68,5 nos homens.

Uma alimentação desregrada, aliada ao consumo de tabaco e ao sedentarismo são os principais factores de risco, pois provocam hipertensão e consequentemente um AVC.

Ainda de acordo com o mesmo estudo, Portugal, República Checa, Hungria e Polónia eram os países que, em 2003, tinham mais casos de cáries entre as crianças, conclusão que resultou da soma do número de meninos com dentes estragados, falta de dentes, ou dentes tratados. Pelo contrário, as crianças da Alemanha, Reino Unido, Holanda, Suíça, Luxemburgo e Dinamarca foram aqueles que apresentaram menos problemas de saúde oral.

Tendo também analisado a incidência do cancro do pulmão, o estudo revelou que as mulheres portuguesas são menos morrem com este tipo de cancro ( apenas sete em cada 100 mil), registando-se a mortalidade mais elevada na Dinamarca, Islândia e Estados Unidos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa