quinta-feira, 26 de julho de 2007

Estudo português demonstra

Educação influencia saúde coronária

O nível de escolaridade, como indicador do estatuto socio-económico, tem uma influência directa na nossa saúde. A conclusão saiu de um estudo único, em Portugal, realizado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Uma equipa de investigadores portugueses - liderada pela epidemiologista Carla Lopes – consegui mostrar, claramente, que “os indivíduos com idades compreendidas entre os 20 e os 45 anos com níveis de escolaridade baixos (4.º ano ou menos) têm um risco 6 vezes maior de sofrerem um enfarte agudo do miocárdio do que as pessoas com mais de 10 anos de frequência escolar.”

Apesar de o número de enfartes do miocárdio tenha vindo a diminuir em Portugal e nos países ocidentais, há dados que indicam que os casos de enfarte em jovens adultos (entre os 20 e os 45 anos) têm aumentado.

De acordo com um comunicado da FMUP - a que o Farmacia.com.pt teve acesso - este foi o ponto de partida: “Para avaliar esta tendência, o Serviço de Higiene e Epidemiologia da FMUP estudou uma população de 350 jovens adultos que sofreram um enfarte e que foram internados num dos hospitais do Grande Porto, e um outro grupo de 750 indivíduos da mesma área geográfica, mas sem episódios de enfarte do miocárdio.”

Segundo a nota daquela instituição de ensino, “os resultados do estudo indicam que, para além da baixa escolaridade, os principais factores de risco para o enfarte do miocárdio nos jovens adultos não diferem dos apontados para populações mais velhas.”

Factores de risco
A FMUP ressalva, no entanto, que existem factores agravantes: “um adulto de meia-idade diabético tem um risco duas vezes superior de ter um enfarte, mas um jovem adulto vê esse risco aumentado 10 vezes, relativamente a um não-diabético. Para além disso, o exercício físico parece não ter um efeito protector tão acentuado nos mais jovens como tem nos mais velhos.”

No que concerne aos restantes factores de risco, são já sobejamente conhecidos: fumar e ser obeso, sobretudo quando a gordura corporal está acumulada na zona abdominal, aumenta em larga medida o perigo de enfarte.

De referir que, a análise dos dados recolhidos durante a investigação não está ainda completamente finalizada. Segundo informa a nota da FMUP, os investigadores seguem agora para a avaliação dos hábitos alimentares da amostra do estudo.

Raquel Pacheco
Fonte: Comunicado da FMUP

Estudo aponta benefícios ao consumo de vinho

Composto fenólico pode harmonizar triglicerídeos e colesterol

Bebido com moderação e em carácter regular, o vinho tem efeitos benéficos sobre o metabolismo do colesterol, segundo noticiou o jornal espanho «La Vanguardia».

Os procionídeos, um dos compostos fenólicos que o vinho contém, podem servir para amenizar os triglicerídeos e o colesterol do corpo, e assim para reduzir os riscos de enfermidades cardiovasculares. A tese foi defendida, recentemente, na Universitat Rovira i Virgili (URV), de Tarragona, Espanha.

A investigação que sustentou a tese conseguiu determinar o mecanismo molecular pelo qual os procionídeos - de origem vegetal e bastante presentes na dieta mediterrânea - interagem no fígado, e como controlam a expressão dos genes.

Josep Maria del Bas, autor da tese, intitulada «Modulation of Hepatic Lipoprotein Metabolism by Dietary Procyanidins», (Modulação do metabolismo de lipoproteínas hepáticas por procionídeos dietéticos) explicou que “a análise das mudanças induzidas em genes permitiram determinar como os procionídeos conseguem harmonizar a expressão, o que, em longo prazo, permite projectar dietas personalizadas a fim de ajudar a prevenir e, em certos casos, tratar, diferentes patologias relacionadas a desajustes metabólicos."

O trabalho enquadra-se numa disciplina científica emergente, (Genética da Nutrição) a qual emprega técnicas da biologia molecular, bioquímica e biologia de sistemas "para entender como os nutrientes podem interagir com as vias de sinalização intracelulares", esclareceu Maria Cintra Bladé, co-orientadora da tese e professora do departamento de bioquímica e biotecnologia da URV.

Na pesquisa foram utilizados procionídeos obtidos de uvas, e por isso os resultados estendem-se ao consumo de vinho, ainda que por enquanto os efeitos tenham sido constatados apenas em laboratório, e o caminho até se comprovem em testes com animais e pessoas deva ser longo.

Raquel Pacheco
Fonte: Jornal «La Vanguardia»

Mulheres mais propensas a danos cerebrais por abuso de álcool

As mulheres correm um risco maior do que os homens de sofrerem danos cerebrais devido ao abuso de álcool, indica uma investigação norte-americana.

Através do estudo efectuado com 5 mil genes do cérebro de ratos, os cientistas descobriram que as fêmeas são mais susceptíveis aos efeitos neurotóxicos da abstinência alcoólica, incluindo o aumento significativo da morte das células cerebrais.

O resultado deixou os investigadores “surpresos”, sustentando não esperarem que o género fosse tão importante na pesquisa sobre diferenças na expressão genética entre ratos propensos aos problemas e ratos resistentes à abstinência severa.

Raquel Pacheco
Fonte: BoaSaúde

Poluição atmosférica agrava doenças vasculares

Aterosclerose: principal causa de morte em Portugal

Um estudo publicado na revista «Genome Biology» aponta a poluição atmosférica como um dos principais causadores da aterosclerose - o endurecimento dos vasos sanguíneos causado pela deposição de gordura em suas paredes.

Segundo explicaram os investigadores, “as gorduras interagem com as partículas do ar, principalmente com o diesel, e activam genes, causando inflamações.”

A observação da interacção entre partículas de diesel e lípidos oxidados, permitiu aos cientistas concluírem que “causava inflamação celular”, factor de risco para aterosclerose.

Além disso, - concretizaram os autores do estudo – “na poluição há hidrocarbonetos orgânicos e metais de transição, que inflamam as vias aéreas, provocando inflamação vascular, lesões arteriais e surgimento de coágulos sanguíneos, que podem geram ataques cardíacos e derrames.”

Arteriosclerose
A aterosclerose é uma das doenças que causam arteriosclerose. A arteriosclerose é o termo geral para esclerose das artérias. Esclerose é um processo degenerativo que envolve fibrose que tanto pode ocorrer nas artérias (arterioesclerose) como nas arteríolas — arteriolosclerose.


A arteriosclerose continua a ser principal causa de morte em Portugal , principalmente à custa da doença coronária e da doença vascular cerebral. Um motivo mais que suficiente para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia ter definido como prioritário o combate à doença coronária, tendo em preparação diversas acções de esclarecimento sobre este mal e sua prevenção, avança a SPC no seu site.

Raquel Pacheco
Fonte: «Genome Biology»/SPC

Obesidade pode ser "contagiosa"

De acordo com um estudo publicado no «New England Journal of Medicine», a rede social de uma pessoa (incluindo amigos e familiares) pode influenciar o risco de obesidade.

Segundo o jornal britânico, os investigadores analisaram, ao longo de mais de 30 anos, o índice de massa corporal de mais de 12 mil pessoas – incluindo os amigos, familiares e vizinhos destas. Os resultados agora divulgados sugerem que, quanto mais estreito é o vínculo entre duas pessoas, maior é a probabilidade de “contraírem” a tendência para engordar.

"Quem tem um amigo obeso, vê a possibilidade de engordar aumentar em 57% e,se forem dois amigos, a probabilidade aumenta em 171%”, esclarecem os autores do estudo, reforçando acreditarem que “a obesidade entre pessoas próximas influencia não só no comportamento, como no conceito sobre peso considerado normal.”

Raquel Pacheco

Fonte: «New England Journal of Medicine»

REPORTAGEM

Incidência de cancro deverá aumentar em Portugal
Especialistas querem mais ensaios clínicos

A prevalência de doenças oncológicas é cada vez mais frequente em Portugal, e vários estudos recentes apontam para uma probabilidade de essa prevalência dever aumentar nos próximos anos. O processo de envelhecimento da população e os estilos de vida adoptados por uma cada vez maior massa populacional fazem prever que o número de doentes sofra um aumento considerável. O tratamento do cancro sofreu grande evolução na segunda metade do século XX, e deverá continuar esse trajecto, para o desenvolvimento de terapias eficazes e menos invasivas.

De acordo com um estudo desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia, em colaboração com a Novartis Oncology e a cadeia de centros comerciais Sonae Sierra, que foi apresentado ontem em Vila Nova de Gaia, e ao qual o farmacia.com.pt teve acesso, estima-se que o resultado da evolução sentida durante os últimos anos – em que foi possível "orientar o tratamento do cancro para o doente e não para a doença", personalizando a terapia tendo em conta as efectivas necessidades de cada paciente – seja uma evolução da investigação oncológica, no sentido de gradualmente ir pondo de lado os clássicos tratamentos de quimioterapia (que incluem um determinado número de tratamentos com as doses máximas toleradas pelo doente) para "opções que seleccionam o seu alvo e actuam apenas onde existe a causa da doença".
No que diz respeito ao tratamento do cancro, o estudo divulgado pela SPO avança como sugestão a realização de mais ensaios clínicos no nosso país, e cita o último relatório sobre aquele tipo de actividades em Portugal, que revela que mais de metade das empresas lusas que desenvolveram investigação na área da Saúde realizaram estudos na vertente da Oncologia. Os especialistas exortam a população a aderir aos ensaios clínicos, considerando que "a capacidade de desenvolver soluções terapêuticas mais eficazes e mais seguras dependerá da capacidade para realizar investigação clínica e de os doentes serem mais propensos a participar em estudos.

Grande Porto
Porque o estudo da Sociedade Portuguesa de Oncologia incidiu na avaliação dos conhecimentos sobre cancro da população do Grande Porto, o farmacia.com.pt resume aqui as principais conclusões, que, como reconheceram os responsáveis presentes na apresentação dos dados – realizada ontem à tarde na Loja Fnac do GaiaShopping – não são representativos da população total do país, mas ilustram um nível satisfatório de informação dos cidadãos portuenses sobre as doenças oncológicas.
Apesar de a maioria dos 298 inquiridos no âmbito de uma iniciativa da SPO, que durante uma semana percorreu vários centros comerciais e ouviu as pessoas sobre este tema) ter dito que está "razoavelmente informada" sobre o cancro, os especialistas consideraram que ainda há muito a fazer. O cancro da mama é a patologia que mais preocupa a população do Grande Porto. As mulheres são as que mais apostam na prevenção, sendo a televisão e a internet fontes privilegiadas na busca de dados sobre as doenças pelos cidadãos, que reclamam um maior número de iniciativas de rastreio e prevenção.

