terça-feira, 14 de agosto de 2007

Atrasar corte do cordão umbilical é benéfico para o bebé

Estudo constata redução de casos anémicos e de risco de icterícia

Uma investigação publicada no «Journal of the American Medical Association» (JAMA) sugere que, atrasar o corte do cordão umbilical é benéfico para o bebé. Reduzir a tendência para desenvolver anemia e diminuir os riscos de icterícia são as mais valias apontadas.

De acordo com o estudo conduzido por Eileen Hutton, da Hamilton University, nos Estados Unidos, os benefícios da espera (em apenas alguns minutos) da incisão do cordão umbilical “reflectiram-se no melhoramento dos níveis de ferro no sangue dos bebés” sustentando que, “um maior volume de sangue circula da mãe para o filho.”

A diminuição da tendência para desenvolver anemia (entre os dois e os seis meses) e a redução do risco de icterícia (uma condição fisiológica que afecta, aproximadamente, dois terços dos recém-nascidos saudáveis), foram os resultados destacados pela equipa de Eileen Hutton nos bebés cujo o corte foi atrasado.

Segundo informa o JAMA, a investigação envolveu 1.912 bebés, sendo que, em 1.001 o cordão umbilical foi cortado dois minutos após o parto e, na restante amostra de recém-nascidos, o corte foi imediato ao parto.

Raquel Pacheco
Fonte: JAMA/OM-Norte

Cientistas desenvolvem imagem 3D de célula viva

Uma técnica semelhante à utilizada nos aparelhos de raio-X serviu de base a um grupo de cientistas norte-americanos para desenvolver a primeira imagem de uma célula a três dimensões. Esta inovação permite aos médicos dispensarem a ajuda de marcadores de contraste para obterem pormenores detalhados sobre as actividades celulares.

Para a equipa de investigadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) a descoberta representa a “realização de um sonho” e o cumprimento de um objectivo que era já perseguido há vários anos. Conforme explicou Michael Feld, director do Laboratório de Espectroscopia do MIT, "pela primeira vez, as actividades funcionais de células vivas poderão ser estudadas nos seus estados naturais".

O estudo, publicado na revista “Nature”, dá conta dos detalhes da investigação que permitiu à equipa de cientistas criar imagens tridimensionais de células de um cancro cervical que revela a estrutura interna das células. Através da mesma tecnologia os autores da pesquisa desenvolveram também imagens de pequenos vermes e outros tipos de células.

O processo baseou-se na mesma técnica utilizada para criar tomografias computorizadas que fornecem imagens tridimensionais do corpo humano. Estas tomografias computorizadas, geradas através da conjugação de uma série de imagens de raio-X bidimensionais, são captadas à medida que a fonte de raio-X roda em torno do objecto.

“É possível reconstruir uma representação 3D de um objecto a partir de imagens múltiplas captadas através de várias direcções”, afirmou Wonshik Choi, orientador do estudo. Para criar uma imagem a três dimensões os investigadores combinaram 100 imagens bidimensionais obtidas a partir de ângulos diferentes que originaram um mapa tridimensional dos organismos celulares.

Marta Bilro

Fonte: Science Daily, BioPharma.Reporter.com, eParaiba.

Mosca-da-fruta ajuda a decifrar sono humano

Estudo apresenta resultados úteis ao desenvolvimento de novos fármacos

Um estudo publicado pela revista científica britânica «Nature Neuroscience», aponta a mosca-da-fruta ou mosca-do-vinagre como um modelo promissor para ajudar a decifrar a regulação do sono nos seres humanos. Segundo os cientistas, esta informação poderá ser útil à indústria farmacêutica.

A investigação, conduzida por cientistas do Neurosciences Institute de San Diego (Califórnia, EUA), sugere que a mosca-da-fruta (tecnicamente designada como Drosophila melanogaster) “pode ser um bom modelo na identificação das rotas moleculares implicadas nos mecanismos do sono.”

Ralph Greenspan, do instituto americano - citado pela revista britânica - garantiu que a mosca-da-fruta “representa um modelo promissor, já que o insecto experimenta um processo de sono biologicamente similar ao dos mamíferos”, revelando ainda que os estudos comprovaram que a Drosophila melanogaster responde, também, “aos mesmos agentes farmacológicos que modulam a excitação nos mamíferos.”

Para os especialistas, os resultados alcançados podem, futuramente, facilitar e tornar célere a pesquisa de outros cientistas referente à identificação de moléculas adicionais necessárias para a indução ou a manutenção do sono. A informação que saiu do estudo poderá, ainda, “ser usada pelas companhias farmacêuticas no sentido de desenvolver melhores produtos para ajudar a dormir", concluíram os investigadores de San Diego.

Raquel Pacheco
Fonte: «Nature Neuroscience»/Efe/Estadão.com.br

Descoberto “esconderijo” do VIH

Vírus oculta-se nos gânglios linfáticos da região intestinal em doentes submetidos a tratamento contínuo

O vírus latente do VIH/sida esconde-se nos gânglios linfáticos da região intestinal e, nesta zona do corpo, os linfócitos não actuam como deveriam resultando, talvez, na falha do combate à doença. As descobertas foram feitas por investigadores franceses e podem trazer respostas a perguntas que pairavam, há anos, entre a comunidade científica.

Um estudo conduzido por cientistas do Instituto Pasteur e Instituto Nacional da Saúde e de Pesquisas Médicas (Inserm), em Paris, apontou o “esconderijo” do VIH/sida no corpo de pacientes submetidos a tratamento contínuo contra a doença: os gânglios linfáticos da região intestinal.

Detectado “defeito” nos linfócitos

De acordo com a investigação publicada na revista científica «Cell Death and Differentiation», os investigadores franceses ter-se-ão também apercebido de que os linfócitos (responsáveis pela defesa do corpo humano) não desempenham bem o seu papel naquele local, apresentando um “defeito” de sobrevivência. “Estes linfócitos, normalmente, deveriam ser capazes de controlar o vírus, destruindo as células infectadas, no entanto, estão a morrer precocemente”, explicaram, sugerindo que esta “má-formação” poderá ser a causa da falha no combate definitivo do vírus.

Para os cientistas, descobrir o local onde o vírus se esconde nos doentes infectados e tratados há mais de dez anos, e cuja carga viral chega a um ponto indetectável “foi o passo mais importante.”

Em declarações ao jornal «Le Figaro», Jérôme Estaquier, coordenador da investigação, explicou que o “reservatório profundo situa-se, fundamentalmente, nos gânglios mesentéricos, que drenam a região intestinal, e não nas placas Peyer, inclusivamente, nos indivíduos tratados que não possuíam partículas virais detectáveis no sangue ou nos gânglios periféricos depois de 10 anos de infecção."

Este avanço abre um novo foco das pesquisas que, segundo os investigadores franceses, “será fortalecer os linfócitos, chamados T CD8, e possibilitar que eles vençam o VIH no momento em que a carga viral se encontra escondida somente nos gânglios linfáticos intestinais.”

De referir que, em estudos anteriores os cientistas já deram um passo neste caminho, tendo identificado a molécula que pode ser a responsável pela anomalia dos linfócitos T CD8. Trata-se da TGF-beta, uma citocina imunossupressiva (proteína que baixa a imunidade).

Raquel Pacheco
Fontes: «Le Figaro»/«Cell Death and Differentiation»/Agência de Notícias da Aids

Arius regista duas patentes de anticorpos nos Estados Unidos

A Arius Research Inc. registou duas patentes de anticorpos nos Estados Unidos, uma inserida no Programa da CD63 e que foi licenciada à parceira Genentech, Inc. e a outra incluída no Programa do antigénio carcinoembriónico (CEA).

A patente americana U.S. 7.256.272 abarca as reivindicações sobre a composição da substância em relação ao clone e anticorpo que atinge a CD63. Este anticorpo tem o potencial de recrutar o sistema de defesa do organismo para atacar o cancro, e tem demonstrado que consegue prevenir o crescimento do tumor e melhorar a sobrevivência em modelos de cancro da mama.

A segunda patente, a U.S. 7.256.271, contém reivindicações referentes à composição de um clone e anticorpo direccionado. O CEA é um marcador tumoral de expressão alargada, e o anticorpo direccionado para o CEA da Arius tem demonstrado uma robusta actividade anti-tumor em modelos de cancro do cólon e da mama.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Oramed completa Fase 1A do ensaio do fármaco de insulina oral

A Oramed Pharmaceuticals, Inc. completou com sucesso a Fase 1A do ensaio clínico da cápsula oral de gel de insulina. Este estudo exploratório foi desenhado para avaliar tanto a segurança e tolerabilidade, como as propriedades de absorção da tecnologia de administração de insulina desta companhia.

Este ensaio observou as alterações, ao longo do tempo, das concentrações de insulina, glicose e peptídeo-C no plasma, em voluntários saudáveis, através da administração de diversos tipos de dosagens orais. No que se refere a efeitos secundários, não foram observados resultados adversos significativos após a administração da cápsula de gel de insulina, exceptuando os efeitos já antecipados relacionados com hipoglicemia associada à insulina.

Tendo por base os resultados farmacocinéticos e farmacológicos desta fase inicial do ensaio, a companhia decidiu continuar o desenvolvimento do fármaco oral de insulina. Prevê-se que os ensaios adicionais de Fase 1 de biodisponibilidade e farmacocinética, para optimizar e finalizar a formulação, iniciem no final de 2007. A companhia pretende completar os estudos de Fase 1, nos Estados Unidos, até meados de 2008.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive
Produtos contêm substâncias proibidas
Infarmed ordenou recolha de cosméticos


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a recolha imediata do mercado de diversos produtos da marca Serge Louis Alvarez, comercializada em Portugal pela Medi-Visage. Em causa está a presença de substâncias proibidas.

