quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Rinite alérgica: Dois terços das crianças estão por diagnosticar

Regiões de Lisboa e Vale do Tejo apresentam maior taxa de prevalência da doença

Dois terços das crianças entre os três e os cinco anos de idade que sofrem de rinite alérgica estão por diagnosticar e consequentemente por tratar, revela o estudo ARPA KIDS levado a cabo pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e que envolveu a participação de 5.018 crianças.

Entre as crianças em idade pré-escolar, 21,5 por cento apresentavam queixas de rinite no último ano, mas destas apenas 35,8 por cento estão diagnosticadas e 36,5 por cento medicadas, revelou Mário Morais de Almeida, presidente SPAIC e um dos autores do estudo.

Os resultados deste trabalho demonstraram também que 79 por cento das crianças sofria de formas intermitentes da doença e 21 por cento de casos persistentes, ou seja com sintomas nasais em mais de quatro dias por semana ou mais de quatro semanas por ano. As diferenças entre rapazes e raparigas são quase inexistentes, ao contrário do que se verifica entre as populações adolescente e adulta, nas quais a prevalência é superior entre as mulheres.

“Habitualmente aponta-se a infância como o período de início das alergias, mas ainda não existia uma medição e foi o que quisemos fazer. Esta é uma doença transversal a todos os grupos etários, mas quanto mais cedo se trata o problema, mais se evitam infecções graves e doenças relacionadas como a asma», afirmou o especialista em declarações à agência Lusa.

A desvalorização dos sintomas por parte dos próprios doentes leva muitas vezes à ausência de diagnóstico. “As pessoas parecem não achar estranho que as suas constipações existam no Inverno e continuem na Primavera e Verão. Há uma falta de reconhecimento e, quando se queixam ao seu médico assistente de sintomas como infecções, febres, dores de cabeça ou nariz constantemente congestionado, acaba por se apagar um incêndio, mas não se resolve um problema muito mais grave”, frisou.

As crianças com rinite são também um alvo fácil para a prevalência de outros problemas como a asma, alergias alimentares e a medicamentos, salientou o especialista. As conclusões do inquérito mostram que 25 por cento das crianças com rinite sofreu um episódio de falta de ar ao nível dos brônquios no último ano e 10 por cento de quatro crises.

Segundo explicou o mesmo responsável, apesar da doença poder ter antecedentes familiares, os pais podem não reconhecer os mesmos sintomas da patologia nos seus filhos e não associam as dificuldades em dormir e o facto de as crianças acordarem cansadas ou ressonarem à patologia crónica.

É nas regiões urbanas de Lisboa e Vale do Tejo (40 por cento) que a doença mais prevalece, por oposição à zona do Alentejo, com apenas 8 por cento, mas onde as queixas são mais persistentes. “Há uma menor percentagem no Alentejo, mas maior gravidade”, sublinhou o responsável, indicando que há 76,9 por cento de situações persistentes, das quais 48 por cento são moderadas ou graves.

Apesar de não desprezar a necessidade de sub-estudos nesta região para melhor avaliar a situação, Mário Morais de Almeida considera que a exposição marcada ao pólen pode ser a responsável pela persistência das queixas. No que toca à rinite intermitente ligeira os valores mais elevados encontram-se no Algarve, com 82,4 por cento.

Os autores sublinham, por isso, a necessidade de uma “actuação proactiva, alertando a comunidade médica e a sociedade em geral, de modo a reconhecer e a controlar precocemente as patologias alérgicas, fonte de significativo impacto pessoal e social”.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Farmacia.com.pt.

Líder mundial na área dos medicamentos oncológicos
Vendas da Roche abaixo das previsões


A quebra na procura do Tamiflu, tratamento tido como preferencial na prevenção de uma eventual pandemia de gripe das aves, e a desaceleração no crescimento das vendas do Herceptin, indicado no tratamento do cancro da mama, impulsionaram a Roche Holding, o maior fabricante mundial de medicamentos oncológicos, para um volume de vendas inferior às estimativas avançadas pelos analistas para o terceiro trimestre deste ano.

Segundo dados avançados pela própria empresa, as receitas da companhia farmacêutica suíça sofreram uma subida de 5,7 pontos percentuais naquele período, atingindo os 11,1 milhões de francos suíços, cifrando-se um pouco acima dos 10,5 milhões registados no período homólogo de 2006, apesar de os especialistas consultados pela agência Bloomberg terem inicialmente previsto, para os meses de Julho, Agosto e Setembro, um volume de vendas na ordem dos 11,4 milhões de francos suíços.
Na bolsa, e cerca de um ano depois de o laboratório ter informado que as vendas do Tamiflu tinham atingido o seu maior pico e que as receitas provenientes da comercialização do Herceptin tinham tido um aumento de 18 por cento (o ritmo mais lento dos últimos cinco trimestres), as acções da Roche registaram a sua maior queda ao final da manhã de ontem: 6,1 francos suíços (2,8 por cento), para um valor unitário de apenas 210,6 francos, em Zurique. Embora o Herceptin e o Avastin, medicamento indicado para o tratamento do cancro do intestino grosso, tenham contribuído para o crescimento mais acelerado do laboratório suíço do que o dos concorrentes, as acções da Roche estão actualmente a ser transaccionadas a custo superior ao das farmacêuticas GlaxoSmithKline e Sanofi-Aventis. Os resultados, afirmou Denise Anderson, analista da Landsbanki Kepler, “não são tão empolgantes quanto esperávamos”.