Carla Teixeira
Fonte: Estudo da Sociedade Portuguesa de Oncologia

Quebra de 11% nos lucros da AstraZeneca leva ao corte de 7.600 postos de trabalho

A AstraZeneca, segunda maior farmacêutica a nível mundial, prepara-se para eliminar o dobro do número de postos de emprego relativamente ao que estava previsto. A decisão fica a dever-se à quebra de 11 por cento nos lucros da empresa registada no segundo semestre do ano provocada pelos 11,1 mil milhões de euros gastos na aquisição da MedImmune.

No total deverão se extintos 7.600 postos de emprego, representativos de 11 por cento da força de trabalho da empresa. A AstraZeneca reduziu também as previsões relativas aos ganhos por acção para este ano colocando-os entre os 2,74 euros e os 2,63 euros, valores que anteriormente se situavam entre os 2,77 euros e os 2,96 euros.

Os resultados líquidos da empresa no segundo semestre de 2007 caíram para os 1,04 mil milhões de euros, ou 69 cêntimos por acção, comparativamente aos 1,17 mil milhões de euros, ou 74 cêntimos por acção, registados em igual período do ano anterior. Em Fevereiro, o laboratório já tinha avançado com a intenção de cortar três mil postos de trabalho na área de produção.

O Reino Unido, a Suécia, a Alemanha, a França, os Estados Unidos da América e o Canadá serão os países afectados por esta redução.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Bloomberg.

Mircera recebe autorização de comercialização na Europa

A farmacêutica Suíça Roche garantiu aprovação europeia para a utilização do Mircera no tratamento da anemia associada a doença renal crónica. O parecer positivo é válido para os 27 países da União Europeia e surge após uma recomendação emitida pelo Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP).

O fármaco deverá ser lançado de imediato no Reino Unido e na Alemanha devendo chegar também aos países escandinavos durante as próximas semanas bem como à Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Segundo afirmou Dan Kemmler, presidente do franchise para o medicamento de anemia da Roche, o Mircera poderá também receber autorização de comercialização na Suíça durante as próximas semanas.

“O Mircera tem potencial para conferir verdadeiros benefícios clínicos na gestão da anemia renal e para proporcionar o tratamento adequado a todos os doentes renais crónicos”, salientou William M. Burns, director executivo da divisão farmacêutica da Roche.

Os analistas prevêem que o medicamento venha a substituir outros tratamentos anteriores da Roche para a anemia, cujas vendas alcançaram os 1,34 mil milhões de euros em 2006. As doses mensais com um efeito mais prolongado também são vistas como uma vantagem sobre as doses semanais de medicamentos similares produzidos pela Amgen e pela Johnson & Johnson, uma vez que podem ajudar a reduzir os custos do tratamento nos pacientes com doenças renais.

A Roche espera obter aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para a comercialização do medicamento nos Estados Unidos da América anda este ano. O laboratório pretende lançar a substância no mercado norte-americano logo que receba luz verde da FDA embora esteja a decorrer uma disputa com a Amgen que alega que o Mircera viola as patentes de dois dos seus medicamentos para a anemia.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Herald Tribune.

Vioxx provoca riscos cardiovasculares aos 7,4 meses de utilização

Um estudo publicado pelo “New England Journal of Medicine” refere que os riscos de acidentes cardiovasculares inerentes à toma do anti-inflamatório Vioxx têm início aos 7,4 meses de utilização do tratamento, contrariando as indicações da Merck e dos seus cientistas.

Esta investigação, que envolveu a participação de 2.434 doentes, tinha sido interrompida na altura em que o fármaco foi retirado do mercado, em Setembro de 2004 e pretendia analisar a acção do Vioxx na redução da reincidência de cancro do cólon após a cirurgia ou o tratamento com quimioterapia. Os resultados indicam que o Vioxx “está associado a um aumento de episódios cardiovasculares adversos entre os pacientes que foram submetidos ao tratamento, em média, durante 7,4 meses”. A Merck, responsável pela produção do medicamento, refere que os riscos cardiovasculares ocorrem apenas em pacientes que tomaram o medicamento durante mais de 18 meses.

A farmacêutica alega que o estudo é apenas uma pequena parte da história relativa ao Vioxx que está longe de ser conclusiva. Apesar dos resultados, os responsáveis pela investigação admitem que a duração abreviada limitou o estudo, assim como o número relativamente reduzido de incidentes cardíacos registados – 15 no grupo do Vioxx e 6 no grupo que usou placebo.

Kent Jarrell, porta-voz da Merck, considera que o estudo "não deve ser interpretado fora do contexto". De acordo com o responsável, "é muito difícil tirar conclusões significativas do pequeno número de eventos cardiovasculares nesta pesquisa, porque ela foi concluída prematuramente".

A empresa enfrenta actualmente mais de 27 mil processos judiciais em tribunais norte-americanos relativos a pacientes que alegam ter sido prejudicados pela utilização do medicamento.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, First Word.

REPORTAGEM

Apreensão de toneladas de fármacos na China relança questão
O fenómeno dos medicamentos contrafeitos


As recentes apreensões de mais de uma tonelada de medicamentos falsificados na província chinesa de Cantão e no âmbito de uma operação de combate à venda de produtos contrafeitos pela internet, consumadas em acções conjuntas da Interpol e dos dos governos de Pequim e Washington, relançaram para a ordem do dia e para as páginas dos jornais o fenómeno da contrafacção, parcela de um problema mais vasto: a produção de fármacos que não cumprem as especificações mínimas de qualidade, tornando-se por isso inúteis ou mesmo perigosos.

Entre os milhares de fármacos apreendidos em Cantão avultavam as pastilhas de Viagra, enquanto numa operação anterior as três autoridades policiais detectaram, também na China, a existência de comprimidos de Tamiflu. São dois dos produtos farmacêuticos mais procurados actualmente à escala mundial – o primeiro visando fazer face ao problema da impotência sexual masculina, o segundo para prevenir os efeitos de uma eventual pandemia de gripe das aves –, quase dois anos depois de a polícia chinesa, em cooperação com a sua congénere americana e a Interpol, ter desmantelado uma rede criminosa que fabricava medicamentos falsos, e dias depois de ter sido executado no país um antigo responsável governamental pela área farmacológica, acusado de corrupção e de concessões ilegais a empresas chinesas.
Na história recente da China não são raros os exemplos de problemas deste tipo. Em 2004 pelo menos 13 bebés morreram na sequência de terem ingerido leite em pó falsificado, e em 2006 várias pessoas morreram por terem tomado um fármaco que continha dietilenglicol, um anticongelante utilizado como fluido dos travões, que chegou também ao Panamá, onde matou mais de uma centena de utilizadores da mesma substância. De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto de fonte do sector farmacêutico com representação em Portugal, o fenómeno dos medicamentos contrafeitos está já profundamente enraizado em todo o mundo, e é responsável por grandes problemas à escala global.
Em causa estão não só os fármacos que, pura e simplesmente, não têm qualquer efeito sobre as doenças para que alegadamente são indicados, mas também certos produtos que são fabricados abaixo dos standards estabelecidos para a indústria farmacêutica, e que por esse motivo se tornam não apenas inúteis, por não terem mais do que um efeito placebo, ineficaz no combate às doenças, mas também, não raras vezes, perigosos para quem os consome. Os medicamentos contrafeitos são fraudulenta e deliberadamente «desrotulados» no que diz respeito à fonte de onde são provenientes, e podem consistir em fármacos com ingredientes correctos, mas com falsas embalagens, com os componentes errados ou mesmo sem princípios activos. O fenómeno abrange medicamentos genéricos e de marca.

Saúde pública
O advento das farmácias online veio permitir que actualmente qualquer pessoa em qualquer parte do mundo possa adquirir mais facilmente os medicamentos de que precisa, mas antes disso já o contrabando e a venda ilegal possibilitava a aquisição deste tipo de produtos. No entanto, essa compra nem sempre ocorre dentro dos parâmetros mais adequados às necessidades do doente, e as reticências por parte das empresas farmacêuticas, dos consumidores e dos agentes reguladores do sector à venda online são muitas. O uso regular de fármacos contrafeitos pode desencadear episódios graves de falha terapêutica ou de resistência ao efeito dos medicamentos, e nos casos mais graves provocar a morte.
Foi exactamente o que aconteceu em 1995 na Nigéria – onde actualmente corre o julgamento de um caso similar, que opõe o governo local à multinacional Pfizer – , quando, durante uma crise epidémica de meningite, mais de 50 mil pessoas foram inoculadas com vacinas falsificadas. Mais de 2500 pessoas morreram. No mesmo ano, no Haiti, 89 crianças morreram, e três anos depois outras 30 na Índia, depois de terem sido tratadas com um xarope para a tosse à base de paracetamol, que na versão falsificada continha, uma vez mais, o anticongelante dietilenglicol. Em 1999, no Camboja, pelo menos 30 pessoas morreram depois de tomarem medicamentos contrafeitos para a malária, enquanto no ano seguinte, no sudoeste asiático, um estudo revelou que 38 por cento dos 104 medicamentos usados no tratamento da malária vendidos nas farmácias não continham qualquer ingrediente activo.
Em 2004 um fármaco falsificado deixou um rasto de morte na Argentina. Uma mulher de 22 anos que sofria de anemia viu piorar o seu estado de saúde. O fígado entrou em colapso e a paciente acabou por morrer, depois de ter sido tratada com injecções de ferro que, segundo apuraram as autoridades sanitárias locais, teriam sido contaminadas com um contrafeito altamente tóxico, cuja proveniência não foi possível de identificar, visto que os documentos que acompanhavam o fármaco eram igualmente falsos. No ano seguinte outra mulher da mesma idade, grávida, foi injectada com um medicamento contrafeito. Sobreviveu, mas deu à luz um bebé de 26 semanas. Apesar destes casos, a Argentina continua a não considerar crime a venda deste tipo de produtos. A Organização Mundial de Saúde adverte, porém, para os elevados riscos da administração de substâncias cuja proveniência não é devidamente referida nas embalagens, asseverando que a contrafacção de medicamentos desencadeia um gravíssimo problema de saúde pública em todo o mundo.

Carla Teixeira
Fonte: Organização Mundial de Saúde, Agência Efe
Estudo contradiz declarações dos investigadores da Merck
Risco cardíaco do Vioxx antes dos 18 meses


O risco cardíaco associado à administração do anti-inflamatório Vioxx (rofecoxib), fabricado e comercializado pela Merck, foi detectado muito antes dos 18 meses de utilização do medicamento, de acordo com os dados de um estudo incompleto, mas que desmente recentes declarações da multinacional e dos seus investigadores, por ter aferido aquele risco pouco depois dos sete meses de uso do fármaco.