Numa circular informativa classificada como urgente mas que, apesar de ter data do passado dia 6 só ontem foi tornada pública, o Conselho Directivo do Infarmed, na pessoa do seu vice-presidente Hélder Mota Filipe, esclareceu que, segundo a indicação do Departamento de Cosméticos e de Monitorização do Mercado de Produtos de Saúde do Infarmed, foi decidida a retirada imediata do mercado dos produtos cosméticos e de higiene corporal «Vernis à Ongles Power», «Xxcell Lotion Désincrustante», «Paillettes Exclusives» e «Paillettes Fines», da marca Serge Louis Alvarez, cujo responsável pela introdução em Portugal é a empresa Medi-Visage – Formação Profissional, Importação e Distribuição Lda.
Em causa está a detecção, na composição daqueles produtos, de substâncias proibidas como o ftalato de dibutilo, o fenol e dois corantes, um deles proibido em produtos cosméticos, e outro autorizado apenas em produtos que tenham apenas um contacto muito breve com a pele, o que neste caso não acontece. O Infarmed notifica assim “todas as entidades envolvidas no circuito de distribuição e venda dos referidos produtos sobre a suspensão imediata da sua comercialização”, e ao mesmo tempo adverte os profissionais e o público para se absterem de os usar.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

FDA aprova nova formulação do fenofibrato nas doses de 120 mg e 40 mg

A FDA aprovou a nova formulação do fenofibrato nas doses de 120 mg e 40 mg, da LifeCycle Pharma, para o tratamento da hiperlipidemia (valores anormalmente elevados de gorduras - colesterol, triglicéridos ou ambos - no sangue) e da hipertrigliceridemia (níveis sanguíneos elevados de triglicéridos).

Este fármaco utiliza a tecnologia Meltdose da LifeCycle Pharma, que está delineada para fornecer absorção superior e melhor biodisponibilidade. O lançamento no mercado norte-americano deste produto, que terá a dosagem mais baixa de fenofibrato disponível para pacientes, é esperado para o final de 2007.

O fenofibrato tem demonstrado ser muito eficaz em baixar as concentrações de triglicéridos e no aumento das lipoproteínas de elevada densidade (HDL), ou bom colesterol. Para além disso, tem um perfil de efeitos secundários superior, comparado com fármacos alternativos. As vendas do fenofibrato têm aumentado significativamente nos últimos anos, e em 2006, as vendas totais foram de 1,7 mil milhões de dólares em todo o mundo, o que representou um aumento de 16 por cento em relação a 2005.

Segundo os termos do acordo com a Sciele, a LifeCycle Pharma já recebeu um pagamento adiantado de 5 milhões de dólares, e ainda irá receber um pagamento de 4 milhões de dólares, uma vez que este fármaco recebeu agora a aprovação da FDA. A LifeCycle Pharma ainda irá receber pagamentos que podem atingir os 8 milhões de dólares quando certos objectivos de vendas forem atingidos.

Segundo o Dr. Flemming Ørnskov, presidente da LifeCycle Pharma, a companhia está satisfeita por ter recebido a aprovação da FDA para o primeiro produto nos Estados Unidos. O lançamento pendente deste produto marca um importante passo em frente para o modelo de negócio da companhia.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, www.lcpharma.com, Manual Merck, Infarmed

Roche auscultou mercado brasileiro

Farmacêutica suiça poderá investir num centro de investigação de medicamentos

A Roche poderá anunciar, em breve, o investimento num centro de investigação básico de medicamentos, no Brasil. A notícia foi avançada pelo «Correio Braziliense».

Segundo informou aquele jornal, um grupo de directores executivos da farmacêutica suiça terá passado a semana, no Brasil, a estudar o mercado e a analisar a viabilidade de implantar uma instituição que se dedique, especialmente, à investigação primária de fármacos.

De acordo com o diário, a abertura de um centro deste género sempre foi reivindicada pelo ministro da Saúde brasileiro, José Gomes Temporão, junto da Roche, mas a farmacêutica ainda não se terá decidido.

Raquel Pacheco

Fonte: Correio Brasilienze

FDA aprova genérico das cápsulas de Inderal LA

A Actavis recebeu aprovação por parte da FDA para comercializar as cápsulas de libertação prolongada de hidrocloreto de propranolol, sendo que a distribuição do fármaco irá começar imediatamente.

As cápsulas de libertação prolongada de hidrocloreto de propranolol são o genérico correspondente às cápsulas de Inderal LA da Wyeth Pharmaceuticals, disponíveis em doses de 60 mg, 80 mg, 120 mg e 160 mg. Este fármaco está indicado para o aumento da pressão arterial, dor no peito (angina) e outras doenças cardíacas, assegurar um batimento regular do coração, protecção do coração após um ataque cardíaco e prevenção da enxaqueca.

Segundo Doug Boothe, vice-presidente executivo da área comercial e administrativa, o lançamento do Propranolol é um importante marco para a Actavis. A companhia, detentora de uma das pipelines de produtos mais forte da indústria, continua a aumentar o negócio ao ampliar a oferta de produtos com genéricos acessíveis de elevada qualidade. Este lançamento está no seguimento da estratégia da Actavis de expandir o negócio no mercado de produtos de libertação controlada, e exemplifica a aptidão da companhia em produtos orais sólidos de libertação controlada.

As vendas anuais, nos Estados Unidos, das cápsulas de libertação prolongada de propranolol foram de aproximadamente 192 milhões de dólares até Junho de 2007, de acordo com os dados da IMS Health.

Isabel Marques

Fontes: www.actavis.com, Infarmed
ISEG promove pós-graduação entre Setembro e Julho
Gestão de Marketing Farmacêutico

O Instituto para o Desenvolvimento de Estudos Económicos do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa abriu inscrições, até ao dia 21 de Setembro, para a primeira edição da pós-graduação em Gestão de Marketing Farmacêutico, destinada essencialmente a quadros superiores das empresas, mas que prevê uma quota mínima de 25 por cento de licenciados em início de carreira nas áreas de Gestão, Marketing, Economia, Sistemas de Informação, Farmácia, Medicina, Biologia, Enfermagem e outras ciências da Saúde.

Uma “atractiva carreira no sector farmacêutico”, um estágio para os licenciados escolhidos e a possibilidade de conquistar prémios de mérito, além do contacto permanente com profissionais de destaque nas maiores multinacionais da área da Farmácia, são as garantias iniciais desta acção de formação, que contará com a coordenação científica de Pedro Picaluga Nevado e direcção executiva de Dário Félix Rodrigues, à frente de um elenco de docentes de reconhecido mérito. No final do curso os formandos deverão ter desenvolvido as suas competências avançadas para a gestão actual e moderna do marketing farmacêutico, podendo igualmente acumular créditos para a obtenção do grau de mestre. Foi submetido à Ordem dos Farmacêuticos um pedido de creditação, que a ser aprovado poderá funcionar como mais um incentivo aos profissionais daquela área.
Do plano curricular desta pós-graduação, composto por quatro blocos de matéria e dois seminários, fazem parte temas como aspectos legais do sector farmacêutico, finanças para marketing, estratégia e competitividade, marketing aplicado ao sector farmacêutico, gestão da área de investigação e desenvolvimento e da inovação, análise de dados, aprovisionamento hospitalar, gestão de informação farmacêutica, distribuição de medicamentos, estratégias de preços, empreendedorismo no sector da Farmácia, enquadramento internacional do negócio farmacêutico, gestão de produto, informação médica, gestão de equipas e media training. Os seminários no final do segundo e do quarto blocos contarão com as presenças do vice-presidente da Apifarma, Manuel Gonçalves, que abordará «Os caminhos da governance e a indústria farmacêutica», do director-geral da Bayer Portugal, João Barroca, do seu homólogo na Astra Zeneca, Alberto Aguiar, e do presidente do Grupo Bial, Luís Portela.

Números
Em Março o jornal «Meios & Publicidade» publicou uma reportagem em que dava conta da posição assumida pelos profissionais de saúde relativamente à questão do marketing farmacêutico. De acordo com o estudo publicado naquela edição do jornal, a imprensa médica e os mailings foram apontados como os meios que mais colhem a receptividade de quem trabalha nos departamentos de marketing dos laboratórios. À luz do estudo encomendado pela Serra Pinto Edições e Publicações à CAM Portugal, empresa de estudos de mercado do grupo Cegedim, 40 por cento dos inquiridos colocou, numa escala de seis a um, a imprensa médica no topo, e 24 por cento posicionou os malings no segundo lugar, seguindo-se a internet, o e-mail e os e-meetings.
Os responsáveis de marketing dos laboratórios também controlo apertado sobre o impacto da publicidade, desenvolvendo para isso estudos de mercado ou próprios (17 por cento) ou com recurso a um painel (5 por cento). Em relação à imprensa, os profissionais apostam massivamente (83 por cento) nas revistas. Realizado durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2006 numa amostra de 100 profissionais de marketing farmacêutico (89 gestores de produto, oito directores de marketing e três business unit managers) de 48 laboratórios que representam 67,5 por cento do investimento publicitário no ano anterior, o estudo apresentou algumas pistas sobre as estratégias tidas como mais eficazes pela indústria farmacêutica para chegarem aos seus targets.

Notoriedade espontânea
Um outro estudo, divulgado na mesma edição do «Meios & Publicidade» informava que em média os médicos recordam espontaneamente os nomes de 3,5 marcas de laboratórios. De acordo com o estudo «Healthcare», elaborado pela Novadir entre Novembro de 2006 e Janeiro deste ano junto de aproximadamente duas centenas de médicos de clínica geral, a Merck Sharp & Dohme é a companhia farmacêutica com melhor índice de notoriedade espontânea junto dos clínicos (49,6 por cento), seguindo-se a Bial (39), a Pfizer (36,7), a Novartis (28), a GçaxoSmithKline (24 por cento), a Roche (23,4), a Bayer (21,4), a Merck Genéricos (16,4), a Ratiopharma (10,6 por cento), a Sanofi-Aventis (9,5), a Astra Zeneca (9,4), a Labesfal (9,2 por cento), a Jaba (7,8), a Medinfar (6,4) e a Boehringer Ingelheim (4,4 por cento).
A Merck, logo seguida da Bial e da Pfizer, lidera também o «ranking» das empresas orientadas para a melhoria da qualidade da vida humana e das firmas que estão presentes em mais áreas de actuação. Também na inovação a Merck destaca-se, e as duas outras empresas acompanham-na de perto, nem como nos parâmetros de ética e integridade. Entre as companhias de forte cariz social e público, é a Bial que se destaca, com 19,5 por cento dos votos, deixando atrás a Merck, com nove por cento, e a Bayer, com 8,3 pontos percentuais.

Carla Teixeira
Fonte: mail do farmacia-press, jornal «Meios & Publicidade» de Março de 2007

REPORTAGEM

Organização Mundial de Saúde tem registo
Maior transparência nos ensaios clínicos


O secretismo que normalmente envolve a realização de ensaios clínicos por parte dos laboratórios farmacêuticos tende a gerar desconfiança junto das populações, designadamente quando há notícias de acontecimentos inesperados e negativos associados aos testes com medicamentos em seres humanos. Na esperança de estancar esses receios, a Organização Mundial de Saúde criou um sistema de registo dos ensaios clínicos, e espera que agora, consumada a adesão da China e da Índia, haja maior transparência e confiança naqueles procedimentos.