Carla Teixeira
Fonte: Bloomberg

FDA aprova Ixempra para o cancro de mama avançado

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) autorizou a comercialização do fármaco para o tratamento do cancro de mama avançado, o Ixempra (ixabepilona), da Bristol-Myers Squibb. O fármaco injectável foi aprovado pela FDA para ser utilizado sozinho ou em combinação com outras terapias, como Xeloda (capecitabina), da Roche, para pacientes com cancro da mama metastizado que não responderam ao tratamento com outros três tipos de quimioterapia. A companhia espera que o Ixempra esteja disponível dentro de dias.

Estudos demonstraram que o Ixempra pode ajudar as pacientes com tumores incuráveis a viver mais tempo após outras terapias deixarem de funcionar, tais como, o Taxol e genéricos. Uma combinação de ixabepilona e capecitabina, um comprimido de quimioterapia que atrasa o crescimento do tumor, prolongou a sobrevivência livre de progressão numa média de 5,8 meses, em comparação com os 4,2 meses em pacientes que receberam somente capecitabina, segundo o estudo apresentado em Junho no encontro da “American Society of Clinical Oncology”, em Chicago. Esta investigação envolveu 752 mulheres com cancro da mama metastizado que deixaram de responder a outras terapias.

Este novo fármaco pertence à família das epotilonas, que bloqueiam o crescimento do tumor ao ligar-se a uma proteína, denominada tubulina, necessária para a divisão celular, e é a primeira nova terapia em 14 anos para o tratamento do cancro da mama.

A FDA concedeu revisão prioritária à ixabepilona em Junho, reduzindo o processo de aprovação para seis meses, em vez de dez, devido ao seu potencial para tratar necessidades médicas ainda não atendidas.

A Bristol-Myers também está a estudar a possibilidade da ixabepilona ser vantajoso para tratar as pacientes com cancro da mama em fase inicial, e como terapia para outros tumores, incluindo cancro da próstata, pulmões e ovários. O fármaco poderá gerar vendas anuais de 500 milhões de dólares até 2012.

As mulheres da América do Norte apresentam a taxa mais alta de cancro da mama. Aproximadamente 180 mil novos casos serão diagnosticados, este ano, nos Estados Unidos, e mais de 400 mil mulheres irão morrer devido à doença, segundo a “American Cancer Society”. Cerca de 120 mil mulheres nos Estados Unidos têm cancro da mama metastizado. A nível mundial, aproximadamente 1,15 milhões de novos casos são diagnosticados anualmente, e 475 mil mulheres morrem. Em Portugal, há 4 500 novos casos do cancro da mama por ano, e 1 500 mulheres morrem todos os anos devido à doença.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, The Wall Street Journal Online, www.laco.pt

EUA: Produtos cosméticos apresentam níveis de chumbo acima do recomendado

A Campanha Pela Segurança dos Produtos Cosméticos testou 33 batons de marca nos Estados Unidos da América, e concluiu que mais de metade dos produtos analisados contêm níveis de chumbo detectáveis.

As autoridades sanitárias norte americanas não estabelecem quaisquer limites aos níveis detectáveis de chumbo nos cosméticos. No entanto, a agência reguladora de produtos alimentares e medicamentos estabelece um limite de 0,1ppm para os doces, de forma a proteger as crianças da ingestão directa de chumbo.

A Associação de Consumidores Norte-Americana responsável pela denuncia, baseou-se no facto dos níveis de chumbo presentes nos batons excederem o limite permitido para os doces.

Na Europa, a presença de chumbo em produtos cosméticos é proibida, uma vez que acumulação no organismo de quantidades elevadas deste metal constitui um risco para a saúde, em especial de crianças e de grávidas.

Em declarações ao Portugal Diário, o Infarmed garantiu que não dispõe de informaçãos sobre casos destes em Portugal e assegura estar a "verificar se algum destes produtos está no mercado nacional e se tem chumbo".

A "Cover Girl", "Dior", "Maybelline", "Peacekeeper" e "L'Oreal", foram algumas das marcas referenciadas no estudo.

A L’Oreal reagiu já aos resultados desta análise e afirmou que "o chumbo e os seus derivados não são usados como ingredientes em nenhum produto de cosmética, e que as referências mencionadas no estudo não estão em Portugal".