De acordo com o estudo agora publicado no «New England Journal of Medicine», e que até 2004 – altura em que o Vioxx foi retirado do mercado – acompanhou 2.434 doentes, o risco cardíaco decorrente da utilização contínua do fármaco tem início bem antes dos 18 meses admitidos pela companhia farmacêutica. Na investigação interrompida há três anos, apesar de o tempo médio de tratamento dos pacientes observados se ter ficado pelos 7,4 meses, os cientistas concluíram que o fármaco estaria associado ao aumento da frequência de incidentes cardiovasculares, como dores no peito, enfartes, derrames, coágulos e morte súbita provocada por doenças do coração.
Um porta-voz da Merck reagiu à publicação da notícia no «New England Journal of Medicine» com um aviso: “O estudo não deve ser tomado fora do seu contexto”. De acordo com Kent Jarrell, “é muito difícil retirar conclusões significativas do pequeno número de eventos cardiovasculares ocorridos nesta pesquisa, que foi concluída prematuramente”. A multinacional considera que a investigação agora divulgada é “apenas uma pequena parte da história do Vioxx, e está longe de ser conclusiva”. Opinião diferente têm os autores do estudo interrompido em 2004, para quem ficou clara a associação entre o uso do fármaco e as ocorrências cardíacas.
A equipa liderada por David Kerr, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, argumenta que o estudo foi limitado pelo número relativamente baixo de incidentes cardíacos – 15 no grupo tratado com Vioxx, seis no grupo de controlo, que usou um placebo – e pela duração abreviada, mas salienta que “as conclusões sugerem um risco agravado da ocorrência de eventos cardiovasculares e tromboses em doentes escolhidos aleatoriamente para receberem o rofecoxib”, concretizando que o risco existe durante o tratamento e prolonga-se pelos 14 dias seguintes ao seu término.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters
Para os portadores da doença pulmonar obstrutiva crónica
Spiriva Respimat completou processo de aprovação na Europa


A Boehringer Ingelheim e a Pfizer, dois gigantes do sector farmacêutico à escala mundial, anunciaram o término do processo de aprovação na Europa do inalador Spiriva Respimat, um inovador aparelho que assegura uma mais eficaz entrega da medicação aos portadores da doença pulmonar obstrutiva crónica.

De acordo com um comunicado conjunto daquelas multinacionais, o sucesso obtido ao longo do processo de aprovação com vista à introdução no mercado europeu do Spiriva Respimat na União Europeia surge na sequência do «pleno» registado, em termos de aprovações nacionais, nos vários estados-membros, e marca um ponto de viragem no tratamento dos doentes de DPOC no Velho Continente. O Spiriva Respimat é um inalador de última geração, que combina a tecnologia mais recente com a eficácia comprovada do Spiriva (tiotropium).
O novo inalador representa, na acepção daquelas empresas, “um passo em frente” na na terapia destinada aos portadores daquela doença crónica, aliando um único e sofisticado sistema de entrega da medicação com um desenho ergonómico e fácil de usar pela maioria daqueles pacientes, que graças a uma melhor penetração nos pulmões conseguirão atenuar mais eficazmente as suas dificuldades de respiração, próprias da DPOC. O Spiriva (tiotropium) é um tratamento de primeira linha para a doença pulmonar obstrutiva crónica, que ajudou os doentes a melhorar a qualidade de vida e a convivência com a enfermidade. A eficácia daquele medicamento foi demonstrada através de um extenso programa de desenvolvimento clínico, em que foram acompanhadas mais de 25 mil pessoas com a doença. Hoje é o fármaco mais receitado em todo o mundo para os portadores da DPOC.

Carla Teixeira
Fonte: Boehringer Ingelheim, Pfizer
Chinesa Sinobiomed assegurou direitos exclusivos...
Vacina contra a malária patenteada na Alemanha


A companhia farmacêutica chinesa Sinobiomed anunciou ontem que a sua vacina contra a malária foi patenteada na Alemanha, acrescentando que a patente é válida em vários outros países europeus.

De acordo com informações avançadas pela empresa, a Sinobiomed assegura assim direitos exclusivos no que diz respeito ao desenvolvimento, à produção e à comercialização daquela imunização, através da sua subsidiária Shanghai Wanxing Bio-Pharmaceuticals Company, firma de que detém 82 por cento do capital. Banjun Yang, presidente da companhia farmacêutica, explicou que “a garantia da patente europeia vem alargar a capacidade da Sinobiomed para dar continuidade à fase de desenvolvimento da vacina, com maior confiança no seu potencial desenvolvimento comercial no mercado global”. O responsável entende que esta patente representa “um possível benefício para a humanidade, mas também um investimento seguro para os accionistas da Sinobiomed”. Em Setembro de 2006, a empresa chinesa já tinha obtido patente para a sua vacina contra a malária nos Estados Unidos.

Carla Teixeira
Fonte: United Press International

Pais responsáveis pela transmissão aos filhos do vírus da hepatite B

Um grupo de investigadores japoneses alertou hoje no Journal of Medical Virology, para o facto de a transmissão do vírus da Hepatite B (HBV) cada vez mais acontecer de pais para filhos. Na base do alerta estão os resultados de um estudo desenvolvido pelo Osaka General Medical Center, em cujo relatório final é apontado que esta é uma “importante via” de transmissão da doença no Japão.

“Até à data, apenas as crianças nascidas de mães infectadas com HBV eram consideradas crianças de alto risco e apenas a estas era administrada a vacina contra a doença”, explica o Dr. Hitoshi Tajiri, responsável pelo estudo. No entanto, os resultados do estudo evidenciaram provas significativas, que indicam que os pais não só podem como frequentemente transmitem o vírus aos seus filhos.

Baseados em análises genéticas efectuadas, incluindo análises de duas regiões codificadas( ao gene S e X)da estrutura genética do vírus, os investigadores verificaram que das cinco famílias em estudo, nasceram oito crianças contaminadas pelos pais com o HBV.

A semelhança genética dos cinco casais de pais e respectivos filhos era “muito elevada”, entre 99, 3 e 100 por cento, dai que posteriormente tenham sido agrupados no mesmo cluster (grupo de indivíduos com características semelhantes).

Face aos resultados obtidos, os investigadores recomendam “fortemente” uma mudança na politica das agências de saúde publica japonesas, que deverão “reexaminar a actual politica de prevenção da transmissão do HBV em crianças, tornando universal o processo de vacinação, para que dentro de um curto espaço de tempo todas as crianças japonesas tenham acesso à vacina contra a hepatite B”, tal como a Organização Mundial de Saúde (OMS) havia já recomendado.

Por outro lado, o estudo revelou também que todas as mães observadas tinham contraído a doença por via sexual, através de relações com os respectivos maridos e que todas se curaram. Todas elas demonstraram resultados negativos na triagem do HBV, mas apresentaram anticorpos contra o vírus, o que indica que apesar de não serem portadoras de infecção por HBV, todas as mães já estiveram expostas ao vírus.

Para os investigadores, os resultados do estudo mostram claramente que “as esposas de indivíduos infectados com HBV, também deveriam receber protecção contra o vírus”.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Becel lança portal que calcula idade do coração

A marca de produtos alimentares Becel criou um novo portal online, em www.becel.pt, onde é possível conhecer a idade real do seu coração. O objectivo é dar alguns indicadores aos consumidores para poderem evitar problemas cardíacos.

Através da resposta a algumas questões sobre níveis de colesterol, tensão arterial e actividade física, o simulador online, através do método de cálculo Framingham, avalia a situação do seu coração em comparação com a sua idade.

«Clube do Coração» é uma outra área deste novo portal. Os cibernautas podem inscrever-se, de forma gratuita, neste clube e receber informações sobre modos de vida saudável com concelhos sobre alimentação, actividades físicas e ainda saber algumas curiosidades sobre o coração.

Numa altura em que os problemas cardíacos surgem cada vez mais e cada vez mais cedo, o objectivo deste portal é dar informação útil às pessoas de forma a criar hábitos saudáveis de vida e assim preservar a saúde.

Sara pelicano

Fontes: press release do grupo GCI

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Aumenta o número de casos de doença do Legionário

No ano passado o número de casos registados cresceu 66 % em relação a 2005

A Direcção Geral de Saúde (DGS) registou no ano passado 88 casos da doença do legionário, o que corresponde a um aumento de 66 por cento, relativamente a 2005. Se tomarmos como comparação o ano de 2002, o aumento do número de casos registados a nível nacional representam um crescimento de 300 por cento A legionelose é uma pneumonia grave, que pode afectar uma em cada 20 mil pessoas, essencialmente nos países desenvolvidos e que tem uma mortalidade superior a 20%.

Os grandes centros urbanos são as principais zonas de notificação da doença, o Porto reúne 33 dos 88 casos mais sete do que em 2005, enquanto de Lisboa chegaram 17 notificações, muito além dos nove casos registados em 2005. Os números são alarmantes, principalmente se tivermos em causa que a doença pode ser evitada, uma vez que a bactéria que lhe está na origem precisa de ambientes húmidos e propaga-se sobretudo através de sistemas de ar condicionado, torres de água e tanque de água fria ou quente, como acontece em hotéis e hospitais. Como tal, a limpeza regular destes sistemas é o remédio mais eficaz para evitar a colonização pela bactéria legionella pneumophyla.

Contudo, a doença pode estar subnotificada, adianta a DGS, uma vez que a declaração da doença, apesar de ser obrigatória é "um sistema de vigilância passivo" e dependente do preenchimento de um formulário a enviar àquele organismo, o que nem sempre acontece.

Identificada em 1976, na sequência de uma epidemia de pneumonia, de causa desconhecida, entre idosos antigos combatentes da Legião Americana, que tinham assistido a uma conferência num hotel em Filadélfia, a doença do legionário surge geralmente por epidemias muito localizadas, normalmente resultantes do contacto com a mesma fonte de contágio.

A doença do legionário representa entre 1 a 8 por cento de todas a pneumonias e 4 por cento das pneumonias mortais registadas em hospitais, sendo ainda responsável por cerca de um terço das pneumonias graves. Os indivíduos afectados são essencialmente pessoas debilitadas, como é o caso dos idosos, que podem contrair a infecção pela simples inalação de gotas de água contaminada.

Para além do forte aumento de casos de doença do legionário, o relatório da DGS apresenta também outras reduções de notificações, como é o caso das várias hepatites. A hepatite A desceu de 280 notificações em 2005 para 45 no ano passado, enquanto que a variante B da doença registou no ano passado metade das notificações de 2005. A hepatite C, por sua vez, registou 88 casos, menos 14 do que em 2005.

Tendência igual tem vindo a mostrar a tuberculose respiratória que, apesar de continuar a ser a doença de declaração obrigatória com maior número de notificações, também registou uma diminuição acentuada, descendo de 3150 casos para 2478, de 2002 até ao ano passado, o que corresponde a menos 123 casos do que em 2005.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Mutação genética espontânea pode favorecer autismo

Estudo sugere que pais mais velhos serão mais propensos a ter filhos autistas "esporádicos"

Um estudo norte-americano - publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências - indica que a maioria dos casos de autismo pode ser explicada por mutações genéticas espontâneas, e não por uma predisposição genética transmitida por várias gerações.