A OMS pretende que, a partir de agora, as companhias farmacêuticas tenham de registar online os seus estudos com medicamentos, antes de arrolarem o primeiro participante, e durante o período de duração do ensaio clínico terão de fornecer informações sobre o mesmo, nomeadamente no que diz respeito ao número de participantes envolvidos e aos objectivos da análise. Fonte do Conselho Indiano da Investigação Médica (ICMR na sigla em inglês para Indian Council of Medical Research) explicou que a participação nacional na iniciativa da OMS foi possível graças à colaboração daquela entidade internacional com o Instituto Nacional de Estatísticas Médicas da Índia, acrescentando que, apesar de o registo de ensaios clínicos ser opcional, há cada vez mais jornais e revistas especializadas que não publicam os resultados de estudos que não tenham sido registados.
A partir do momento em que o ensaio de um medicamento em seres humanos for registado no sistema da Organização Mundial de Saúde, os seus promotores não só poderão dar conta dos resultados positivos que ele produza, como terão de revelar os menos bons, aumentando, nessa medida, o nível de transparência e de confiança das populações na comunidade médica e científica, bem como nas empresas do sector farmacêutico, que anualmente investem, em todo o mundo, cerca de 60 mil milhões de dólares em investigação e desenvolvimento de novos compostos químicos. A ênfase que as empresas colocam nessa actividade, bem como o crescente conhecimento de novas doenças, o aumento do conhecimento na área da biologia molecular e os progressos da informática que permitiram uma reprodução significativa de estruturas moleculares, tiveram como resultado uma progressiva capacidade de desenvolvimento de novos medicamentos e de novos sistemas de veiculação de fármacos, ampliando o seu uso.
Nessa medida, os ensaios clínicos surgem como mecanismo de regulamentação em que a indústria farmacêutica investe tempo e dinheiro no sentido de garantir aos cidadãos a produção de medicamentos seguros e de qualidade. Os ensaios clínicos são úteis para os médicos, na medida em que permitem o conhecimento dos tratamentos mais seguros e eficazes para as doenças que afectam os seus pacientes. Por esse motivo poderá ser importante uma maior divulgação sobre o modo como eles são elaborados e sobre os resultados que produzem. Não raras vezes um estudo motiva a realização de vários outros estudos, tendo em conta as conclusões a que chega, desencadeando uma sucessão de reacções e de novos dados que impulsionam os cientistas para novas perguntas e, mais importante, para cada vez mais novas respostas.
Os ensaios clínicos dividem-se em quatro fases: a primeira consiste na análise de parâmetros como a segurança, a tolerância e a eficácia do novo medicamento no organismo; nos ensaios clínicos de fase II é investigada a eficácia num número limitado de doentes, sendo o momento em que têm lugar os eventuais ajustes da dose administrada; os ensaios clínicos de fase III incluem já um número alargado de pacientes e servem para comparar o medicamento com outros já existentes no mercado, eficazes no tratamento do mesmo problema; os ensaios clínicos de fase IV realizam-se já no período em que o fármaco é comercializado, a fim de testar o seu comportamento e detectar possíveis novos efeitos adversos.

Carla Teixeira
Fonte: Business Line, investigação em diversos sites na internet

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

AVC: anticoagulante é mais eficaz do que aspirina

Estudo provou que risco de ataques foi significativamente menor em doentes administrados com warfarina

Um estudo publicado na «The Lancet» revela que a warfarina (anticoagulante) provou ser mais eficaz do que a aspirina na prevenção de apoplexias, neste caso, no Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ocorre em idosos que sofrem de arritmias cardíacas.

De acordo com aquela revista médica, a investigação conduzida por cientistas da Universidade de Birmingham (Reino Unido) - liderada pelo médico Jonathan Mant – incidiu no estudo de um grupo de 973 pessoas que sofriam de fibrilhação auricular (contracção auricular extremamente veloz e desordenada).

Deste grupo – que tinha uma média etária de 81 anos – a equipa de investigadores escolheu, aleatoriamente, 488 doentes aos quais administrou o anticoagulante (warfarina), enquanto que, a aspirina foi administrada nos restantes. Durante dois anos e sete meses, os cientistas analisaram a eficácia de cada medicamento e o aumento do risco de hemorragias nos usuários.

Ao longo daquele período de tempo, foram estudados casos de AVC (apoplexia fatal ou paralisadora), hemorragias intracranianas e embolias arteriais graves. Segundo os cientistas britânicos, ocorreram 24 casos graves: 21 AVC, duas hemorragias intracraniais e uma embolia sistémica no grupo que recebeu warfarina. No grupo que tomou aspirina, registaram 48 episódios graves: 44 ataques cerebrais, uma hemorragia intracranial e três embolias sistémicas.

Os resultados permitiram à equipa de Jonathan Mant constatar que “o risco de ataques de apoplexia e embolias arteriais era significativamente menor no primeiro grupo que no segundo”, concluindo que, deste modo, o anticoagulante pode ser usado mais frequentemente para tratar idosos. Contudo, os especialistas ressalvaram não ter prova de que – comparativamente com a usual aspirina - esta substância activa espolete outros problemas de risco maior.

Raquel Pacheco
Fontes: «The Lancet»/Radio Grande FM

Next Safety aponta avanço para novos tratamentos

Testes provaram eficácia de dispositivo pulmonar na administração de nicotina; empresa diz que medicamentos podem seguir o mesmo caminho

Qualquer medicamento solúvel em água poderá ser administrado com “precisão e eficácia muito altas” através dos dispositivos e métodos pulmonares desenvolvidos pela Next Safety. A garantia foi dada pela empresa após ter testado com êxito a eficiência de um dos aparelhos, avançou a PRNewswire.

Tal como noticiou o farmacia.com.pt, a Next Safety vaticinou o fim da era do tabaco ao apresentar aos fumadores um aparelho inovador de distribuição de nicotina. Segundo foi antecipado, o dispositivo - com efeitos altamente psicoativos do acto de fumar, e com a mais valia de banir a inalação das 69 substâncias cancerígenas presentes nos cigarros – iria ser testado em humanos.

Os resultados do estudo (que envolveu 30 participantes) provaram que o dispositivo pulmonar proporciona maior eficácia do que cigarros. “Mais de 74 por cento da nicotina contida no dispositivo entrou na corrente sanguínea”, anunciou a empresa, citada pela PRNewswire.

Fim da era do tabaco
Segundo explicou a Next Safety, “cada indivíduo recebeu menos nicotina do que aquela tipicamente inalada a partir do consumo de um cigarro, mas com efeitos psicoativos mais elevados”, sublinhando que “sem receberem nenhum dos cancerígenos mortais, os participantes conseguiram níveis de nicotina no sangue muito mais altos e em taxas mais rápidas do que aqueles possivelmente obtidos através do consumo de cigarros.”

Face aos resultados conclusivos destes testes, a Next Safety Inc. considera que a tecnologia que desenvolveu pode abrir caminho a outros tratamentos. “O avanço na administração pulmonar de um medicamento não está limitado somente à nicotina”, afirmou, concretizando que diversos fármacos, nomeadamente, antibióticos, analgésicos, antieméticos e vacinas de toma via intravenosa “podem, agora, ser administrados efectivamente através de meios pulmonares com precisão, eficácia e eficiência.”

De acordo com um comunicado da empresa, os dispositivos começarão a ser distribuídos em Dezembro, “nos mercados onde as regulamentações actuais permitirem” contabilizando “mais de dois milhões de aparelhos, por mês, durante o primeiro trimestre de 2008.”

Recorde-se que, esta semana, a Next Safety vai distribuir amostras dos dispositivos para alguns jornalistas.

Raquel Pacheco
Fonte: PRNewswire

Kuvan reduz níveis fenilalanina no sangue

A Biomarin Pharmaceutical e a MerckSerono anunciaram que os resultados dos ensaios clínicos de fase III relativos ao Kuvan demonstram que o medicamento reduz o nível de fenilalanina no sangue em doentes com fenilcetonúria.

A Biovan acredita que o Kuvan possa receber aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) no final do mês de Novembro, uma vez que a entidade reguladora concedeu recentemente revisão prioritária ao medicamento.

A fenilcetonúria é uma perturbação hereditária do metabolismo da fenilalanina provocada por um défice enzimático (em fenilalanina-hidroxilase) que ocorre quando a enzima que processa o aminoácido fenalanina se encontra ausente, provocando um valor alarmantemente alto de fenilalanina no sangue.

A fenilalanina transforma-se normalmente em tirosina, outro aminoácido, eliminando-se do organismo. Sem a presença da enzima que a transforma, a fenilalanina acumula-se no sangue e é tóxica para o cérebro, provocando atraso mental. De acordo como o Manual Merck, a fenilcetonúria está presente na maioria dos grupos geográficos, mas é rara na população judaica de descendentes europeus orientais e na negra. A incidência é de aproximadamente 1 em cada 16 mil nados vivos. Se não for tratada, os afectados desenvolvem rapidamente um determinado grau de atraso mental, que, por norma é grave.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNN Money, Manual Merck, Médicos de Portugal.

Novo estudo põe em causa alegações de risco cardíaco associado à toma de Avandia

GSK prepara estratégia de marketing para combater quebra nas prescrições

Depois das prescrições do Avandia (maleato de rosiglitazona) terem sofrido uma quebra de 40 por cento no mercado norte-americano, a GlaxoSmithKline (GSK) pode estar a preparar um corte na disponibilização do medicamento. À margem desta decisão, um novo estudo vem pôr em causa os resultados da análise que colocou o fármaco sob suspeitas de aumentar o risco de ataque cardíaco.

A segurança do fármaco foi posta em causa em Maio, quando um relatório publicado no “New England Journal of Medicine” (NEJM) alegava que a toma de Avandia aumentava em 43 por cento o risco de sofrer um ataque cardíaco. Recentemente o medicamento foi reavaliado pela Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que decidiu que a substância destinada ao tratamento da diabetes deve permanecer no mercado porque os benefícios superam os riscos. Ainda assim, o medicamento terá de ser acompanhado por novos avisos de segurança, dado que se observou que aumenta a probabilidade de sofrer ataques cardíacos.

De maneira a fazer face às contrariedades inerentes à imposição da FDA, a farmacêutica britânica pretende agora lançar um contra-ataque publicitário através de uma nova estratégia de marketing que pode incluir a redução da distribuição do Avandia ou a recolocação de funcionários noutras áreas do negócio.