Inês de Matos

Fontes: Portugal Diário, Jornal de Noticias

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Byetta pode estar ligado a casos de pancreatite aguda em alguns pacientes

FDA lança alerta sobre o fármaco da Amylin Pharmaceuticals e Eli Lilly

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) lançou um aviso para o facto de que o fármaco para o tratamento da diabetes tipo 2, o Byetta, da Eli Lilly e da companhia biotecnológica Amylin Pharmaceuticals, poder estar ligado a casos de pancreatite aguda em alguns pacientes. A Amylin concordou adicionar informação, acerca da pancreatite aguda, à secção de precauções do Byetta, segundo a FDA.

O Byetta (exenatida) foi relacionado com 30 casos de inflamação do pâncreas, o que levou as farmacêuticas a recomendar precauções na utilização do tratamento. Cinco dos pacientes tiveram graves complicações, como falha renal, e 22 apresentaram melhoras após pararem com o tratamento.

A FDA aconselhou os médicos a monitorar os pacientes e a descontinuar o Byetta se houvesse sinais de inflamação, tais como, dores abdominais fortes e persistentes que podem entender-se até às costas, e que podem ser acompanhadas de náuseas e vómitos. Contudo, são necessários testes para confirmar a pancreatite aguda. Os casos graves de pancreatite podem provocar hemorragias, danos nos tecidos, infecções, e levar à libertação de toxinas e enzimas na corrente sanguínea que podem danificar o coração, pulmões, rins e outros órgãos. A pancreatite aguda é principalmente causada por cálculos biliares, outras doenças da vesícula biliar, e uso de álcool.

O Byetta é uma hormona sintética injectável, administrada duas vezes por dia, que estimula as células no pâncreas a produzir insulina, quando o nível de açúcar no sangue está elevado, ajudando a converter esse açúcar em energia. O fármaco foi aprovado nos Estados Unidos, em Abril de 2005, para adultos com diabetes tipo 2, e tem sido utilizado até agora por aproximadamente 700 mil pessoas a nível mundial. A Amylin e a Lilly já tinham acrescentado, no ano passado, alguns dados sobre a doença à informação de prescrição fornecida com o fármaco.

O fármaco gerou vendas de 430,2 milhões de dólares, no ano passado, representando 90 por cento dos lucros da Amylin, e sendo um dos medicamentos da Lilly com um crescimento mais rápido.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, The Wall Street Journal Online

Composto presente na fruta pode ser determinante no combate ao cancro

Que o consumo de fruta é essencial para uma alimentação saudável já toda a gente sabia, mas o que se desconhecia era o papel que alguns frutos podem desempenhar no combate ao cancro. Frutos como a manga, as uvas e os morangos contêm um componente denominado Lupeol capaz de impedir que os tumores localizados na zona da cabeça e do pescoço cresçam e se espalhem.

Uma experiência realizada por uma equipa de investigadores da Universidade de Hong Kong testou o lupeol em ratos e mostrou que o desempenho deste componente, principalmente quando combinado com a quimioterapia, não só foi muito animador, como não apresentou efeitos secundários relevantes.

De acordo com Anthony Yuen, professor do departamento cirúrgico da Universidade de Hong Kong, “o lupeol consegue suprimir o movimento das células cancerígenas, bem como o seu crescimento, mostrando resultados mais positivos do que os medicamentos convencionais”.

“O lupeol é até mais eficaz se for combinado com a quimioterapia, apresentando efeitos secundários muito ligeiros”, continua o investigador.

A equipa responsável pelo estudo, que foi publicado no passado mês de Setembro no jornal “Cancer Research”, tenciona agora realizar mais experiências com animais e admite que, no futuro, a possibilidade de realizar testes em seres humanos não está posta de parte.

Os tumores localizados no pescoço e na cabeça englobam o cancro no nariz,, na cavidade oral, na garganta, nas cordas vocais, na tiróide e nas glândulas salivares, tipos de tumores que afectam mais a população asiática do que a ocidental.

O consumo excessivo de álcool, o tabagismo e uma alimentação deficitária são alguns dos principais factores de risco para estas doenças, cujo tratamento se tem revelado muito difícil.

Em 50 por cento dos casos os tumores só são diagnosticados em fases já muito avançadas, quando a cura já é muito difícil e os tumores já cresceram tanto que se tornaram inoperáveis.

A cirurgia para remover tumores nestas zonas do corpo humano é muito complicada, desde logo porque implica a remoção de grandes quantidades de pele que tenha sido afectada pela doença, pelo que os cirurgiões têm que planear muito bem, antes de realizar a cirurgia, de que forma vão depois cobrir toda a área de onde foi retirada a pele.

Yuen acredita que o lupeol, que também se encontra em alguns vegetais como é o caso da azeitona, consegue bloquear a proteína natural denominada NFKB, cuja acção auxilia o crescimento das células, incluindo das células cancerígenas.

Neste estudo, o lupeol foi administrado em ratos infectados com células cancerígenas nas zonas do pescoço e da cabeça e permitiu concluir que este componente dos frutos e vegetais “não apenas suprime o crescimento do tumor, como também leva à sua diminuição. Comparado com os medicamentos convencionais, o lopeol reduz o tamanho do tumor num período de tempo muito menor”, explica Terence Lee, outro dos investigadores participantes no estudo.