Os investigadores que conduziram o estudo explicaram que “mutações espontâneas ou pequenas anomalias de ADN foram observadas em cerca de 10% dos doentes estudados e, principalmente, entre aqueles que sofrem autismo esporádico, o mais frequente, por oposição ao autismo genético.”

Os cientistas sugerem, assim, que “as mutações genéticas do ADN de uma criança ou de um dos seus pais podem desempenhar um papel maior do que se pensava no aparecimento do autismo esporádico (quando não há antecedentes familiares).”

Para sustentar esta mutação espontânea - que segundo os especialistas norte-americanos avança com a idade dos pais - apontaram o facto de várias mulheres nos países desenvolvidos retardam o momento da gravidez. “Pode explicar o motivo pelo qual pais mais velhos serão mais propensos a ter filhos autistas”, concluíram.

Irrversível e sem cura

O autismo é uma condição crónica e irreversível. Trata-se de uma perturbação global do funcionamento cerebral, que afecta numerosos sistemas e funções, eventualmente com múltiplas causas e que se expressa de formas bastante diversas. Há, contudo, medicamentos que podem aliviar sintomas e alterações comportamentais associadas ao autismo mas, não há cura nem medicação específica que modifique de forma consistente as perturbações básicas da comunicação ou da interacção social que o caracterizam.

Entretanto, o Farmácia.com.pt divulgou, recentemente, uma investigação realizada no «UT Southwester Medical Center», em Dallas (EUA), que revelava que duas proteínas relacionadas com a perturbação do espectro autista foram identificadas como capazes de controlar a força e o balanço das ligações das células nervosas.

Um outro estudo – também noticiado no Farmácia.com.pt – indicava que o bloqueio de uma enzima chave do cérebro poderia reverter muitos dos sintomas inerentes à síndrome do X frágil (SXF), uma doença genética hereditária que causa um largo espectro de deficiência mental e que muitas vezes acompanha o autismo.

Em Portugal

O maior estudo sobre autismo em Portugal revelou que há mais crianças autistas no Açores do que em Portugal continental e menos no Norte do que nas regiões Centro e Lisboa. A mesma pesquisa indicou também que apenas um em cada três casos está correctamente diagnosticado.

Raquel Pacheco

Fonte: Último Segundo/Manual Merk

No segundo trimestre de 2007
GlaxoSmithKline estabiliza lucros

A britânica GlaxoSmithKline (GSK), líder europeia no sector farmacêutico, anunciou, hoje, um resultado líquido de 1,33 mil milhões de libras (cerca de 1,98 mil milhões de euros) referente ao segundo trimestre de 2007.

O resultado ficou praticamente estabilizado devido à quebra nas vendas do seu medicamento para a diabetes - Avandia.

No segundo trimestre deste ano, o resultado operacional da GlaxoSmithKline cifrou-se em 1,89 mil milhões de libras (2,82 mil milhões de euros), praticamente o mesmo valor alcançado um ano antes.


Raquel Pacheco
Fonte: DinheiroDigital/Diário Económico

Unicef utiliza novas tecnologias para promover prevenção do HIV

A Unicef e a estação de televisão MTV estabeleceram uma parceria com vista à criação de vários blogues de vídeo (vlogs) sobre o HIV/Sida. O objectivo é promover a troca de ideias sobre o problema entre os jovens que frequentam a blogosfera de forma a combater a discriminação e a fomentar a prevenção.

A iniciativa insere-se no projecto Staying Alive, traçado para esclarecer os jovens sobre a doença. Nesta primeira fase do projecto o Vlogit pretende incentivar os jovens a partilharem conhecimentos acerca do HIV e da Sida recorrendo a imagens de vídeo.

Actualmente, 10 milhões de jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos vivem com o vírus, sendo que as crianças e os jovens são os grupos responsáveis por metade das novas infecções.

Marta Bilro

Fonte: iGov, The News Market.

GlaxoSmithKline galardoou trabalhos de intervenção
Premiada organização portuguesa

A organização não-governamental portuguesa Inde – Intercooperação e Desenvolvimento foi galardoada pela Fundação GlaxoSmithKline no âmbito de uma iniciativa que pretende distinguir, através da atribuição de prémios, marcada para hoje, os melhores esforços de investigação e intervenção contra a sida em África.

Da lista de vencedores consta o projecto «Apoio à vida contra a sid», desenvolvido pela Inde na Guiné-Bissau, país onde pela primeira vez foram criados grupos de apoio domiciliário vocacionados para prestar os melhores cuidados paliativos aos doentes seropositivos. Agindo no contexto da sensibilização, no apoio aos doentes e às suas famílias e na alfabetização ou inserção no percurso educativo das crianças que a sida deixou órfãs, os nove grupos criados pela ONG portuguesa na Guiné-Bissau mereceram a atenção da fundação, que assim enaltece o trabalho da Inde naquele que é um dos países mais assolados pela pobreza do mundo (ocupa o 173º lugar no índice de desenvolvimento humano), e um dos mais fustigados pelos mais violentos dramas sociais e sanitários.O projecto da Inde nasceu associado à Fundação GlaxoSmithKline, quando em 2005 aquela entidade financiou uma iniciativa pioneira de sensibilização contra a sida, abrindo uma linha de intervenção que se tornou prioritária na estratégia de luta contra a pobreza que a Inde vem desenvolvendo na Guiné-Bissau desde 1999, e que instituíram a sida como o primeiro inimigo a abater na busca de melhor qualidade de vida para as populações locais. Segundo informação veiculada ao farmacia.com.pt por uma fonte da Inde, a pandemia de sida na Guiné-Bissau constitui uma "situação gritante", visto que a doença, que no mundo já matou mais de 20 milhões de pessoas e infectou quase o dobro, tende a acentuar-se nos países com economias mais débeis.

Catástrofe
Nos países que não adoptaram as estratégias de prevenção contra a infecção do VIH, entre os quais a Guiné Bissau se inclui, o problema assume proporções catastróficas, e o grande obstáculo à vitória neste combate é a "ausência de dados absolutamente fiáveis sobre a real prevalência da doença". Os poucos dados disponibilizados pela ONU, que mantém sistemas de observação e algumas estruturas de apoio à saúde na Guiné-Bissau, indicam que se tem verificado um aumento da incidência da sida entre as mulheres grávidas, mas no que toca ao número total de casos, refere a Inde, os 1160 casos reportados pela OnuSida em 2000 encontram-se "francamente abaixo da realidade" no país.

Carla Teixeira
Fonte: Inde, Cienciahoje.pt

Nabi Biopharmaceuticals divide-se para criar novas unidades de negócio


A Nabi Biopharmaceuticals anunciou a criação da Nabi Pharmaceuticals, a segunda de duas novas unidades de negócio planeadas, um mês depois de ter iniciado a divisão do seu segmento biológico.

A Nabi Pharmaceuticals ficará responsável pelos programas de desenvolvimento da vacina anti-tabaco NicVAX, da StaphVAX, uma vacina antiestafilocócica, assim como pela continuação das obrigações relacionadas com o cumprimento de objectivos inerentes à venda do PhosLo (Acetato de Calcio).

Em resultado desta operação, a empresa eliminou 33 postos de trabalho nas suas instalações de produção em Rockville, Maryland, nos Estados Unidos da América, que correspondem a 5 por cento do total da força de trabalho da empresa.

“A criação da Nabi Pharmaceuticals é mais um passo importante para o futuro da Nabi à medida que nos aproximamos de uma conclusão bem sucedida do nosso processo de alternativas estratégicas, financiado pelo Banc of America Securities, e na garantia de um parceiro para os nossos programas da NicVAX e StaphVAX”, afirmou Leslie Hudson, presidente e director executivo da Nabi Biopharmaceuticals.

No mês passado a empresa anunciou a criação da Nabi Biologics, bem como de um grupo de serviços gerido por várias empresas que deverá apoiar estas duas unidades de negócio.

Marta Bilro

Fonte: Pharmeceutical Processing, BioPharma-Reporter.com.

Nigéria apresenta queixa-crime contra Pfizer

Arguidos da farmacêutica norte-americana faltaram ao julgamento

O governo da Nigéria apresentou, hoje, uma queixa-crime contra a farmacêutica norte-americana Pfizer. Na origem desta acção está um teste com um medicamento realizado, em 1996, no Estado de Kano, e no qual 11 crianças morreram.

Segundo a Reuters Brasil, o governo nigeriano exigiu já o pagamento de 6,5 bilhões de dólares numa acção civil que decorre em simultâneo. A Nigéria acusa a Pfizer de ter enganado as autoridades sobre os testes efectuados com o fármaco (antibiótico Trovan) e de ter provocado a morte de 11 crianças.

A agência avança ainda que, os governantes do Estado de Kano (onde ocorreu o episódio) pedem como indemnização à Pfizer de dois bilhões de dólares e terão, também, apresentado uma queixa-crime.

As acusações formais surgiram em Maio. Hoje, estava previsto o caso ser julgado em tribunal, contudo, foi adiado para 29 de Outubro na sequência da ausência dos elementos da Pfizer acusados no processo. De referir que, segundo as leis nigerianas, os arguidos envolvidos em processos criminais precisam de comparecer a julgamento.

Dois dos nove acusados estarão detidos

O advogado do governo da Nigéria, Babatunde Irukera, considerou que "há vários procedimentos que o governo deve adoptar, especialmente se há arguidos estrangeiros."

No entanto, um membro do ministério da Justiça nigeriano afirmou que duas das novas pessoas acusadas já haviam sido detidas, porém, a identidade deles não foi divulgada.

Recorde-se que, o caso gira em torno de 200 crianças que receberam medicamentos da farmacêutica Pfizer durante um surto de meningite surgido em 1996. Até hoje, a Pfizer refuta as acusações e declara-se inocente.

Raquel Pacheco
Fonte: Reuters Brasil

Merck adquire NovaCardia

A farmacêutica Merck chegou a um acordo definitivo para a compra da norte-americana NovaCardia, empresa especializada no desenvolvimento de terapias para doenças cardiovasculares. O negócio que envolve 255 milhões de euros deverá ser financiado por acções da merck.

A NovaCardia está actualmente a analisar a actuação de um fármaco que preserva a função renal em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva grave. O medicamento, denominado KW-3902, encontra-se já em ensaios clínicos de Fase III.

As empresas acreditam que a operação possa estar consolidada dentro de 45 dias, altura em que a Merck irá actualizar as perspectivas de ganhos para 2007.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo, Forbes, CNN Money.

AstraZeneca nomeia novo membro do quadro de directores


Bo Angelin vai juntar-se ao quadro de directores da farmacêutica AstraZeneca enquanto director não executivo. A decisão anunciada pela empresa tem efeito imediato.