Porém, quando as preocupações da GSK pareciam não ter um fim à vista, George Diamond e Sanjay Kaul, do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, afirmam que uma nova análise dos dados sugere que a metodologia previamente utilizada pode ter reportado de forma exagerada os riscos inerentes à toma do medicamento. Os dois especialistas em cardiologia alegam que uma metodologia alternativa de análise à segurança do fármaco não demonstrou um aumento estatisticamente significativo de aumento do risco de ataque cardíaco ou morte cardiovascular.

O estudo original utilizou dados de vários ensaios clínicos que não foram necessariamente talhados para detectar ataques cardíacos e mortes provocadas por problemas cardiovasculares. Para além disso, a maioria dos ensaios clínicos não revelou nenhum ataque cardíaco nem qualquer caso de morte provocada por problemas cardiovasculares. Na presença de uma situação de “dados dispersos” é possível que o modelo estatístico empregue pelos investigadores do estudo divulgado pelo NEJM tenha sobrestimado os riscos. Quando os dados “corrigidos” foram reintroduzidos no computador, utilizando um modelo diferente, as estimativas de risco observadas foram inferiores.

“Apesar dos riscos ainda serem elevados, já não eram estatisticamente significativos. Houve uma maior incerteza acerca do risco associado ao Avandia relativamente ao que inicialmente foi divulgado, sendo que, nem o aumento nem a diminuição do risco foram conclusivamente determinados”, referem os autores. A meta-análise aplicou um modelo estatístico, porém, de acordo com estes especialistas, “havia outras abordagens que mereciam ser consideradas”, uma vez que só se pode confiar nos resultados “quando métodos diferentes indicam as mesmas respostas ”, frisou Diamond.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times, Hemscott.

Cientistas alemães identificam região cerebral responsável pela dor

Uma equipa de investigadores neurológicos do Centro Médico da Universidade de Hamburg-Eppendorf descobriu a região do cérebro humano responsável pelos registos da dor, um avanço que pode dar origem a meios de tratamento mais eficazes para reduzir ou eliminar a dor crónica. Apesar de, por vezes, ser subestimada, cerca de 1 em cada 10 pessoas sofre de dor crónica, cuja intensidade obriga à procura de cuidados específicos.

Prolongada no tempo e normalmente com difícil identificação causal, a dor crónica causa sofrimento, podendo manifestar-se com várias características e gerar diversos estádios patológicos. Apesar de milhões de pessoas sofrerem de dor crónica, os mais idosos tendem a encará-la como sendo normal na sua idade. No entanto, este facto não é uma consequência inevitável do envelhecimento. Na realidade, as pessoas mais novas podem sofrer mais vezes de dores fortes do que as mais velhas, isto porque, quando se envelhece, a tendência é para se ter menos sensibilidade à dor, especialmente à dor de cabeça, à dor abdominal ou à dor facial.

Um grupo de especialistas alemães parece ter conseguido identificar com precisão a área do cérebro humano que permite à dor ter capacidade para afectar o processamento cognitivo. A dor que está directamente relacionada com esta região cerebral é distinta da que está envolvida naquela que interfere com o processamento cognitivo devido a uma distracção da memória.

Para conseguirem detectar a área do cérebro que permitia à dor usurpar a atenção, a equipa conduzida por Ulrike Bingel pediu aos voluntários para desempenharem uma tarefa cognitiva que envolvia a distinção de figuras, para além de um trabalho de utilização da memória para recordar imagens. Os investigadores pediram aos voluntários para desempenhar as tarefas à medida que experienciavam diferentes níveis de dor incutidos através de um raio laser. Durante os testes, foram realizadas várias ressonâncias magnéticas (RM) para avaliar o fluxo sanguíneo nas várias regiões do cérebro que reflectem a actividade do mesmo.

Os cientistas conseguiram identificar uma região cerebral denominada complexo lateral occipital como a área relacionada com a cognição afectada pela carga de memória activa e pela dor. O próximo passo foi identificar a região do cérebro através da qual a dor afecta o funcionamento do complexo lateral occipital. Os investigadores apontam o córtex cingulado anterior frontal como o possível responsável, uma vez que se sabe que esta região faz parte do processo cerebral que desencadeia a dor. As RM realizadas durante o estudo demonstraram que o córtex cingulado anterior frontal é o centro cerebral através do qual a dor influencia o complexo lateral occipital. Por outro lado, a carga de memória activa influencia o complexo lateral occipital através de uma outra área, o córtex parietal inferior.

A regulação do processo visual através da dor que foi observado nas RM é relevante do ponto de vista comportamental, salientam os especialistas. Isto porque, à medida que as RM mostravam que a dor afectava o complexo lateral occipital, também denunciaram uma falha de precisão paralela no reconhecimento das imagens por parte do sujeito.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Administração Regional de Saúde do Centro, Portal da Saúde.

Risperdal mais eficaz que Zyprexa no tratamento da esquizofrenia

Um estudo comparativo demonstrou que o Risperdal Consta (risperidona), um medicamento injectável produzido pela Johnson & Johnson, tem mais benefícios no tratamento da esquizofrenia do que o Zyprexa (olanzapina) da Eli Lilly, um fármaco de administração oral com as mesmas indicações terapêuticas.

Os dados da investigação, publicados no “British Journal of Psychiatry”, revelam que os pacientes aos quais foi administrado o Risperdal Consta demonstraram melhorias clínicas significativamente elevadas. Foram também registados mais avanços ao nível da organização do raciocínio ao fim de 12 meses, relativamente aos doentes que receberam Zyprexa.

Por norma, ambos os medicamentos são eficientes e bem tolerados, todavia, no que toca à eficácia em tratamentos prolongados, os benefícios do Risperdal Consta são superiores, referem as conclusões investigação.

O estudo, realizado a nível mundial em 48 locais distintos, envolveu a participação de 318 doentes que foram aleatoriamente submetidos a injecções de risperidona e de outros 300 pacientes tratados com olenzapina. Desse total, 160 pacientes do primeiro grupo e 187 do segundo completaram os 12 meses de ensaio clínico.

Os investigadores observaram uma alteração notória em todos os valores da Escala de Síndrome Positiva e Negativa (PANSS), uma ferramenta utilizada em investigações que envolvem doentes esquizofrénicos para avaliar a gravidade dos sintomas psicopatológicos positivos, negativos e gerais. O Risperdal Consta alcançou uma redução de 20 por cento nos resultados totais da PANSS em cerca de 97 por cento dos doentes, comparativamente a 79 por cento nos doentes tratados com Zyprexa, durante 12 meses.

No ensaio clínico prolongado (12 meses), os dados deram conta de uma melhoria significativa no factor da PANSS relativo à organização do raciocínio em pacientes tratados com a risperidona. Contudo, os sintomas de ansiedade e depressão melhoraram visivelmente no grupo que recebeu a olanzepina. Ainda assim, o rol de vantagens associadas à risperidona parece ser mais volumoso, uma vez que o tratamento prolongado com este fármaco tem também menos efeitos no aumento de peso e na subida do índice de massa corporal.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times

Actavis adquire três fármacos da Roche

O laboratório suíço Roche vai vender três dos seus produtos farmacêuticos ao Actavis, um grupo islandês produtor de genéricos. O montante envolvido no acordo não foi revelado.

Desta forma, são transferidos para o Actavis os direitos associados ao Bezalip (Bezafibrato) e ao Rapilysin (Reteplase), ambos utilizados em tratamentos cardiovasculares, bem como os do Neotigason (Acitretina), indicado no tratamento da psoríase, ictioses e dermatoses.

A distribuição destes medicamentos na América Latina vai continuar a cargo da Roche através de uma licença emitida pelo Actavis.

A transacção dos direitos deverá estar concluída entre o final de 2007 e o inicio de 2008, revelou a Roche que justificou esta medida com a sua intenção de se concentrar nos seus departamentos de produtos farmacêuticos inovadores e de diagnóstico.

Em 2006, as vendas destes três produtos renderam perto de 86 milhões e euros.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters.

Fármaco da Wyeth e da Solvay Pharmaceuticals
FDA não aprovou o bifeprunox


A Food and Drug Administration, autoridade para o sector do medicamento nos Estados Unidos, negou a entrada no mercado do Bifeprunox, fármaco experimental da Wyeth e da Solvay Pharmaceuticals para o tratamento da esquizofrenia. Apesar de, como o farmacia.com.pt noticiou há dias, as duas companhias farmacêuticas terem afirmado as vantagens do novo medicamento, a agência reguladora norte-americana entendeu que a eficácia demonstrada pelo Bifeprunox, comparada com a dos tratamentos de referência, não é suficientemente significativa para permitir a sua aprovação.

A fim de sustentar o «chumbo» da pretensão das duas companhias farmacêuticas, cujos títulos cotados em bolsa registaram quedas de três por cento (Solvay) e seis por cento (Wyeth), a FDA pediu mais informações sobre a actuação do bifeprunox no metabolismo humano, bem como no que diz respeito ao caso de um doente que morreu durante o ensaio clínico daquele composto. A Solvay Pharmaceuticals veio entretanto a público garantir que não pretende desistir da aprovação, e que está já a preparar-se no sentido de, “em conjunto com a autoridade norte-americana, trabalhar para conseguir a aprovação do bifeprunox tão rapidamente quanto seja possível”. Laurence Downey, CEO da companhia nos Estados Unidos, asseverou que essa é a linha a seguir nos próximos tempos. Já a Wyeth admitiu que a recusa da FDA poderá atrasar em cerca de dois anos a aprovação do medicamento (que estava prevista para o final desta década), uma vez que foram pedidos novos dados, que obrigarão à realização de novas baterias de testes ao fármaco.
No seu último boletim mensal, a Solvay Pharmaceuticals anunciou que estava em fase de análise pela FDA um medicamento que pretende alcançar maior eficácia no tratamento da esquizofrenia, doença mental que afecta cerca de um por cento da população mundial. Segundo o farmacia.com.pt conseguiu apurar nessa altura, o Bifeprunox encontra-se em estudo há largos anos, tendo os ensaios clínicos feitos mostrado o seu potencial antipsicótico, que o tornaria capaz de evitar alguns efeitos secundários associados às convencionais terapias para a esquizofrenia: o elevado aumento de peso e a interferência nos níveis de colesterol do doente. Segundo a companhia farmacêutica belga, o mecanismo de actuação do bifeprunox tem como objectivo a normalização dos níveis químicos no cérebro, “estimulando a actividade da dopamina onde ela é demasiado baixa, e inibindo a sua actividade sempre que os seus níveis estão muito altos, sendo essa a mais-valia do fármaco (as terapias actuais simplesmente bloqueiam a dopamina).