Por outro lado, “os fármacos convencionais levaram ao emagrecimento dos ratos, ao contrário do que sucedeu com o lupeol, uma vez que os animais mantiveram a sua massa corporal”, adiantou ainda Lee, explicando que no combate ao cancro, o emagrecimento excessivo dos pacientes é sempre visto como um mau sinal.

Os especialistas esperam agora que o lupeol seja aplicado a outros tipos de cancro, que dependam também da acção da proteína NFKB para crescer e se espalhar. “Poderá ser possível aplicar o lupeol noutros cancros, uma vez que este composto consegue suprimir o efeito da proteína NFKB, cuja acção é determinante também no cancro da próstata e da mama”, acredita Yuen.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Lucros da Genentech aumentam 21 por cento no terceiro trimestre de 2007

A companhia biotecnológica californiana Genentech Inc. apresentou um aumento nos lucros na ordem dos 21 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2007. Os dados da facturação, relativos a este período, destacam as vendas do fármaco oncológico para o cancro colorectal e do pulmão, o Avastin, que pela primeira vez alcançou o marco de ser o medicamento mais vendido pela companhia, maioritariamente controlada pela Roche.

Os lucros líquidos do terceiro trimestre da segunda maior companhia biotecnológica cresceram até aos 685 milhões de dólares, 64 cêntimos por acção, em comparação com os 568 milhões de dólares, 53 cêntimos por acção, no mesmo período do ano anterior.

Os ganhos aumentaram para os 2,91 mil milhões de dólares, liderados por um salto de 37 por cento nas vendas do Avastin, que atingiram os 597 milhões de dólares. Conjuntamente, o Avastin, aprovado em 2004, e o Rituxan, um tratamento para o Linfoma de Não-Hodgkin, já com dez anos, que apresentou vendas de 572 milhões de dólares (aumento de 12%), geraram mais de metade das vendas da Genentech, nos Estados Unidos.

As vendas do Avastin também excederam os 564 milhões de dólares do segundo trimestre. Alguns analistas temiam que as vendas do fármaco descessem em relação ao trimestre anterior, uma vez que dados tinham demonstrado que doses mais baixas funcionavam tão bem como as doses mais elevadas no tratamento do cancro do pulmão.

O Herceptin, para o cancro da mama, teve vendas de 320 milhões de dólares, um aumento de 6 por cento. As vendas do Lucentis, o novo fármaco para a degeneração macular, aprovado em Junho de 2006, atingiram os 198 milhões de dólares, mas estiveram abaixo do trimestre anterior e longe das estimativas de 210 milhões de dólares dos analistas.

Não tendo em conta despesas, incluindo aquelas relacionadas com a aquisição da companhia biotecnológica Tanox Inc., no valor de 919 milhões de dólares, no trimestre passado, a Genentech ganhou 778 milhões de dólares, ou 73 cêntimos por acção.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Bloomberg, Los Angeles Times

Desfibrilhadores da Medtronic: Doentes correm risco “mínimo” de disfunção

IPRC diz que pacientes portugueses não necessitam de observação urgente

O Instituto Português do Ritmo Cardíaco (IPRC) considera que os doentes que possam ter implantados aparelhos desfibrilhadores da firma Medtronic correm um risco mínimo de disfunção. Num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt os responsáveis referem que os dados até agora disponíveis não justificam uma observação urgente dos pacientes.

O mesmo documento dá ainda a conhecer a posição sustentada pela Associação Europeia do Ritmo Cardíaco da Sociedade Europeia de Cardiologia que “não recomenda a substituição dos sistemas implantados, considerando que o risco da sua remoção ou da implantação de outro eléctrodo é superior ao da sua manutenção”.

Apesar de defender a necessidade de divulgar as recomendações europeias junto dos electrofisiologistas cardíacos, o IPCR refere que relativamente aos doentes portugueses “não se justifica a sua observação urgente”. Os pacientes devem manter a conduta que lhes é habitualmente recomendada, entrando em contacto com o médico caso notem algum sintoma ou descarga eléctrica efectuada pelo aparelho e comparecerem às suas consultas de seguimento nas datas programadas, salienta a nota assinada por Daniel Bonhorst e Pedro Adragão, presidente e vice-presidente do IPRC, respectivamente.

A reacção do IPRC surge depois da Medtronic ter retirado do mercado mundial aparelhos de desfibrilhação, utilizados na correcção de arritmias, por terem sido detectadas falhas no equipamento. De acordo com a empresa norte-americana, os problemas verificados dizem respeito aos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis, uma espécie de cabos que ligam o coração ao desfibrilhador, pelo que, os desfibrilhadores “não têm qualquer problema e podem ser usados com outros eléctrodos”.

Marta Bilro

Fonte: Instituto Português do Ritmo Cardíaco.

