sexta-feira, 1 de junho de 2007

Caso Vioxx pela terceira vez em tribunal


O juiz de um tribunal norte-americano aprovou uma petição para a realização de um terceiro julgamento no caso em que o anti-inflamatório Vioxx, do laboratório farmacêutico norte-americano Merck, terá alegadamente causado a morte a um cidadão da Flórida. O juiz considerou que as qualificações apresentadas por uma das testemunhas principais do processo foram deturpadas.

Barry Rayburn, um médico que atestou não ter sido o Vioxx a causa de um enfarte que acabaria por ser fatal para Richard Irvin, tentou iludir os jurados ao fazê-los acreditar que era um cardiologista credenciado quando não o era, determinou o juiz feferal Eldon Fallon.

Ted Mayer, um dos advogados que representa a farmacêutica norte-americana garantiu que a Merck está pronta para enfrentar um terceiro julgamento. “Os queixosos já falharam duas vezes. Não acreditamos que agora possam vir a ser bem sucedidos”, defendeu.

O caso remonta a Maio de 2001 quando a viúva de Irvin, Evelyn Plunkett, processou a empresa alegando que o anti-inflamatório teria causado a morte do seu marido que sofreu um ataque cardíaco depois de ter tomado Vioxx durante cerca de um mês. No final do primeiro julgamento o júri não conseguiu chegar a um veredicto unânime, enquanto que no segundo julgamento, em Fevereiro de 2006, os jurados decidiram a favor da Merck. O juiz Eldon Feldon deliberou que ao apresentar-se com uma licença profissional caducada, Rayburn pode ter induzido em erro o tribunal e consequentemente originado a sentença a favor do laboratório farmacêutico.

O grupo enfrenta actualmente 27.300 queixas na justiça norte-americana relacionadas com a utilização do fármaco e contabiliza já 785 milhões de dólares norte-americanos em despesas legais. Até ao momento, dez dos processos foram decididos a favor da Merck e cinco contra.

O anti-inflamatório Vioxx foi retirado do mercado em Setembro de 2004, quando um estudo interno demonstrou que após 18 meses de tratamento, a toma do medicamento aumentava o risco de acidentes cardiovasculares.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, CNN Money, MSN Money, Diário Económico

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