Bo Angelin é professor de metabolismo clínico no Instituto Karolinska e director do departamento de endocrinologia, metabolismo e diabetes no Hospital Universitário Karolinska, em Estocolmo, na Suécia, onde lidera um grupo de pesquisa que estuda a regulação do metabolismo dos lípidos no fígado através dos genes, dietas e hormonas, de forma a descobrir novas formas de eliminar o colesterol do organismo.

“Estou muito satisfeito pelo facto de Bo Angeline ter aceitado juntar-se a nós. A sua experiência considerável na investigação médica e na prática da medicina representarão um grande benefício para o trabalho do quadro [de directores] ”, referiu Louis Schweitzer, presidente da AstraZeneca.

Marta Bilro

Fonte: AstraZeneca

Pfizer planeia construção de unidade de produção na Rússia

A farmacêutica norte-americana Pfizer prepara-se para construir uma unidade de produção na Rússia ou adquirir uma já existente que se dedique ao mesmo ramo. As previsões dos analistas indicam que a Pfizer deverá optar por começar do zero, uma vez que lhe permitirá poupar metade dos custos.

A construção de uma fábrica de raiz é a opção que parece mais provável face aos preços elevados das unidades de produção já existentes e à necessidade de investir na sua actualização e restauro, revelou um representante da empresa, que prometeu avançar com mais pormenores sobre o assunto durante o mês de Agosto.

Caso se confirme a escolha de um projecto de construção, a Pfizer será a segunda farmacêutica global a edificar uma unidade de produção naquele país, seguindo o exemplo da francesa Servier que completou a construção de uma fábrica em Moscovo, avaliada em 29 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Kommersant

No exercício relativo ao segundo trimestre deste ano
GlaxoSmithKline estabiliza lucros


A maior companhia farmacêutica com sede no continente europeu anunciou hoje um resultado líquido de 1,98 mil milhões de euros no exercício relativo ao segundo trimestre deste ano. Entre Abril e Junho deste ano, segundo os dados avançados hoje, a GlaxoSmithKline viu a sua margem de lucro crescer apenas um ponto percentual face ao exercício anterior. Na base destes resultados estará, de acordo com o laboratório, a quebra das vendas do Avandia, medicamento da empresa indicado para o tratamento da diabetes.
De acordo com as informações constantes num comunicado enviado pela empresa britânica à Bolsa de Londres, ao longo do segundo trimestre deste ano a companhia registou uma quebra de três por cento no seu volume de negócios, para os 8,5 mil milhões de euros, fenómeno que explica também com a descida de 22 por cento no volume de vendas do Avandia. O resultado operacional da GSK ter-se-á assim ficado pelos 2,82 mil milhões de euros, no que representa uma estabilização face aos resultados conseguidos no período homólogo de 2006.

Carla Teixeira
Fonte: Diário Económico

Alterações ao RCM do Acomplia

Recomendada não utilização do fármaco em doentes medicados com antidepressivos ou com depressão grave

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu, hoje, uma circular onde informa que o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) recomendou alterações ao Resumo das Características do Medicamento (RCM) do Acomplia com base no risco de depressão associado ao medicamento.

O Acomplia (rimonabant) é um medicamento indicado como adjuvante na dieta e no exercício físico para o tratamento de doentes obesos (IMC ≥ 30 Kg/m2), ou com excesso de peso (IMC > 27 Kg/m2) e com factor(es) de risco associado(s), tais como diabetes tipo 2 ou dislipidemia.

Este fármaco não se encontra, actualmente, comercializado em Portugal, contudo, reconhecendo que “não é possível excluir a sua utilização”, o Infarmed frisou que se trata de um Medicamento Sujeito a Receita Médica, e que “a relação benefício-risco se mantém positiva desde que, aquando a sua prescrição, seja considerada esta nova informação de segurança sobre o risco de depressão associado ao Acomplia.”

Na nota divulgada, o Infarmed adverte para o facto: “O risco de desenvolvimento de depressão nos doentes medicados com Acomplia é aproximadamente o dobro quando comparado com o risco nos doentes obesos ou com excesso de peso que não tomaram o medicamento. Uma minoria destes casos poderá estar associado a ideação suicida ou até a tentativa de suicídio. O dobro do risco de depressão ocorreu em todos os tipos de doentes, contudo, o risco poderá estar aumentado em doentes com história de depressão.”

Das alterações ao RCM constam: “Contra-indicação em doentes com depressão major ou em doentes que se encontram em tratamento com medicamentos antidepressivos; Advertência para interromper o tratamento nos doentes que desenvolvam depressão; Informação adicional sobre segurança psiquiátrica.”

O Acomplia foi aprovado na União Europeia, em Junho de 2006, através de um procedimento centralizado. O Infarmed relembra que, “durante o processo de avaliação, que originou a Autorização de Introdução no Mercado (AIM) Europeu, o CHMP da EMEA verificou que o rimonabant estava associado ao risco de reacções adversas do foro psiquiátrico, particularmente depressão, pelo foi incluída informação no RCM e FI (Folheto Informativo), com o objectivo de alertar os médicos. Adicionalmente, foi solicitado ao Titular da AIM a monitorização destes efeitos indesejáveis.”

Neste sentido, e após um ano de comercialização do Acomplia (em 13 países europeus), foi revista toda a informação de segurança, em particular as reacções adversas do foro psiquiátrico, como a depressão e tentativa de suicídio, em doentes medicados com Acomplia. Assim, e de acordo com o Infarmed, o CHMP "concluiu que o benefício deste fármaco continua a ser superior ao risco, excepto nos doentes com depressão grave e/ou em tratamento com medicamentos antidepressivos."

Raquel Pacheco
Fonte: Infarmed
Vacina contra o cancro do colo do útero da GlaxoSmithKline
Cervarix recebe parecer positivo da EMEA

A Comissão da Agência Europeia para os Medicamentos de Uso Humano emitiu ontem um parecer positivo sobre a vacina Cervarix, para prevenir o cancro do colo do útero. A empresa GlaxoSmithKline, responsável pelo fabrico e pela distribuição da imunização, prevê que o medicamento esteja disponível no mercado português no último trimestre deste ano.

De acordo com informações avançadas hoje à imprensa pela empresa farmacêutica, os testes clínicos da vacina têm demonstrado capacidade para conferir uma protecção de até cinco anos e meio após a inoculação, protegendo a mulher contra lesões pré-malignas e manifestações do cancro do colo do útero relacionadas com o papilomavírus humano. Em declarações à Agência Lusa, a representante da GSK Marta Mello Breyner explicou que a mais-valia do novo fármaco está relacionada com a inclusão de um adjuvante, uma substância que provoca uma resposta maior e mais rápida do sistema imunitário, inviabilizando a progressão da doença.
O parecer favorável da Agência Europeia de Medicamentos baseou-se nos resultados de estudos científicos que foram desenvolvidos com mais de 30 mil mulheres, com idades compreendidas entre os 10 e os 25 anos, e tem uma importância considerável, visto que, até ao momento, só existe em Portugal – país líder da Europa no que diz respeito à incidência do carcinoma do colo do útero, com uma média anual de 900 novos diagnósticos e de mais de 300 casos mortais – uma vacina, com o nome comercial Gardasil, que é administrada em três doses, tendo cada uma delas o preço de 160 euros. A GlaxoSmithKline apraza a entrada no mercado nacional da nova vacina para o final deste ano, mas no que toca a preços refere apenas que procederá a várias análises internas até Setembro, altura em que definirá a sua posição definitiva sobre essa matéria.

Carla Teixeira
Fonte: Rádio Renascença, jornal «Público»

Suíça aprova utilização de Tasigna

A Suíça aprovou a comercialização do Tasigna (nilotinib), um medicamento que segue a mesma linha do Gleevec (iminitab) enquanto tratamento revolucionário destinado aos doentes com leucemia mielóide crónica. Apesar de serem ambos produzidos pela farmacêutica Novartis, os responsáveis afirmam que o novo fármaco é mais selectivo e potente do que o seu antecessor, que é já o segundo medicamento mais vendido do laboratório.

O Tasigna destina-se aos pacientes portadores de leucemia mielóide crónica que apresentam resistência ou intolerância ao tratamento com Gleevec. A farmacêutica suíça acredita mesmo que o Tasigna venha a substituir o Gleevec e tem planos para testar a sua eficácia e segurança em doentes aos quais ainda não foi administrado o Gleevec. As vendas do Gleevec, comercializado na Europa como Glivec, atingiram os 1,86 mil milhões de euros em 2006, tornando-se no segundo fármaco mais bem sucedido da Novartis, apenas precedido pelo Diovan (valsartan).

O parecer positivo surge na sequência de uma avaliação acelerada pela autoridade de saúde suíça, com base nas descobertas positivas de um ensaio clínico intermediário principal que demonstrou taxas elevadas de resposta nesse tipo de pacientes. O medicamento é geralmente bem tolerado, refere a Novartis que actualmente aguarda a decisão das entidades reguladoras europeia e norte-americana que deverá surgir no final no ano. A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) disse, na semana passada, que precisava de mais três meses para avaliar a substância.

O Tasigna inibe a produção de células cancerígenas que contêm um cromossoma anómalo atingindo a proteína Bcr-Abl. Esta proteína é produzida por células portadoras de uma anormalidade cromossómica, denominada cromossoma Filadélfia, o principal responsável pela superprodução de glóbulos brancos causadores de cancro em pacientes com leucemia mielóide crónica.

A leucemia mielóide crónica provocada pelo excesso de produção de glóbulos brancos não amadurecidos é um dos quatro tipos de leucemia reconhecidos, sendo responsável por cerca de 15 por cento de todos os casos de leucemia a nível mundial.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money

Implantes reestruturam ligações auditivas cerebrais

Os implantes de cóclea podem ser a solução para restaurar a normalidade das ligações cerebrais da audição, mesmo após vários anos de surdez, indica um estudo da Unversidade de Lyon, em França.

A cóclea é uma estrutura que faz parte do ouvido interno que, em conjunto com o sistema nervoso, constitui uma das partes essenciais do sistema auditivo, uma vez que promove a transformação das vibrações sonoras que chegam pelo ouvido médio em impulsos nervosos e que, depois, sairão para o cérebro pelo nervo auditivo.

Os resultados do estudo demonstram que o cérebro tem capacidade para reorganizar os centros de processamento de som ou reactivar os centros encobertos através de estimulação de sons, segundo afirma Jeanne Guiraud, orientadora do estudo realizado no Hospital Universitário Edouard Herriot e da Advanced Bionics.

A Advances Bionics analisou pessoas surdas com idades compreendidas entre os 16 e os 74 anos e observou que os indivíduos mais novos e aqueles que tinham um historial curto de surdez demonstraram alterações que se aproximam dos padrões registados nas pessoas com um nível normal de audição.