Quando rir pode ser um bom remédio…

Especialista defende que terapia do riso diminui dor, aumenta defesas, promeve saúde mental e melhor funcionamento do organismo


Diminuição da dor e aumento da auto-estima e de sentimentos de felicidade são os resultados preliminares anunciados pela Associação Oncológica do Algarve (AOA) que, recentemente, abraçou a terapia do riso.

“O humor é um factor protector da saúde.” Uma conclusão inequívoca que Arlete Lourenço, terapeuta do riso na AOA, garantiu chegar logo na primeira sessão: "Após a primeira sessão de terapia do riso havia menos dores, nomeadamente nas articulações, e maiores sentimentos de felicidade e de auto-estima."

Entre os benefícios de dar umas boas gargalhadas, a especialista destacou o também “o aumento das defesas imunológicas e a capacidade de reagir às doenças, promovendo a saúde mental evitando a sua degeneração.”

Arlete Lourenço – que é ainda enfermeira na Psiquiatria do Hospital de Faro - reforça a sua tese abordando outros estudos que monstraram que “a terapia do riso altera para melhor o nível cardíaco, pulmonar, digestivo e músculo-esquelético das pessoas.”

De acordo com a terapeuta, as sessões de terapia “seguem o método indiano «Madan Kataria» (fundador do Clube Internacional do Riso), ou seja, baseiam-se na execução de exercícios de riso que estimulem a auto-estima e são seguidos por uma fase de relaxamento”, explicou.

Segundo revelou Arlete Lourenço, mas suas formações, já encontrou desde enfermeiros e administradores de hospitais, até economistas ou de profissionais das medicinas tradicionais.

«Madan Kataria» diz que rir é "uma energia positiva que traz saúde, felicidade e bem estar", como sendo, a melhor prevenção contra a doença.


Rir antes de amamentar torna leite materno mais saudável

Uma investigação conduzida por cientistas japoneses permitiu constatar que mães que deram uma boa gargalhada horas antes de amamentar os bebés produziram um leite mais saudável. O estudo foi publicado no NewScientist.com.

Comparativamente com as mães mais sisudas, o resultado evidenciado foi a nível da prevenção de alergias na pele. De acordo com a equipa japonesa, os bebés com eczema e que foram amamentados por mamãs sorridentes “apresentaram sintomas bastante mais atenuados.”

Foi ainda comprovado que, o leite da “mãe feliz”, também, contém maiores níveis de melatonina, uma hormona associada ao relaxamento.


Raquel Pacheco
Fontes: AOA/Lusa/ NewScientist.com/www.pubmed.com

Doenças oncológicas não são mistério em Coimbra

Cancro da mama é o que mais preocupa e mulheres são as mais "preventivas"; Helena Gervásio quer estudo na região Sul

Em Coimbra, as pessoas estão bem informadas sobre as doenças oncológicas. A conclusão saiu de um estudo divulgado, hoje, onde cerca de 65,5 por cento da população disse estar informada e, 27 por cento destes, considera-se bem ou muito bem informado. O cancro da mama é o que espoleta maior preocupação, avançou a Agência Lusa.

O inquérito – promovido Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) e a Sociedade Portuguesa de Senologia e a Novartis Oncology - envolveu 142 cidadãos residentes em Coimbra. O cancro da mama é a doença que mais preocupa os inquiridos (77,5 por cento), seguindo-se o cancro da próstata (44 por cento), o cancro do pulmão (43 por cento) e o cancro do útero (41,5 por cento).

Durante a sessão de apresentação das conclusões do estudo, Maria Helena Gervásio, presidente da SPO, revelou que “em 90 por cento dos casos” os inquiridos estão conscientes de que a vigilância médica pode evitar o cancro, assim como, reconhecem na informação um meio para a detecção precoce. No entanto, segundo foi divulgado “um terço” assumiu não adoptar posturas de prevenção.

No que concerne aos meios de informação onde os inquiridos assimilam conhecimentos sobre a doença, a televisão lidera as respostas com (71 por cento), seguindo-se os folhetos informativos (60 por cento) e os jornais (47 por cento).

Relativamente ao perfil dos “mais preocupados”, o inquérito traça que “são cidadãos com idade mais avançada e com mais elevadas habilitações literárias, e com maior incidência - as mulheres.”

"Hoje a doença já não é igual a morte, como antigamente. Muitas vezes consegue-se a cura, daí a importância do estar informado", vincou Helena Gervásio, apelando para que seja feita, também, uma pesquisa que cubra o Sul do país no sentido de “se obter um visão mais genérica dos comportamentos dos cidadãos portugueses.”

De referir que, o Grande Porto já foi palco de um estudo similar.