Carla Teixeira
Fonte: Solvay Pharmaceuticals, Firstword, Wyeth, Bloomberg, CNN, Forbes
Governo aprovou nova lista de medicamentos sem receita
Maior consumo de fármacos alerta médicos


O Ministério da Saúde português volta a estar na mira da classe médica, que desta vez ergue um coro de protesto contra medidas tomadas pelo gabinete de António Correia de Campos que, segundo a classe médica, têm potenciado um aumento do consumo de medicamentos sem obrigatoriedade de prescrição.

A publicação, pela tutela, de uma nova lista de doenças que poderão ser tratadas sem qualquer consulta médica – ansiedade ligeira, dores reumáticas ou articulares, febre, diarreias e conjuntivite – terá sido a gota que, na sexta-feira, fez transbordar o copo do descontentamento entre a classe médica. O bastonário não reagiu ainda à nova lista, mas as estruturas representativas dos médicos em Portugal entoaram diversas críticas à medida. O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, disse que “o país não está preparado” para o que classificou como “liberalização da venda de medicamentos”, que na opinião da entidade a que preside terá de ser “acompanhada de um plano de Educação para a Saúde em Portugal, “porque muitas pessoas nem sequer têm literacia”.
Em representação do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Santos foi mais longe, e alertou para os perigos da automedicação, frisando que, qualquer doença, ainda que possa ser tratada com medicamentos de venda livre, deverá sempre ser tratada com o acompanhamento e a supervisão de um profissional, lamentando que o Governo “só esteja preocupado em reduzir a despesa com a comparticipação dos medicamentos”. Pedro Nunes, que lidera a Ordem dos Médicos, entendeu não se pronunciar sobre a nova lista de 66 casos em que o doente poderá automedicar-se, alegando não conhecer o documento. Espera-se assim que bastonário assuma uma posição pública sobre esta matéria nos próximos dias.

Carla Teixeira
Fonte: TSF, Correio da Manhã, Agência Lusa
Para triplicar as exportações de medicamentos até 2012
Novartis amplia representação no Brasil

A companhia farmacêutica suíça Novartis anunciou a intenção de aumentar a sua representação no Brasil, expandindo as instalações de duas fábricas que já possui naquele país e apostando no objectivo da triplicação do volume de exportações de fármacos nos próximos cinco anos. As novas instalações da multinacional, situadas em Resende (Rio de Janeiro) e Taboão da Serra (São Paulo), foram inauguradas em Julho, pelo presidente mundial da Novartis, Daniel Vasella, e pelo ministro da Saúde do Brasil, José Gomes Temporão.

As novas unidades de produção da multinacional suíça alimentam a expectativa de um crescimento sólido e sustentado da empresa no Brasil e no mundo. Segundo os dados apresentados pela Novartis na cerimónia de inauguração das novas fábricas, o cumprimento do objectivo da triplicação do volume das exportações transformará a empresa suíça na maior exportadora do sector farmacêutico a nível mundial. Por isso, “os mercados da América Latina e do Brasil são prioritários para a Novartis”, afirmou Nélson Mussolini, director corporativo da Novartis brasileira. Por seu turno, o presidente da companhia no Brasil, Alexander Triebnigg, assegura que a Novartis pretende tornar-se responsável por 20 por cento do volume total de exportações da indústria farmacêutica brasileira.
A empresa oferece regularmente ao governo brasileiro fármacos patenteados para programas de combate à hanseníase, à malária e à hipertensão, e faz ainda parte de diversos projectos da Organização Mundial de Saúde destinados a melhorar o acesso das populações pobres a medicamentos contra a malária, a tuberculose e a hanseníase. O Instituto Novartis de Pesquisas em Doenças Tropicais, instalado em Singapura, desenvolve novos compostos químicos, e todas as suas descobertas serão disponibilizadas, sem lucros, aos países em desenvolvimento.
A expansão no Brasil integra assim um crescimento mais vasto da companhia, que já está presente em 140 países. Além da matriz da empresa, em Basiléia, só quatro unidades de produção da Novartis participam no desenvolvimento do valsartana, o princípio activo do Diovan, o medicamento contra a hipertensão mais vendido em todo o mundo. Líder mundial em cuidados de saúde, a Novartis aponta como metas de futuro “descobrir, desenvolver e comercializar com sucesso produtos inovadores para tratar e prevenir doenças, aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida das populações”, garantindo uma aposta contínua no “fortalecimento do portfólio de produtos em plataformas de crescimento estratégicas: artigos farmacêuticos inovadores, medicamentos genéricos de alta qualidade a baixo custo, vacinas para humanos e fármacos isentos de prescrição médica.

Carla Teixeira
Fonte: Swissinfo, Novartis.com.br

domingo, 12 de agosto de 2007

Heroinómanos vão ter acesso a novo tratamento

Suboxone disponível em Portugal em Setembro

Chega a Portugal em Setembro o Suboxone, um novo fármaco destinado a combater a dependência de heroína. O medicamento tem como princípios activos a buprenorfina que, tal como a metadona, faz de substituto, e a naloxona, que pretende impedir o consumo incorrecto por via intravenosa.

Aprovado em Maio pela União Europeia, o Suboxone aguarda agora a comparticipação financeira do Infarmed. Independentemente dessa decisão, a partir de Setembro passa a ser disponibilizado aos adultos e adolescentes portugueses, com mais de 15 anos de idade, que tenham concordado ser submetidos a tratamento da toxicodependência. Não é, certamente, uma fórmula milagrosa, mas a combinação da buprenorfina e da naloxona promete evoluções significativas.

A buprenorfina, um agonista/antagonista parcial opiáceo que se liga aos receptores μ (mu) e κ (kappa) do cérebro, actua no tratamento de manutenção opiáceo através das suas propriedades lentamente reversíveis com os receptores μ, que poderão minimizar, durante um período prolongado, a necessidade de drogas em doentes toxicodependentes. Ao inibir a actuação da heroína, o doente deixa de ter necessidade de a consumir, já que esta não produz o efeito de euforia pretendido porque foi bloqueada pelo medicamento. Desta forma são evitados os sintomas de ressaca e a necessidade de consumo de heroína. Porém, alguns toxicodependentes dedicavam-se, frequentemente, ao desvio destes comprimidos para os dissolverem e injectarem a solução resultante.

Esta situação passa a poder ser evitada com associação à naloxona, um antagonista dos receptores μ (mu)-opiáceos que, quando administrada por via oral ou sublingual nas doses habituais a doentes em abstinência dos opiáceos, exerce um efeito farmacológico reduzido ou nulo visto ser quase completo o seu metabolismo de primeira passagem. No entanto, a sua administração por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorrecto por via intravenosa.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Infarmed.

sábado, 11 de agosto de 2007

Prexige retirado do mercado australiano

Medicamento associado a ocorrência de lesões hepáticas

As autoridades de saúde australianas ordenaram a recolha do mercado do Prexige (Lumiracoxib), um medicamento destinado ao tratamento da osteoartrose, depois de terem sido registadas duas mortes e dois transplantes de fígado que se suspeita terem sido provocados pela utilização do fármaco.

O Departamento de Saúde e Administração de Bens Terapêuticos de Envelhecimento (TGA) do Governo Australiano emitiu um comunicado, no qual refere que a administração do medicamento foi associada a várias lesões no fígado. O fármaco, comercializado pela Novartis, é um inibidor selectivo da COX-2 que pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs).

O documento divulgado pelo TGA dá conta da recepção de oito relatórios referentes a reacções adversas provocadas no fígado pelo mediamento em questão, “incluindo duas mortes e dois transplantes de fígado”.

A medida é preventiva, refere o TGA que, em conjunto com o Comité de Aconselhamento de Reacções Adversas a Fármacos, procedeu à análise dos referidos relatórios “e recomendou o cancelamento do registo do Lumiracoxib devido à gravidade dos efeitos secundários relatados associados à ingestão do medicamento”, afirmou Rohan Hammett, presidente do comité de especialistas.

Segundo explicou o mesmo responsável, “quanto mais longo é o tempo de exposição ao tratamento, maiores são as probabilidades de lesões hepáticas”. O TGA recomenda, por isso, que os doentes abandonem a toma do fármaco “imediatamente” e procurem uma terapia alternativa junto do médico.

A Novartis está a colaborar na recolha do medicamento, avançou a farmacêutica num comunicado divulgado no seu portal australiano. Desde Julho de 2005, data em que a substância foi lançadao, registaram-se já mais de 7 milhões de prescrições do Prexige a nível mundial.

Marta Bilro

Fonte: Novartis, Departamento de Saúde e Administração de Bens Terapêuticos de Envelhecimento do Governo Australiano.

Lisboa acolhe 1º Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas

Conhecer “o estado da arte”, isto é, as funções e tecnologias químicas e farmacêuticas envolvidas no processo de produção dos produtos de beleza, para além do papel que desempenham nas rotinas do dia-a-dia, é o mote para a realização do 1º Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas, subordinado ao tema “Expandindo as Fronteiras”. O Auditório Agostinho da Silva, em Lisboa, será o palco onde se vão cruzar diversos especialistas do sector, no dia 19 de Outubro de 2007.

O evento, organizado pelo Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, pretende contribuir para a promoção desta área junto de investigadores, industriais, empresários e profissionais dos diversos sectores da saúde. Nesse sentido, o congresso vai funcionar como um fórum de apresentação de trabalhos e discussão de temas, de natureza técnico-científica.

A massificação dos produtos de beleza, higiene e bem-estar fez com que estes se tornassem uma presença constante no dia-a-dia de cada pessoa. Porém, a sua composição envolve compostos complexos, em muitos aspectos (técnicos) mais elaborados que os medicamentos. Actualmente são, com frequência, utilizados como complemento principal da terapêutica dermatológica, e reconhecidos na promoção da saúde pública e qualidade de vida, esbatendo-se, por vezes, as fronteiras com outros produtos de saúde (medicamentos e dispositivos médicos), biocidas ou alimentos.

De acordo com os organizadores do evento, esta realidade é fruto do avanço científico e tecnológico que tem “proporcionado permanentes desenvolvimentos e inovação, que transformam esta na classe mais segura de produtos para uso humano, e simultaneamente, cada vez mais úteis e acessíveis”.

Entre os principais temas que vão ser debatidos destacam-se a importância da informação ao consumidor, o futuro da comprovação da segurança dos produtos cosméticos na Europa, a abordagem dermatológica do foto-envelhecimento, a relação entre a pele e a mente, o papel dos produtos cosméticos na saúde pública ou a farmácia comunitária e a promoção da saúde cutânea. A ficha de inscrição está disponível no portal do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Lusófona, bem como o programa e a lista de intervenientes no congresso.