A equipa de cientistas estudou 13 adultos com surdez profunda que tinham recebido implantes de cóclea, em média, oito meses antes do estudo. A estimulação eléctrica do ouvido permitiu aos especialistas localizar o local no córtex auditivo do cérebro no qual as várias frequências eram processadas e criou um mapa para esses sons. Os resultados, publicados no “Journal of Neuroscience”, indicam que as pessoas que se tinham submetido a implantes de cóclea durante, pelo menos, três meses, apresentavam uma restauração da organização normal das vibrações.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Ciência Viva.

Paludismo ainda mata um milhão de pessoas por ano
Nova técnica pode acelerar produção da vacina


O desenvolvimento de uma vacina para o paludismo, responsável ainda por um milhão de mortes por ano em todo o mundo, pode estar mais perto de ser realidade. Uma nova abordagem científica permitiu a identificação rápida de uma dezena de moléculas de fragmentos de proteínas susceptíveis de servirem a elaboração de vacinas eficazes .

De acordo com a edição da revista «PLoS One» publicada hoje, uma equipa de cientistas da Universidade de Lausanne, na Suíça, liderada por Giampietro Corradin, logrou identificar 10 fragmentos de proteínas péptidas fáceis de reproduzir, através da combinação dos progressos mais recentes da bioinformática e da síntese química. Sintetizaram quimicamente uma centena dessas moléculas, e "10 delas revelaram ser o alvo dos anticorpos capazes de inibir o crescimento in vitro do parasita". Os investigadores consideram que esta descoberta deverá permitir, a breve trecho, "ganhar tempo para aperfeiçoar vacinas contra o parasita responsável pelo paludismo, mas também contra os agentes patogénicos responsáveis por outras doenças.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Indústria biotecnológica apoia guia europeu de biosemelhantes

A indústria europeia de biotecnologia recebeu com agrado o novo guia sobre as versões genéricas de medicamentos biológicos recentemente divulgado pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA). O objectivo é clarificar os padrões do sistema de aprovação dos chamados biosemelhantes.

“Perguntas e Respostas sobre medicamentos biosemelhantes” é o nome atribuído ao novo documento emitido pela agência reguladora europeia e que, de acordo com a Associação Europeia para a Bioindústria (EuropaBio), vem reforçar a comunicação sobre os biosemelhantes e reconhece que estes produtos não podem ser classificados como genéricos da mesma forma que acontece com os medicamentos padrão.

Para além disso, refere a EuropaBio, o documento emitido pela EMEA especifica que “uma vez que os medicamentos biosemelhantes e biológicos de referência são semelhantes mas não idênticos, a decisão de tratar um doente com um fármaco de referência ou um biosemelhante deve depender da opinião de um profissional de saúde qualificado”.

Este aconselhamento, que se opõe à substituição automática de um medicamento biológico por um genérico, reforça o papel central da relação médico-doente na utilização de terapias derivadas da biotecnologia, diz a EuropaBio. “O documento fornece esclarecimentos acerca do uso de biosemelhantes e sublinha a importância das regulamentações estabelecidas em 2004”, afirmou Andrea Rappagliosi, presidente do Conselho de Cuidados de Saúde da EuropaBio. O responsável considera que as indicações da EMEA relativas à protecção e segurança dos pacientes e à eficácia dos tratamentos saem reforçadas.

Ainda assim, há ainda alguns assuntos que precisam de ser esclarecidos à medida que é esperada a entrada de mais substâncias biosemelhantes no mercado europeu durante os próximos meses. Segundo o sistema de denominação de fármacos actualmente definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada composto terapêutico é atribuído uma DCI (denominação comum internacional), de maneira a que este possa ser reconhecido a nível global através de um nome único, facilitando a identificação farmacêutica das substâncias e dos compostos activos. A DCI é também atribuída aos medicamentos biológicos, que são mais difíceis de produzir devido à sua complexidade.

Em Novembro, a OMS considerou que era altura de actualizar o sistema de DCI e adaptar a sua nomenclatura aos medicamentos biológicos para que reflectisse a evolução da ciência ao longo dos últimos cinco anos, em especial com a chegada dos biosemelhantes. Thomas Bols, presidente do grupo de trabalho dos biosemelhantes da EuropaBio considera que “os biosemelhantes não são idênticos aos produtos originais e por isso necessitam de um sistema de atribuição de nomes diferente”, de forma a garantir que a farmacovigilância europeia acompanha as mudanças.

Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos da América, começa a traçar-se um caminho para a aprovação de medicamentos biológicos genéricos por parte da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), algo que já há muito era aguardado. Actualmente, os fabricantes de genéricos não podem comercializar cópias de produtos biotecnológicos nos EUA por não existir qualquer processo de regulação específico da FDA através do qual os genéricos possam ser aprovados. Porém, uma proposta de lei do Senado recentemente apresentada promete encontrar uma solução

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-Reporter.com

Teste diagnostica leptospirose em 15 minutos

O laboratório brasileiro Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) desenvolveu um novo teste de diagnóstico para a leptospirose que permite obter resultados em apenas 15 minutos. Esta inovação tem especial importância porque a detecção da doença no estado inicial pode salvar vidas evitando o surgimento de complicações, como é o caso da insuficiência renal ou hemorragia pulmonar que causam a morte a 50 por cento dos doentes.

A leptospirose é caracterizada por um grupo infecções causadas pelas bactérias Leptospira. A doença aparece em muitos animais domésticos e selvagens. Alguns animais actuam como portadores e albergam as bactérias na urina; outros adoecem e morrem. Por sua vez, as pessoas contraem as infecções através de contacto com o animal ou com a sua urina. A incidência da doença aumenta na época de chuvas e enchentes.

No Brasil, surgem cerca de três mil novos casos da doença a cada ano, 10 por cento dos casos acabam por se revelar fatais. Na maioria das vezes, o diagnóstico é realizado através de um exame clínico cujos testes de confirmação demoram entre três a cinco dias para revelar o resultado. Este factor é muitas vezes agravado porque os sintomas da leptospirose são muito semelhantes aos da dengue, o que deixa os médicos em dúvida, muitas vezes optando por prescrever medicamentos contra esta última.

O teste está a ser desenvolvido pelo laboratório há mais de 10 anos. Mitermayer Galvão dos Reis, director do Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz, a unidade do Fiocruz sedeada na Bahia e encarregue desta investigação, calcula que, dentro de seis a oito meses, o exame possa estar pronto para produção em larga escala.

Marta Bilro

Fonte: A Tarde, Manual Merck.

Exposição solar na infância diminui risco de desenvolver esclerose múltipla

As pessoas que estão sujeitas a mais tempo de exposição solar enquanto crianças têm um risco mais reduzido de desenvolver esclerose múltipla do que os que passaram pouco tempo ao sol, revela um estudo norte-americano.

Os investigadores da Escola de Medicina Keck da Unversidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, analisaram 79 pares de gémeos idênticos com o mesmo risco genético de desenvolver a doença, entre os quais apenas um dos gémeos era portador de esclerose múltipla.

Foi pedido aos gémeos que especificassem qual dos dois passava mais tempo a brincar no exterior durante os dias quentes, frios e ao longo do verão. Os cientistas quiseram também saber qual dos dois passava mais tempo a bronzear-se ao sol, qual estava mais tempo na praia e qual deles jogava desportos de equipa enquanto criança.

As conclusões do estudo, publicado na revista “Neurology”, indicaram que o gémeo portador de esclerose múltipla tinha passado menos tempo ao sol quando era criança do que o que não tinha a doença. Dependendo de cada tipo de actividade, o gémeo que gastou mais horas no exterior apresentou um risco entre 25 e 57 por cento mais reduzido de desenvolver esclerose múltipla.

Os autores acreditam, por isso, que “a exposição solar parece ter um efeito protector contra a esclerose múltipla”. Conforme explicaram Talat Islam e Thomas Mack, responsáveis pela investigação, “a exposição aos raios ultra violeta induz a protecção contra a esclerose múltipla através de mecanismos alternativos, quer seja directamente por alterar a resposta imunológica celular ou indirectamente por produzir vitamina D”.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, OnMedica.net.

Doença Huntington: detecção poderá ser feita mais cedo

Investigadores identificaram uma anomalia plasmática

A identificação de uma anomalia sanguínea ligada à perda de peso observada na doença de Huntington pode servir para melhor seguir a evolução desta doença neurodegenerativa, segundo um estudo publicado na revista PLoS One.

De acordo com a publicação, os investigadores identificaram uma anomalia plasmática - uma diminuição da ácidos aminados, componentes que formam as proteínas - associada à perda de peso nos doentes ainda numa fase precoce da doença. A anomalia sanguínea foi também detectada em pessoas portadoras da anomalia genética mas que não apresentavam ainda sinais neurológicos.

Para os cientistas do Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica (Inserm), “este parâmetro biológico simples - a diminuição da taxa de ácidos aminados (ditos ramificados) cada vez mais evidente ao longo do avanço da doença, medido graças a uma recolha de sangue - poderá permitir seguir melhor a evolução da doença, quem sabe até detectá-la precocemente”, sublinhando que o estudo “abre as vias para novas abordagens terapêuticas.”

Segundo informa a PLoS One, o estudo abrangeu um grupo de 32 pacientes num estado precoce da doença e também pessoas portadoras de anomalias genéticas mas que não apresentavam ainda sinais neurológicos (estado da doença chamado de pré-sintomático) e 21 indivíduos saudáveis que serviram como grupo de comparação.

A doença de Huntington é uma doença neurodegenerativa hereditária incurável, que chega a ser fatal. Geralmente a doença surge, entre os 30 e os 50 anos, através de perturbações de comportamento e movimentos anormais, seguidos de perturbações intelectuais e demência.

Em Portugal

Em Portugal, é uma das patologias raras com menor incidência, afectando entre 500 a 1000 portugueses, ainda assim devido ao seu carácter degenerativo progressivo exige uma acompanhamento e um apoio constante dos doentes e familiares, que não existe em Portugal.

Na maioria dos países ocidentais, estima-se que a doença de Huntington (DH) afecte entre 5 a 10 em cada 100 000 indivíduos. Afecta ambos os sexos e ocorre geralmente em adultos, embora em idades variáveis. Os casos de DH juvenis representam menos de 10% do total, tendo início antes dos 20 anos de idade, o principal sintoma da doença nos jovens é a rigidez muscular e não os movimentos involuntários.