Raquel Pacheco
Fonte: Agência Lusa

Lucros da Johnson & Johnson caem 7,7% no terceiro trimestre de 2007

A Johnson & Johnson, empresa norte-americana de produtos de saúde e higiene pessoal, sofreu uma quebra nos lucros de 7,7 por cento no terceiro trimestre de 2007, comparativamente a igual período do ano anterior. Num comunicado divulgado esta terça-feira, o grupo informa que os lucros líquidos relativos ao terceiro trimestre foram de 1,8 mil milhões de euros, relativamente aos 1,9 mil milhões de euros registados no terceiro trimestre de 2006.

As reestruturações da empresa, que envolvem a supressão de mais de 4 mil postos de trabalho, e a diminuição da procura do Procrit, um medicamento utilizado no tratamento da anemia, são apontadas com as principais justificações para este decréscimo nos lucros J&J. Ainda assim, os resultados superaram as expectativas de Wall Street.

Por outro lado, as vendas do grupo aproximaram-se dos 10,5 mil milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, uma subida de 12,7 por cento face ao período homólogo de 2006. Nos nove primeiros meses de 2007 as vendas da J&J atingiram os 31,8 mil milhões de euros, mais 13,6 pontos percentuais que em igual período do ano anterior.

Apesar da descida nos lucros, a empresa elevou as expectativas relativas aos resultados para o cômputo do ano para um lucro de 2,89 a 2,91 euros por acção, excluindo o impacto dos custos com a investigação e desenvolvimento e as reestruturações. A J&J detém actualmente mais de 250 empresas que operam em 57 países e empregam cerca de 120 mil funcionários.

Marta Bilro

Fonte: elEconomista.es, Reuters, Pharmalot, Folha de São Paulo.

Descoberto método que amplia concepção de novos fármacos

Estudo de cientista portuguesa abre caminho a preparação, manipulação, reacção e inovação de compostos

Foi descoberto um novo método que permite a concepção de novos medicamentos. O mérito é de uma investigadora portuguesa, cujo estudo está publicado nas revistas internacionais de referência no domínio da química orgânica, catapultando, assim, o seu contributo para os laboratórios científicos de todo o mundo.

Face à crescente necessidade de encontrar novos tratamentos e os problemas associados com a resistência dos medicamentos existentes, “este é um contributo interessante para alargar a variedade de métodos existentes para o desenvolvimento de novos fármacos", avaliou à Agência Lusa a investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Teresa Pinho e Melo.

De acordo com um comunicado distribuído pela FCTUC a que o farmacia.com.pt teve acesso, a investigação de Teresa Pinho e Melo – iniciada, em 1995, e que contou com a colaboração de técnicos do país Basco – resultou na descoberta de “um novo método selectivo de preparação de beta-aminoácidos quirais” (uma classe de compostos com propriedades únicas), fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos.

Segundo destaca a nota de imprensa, o novo método de síntese de preparação de compostos orgânicos da cientista poderá ser explorado mundialmente, “facultando o aparecimento de novos compostos de referência para a indústria farmacêutica ou para outras aplicações industriais" e “permitindo o desenvolvimento de novos medicamentos a longo prazo.”

O trabalho de Teresa Pinho e Melo contou com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia e prolongar-se-á ao longo de mais três anos, informa a FCTUC.

Raquel Pacheco
Fonte: FCTUC/Lusa

Vendas da Roche cresceram 12% nos primeiros nove meses de 2007

A farmacêutica suíça Roche anunciou um crescimento de 12 por cento nas vendas durante os primeiros nove meses de 2007, para os 20,2 mil milhões de euros, um número que, de acordo com a empresa, reflecte já o abrandamento nas encomendas do Tamiflu (Oseltamivir).

Em igual período do ano anterior as vendas da Roche registaram um crescimento na ordem dos 19 por cento, tendo sido fortemente impulsionadas pelas vendas do medicamento contra a gripe sazonal e pandémica. Nos primeiros nove meses de 2007 a comercialização do Tamiflu terá sofrido uma quebra de 2 por cento. No que diz respeito ao terceiro trimestre a diminuição ascendeu aos 60 por cento, comparativamente ao período homólogo do ano anterior.

No entanto, a Roche afirma que esta quebra era já esperada à medida que os stocks dos governos ficaram completos no que toca ao armazenamento do fármaco para fazer frente a possíveis pandemias.

O grupo registou também uma redução nas vendas do Herceptin, que subiram apenas 18 por cento, a taxa mais baixa desde os últimos cinco trimestres, refere a Bloomberg. Ao contrário, as vendas do Avastin (Bevacizumab), utilizado no tratamento de primeira linha de doentes com carcinoma metastizado do cólon ou do recto, cancro da mama metastático e cancro do pulmão de células não pequenas, subiram 41 por cento a nível mundial, face ao mesmo período do ano anterior.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes, Roche, Market Watch, Farmacia.com.pt.

Tribunal condena Wyeth por tratamentos hormonais que causaram cancro da mama

A farmacêutica norte-americana Wyeth foi esta segunda-feira condenada a pagar quase 134 milhões de dólares (94,3 milhões de euros) a três mulheres que contraíram cancro da mama devido a tratamentos hormonais contra a menopausa.

