sexta-feira, 1 de junho de 2007

Boehringer Ingelheim intensifica medidas de combate à SIDA

Farmacêutica abdica de patentes em medicamento anti-VIH

A Boehringer Ingelheim anunciou que não vai impor as suas patentes no que diz respeito à produção de versões genéricas do fármaco anti-VIH, Viramune (nevirapina), medida que irá beneficiar, entre outros, 78 países africanos e asiáticos cuja população aufere baixos rendimentos de acordo com a classificação do Banco Mundial. A decisão do grupo privado, que opera a nível global na indústria farmacêutica, pretende facilitar o acesso do tratamento aos pacientes com maiores limitações económicas.

Aos olhos dos observadores da indústria farmacêutica, a decisão da empresa é vista como uma oferta de paz, ou pelo menos como uma inteligente jogada de relações públicas. Desta forma a Boehringer Ingelheim tenta fazer face à crescente pressão que a indústria tem sofrido através de organizações de saúde pública, autoridades locais que se recusam a reconhecer as patentes e mesmo de alguns governos, como o Brasil ou a Tailândia, que tomaram o controlo de patentes importantes para medicamentos chave no tratamento da SIDA e de problemas cardíacos.

Outra das medidas anunciadas pela farmacêutica alemã contempla a redução dos preços nas versões de marca do fármaco nos mesmos 78 países referidos. O tratamento passará, desta forma, a custar aos utentes 0,60 dólares norte-americanos por dia, uma diminuição significativa face ao preço anterior que atingia os 1,20 dólares, valor que será agora praticado em 67 países onde a maioria da população tem rendimentos médios, incluindo algumas nações da Europa de Leste e América Central.

O presidente do grupo, Alessandro Banchi, considera que adequar os preços às especificidades económicas de cada grupo de países é a única forma de agregar necessidades opostas na luta contra a SIDA. É possível refinanciar a investigação e os custos de desenvolvimento para novos tratamentos estabelecendo um sistema de preço em países industrializados e, em simultâneo, “oferecer medicinas a preços razoáveis para os pacientes oriundos de países com recursos diminutos, que de outra forma não podem financiar a medicação antiretroviral”, defendeu o mesmo responsável.

Para além disto, com o intuito de alargar o acesso à nevirapina e a uma medicação e tratamento adequados aos pacientes com SIDA, a Boehringer Ingelheim autoriza que qualquer laboratório farmacêutico, certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), produza o fármaco para os países desenvolvidos.

Marta Bilro

Fonte: livemint.com e PM Farma



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