Raquel Pacheco
Fonte: Lusa/PLoS One/Associação Portuguesa de Doentes de Huntington

Quebra homóloga de 89,1 por cento entre Janeiro e Junho
Compra da Serono castrou lucros da Merck


A Merck, empresa farmacêutica de química especializada com sede na Alemanha, registou no primeiro semestre deste ano um lucro líquido de 77,2 milhões de euros, numa evolução que representa uma quebra de 89,1 por cento face a igual período do ano passado. Na origem do “desaire” estará a recente aquisição da companhia suíça Serono…

De acordo com informações avançadas hoje pela Merck, a quebra nos lucros deve-se aos elevados custos de integração e amortização dos activos pela aquisição da Serono, que terá absorvido cerca de 10,6 mil milhões de euros. A facturação subiu 57,9 por cento entre Janeiro e Junho deste ano, chegando aos 3,51 mil milhões de euros, números que incluem as receitas obtidas com a alienação da sua divisão de medicamentos genéricos. Karl-Ludwig Kley, presidente da empresa alemã, referiu que, “com a completa aquisição de Serono e com a venda das nossas actividades em genéricos, a Merck pretende agora concentrar-se no crescimento nos sectores da farmácia e da química”.
Nos seis primeiros meses deste ano a divisão farmacêutica da Merck duplicou o seu volume de negócios, atingindo os 2,4 mil milhões de euros, num resultado que sofreu um forte impulso com o aumento da venda dos seus medicamentos contra a esclerose múltipla (Rebif) e contra o cancro (Erbitux). Na Bolsa de Frankfurt as acções da Merck sofreram uma queda de 1,5 por cento depois da divulgação dos números relativos ao desempenho no primeiro semestre deste ano, estando agora cotadas a 96,12 euros cada.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe
Estudo divulgado numa conferência na Austrália
Metanfetaminas aumentam propagação de VIH


O consumo das metanfetaminas, drogas associadas ao conceito de diversão que são muito vulgares nos circuitos nocturnos, podem contribuir para o aumento das infecções pelo vírus da sida em jovens homossexuais dos países desenvolvidos. Um estudo divulgado numa conferência da Sociedade Internacional para a Sida, a decorrer em Sydney, na Austrália, refere que o número de seropositivos que usa drogas como o «speed» e o «ice» triplicou entre 2000 e 2005.

Esta é a primeira vez que um estudo científico estabelece uma ligação forte entre o uso de metanfetaminas e a propagação do VIH, tendo em conta que as chamadas drogas para recreação têm como efeito um aumento significativo do desejo sexual e encorajam a prática de relações sexuais mais arriscadas, porque anestesiam as dores. David Cooper, presidente da conferência e director do Centro Nacional para Epidemiologia de HIV e Pesquisa Clínica australiano, considerou que o aumento do número de portadores do vírus indicia essa ligação ao uso de drogas. Prevendo que “a grande epidemia de metanfetaminas em curso na Austrália estará também a ter lugar noutros países desenvolvidos”, o especialista alerta para o elevado risco de a “hipersexualidade” associada a esse maior consumo de drogas poder fazer disparar o risco e a propagação do VIH. Pede, por isso, um reforço das campanhas de sensibilização para o sexo seguro e contra o uso de drogas entre os jovens.

Carla Teixeira
Fonte: BBC Brasil

Chip pode prevenir epilepsia e restaurar funções vitais

Esperança dos cientistas é curar várias doenças rapidamente

Investigadores da Universidade da Flórida (UFA) estão a desenvolver chips que, uma vez implantados no cérebro humano, poderão prevenir os ataques epilépticos e restaurar funções vitais.

Segundo esclareceu fonte daquele centro universitário, , “os pequenos chips - estrategicamente implantados no cérebro - poderão interpretar sinais e estimular os neurónios para que reajam correctamente, algo que permitirá a uma pessoa que perdeu um membro de seu corpo controlar a prótese com seus próprios pensamentos.”

O projecto que visa desenvolver o chamado “neuroprótese” conta com 2,5 milhões de dólares americanos doados pelos Institutos Nacionais da Saúde. Actualmente, foi implantado somente em ratos, mas espera-se que, nos próximos quatro anos, os cientistas contem com um protótipo de dispositivo que poderá ser testado em seres humanos.

Para os investigadores do Colégio de Medicina e de Engenharia da UFA, o objectivo inicial é “combater desordens como a paralisia e a epilepsia.”

"Sentimos que podemos fazê-lo, que teremos a tecnologia para oferecer novas opções aos pacientes", disse Justin Sánchez, diretor do Grupo de Pesquisa de Neuroprótese da UFA, acrescentando que a esperança é poder "curar mais rapidamente uma variedade de doenças."

Raquel Pacheco
Fonte: Agência EFE
Consumo de refrigerantes predispõe à síndrome metabólica
Bebidas light associadas a doenças cardíacas


O facto de terem menos calorias não isenta as chamadas bebidas light de riscos no que diz respeito à propensão para o desenvolvimento de doenças cardíacas. À luz dos dados de um estudo agora divulgado nos Estados Unidos, o consumo diário de pelo menos uma bebida refrigerante aumenta o risco de síndrome metabólica.

O quadro clínico de síndrome metabólica corresponde a um conjunto de factores que aumentam a predisposição e o risco de doenças cardíacas e diabetes, como a pressão alta, excesso de gordura na cintura e baixos níveis do bom colesterol. Os refrigerantes dietéticos têm menos calorias e açúcar, mas no que respeita ao risco destas doenças são tão ou mais perigosos do que os refrigerantes comuns.
Um dado que surpreendeu uma equipa de investigadores norte-americanos que ao longo de quatro anos acompanhou a evolução do estado de saúde de mais de seis mil adultos de meia-idade, apurando, no final do estudo, que o consumo de uma ou mais bebidas refrigerantes por dia aumenta o risco de síndrome metabólica e, por consequência, de um vasto conjunto de doenças potencialmente fatais.
“Ficámos surpreendidos pelo facto de não ser significativa a diferença nos doentes que consumiam bebidas light e nos outros, que bebiam refrigerantes comuns”, disse Ramachandran Vasan, investigador da Escola Universitária de Medicina de Boston, à revista «Circulation», citada pela BBC. Após um período de quatro anos, os consumidores de bebidas light sofreram um aumento de 31 por cento nos riscos de sofrerem de obesidade, revelando também um aumento de 30 por cento na medida da circunferência da cintura e uma quebra de 32 por cento nos níveis de HDL (bom colesterol).

Carla Teixeira
Fonte: BBC
Agendada para Setembro em Lisboa
«EMEA Pharmacovigilance Working Party»

O Grupo Europeu de Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos vai reunir-se numa sessão informal em Lisboa nos próximos dias 24 e 25 de Setembro. A «EMEA Pharmacovigilance Working Party» integra-se no programa para a Saúde da presidência portuguesa da União Europeia, e a participação no evento é limitada por convite.

A equipa encarregada da farmacovigilância da EMEA constitui um departamento da Comissão de Medicamentos de Uso Humano da agência europeia que tem como missão principal a emissão de pareceres sobre os assuntos de segurança relativos ao uso de fármacos em seres humanos autorizados no espaço comunitário, bem como a análise das reacções adversas resultantes da administração daquele tipo de produtos, de forma a identificar, avaliar e gerir os riscos associados à utilização dos medicamentos em todo o seu ciclo de vida. É composto por um representante de cada estado-membro da UE, nomeado pela autoridade nacional do sector, e a título excepcional pode integrar, por nomeação, outros elementos, com o objectivo de complementar áreas científicas específicas. Todos os meses à excepção de Agosto, aqueles especialistas reúnem-se em Londres, no Reino Unido, a fim de acordar, discutir e informar assuntos agendados. Desta feita organizaram também uma reunião informal em território luso.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Workshop enquadrado na presidência portuguesa da UE
Medicamentos à base de células em debate


A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) desenvolveu uma guideline sobre a qualidade e o desenvolvimento não clínico de medicamentos à base de células. No seguimento dessa medida, e enquadrado no programa da presidência portuguesa da União Europeia, tem lugar nos dias 18 e 19 de Outubro no auditório do Infarmed (Lisboa) o «Workshop sobre a guideline europeia sobre medicamentos à base de células humanas», que discutirá os contornos daquela proposta de regulamento comunitário.

A sessão de trabalho organizada pela EMEA em parceria com o Infarmed e a Rede Expertissues, com sede em Portugal, deverá abordar os aspectos mais relevantes da nova guideline, discutindo as suas aplicações e implicações com os parceiros da indústria farmacêutica, e integra uma reunião satélite sobre engenharia de tecidos. Todos os trabalhos e prelecções constantes no programa desta iniciativa serão apresentados em Língua Inglesa.
No encontro de dois dias marcarão presença muitas e destacadas figuras do sector farmacêutico e das entidades reguladoras de vários países europeus e dos Estados Unidos, entre os quais avultam os nomes de Pekka Kurki, presidente da Agência Nacional de Medicamentos da Finlândia, Nicolas Rossignol, representante da Comissão Europeia, Richard McFarland, membro da norte-americana Food and Drug Administration, Margarida Menezes-Ferreira do Infarmed, Cristina Galli em nome do Instituto Superior de Saúde de Itália, Egbert Flory do Paul Ehrlich Institute na Alemanha, Beatriz Silva do Infarmed, David W. Levine da Genzyme, Emo Chiellini da Universidade de Pisa e Nuno Neves da Universidade do Minho, entre muitos outros.
Mais informações poderão ser consultadas no site do Infarmed ou requeridas pelo endereço de e-mail celltherapies@infarmed.pt, numa mensagem dirigida a Adélia Noronha.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Apenas 15 por cento das necessidades são supridas
Crianças sem acesso a tratamento anti-retroviral


Cerca de 75 por cento das crianças portadoras do vírus da sida e que precisam de tratamento anti-retroviral não têm acesso àqueles fármacos. Um estudo financiado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em Inglês) e pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), ambos com sede nos Estados Unidos, foi apresentado ao início da tarde de ontem e sugere que mais crianças seropositivas sobreviverão se receberem tratamento adequado.

Os resultados desta investigação, intitulada «Children with HIV early antiretroviral therapy» (CHER), aferiram que, devido ao facto de o sistema imunológico dos mais novos não estar ainda totalmente desenvolvido no seu primeiro ano de vida, eles são particularmente mais susceptíveis à rápida progressão do vírus e, por essa via, à morte prematura. O director do NIAID, Anthony S. Fauci, declarou que “o estudo poderá ter implicações significativas na saúde pública em todo o mundo”, uma vez que as descobertas agora divulgadas “farão com que os especialistas considerem a introdução de alterações nos padrões dos cuidados de saúde que são prestados actualmente aos doentes com VIH e sida à escala mundial”.
Realizado na África do Sul, o estudo foi planeado para continuar até 2011, mas os primeiros resultados justificaram a antecipação na sua divulgação, tendo em conta a elevada taxa de sobrevivência conseguida: de acordo com os dados preliminares da investigação, compilados no passado dia 20, foi aferido um aumento significativo na sobrevivência entre crianças que receberam imediata terapia anti-retroviral (96 por cento, contra 84 por cento de sobreviventes no grupo de controlo). Baseados nesses números, os cientistas concluíram que fornecer atempadamente terapias anti-retrovirais a crianças é uma estratégia mas eficaz para prevenir a sua morte precoce do que atrasar o tratamento até que os sintomas da doença comecem a ser observados.