A Wyeth já anunciou que vai recorrer da sentença, uma vez que considera que os tratamentos, aprovados pelas autoridades de saúde norte-americanas, eram "seguros e eficazes quando utilizados segundo as indicações", informou o grupo farmacêutico em comunicado.

As mulheres alegaram em tribunal que contraíram a doença devido ao tratamento com Premarin e Prempro, duas terapias hormonais de substituição de estrogénio.

De acordo com o advogado das queixosas, cerca de nove mil mulheres já apresentaram queixa nos tribunais contra o grupo Wyeth.

Os dois medicamentos em causa neste processo não são comercializados em Portugal.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Medtronic recolhe desfibrilhadores com defeito

Aparelhos podem ter causado a morte de cinco pacientes

A Medtronic, empresa norte-americana de equipamentos de tecnologia médica, retirou do mercado mundial aparelhos de desfibrilhação, utilizados na correcção de arritmias, por terem sido detectadas falhas no equipamento, que poderão ter estado na origem de cinco mortes, confirmou a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). O dispositivo está também à venda em Portugal.

A distribuição dos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis foi suspensa voluntariamente pela empresa “devido ao risco de ruptura dos mesmos”, informa a Medtronic. Os dispositivos são usados para detectar uma alteração do ritmo cardíaco, sendo capazes de provocar automaticamente uma descarga eléctrica para corrigir a alteração detectada, informa a agência Lusa citando fonte oficial do Infarmed.

Ainda assim, a Medtronic “não aconselha aos doentes a substituição profilática dos eléctrodos Sprint Fidelis, pois os riscos de remoção ou inserção de outro eléctrodo são muito superiores ao risco mínimo para o doente que constitui a fractura do eléctrodo”, refere a empresa em comunicado.

Os pacientes que suspeitem ter um eléctrodo Sprint Fidelis deverão consultar os seus médicos, aconselha a Medtronics, salientando que não há qualquer problema com os doentes que têm um pacemaker da marca.

De acordo com dados da empresa, em todo o mundo deverão ter sido implantados perto de 268 mil eléctrodos deste género, 506 dos quais em Portugal. O Infarmed afirmou que "em conjunto com a empresa responsável, está a efectuar todas as diligências necessárias com vista, quer à correcta informação dos profissionais de saúde que implantaram ou acompanham os doentes implantados, quer à operacionalização das medidas correctivas”.

“Não há qualquer problema com os desfibrilhadores”

Na sequência destes acontecimentos, a Medtronics já veio a público esclarecer que apenas retirou do mercado um tipo de eléctrodos dos seus desfibrilhadores, pelo que não há qualquer problema com os aparelhos propriamente ditos.

Os problemas verificados dizem respeito aos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis da Medtronic, que são uma espécie de cabos que ligam o coração ao desfibrilhador, um aparelho para corrigir arritmias.

A empresa garante, por isso, que os desfibrilhadores “não têm qualquer problema e podem ser usados com outros eléctrodos”.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, AFP.

Pfizer, Sanofi-Aventis e J&J podem estar interessadas na aquisição da Biogen Idec

Propostas deverão ascender aos 21 mil milhões de euros

A Biogen Idec anda à procura de comprador e os analistas prevêem que as propostas de aquisição se possam situar entre os 17,7 e os 21,2 mil milhões de euros. Na corrida figuram algumas das farmacêuticas de topo a nível mundial que pretendem expandir o seu portfolio de medicamentos biológicos.

De acordo com analistas do sector bancário e farmacêutico, tanto a Pfizer, como a Sanofi-Aventis ou a Johnson & Johnson (J&J) beneficiariam da aquisição da empresa norte-americana pelo facto de lhes permitir ganhar relevo na produção, comercialização e investigação de proteínas e fármacos de anticorpos.

Apesar da sua colaboração com a Biogen no desenvolvimento do MabThera (Rituximab), a Roche poderá ser das menos interessadas no negócio, uma vez que já possui uma presença significativa na produção de medicamentos biotecnológicos. “Muitos estão interessados em obter capacidade biológica. Os que já a têm provavelmente não farão ofertas, por isso considero que a Roche e a AstraZeneca podem ser eliminadas”, afirmou Bem Yeoh, analista do sector na Dresdner Kleinwort.

A britânica GlaxoSmithKline poderia ser outra das potenciais compradoras, no entanto, tal não deverá verificar-se, uma vez que a empresa está a concentrar-se noutras prioridades, avançam os especialistas do sector. A Novartis, por sua vez, já foi apontada por alguns analistas como uma possível compradora, porém, a sua presença competitiva no sector dos tratamentos para a esclerose múltipla poderia excluí-la.

“Um grande número de empresas afirmaram recentemente que ainda não têm uma presença significativa na biotecnologia, por isso penso que deverão surgir bastantes interessados”, referiu Paul Diggle, da Nomura Code Securities.