Marta Bilro

Fonte: Jasfarma, Universidade Lusófona.

Doença afecta cerca de 400 mil pessoas em Portugal
Identificado gene causador do glaucoma capsular


Uma equipa de cientistas da Escandinávia identificou o gene responsável pelo glaucoma capsular, uma das variantes daquela doença ocular cujo tratamento é mais difícil. À luz dos dados divulgados na edição desta semana da revista «Science», as mutações do gene LOXL1 constituem a causa da deterioração progressiva da visão, que pode levar à completa cegueira.

O conceito de glaucoma envolve um grupo de doenças do nervo óptico, caracterizadas por um aumento da pressão intra-ocular, diminuição da irrigação, aumento da “dureza” do globo do olho e atrofia do nervo óptico, factores que provocam uma típica perda do campo visual, acompanhada de alterações macroscópicas do nervo óptico (escavação), que ajudam a definir o diagnóstico. Porque numa fase inicial a doença é assintomática, a perda de visão começa por ser imperceptível, o que leva a que, quando o doente toma consciência das dificuldades, se encontre já numa fase muito avançada. O glaucoma capsular afeta 10 a 20 por cento das pessoas com mais de 60 anos de idade (no nosso país deverão ser cerca de 400 mil os afectados), mas enquanto a cegueira é irreversível, a perda de visão gradual pode ser evitada, se detectada a tempo.
É nesse contexto que a descoberta dos investigadores escandinavos agora relatada na «Science» assume importância fundamental. Trata-se de uma investigação de grande relevância científica, na medida em que “a genética conduziu diretamente ao que parece ser a única causa de uma doença tão comum quanto devastadora”, como explicou Kari Stefansson, presidente da Decode Genetics Inc, uma sociedade especializada em análise genética com sede na Islândia, acrescentando que “os riscos apresentados por estas variações genéticas são muito altos, porque são responsáveis por todos os casos de glaucoma capsular, o que significa que, se for possível neutralizar o impacto destas variações, deveremos poder eliminar a doença”. A alternativa actual de tratamento do glaucoma é a trabeculectomia, uma intervenção cirúrgica de algum risco, que consiste na criação de um novo ponto de saída do humor aquoso do olho, de modo a fazer baixar a pressão intra-ocular.

Carla Teixeira
Fonte: CorreioWeb, Centro de Oftalmologia do Algarve
Base de dados controlará consumo de medicamentos
Madeira prepara processo clínico electrónico


A Região Autónoma da Madeira está a preparar, no âmbito dos projectos do Eixo de Medidas Estruturantes, a criação de uma base de dados que permita a gestão online de todos os processos clínicos dos doentes insulares. Uma simples ida à farmácia poderá ser substituída por um atendimento virtual, em que o farmacêutico explica ao paciente o funcionamento e a dose dos medicamentos que lhe foram prescritos.

De acordo com informações avançadas pelo secretário regional dos Assuntos Sociais na Madeira, Francisco João Ramos, em declarações à imprensa local, está neste momento a ser preparada a “instalação de uma rede informática que vai permitir a gestão online do processo clínico”. O responsável explicou que a medida permitirá que, “em vez de ir à farmácia com uma receita, a pessoa possa apenas dizer o número do cartão de utente. O farmacêutico vê a receita que foi prescrita e diz ao doente como deve tomar o fármaco indicado. Na opinião de Francisco João Ramos, o novo método terá como vantagem um maior controlo do tipo e quantidade de medicamentos prescritos e tomados, uma vez que “assim teremos a certeza de que o medicamento foi efectivamente comprado, que foi comprado na quantidade certa, e se porventura o doente o consumiu em excesso ou de acordo com o conselho do médico e do farmacêutico”.
Ainda segundo o mesmo elemento do governo regional, será criada uma base de dados de todos os doentes, que possibilitará que, num hospital ou centro de saúde, as análises feitas sejam registadas, com o dia e a hora em que foi realizada. “Se poucos dias depois o mesmo doente voltar a fazer a mesma análise, para avaliar os mesmos parâmetros, terá de justificar por que razão o faz”, disse o secretário regional dos Assuntos Sociais. O mesmo princípio será aplicado às consultas, às radiografias e a uma pluralidade de outros serviços disponibilizados nas unidades prestadoras de cuidados de saúde na Ilha da Madeira. O processo clínico electrónico é um projecto promovido pelo Serviço Regional de Saúde da Madeira, que prevê o abandono gradual da informação que hoje circula em suporte de papel, com o objectivo de fazer com que toda a informação clínica relacionada com a observação, o diagnóstico e o tratamento dos doentes passe a ser registada no formato electrónico, mais fácil de actualizar e partilhar.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal da Madeira, Madeira Digital

Símbolo motiva processo da Johnson & Johnson à Cruz Vermelha Americana

A farmacêutica Johnson & Johnson decidiu processar a Cruz Vermelha Americana, acusando-a de vender os direitos de utilização do conhecido símbolo desta instituição de solidariedade, violando assim o acordo assinado pela fundadora da instituição em 1865, onde esta cedia a utilização exclusiva do símbolo aos medicamentos e produtos químicos e cirúrgicos da empresa.

«Após mais de um século de forte cooperação na utilização da marca comercial Cruz Vermelha… estamos desiludidos por saber que a instituição começou uma campanha para licenciar a marca com fins comerciais», informou em comunicado a farmacêutica.

O processo judicial surge depois de a Cruz Vermelha Americana ter decidido ceder os direitos de utilização do símbolo, a empresas que comercializam produtos como luvas cirúrgicas, corta-unhas, pentes e escovas de dentes, à venda nas grandes superfícies comerciais norte-americanas.

Reagindo ao processo movido pela Johnson & Johnson, a Cruz Vermelha norte-americana alega que os produtos são destinados à saúde e segurança de crianças e que os lucros obtidos com as suas vendas revertem para projectos de ajuda de emergência.

Apesar de ter sido adoptado pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha em 1863, o símbolo apenas foi reconhecido pelo Congresso norte-americano em 1900. Entretanto, já a Johnson & Johnson utilizava o símbolo como marca comercial nos seus pensos rápidos e produtos para bebé há 3 anos.

Inês de Matos

Fonte: Sol

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Scaners MRI permitem detectar precocemente 92 % dos casos de cancro da mama

Uma equipa de investigadores da Universidade de Bonn descobriu que os aparelhos de scaner MRI conseguem detectar 92 por cento dos casos de cancro da mama em fase precoce, uma percentagem muito superior à das tradicionais mamografias, que apenas identificam 56 por cento das lesões.

Os scaners MRI são essencialmente utilizados em exames cerebrais e até à data, a sua utilização na detecção de cancro da mama tem acontecido mais como suporte aos exames tradicionais, do que como principal método de identificação de lesões. Contudo, as recentes conclusões deste estudo trazem uma nova esperança no combate ao cancro da mama, pois a detecção precoce da doença é decisiva para o sucesso do tratamento.

O estudo recorreu à observação de 7.300 mulheres, com um tipo de cancro de mama em estado muito precoce, o ductal carcinoma in situ (DCIS), que afecta os canais de aleitamento. O scaner MRI demonstrou maior eficácia na detecção de anomalias mamárias, principalmente nos casos mais agressivos, identificando 98 por cento das lesões, enquanto que as mamografias tradicionais apenas permitiram identificar 52 por cento destes casos.

No que respeita aos erros de diagnóstico, o estudo aponta que as probabilidades de erro deste aparelho não são superiores às dos aparelhos tradicionais. No entanto, a comunidade cientifica alerta para a necessidade de se realizarem mais estudos que permitam conhecer o real valor deste tipo de scaner e que possibilitem a utilização desta ferramenta como principal método de identificação de lesões.

Inês de Matos

Fonte: BBC

Cabo Verde vai receber farmacêuticos lusófonos

Debater contrafacção de medicamentos, pandemias e profissão

O problema da contrafacção de medicamentos, a formação de farmacêuticos e as pandemias do VIH/sida e tuberculose serão temas a abordar na nona edição do Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa.

Cabo Verde foi o destino escolhido pela Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP) para receber os farmacêuticos lusófonos, em 2008.

Segundo informa a AFPLP no seu site, a organização irá preparar - tal como aconteceu em edições anteriores do congresso - um programa de viagens com condições vantajosas para farmacêuticos “de modo a incentivar a participação do maior número possível de farmacêuticos de língua portuguesa e possibilitar uma efectiva troca de experiências e conhecimentos entre colegas de profissão.”

O ano passado, Luanda (Angola) foi o palco do VIII congresso, onde os farmacêuticos consideraram que as farmácias portuguesas "funcionam com elevada qualidade profissional, de acordo com os interesses dos cidadãos e representam um modelo a seguir para os restantes países" que integram a AFPLP – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Raquel Pacheco


Fonte: Farmácia em Português

«ePedigree» para autenticar medicamentos

Tecnologia da IBM permite acompanhar todo o ciclo do produto farmacêutico e combate contrafacção

A IBM desenvolveu uma tecnologia para ajudar as empresas farmacêuticas a autenticar os medicamentos. Chama-se «ePedigree» e o objectivo principal é o combate à contrafacção de fármacos.

Em breve, a partir dos dados contidos nas embalagens será possível verificar a autenticidade e o historial do produto farmacêutico. O mérito é da IMB que desenvolveu com êxito uma tecnologia que consegue acompanhar todo o ciclo de produção do produto farmacêutico.

A base de dados «ePedigree» permite a troca de informação de forma segura entre vários utilizadores e pode ser gerida de forma eficiente ao longo de toda a cadeia de fornecimento e distribuição dos produtos farmacêuticos, incluindo fabricantes, distribuidores e vendedores.

A empresa de Tecnologias de Informação, informa que a tecnologia emprega uma das componentes mais importantes da nova versão do WebSphere RFID Information Center da IBM.

Raquel Pacheco

Fonte: iGOV

Problemas relacionados com a idade camuflam doenças da tiróide

A diversidade de sintomas provocados pelos problemas de tiróide faz com que, muitas vezes, os médicos não se apercebam da presença da doença. De acordo com um relatório da Escola Médica de Harvard, o diagnóstico nos doentes com problemas de tiróide é frequentemente confundido com falhas cardíacas, colesterol elevado ou mesmo demência.

Nos casos de hipotiroidismo, que se manifesta quando a tiróide não pode produzir as quantidades adequadas de hormona tiróidea necessárias para o organismo, os sintomas são muito diversos, podendo mesmo ser confundidos com os de uma depressão. O hipotiroidismo caracteriza-se pela voz rouca e dicção lenta, pálpebras caídas, olhos e a cara inchados e salientes, aumento de peso, pele seca, intolerância ao frio ou sensação de cansaço.