Carla Teixeira
Fonte: NIAID, Agência de Notícias da Sida
Medicamentos sem receita médica estão mais caros
Liberalização fez disparar preços


Um estudo da Defesa do Consumidor (Deco) que incidiu sobre a análise dos efeitos da liberalização do sector farmacêutico no preço dos medicamentos concluiu que, ao contrário do que previra o Governo, a generalidade daqueles produtos está mais cara do que em 2005. Nos 20 medicamentos analisados pela associação, metade custa efectivamente mais, e apenas nove estão ligeiramente mais baratos.

De acordo com os resultados do estudo, a que o farmacia.com.pt teve acesso, que deverá ser publicado na próxima edição da revista «Proteste», a descida de preços “nunca atingiu os 10 por cento”, mas as subidas “foram menos meigas, com vários produtos a ultrapassar os 20 por cento de aumento”, e um deles – o Antigripine – a registar mesmo 43 por cento de subida no preço, de 2,57 euros em 2005 para 3,67 euros actualmente. A associação de defesa do consumidor contrapõe, no lado das descidas, a evolução do preço do Ilvico N, que em 2005 custava 3,74 euros e hoje pode ser comprado por 3,43 euros (menos 8,3 por cento), apesar de haver locais onde o mesmo fármaco custa actualmente 4,10 euros.
O estudo da Deco promete espoletar uma onda de choque junto dos consumidores portugueses, visto que as prometidas descidas de preços deram afinal lugar a uma subida generalizada, e bastante acentuada, que se evidencia principalmente nas farmácias, onde os preços médios estão hoje 6,3 por cento mais elevados do que antes da liberalização do sector. Nas parafarmácias, e apesar de a tendência ser também de subida, fica-se pelo um por cento em termos médios, num cenário que sofreu o impulso dos preços praticados nas lojas Vale e Dantas (Pingo Doce), Jumbo e Modelo/Continente, onde os medicamentos não sujeitos a receita médica são vendidos a preços quatro a cinco por cento inferiores aos cobrados em 2005. No entanto, se estas três cadeias de lojas fossem excluídas da contagem da Deco, o aumento global médio dos preços fora das farmácias teria ascendido aos quatro pontos percentuais.
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) não faz a mesma leitura destes dados, e atesta que os estudos que mensalmente vem realizando dão conta de um decréscimo generalizado nos preços daqueles produtos, que em Junho estariam 0,7 por cento abaixo dos valores praticados há cerca de dois anos. Não obstante, a convicção do instituto não contradiz o estudo da revista «Proteste», uma vez que o Infarmed apenas tem acesso às vendas das lojas de medicamentos fora do circuito das farmácias, nas 471 parafarmácias que já operam em Portugal, mas ainda são as farmácias convencionais que detêm 95 por cento da quota de mercado. A tutela está a preparar medidas no sentido de, no futuro, obrigar as farmácias a reportar os seus resultados em termos de vendas em ambulatório.
A Deco assegura, na posse destes números, que ao contrário do que pretendia o Governo, os preços dos medicamentos “não desceram de forma generalizada” com o advento do mercado livre. Já no ano passado aquela associação tinha analisado o impacto da liberalização do sector das farmácias, tendo nessa altura aferido um aumento médio de 2,8 por cento face aos preços praticados em 2005 nos fármacos não sujeitos a prescrição. A avaliação agora divulgada incidiu sobre uma amostra de 330 farmácias e 205 lojas, contactadas por escrito e instadas a preencher um questionário. Responderam 110 estabelecimentos de venda livre e 97 farmácias. Os medicamentos que fizeram parte do estudo – os 20 actualmente mais vendidos no nosso país – foram A-A-S 150 (20 comprimidos 150/36,7 mg), Aero-OM (emulsão oral 100 mg), Antigrippine (12 comprimidos), Aspirina (20 comprimidos 500 mg), Bebegel (gel tubo 3,83/0,054 g), Bisolvon Linctus (xarope 200 ml), Canesten (creme bisnaga 10 mg), Cêgripe (20 comprimidos), Dulcolax (20 comprimidos gastro-resistentes 5 mg), Fenistil (gel bisnaga 1 mg), Guronsan (20 comprimidos efervescentes), Halibut (pomada 100), Ilvico N (20 comprimidos revestidos), Mebocaína Forte (20 pastilhas), Pankreoflat (comprimidos revestidos 80/172 mg), Pursennide (20 comprimidos revestidos 12 mg), Tantum Verde (solução bucal 1,5 mg/250 ml), Thrombocid (pomada 0,04/1 mg), Trifene 200 (20 comprimidos revestidos 200 mg) e Zovirax Doseador (creme bisnaga 50 mg).

Carla Teixeira
Fonte: Deco-Proteste, Agência Lusa, Diário Digital, Diário de Notícias
Doença mata milhões de pessoas por ano em todo o mundo
Metade dos tuberculosos não cumpre tratamento

Volvidos 14 anos sobre o lançamento de uma estratégia da Organização Mundial de Saúde que tinha como objectivo conseguir que todas as pessoas afectadas pela tuberculose tivessem acesso ao tratamento adequado para a doença, a realidade está ainda longe do cenário ideal. O incumprimento dos tratamentos é hoje a maior causa de morte de milhões de pessoas por ano em todo o mundo.

Um estudo divulgado na última edição da revista «PloS Medicine» pretendeu aferir as razões da enorme taxa de abandono das terapias por parte dos tuberculosos, e refere que o facto de os tratamentos serem longos (cerca de seis meses) e plenos de efeitos secundários desagradáveis constituem os principais motivos na base da desistência dos doentes, mesmo sabendo que a tuberculose não tem cura e que por ano há milhares de óbitos à escala mundial que são atribuídos a esta doença. A “irresponsabilidade” de interromper o tratamento não soa como tal aos doentes, já que, em regra, começam a sentir-me melhor assim que o abandonam.
Os especialistas garantem que nem sempre basta que o doente queira ser tratado. Muitas vezes a abundância de sintomas, a distância a que ficam os serviços a que tem de se deslocar para aceder aos medicamentos ou a impossibilidade de levar a cabo as suas obrigações profissionais conduzem os doentes à descontinuação da terapia. As conclusões dos peritos baseiam-se na revisão de 44 estudos anteriores, que incidiram em entrevistas a doentes, familiares e serviços de saúde do Sul de África, do Reino Unido e da Noruega.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo
Novidade divulgada nos Estados Unidos
Vacina melhora defesas contra cancro do ovário

Uma vacina experimental para o cancro do ovário provou ser capaz de melhorar as defesas do organismo contra a incidência daquele tipo de tumores, a mais fatal das doenças oncológicas reprodutivas, perspectivando-se como um tratamento útil para as doentes.

Definido como um assassino silencioso, por ser normalmente assintomático até ao momento em que já é demasiado tarde para o tratar, o cancro do ovário mata cerca de 70 por cento das pacientes, que apesar de responderem bem à quimioterapia no primeiro tratamento tendem a ser vítimas de reincidência da doença nos cinco anos posteriores ao primeiro diagnóstico. De acordo com um estudo constante nas Actas da Academia Nacional de Ciências, a vacina experimental agora anunciada não tem como objectivo primacial prevenir o cancro, mas adiar o momento da eventual recorrência dos sintomas, provocando uma melhoria das respostas do sistema imunológico da mulher ao tumor.
Num ensaio clínico preliminar realizado em 18 mulheres acometidas de um cancro epitelial do ovário que receberam a vacina, registou-se uma média de 19 meses sem recorrência de tumores. A imunização também demonstrou ter capacidade para melhorar os anticorpos das doentes. A propósito destes dados, investigadores do Instituto de Oncologia de Roswell Park, em Buffalo, Nova Iorque, consideraram que estes resultados são “animadores” e que esta ou outra vacina semelhante poderão servir de base a uma imunoterapia para o cancro do ovário.

Carla Teixeira
Fonte: APF, Último Segundo
Anti-retroviral da Merck Sharpe & Dohme tem menos efeitos adversos
Raltegravir mais eficaz do que o efavirenz

O raltegravir, um novo medicamento anti-retroviral produzido pela Merck Sharpe & Dohme que se encontra actualmente na segunda fase de estudos, demonstrou ser responsável por menos efeitos colaterais do que o efavirenz, quando utilizado em terapia combinada.

De acordo com os resultados de uma investigação realizada por especialistas da Aaron Diamond Aids Research, de Nova Iorque, divulgada hoje na IV Conferência Internacional de Patogénese, Tratamento e Prevenção do VIH, que está a decorrer nos Estados Unidos, a combinação daquele fármaco com outros produz um efeito semelhante ao do efavirenz, mas com efeitos mínimos no que respeita aos níveis de lípidos. Em estudos de longo prazo a combinação do raltegravir com o tenofovir e a lamivudina revelou eficácia no aumento das células CD4, de 144 para 221 por milímetro cúbico de sangue, sem provocar efeitos adversos sobre o colesterol baixo (LDL) e os triglicerídeos. Estes resultados são opostos aos apresentados no âmbito da Conferência Internacional da Sida realizada no ano passado em Toronto, no Canadá.

Carla Teixeira
Fonte: Agência de Notícias da Sida

Descoberta anomalia sanguínea responsável pela perda de peso associada à doença de Huntington

A perda de peso associada à doença de Huntington é causada por uma anomalia sanguínea, que resulta numa diminuição dos ácidos aminados, componentes que formam as proteínas. A descoberta foi hoje publicada na revista PLoS One e abre um novo caminho para a compreensão desta doença neurodegenerativa, hereditária e incurável.

Este estudo "abre as vias para novas abordagens terapêuticas", afirma a equipa de Alexandra Durr, do Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica (Inserm). Os investigadores registaram uma anomalia plasmática associada à perda de peso nos doentes ainda numa fase precoce da doença e também em pessoas portadoras da anomalia genética mas que não apresentavam ainda sinais neurológicos.

No estudo estiveram em observação 32 pacientes num estado precoce da doença e também pessoas portadoras de anomalias genéticas mas que não apresentavam ainda sinais neurológicos, num estado da doença chamado de pré-sintomático, e ainda 21 indivíduos saudáveis que serviram como grupo de comparação.

Os resultados da investigação mostraram uma diminuição da taxa de ácidos aminados (ditos ramificados), ao longo do avanço da doença, o que foi ditado por exames de sangue realizados, que permitiram "seguir melhor a evolução da doença, quem sabe até detectá-la precocemente".

Os principais sintomas da doença de Huntington passam por perturbações de comportamento e movimentos anormais, seguidos de perturbações intelectuais e demência. A doença de cariz neurológico surge geralmente entre os 30 e os 50 anos de idade, não tem cura e pode mesmo ser fatal.

Inês de Matos

Fonte: RTP