Algumas pessoas, sobretudo os adultos, ficam esquecediças e parecem confusas ou dementes, sinais que facilmente se podem confundir com a doença de Alzheimer ou outras formas de demência. Há situações em que os adultos apresentam sintomas que não ocorrem nos doentes mais jovens, como é o caso do colesterol elevado, falha cardíaca, alterações no funcionamento do intestino, problemas psiquiátricos e problemas de equilíbrio.

A variedade de sintomas possíveis faz com que os médicos, principalmente no caso de pessoas idosas, se concentrem em doenças mais comuns dessa faixa etária, refere o estudo intitulado “Doença da tiróide: Compreender o Hipotiroidismo e Hipertiroidismo”. Alguns médicos verificam periodicamente a função tiróidea, no entanto, as análises de rotina não são um procedimento universal. É por isso que os autores do estudo recomendam que, caso haja qualquer suspeita, seja solicitado ao médico um exame de avaliação à tiróide.

O hipotiroidismo trata-se com a substituição da hormona tiróidea deficiente, mediante um dos diversos preparados orais existentes. A forma preferida é a hormona tiróidea sintética, T4. Outra forma, a hormona tiróidea dessecada, obtém-se das glândulas da tiróide de animais. Em geral, a forma dessecada é menos satisfatória, refere o Manual Merck, porque a dose é mais difícil de adaptar e os comprimidos têm quantidades variáveis de T3. Por sua vez, o hipertiroidismo pode ser tratado farmacologicamente, mas outras opções incluem a extracção cirúrgica da glândula tiróide ou o seu tratamento com iodo radioactivo. O propiltiouracilo ou o metimazol, os medicamentos mais utilizados para tratar o hipertiroidismo, atrasam o funcionamento da tiróide e diminuem a produção hormonal.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, eMaxHealth, Manual Merck.

FDA concede mais seis meses de exclusividade ao Diovan

A farmacêutica suíça Novartis garantiu mais seis meses de comercialização exclusiva para o Diovan (valsartan) destinado ao tratamento da hipertensão. A decisão da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) estende a protecção da patente do medicamento até Setembro de 2012 quando esta deveria terminar em Março daquele ano.

Este prolongamento baseou-se em estudos realizados com crianças que sofrem de pressão arterial alta, refere um comunicado emitido pela Novartis. A empresa adiantou também que a utilização do Diovan em crianças e jovens pode ser aprovada pela FDA até ao final do ano corrente.

O Diovan é o fármaco mais vendido a nível mundial para o tratamento da hipertensão. As vendas desta substância renderam 877 milhões de euros no segundo trimestre de 2007.

A administração de Diovan a doentes hipertensos provoca uma redução da pressão arterial sem afectar a frequência cardíaca. O fármaco é também indicado em doentes com falha cardíaca e nos pacientes que sofreram um ataque cardíaco.

No entanto, esta decisão não significa que a utilização pediátrica do medicamento seja automaticamente aprovada, afirmou Vivienne Schneider, porta-voz da Novartis.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters, CNN Money.

Gastroenterite provoca desidratação potencialmente fatal
Pediatras portugueses recomendam vacina


A gastroenterite pediátrica é uma doença infecciosa sem tratamento que apenas pode ser prevenida pela vacinação. Por isso, depois de, como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, a Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas e a Sociedade Europeia de Gastroenterologia se terem congratulado com a notícia do desenvolvimento de duas novas vacinas contra a infecção por rotavírus, anualmente responsável pela morte de meio milhão de crianças até aos cinco anos (sobretudo bebés dos três aos 24 meses), a Sociedade Portuguesa de Pediatria prepara-se para recomendar a inoculação.

De acordo com Fernanda Rodrigues, membro do departamento de Infecciologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria, há dados regionais relativos aos tipos de rotavírus em circulação no nosso país que mostram que as vacinas existentes são eficazes. “São muito importantes e estão já programados estudos epidemiológicos a nível nacional com vista a avaliar a situação e a monitorizar a eficácia da vacina”, informou a especialista, em declarações à Agência Lusa. No seguimento da introdução da imunização no programa de vacinação universal na Áustria, e da reacção positiva da generalidade dos países europeus à medida, a SPP pretende emitir brevemente a sua recomendação.
No nosso país não há um levantamento global sobre a incidência desta patologia, estimada no entanto em cerca de 40 por cento, número aferido em determinadas regiões e que não é significativamente discrepante do apurado em alguns países da Europa, segundo declarou à Lusa Filipa Prata, pediatra do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A vacina contra a gastroenterite pediátrica por rotavírus deverá ser administrada até às 26 semanas de vida, mas o pico de prevalência daquela doença ocorre entre os três e os 24 meses. Em Portugal estão disponíveis duas vacinas, cujo preço oscila entre 160 e os 170 euros, consoante sejam aplicadas duas ou três doses.
A gravidade da gastroenterite infantil varia entre os casos perfeitamente assintomáticos e os casos graves, acompanhados de enormes perdas de líquidos por desidratação, que podem ser fatais. Os sintomas são normalmente bastante intensos, incluindo diarreia aquosa, vómitos, febres altas e dor abdominal, num quadro muito similar ao de qualquer gastroenterite comum, não sendo raros os casos com mais de 20 episódios de vómitos e diarreias em apenas 24 horas, num quadro clínico que se prolonga por três a nove dias. Não existe um tratamento específico para esta patologia, que se propaga com grande facilidade, através do contacto directo com o agente infeccioso ou uma pessoa infectada (transmissão fecal/oral), por intermédio de secreções respiratórias ou do contacto com objectos contaminados, como água e comida ou, no caso das crianças, brinquedos. A vacinação é, segundo os especialistas, a única medida de controlo com impacto significativo na incidência da patologia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, «XL Semanal»

Bradley tem três potenciais compradores

O laboratório Bradley Pharmaceuticals anunciou que tem três potenciais compradores interessados na empresa, e vai prosseguir com a venda.

De acordo com a farmacêutica foram já apresentadas algumas propostas preliminares, cujos detalhes não foram divulgados.

A Bradley já tinha tornado pública a sua intenção de analisar alternativas estratégicas e mantém o Deutsche Bank Securities Inc. como seu conselheiro na área financeira.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Chron.com, Yahoo Finance.

John H. Johnson nomeado director executivo da ImClone

A ImClone nomeou John H. Johnson para o cargo de director executivo da empresa, posição que deverá assumir a partir do dia 27 de Agosto. A vaga estava por preencher desde Outubro de 2006, altura em que Joseph Fischer se demitiu.

Johnson, de 49 anos de idade, desempenhava funções na direcção da Johnson & Johnson, mais recentemente como presidente da unidade de biofarmacêutica do grupo.

Ansioso por começar a trabalhar na ImClone, Johnson salientou que vão “continuar a procurar novas iniciativas para maximizar o franchising do Erbitux e a avançar com a linha de investigação de produtos candidatos”.

Alexander Denner, presidente da empresa, considera que John Johnson “possui um forte currículo na indústria biofarmacêutica”, sendo, por isso, uma mais-valia para a “nova era da ImClone”.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg, Market Watch.

Fusão entre Peptech e EvoGenix origina nova empresa de biotecnologia

A Peptech e a EvoGenix, duas empresas australianas de biotecnologia, preparam-se para protagonizar uma fusão num negócio que ascende aos 97 milhões de euros e que pode dar origem á criação de uma das maiores empresas biotecnológicas do país.

A Peptech vai adquirir a totalidade das acções da EvoGenix para formar uma nova empresa, que vai operar sob um novo nome, a partir do final do mês de Agosto. “De acordo com a nossa estratégia previamente anunciada, esta transacção dá origem a uma entidade conjunta, que lhe permitirá tornar-se um actor importante no palco mundial dos anticorpos”, afirmou John Chiplin, director executivo da Peptech.

Tal como acontecia com as duas empresas antes da fusão, a nova entidade vai especializar-se no desenvolvimento de terapias com medicamentos baseados em anticorpos e proteínas destinados ao tratamento de doenças inflamatórias, doenças dos ossos e cancro.

Os anticorpos são a classe de medicamentos em maior fase de crescimento, em especial para o tratamento do cancro, da artrite e de infecções, cujo interesse por parte da indústria mundial de biofármacos aumenta cada vez mais.

A nova empresa biotecnológica vai dispor, logo de início, de mais de 100 milhões de euros em dinheiro para avançar com a sua linha de investigação e deve receber pagamentos derivados das receitas da Abbott e da Johnson & Johnson relativos ao Humira (adalimumab) e ao Remicade (infliximab), cujos direitos de patente pertencem à Peptech.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, BioPharma-Reportrer.com.

Comissão Europeia aprova comercialização de Increlex

A farmacêutica francesa Ipsen recebeu autorização de comercialização na Europa para o Increlex (mecasermin) um recombinante do factor 1 de crescimento do tipo da insulina. Este é o primeiro medicamento do género a ser aprovado no espaço comunitário para o tratamento de pacientes com níveis reduzidos da proteína IGF-1.

A Comissão Europeia emitiu uma autorização para o Increlex 10mg/ml solução para injecção, produto que recebeu estatuto de medicamento órfão atribuído pela União Europeia, em Maio deste ano. O medicamento foi aprovado para o tratamento prolongado de crianças e adolescentes com deficiência primária grave do factor 1 de crescimento do tipo da insulina. Com esta licença, a Ipsen garante exclusividade de mercado durante 10 anos.

A Ipsen comprou os direitos de desenvolvimento e comercialização do fármaco à norte-americana Tercica, em Outubro de 2006, o que lhe permite vender o medicamento na Europa e, provavelmente, noutros territórios. A Ipsen fica responsável pelo pagamento de 15 milhões de euros à Tercica relativos ao cumprimento de objectivos. O laboratório francês tem planos para disponibilizar o medicamento no mercado europeu ainda em Outubro deste ano.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, BioPharma-Reporter.com.

Parafarmácias cedem à competitividade do sector

14 estabelecimentos fecharam desde 2005

Desde 2005, altura em que surgiram em Portugal as primeiras parafarmácias, 14 estabelecimentos já fecharam e dois foram trespassados. Estes são números da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) que espelham as contrariedades inerentes à implantação deste negócio num mercado fortemente dominado pelas farmácias. Actualmente há 485 postos autorizados e 35 ainda por abrir.

Os dados do Infarmed, divulgados pelo jornal Diário de Notícias, referem que, no mês de Julho, houve 335 lojas de medicamentos a comunicarem vendas, entre as quais a facturação ascendeu aos 743 mil euros. No entanto, grande parte destas lojas de venda de medicamentos (41%) é detida pelo grupo Modelo Continente, que possui com 31 estabelecimentos do género. Contas feitas, restam 438 mil euros a dividir por 305 lojas, o que significa que, por dia, estas parafarmácias rendem, em média, 48 euros. Por cálculo de embalagens, a média situa-se nos 10 medicamentos vendidos. A estes subtraem-se ainda cinco estabelecimentos pertencentes ao Pingo Doce e outros sete à cadeia de supermercados Jumbo, cujas características dimensionais lhe permitem receitas distintas.

Ainda assim, há quem não esteja admirado com a realidade dos números. Carlos Vicente é responsável pela Botica Fialho Vicente, a primeira loja que, em Outubro de 2005, começou a vender remédios em Mem Martins. Apesar de não ter queixas do negócio, até porque, segundo explica, tem como equilibrar os lucros, assume que a situação não está fácil. “O negócio não nos tem corrido mal, porque temos também uma farmácia e conseguimos negociar melhor com os fornecedores”, refere. Porém, “há muitas lojas que já não estão a vender. Confesso que não sei como muitas se aguentam...”, acrescenta.

Ainda que as vendas corram bem, os medicamentos não chegam para tornar o negócio rentável. "São mais de 1500, mas têm preços à volta de cinco euros. Um creme custa trinta euros, uma aspirina três. Veja quantas aspirinas tenho que vender..." Por isso, "os medicamentos funcionam como um chamariz porque as pessoas aproveitam e levam outros produtos", refere. Há ainda as dificuldades e barreiras que têm que ser ultrapassadas junto dos distribuidores. "Alguns nem estacionam as carrinhas em frente às lojas, para evitar complicações com as farmácias", exemplifica.

Pedro Reis, proprietário de uma loja em Setúbal, confirmou o rol de entraves que se colocam ao negócio. "Primeiro tivemos que conquistar a confiança dos clientes, explicar que só vendemos alguns medicamentos e não outros. Depois continuamos com condições muito diferentes daquelas que os fornecedores oferecem às farmácias ou às grandes cadeias, como o Modelo, que apostaram forte neste mercado. As pessoas tinham a imagem das farmácias, mas depois perceberam que a base de facturação é muito diferente e é um negócio muito trabalhoso", afirmou o responsável em declarações ao DN.

Segundo Pedro Reis, os laboratórios e os grossistas continuam a tratar lojas e farmácias de forma distinta. Enquanto às farmácias são concedidas facilidades de pagamento e medicamentos a preços mais vantajosos, “as lojas têm que pagar sempre a pronto”, lamenta. “Depois, nós até os portes de envio temos que pagar”, o que se traduz num "esforço muito grande para não subir os preços" e manter o negócio aberto. Há ainda o facto das parafarmácias disponibilizarem os dados das vendas e preços ao Infarmed, que os divulga no seu site, algo que as coloca em desigualdades face às farmácias. “É outra vantagem competitiva das farmácias", enumera Pedro Reis.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias

Investigadores estudam opções contra a gripe das aves
Antecipar as possíveis mutações do vírus


Investigadores do norte-americano Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) e da Escola de Medicina da Universidade de Emory, em Atlanta, consideraram que é possível antecipar as eventuais mutações do agente causador da gripe das aves, e vacinar as pessoas antes do advento de uma pandemia. Deitando por terra todas as convicções de que seria inviável apostar no desenvolvimento de uma imunização devido ao facto de não se saber que variante do vírus se adaptaria aos humanos, os cientistas anunciaram que, mais do que ficção científica, o que pretendem pode ser exequível.

Num artigo publicado na edição de hoje da revista «Science» a equipa de investigadores liderada por Gary Nabel, do NIAID, afirma que a vacina poderá conferir imunidade contra a mudança do vírus H5N1, estirpe que actualmente atinge exclusivamente as aves, mas que poderá facilmente adaptar-se ao homem. Num comunicado à imprensa o director do National Institute of Health (NIH) explicou que “o que Nabel e a sua equipa descobriram vai ajudar no combata a uma futura ameaça”. Segundo Elias Zerhouni, “embora não se saiba se e quando o H5N1 passará das aves para os humanos, foi encontrada um meio para antecipar a forma como esse salto pode ocorrer e os mecanismos de responsta a essa situação”.
Por sua vez, o director do NIAID, estrutura integrada no NIH, confessou o seu optimismo por “agora podermos começar, preventivamente, a pensar no desenvolvimento de novas vacinas e anticorpos terapêuticos para tratar pessoas que poderão vir a ser infectadas pelos vírus mutantes emergentes”. Anthony S. Fauci afirma-se absolutamente convicto de que a descoberta agora relatada na «Science» “poderá ajudar a conter uma eventual pandemia nos seus primeiros sinais”. Apesar de até ao momento a gripe das aves só ter infectado pessoas que tinham mantido contacto directo com animais doentes, o receio de uma mutação do vírus que o torne transmissível entre seres humanos, potenciando o cenário de uma pandemia que poderá motivar milhões de mortes, tem preocupado os cientistas, que em todo o mundo se têm desdobrado em investigações sobre a doença e o seu agente causador.
Nesta pesquisa foram estudadas várias tipologias do H5N1, comparando-as depois com o pior vírus da gripe conhecido, o H1N1, que entre 1918 e 1919 terá causado a morte de 50 a 100 milhões de pessoas, num episódio que ficou registado na história como a gripe espanhola. Desde que foi descoberta, em 2003, a gripe das aves terá contaminado pelo menos 319 pessoas, das quais 192 morreram, segundo dados disponibilizados pela Organização Mundial de Saúde, que tem mantido vigiada a evolução da doença em várias partes do mundo.

Carla Teixeira
Fonte: NIH, Reuters
Cientistas desenvolveram “aparelho pouco invasivo”
Tratamento para a incontinência urinária


A colocação de dois pequenos balões ajustáveis de ambos os lados da uretra, mediante uma pequena intervenção cirúrgica, poderá devolver a esperança numa vida normal às mulheres que sofrem de incontinência urinária, estando ainda a ser estudada a possível aplicação deste método aos homens que também sofrem do problema, designadamente depois de serem operados à próstata.

Segundo uma equipa de investigadores da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, liderada pelo urologista Niall Galloway, uma série de ensaios clínicos preliminares aferiu a eficácia de um “aparelho pouco invasivo” no tratamento daquela incómoda patologia. A grande maioria das 160 mulheres acompanhadas nesta fase do estudo, e que antes não tinham respondido a outros tratamentos disponíveis para a doença, revelaram melhorias significativas no seu estado de saúde e no controlo da incontinência, com um “diminuto” registo de complicações. A Food and Drug Administration (FDA) está agora a analisar os resultados dos ensaios clínicos do Adjustable Continence Therapy, dispositivo divulgado no âmbito do encontro anual da Associação Americana de Urologia. Niall Galloway é da opinião de que este aparelho “pode ser uma nova esperança para milhares de mulheres que sofrem de incontinência urinária, especialmente as que têm os músculos da uretra enfraquecidos”. No futuro a nova técnica deverá poder ser aplicável também a homens que sofrem do mesmo problema após terem sido submetidos a cirurgias na próstata.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal «Público», Saúde na Internet
Reunião anual da Sociedade Americana de Química em Boston
«Biotecnologia para a Saúde e o bem-estar»


Tem início no próximo dia 19, e prolonga-se até ao dia 23, na cidade norte-americana de Boston, a reunião anual da Sociedade Americana de Química, cujo programa deverá ter como pontos principais as questões da Saúde e do bem-estar, tocando também temas como a energia e o ambiente. «Biotecnologia para a Saúde e o bem-estar» é o lema do encontro, que deverá reunir mais de 16 mil investigadores de diversas áreas.

No âmbito daquele que é já o 234º encontro nacional dinamizado por aquela sociedade (a maior entidade do género em todo o mundo tendo em conta o número de associados, mais de 16 mil), e que terá uma vez mais lugar no Centro de Congressos e Exposições de Boston, serão apresentadas mais de 9500 comunicações e explanados os últimos avanços científicos em áreas como a nutrição ou a nanotecnologia. Um dos pontos altos do encontro deverá ter lugar ainda durante o primeiro dia dos trabalhos, no momento em que Catherine T. Hunt, presidente da Sociedade Americana de Química, introduzir no programa do evento um simpósio em que os cientistas discutirão os novos desafios e as oportunidades da comercialização das novas descobertas nas áreas da biotecnologia e da nanotecnologia, mas são muitos os temas a abordar nesta reunião, entre os quais as novas abordagens do tratamento dos doentes de Alzheimer, a investigação em nutrição e em células estaminais, novos medicamentos, o emprego de nanomateriais na prática médica e na veiculação de fármacos ou a prevenção da obesidade. Mais informações sobre este encontro estão disponíveis em http://chemistry.org/meetings/boston2007.

Carla Teixeira
Fonte: Eurekalert

Abraxis BioScience inicia acordo para a comercialização do Abraxane na Índia

A Abraxis BioScience, Inc. anunciou que entrou num acordo de licenciamento com a Biocon Limited, a companhia líder em biotecnologia da Índia, para a comercialização do Abraxane (partículas de paclitaxel que se ligam a proteínas para suspensão injectável) (liga-se à albumina), na Índia.

Segundo os termos do acordo, a Biocon também terá o direito de comercializar o Abraxane no Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait e outros determinados países na Ásia do Sul e do Golfo Pérsico. Como parte deste acordo, a Abraxis irá receber regalias da parte da Biocon baseadas nas vendas líquidas do Abraxane nestes países.

Este acordo representa um passo importante no desenvolvimento de uma estrutura de comercialização global que incorpora as necessidades únicas de cada país, afirmou Bruce Wendel, vice-presidente executivo da área de desenvolvimento corporativo da Abraxis. A companhia está satisfeita que esta parceria com a Biocon conceda a oportunidade de levar o Abraxane, que representa um importante avanço na quimioterapia, a estes países, enquanto alarga a relação com a Biocon, acrescentou ainda Wendel.

Em Julho de 2007, a Abraxis submeteu ao Ministério da Saúde e Bem-Estar da Família indiano uma candidatura para comercializar o Abraxane na Índia, para o tratamento do cancro da mama.

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) aprovou, em Janeiro de 2005, o Abraxane para suspensão injectável para o tratamento do cancro da mama, após a falha de quimioterapia de combinação para a forma metastizada da doença ou recaída no período de seis meses de quimioterapia adjuvante.

Isabel Marques

Fontes: Pharmlive