A aquisição, não será, no entanto, um investimento pouco dispendioso. Os 11,1 mil milhões de euros que a AstraZeneca pagou pela MedImmune - equivalentes a 11 vezes o valor das vendas anuais da empresa - são exemplo do apetite das grandes farmacêuticas relativamente ao investimento biotecnológico. A mesma escala de valorização colocaria a possível aquisição da Biogen nos 24 mil milhões de euros.

Ainda assim, os analistas defendem uma avaliação mais modesta, até porque, as terapias alvo da Biogen para o tratamento da esclerose múltipla enfrentam a concorrência de outros produtos, o mesmo acontece com o Avonex (Interferão beta-1a), que está a ser ameaçado pelos biogenéricos. Por outro lado, alguns acreditam agora que as vendas anuais do Tysabri (Natalizumab), desenvolvido pela Biogen em parceria coma a Elan Corp, poderão render milhões de dólares.

A Biogen anunciou na última sexta-feira que está à procura de um comprador, um comunicado que surge quatro anos depois da empresa ter sido adquirida pela Idec Pahrmaceutical por 4,7 mil milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo Finance, Reuters.

Carácter humano do farmacêutico é o aspecto mais valorizado pelo utente

As características humanas dos serviços farmacêuticos e o interesse demonstrado pelo farmacêutico no impacto que os problemas de saúde do doente provocam na sua vida activa são os aspectos mais valorizados pelos pacientes no que toca ao atendimento. As conclusões resultam de um estudo apresentado por Djenane Ramalho de Olivera, professora do departamento de Farmácia Social da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, no Brasil, durante o V Congresso Nacional de Atendimento Farmacêutico, que decorreu em Oviedo, Espanha.

O estudo pretendeu avaliar “as experiencias vividas pelos pacientes face ao atendimento farmacêutico em dois países muito distintos como são o Brasil e os Estados Unidos da América” (EUA), explicou a responsável, citada pelo Correo Farmacéutico. Nesse sentido, foi realizada uma meta-análise de dois estudos qualitativos nos quais se analisou os pacientes, o seu pensamento e sentimentos depois do atendimento prestado pelo farmacêutico.

O primeiro estudo, realizado nos EUA, consistia numa investigação etnográfica dos serviços de atendimento farmacêutico em clínicas e farmácias comunitárias, durante oito meses e realizado através de entrevistas aos utentes. No segundo, lavado a cabo no Brasil, foram entrevistados 33 utentes de farmácias de Belo Horizonte.

Depois de observar os dados das duas investigações, Djenane Ramalho de Olivera constatou que, na altura de avaliar a atenção recebida, todos os utentes, destacavam, em primeiro lugar, o carácter humano dos farmacêuticos e o interesse demonstrado pelos pacientes e pela sua doença. As vivências relatadas podem, segundo a autora, estar a indicar “novos caminhos para o progresso da prática do atendimento farmacêutico e chamam a atenção para a necessidade de haver alterações no ensino que permitam formar farmacêuticos mais competentes humana e tecnicamente”.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico.

50% dos fármacos em desenvolvimento são biotecnológicos

Os medicamentos biotecnológicos representam já 20 por cento do mercado farmacêutico, sendo que 50 por cento dos compostos que actualmente se encontram em investigação são fármacos de origem biológica. As conclusões resultam de uma reunião mundial de especialistas do sector organizada pela Ifpma e que decorreu a semana passada em Genebra, na Suíça.

De acordo com os participantes do encontro, entre os biológicos já comercializados encontram-se hormonas, anticorpos monoclonais, enzimas terapêuticas, vacinas, terapia génica, imunoterapias ou interferência de ARN. Os dados apresentados pelos especialistas indicam ainda que a maior parte da investigação e desenvolvimento que está a ser realizada na área biotecnológica tem como alvo a luta contra o cancro. Logo depois seguem-se das novas moléculas para doenças infecciosas, desordens do sistema auto-imune, HIV/Sida, doenças cardiovasculrares, problemas neurológicos, diabetes e problemas digestivos.

“Mais de 325 milhões de pessoas no mundo foram beneficiadas por mais de 155 fármacos e vacinas biotecnológicas”, salientou Kenneth B. Seamon, do Instituto de Biotecnologia da Universidade de Cambridge, citado pelo Correo Farmacéutico. Segundo explicou o responsável, a eficácia e segurança destes fármacos estão amplamente comprovadas e os mesmos fornecem soluções para as doenças mais importantes.

Seamon acredita que “a biotecnologia está preparada para enfrentar os reptos actuais com tratamentos inovadores” e salienta que o caminho a seguir deve ser o de conseguir resolver problemas como o facto de só existir tratamento para 10 mil das 30 mil doenças conhecidas actualmente. Para além disso, pretende-se conseguir obter mais alvos terapêuticos, para passar dos 500 que actualmente existem para perto de 10 mil num futuro próximo e desenvolver mecanismos poderosos de diagnóstico e tratamento para os cerca de 30 milhões de europeus que sofrem de doenças raras.

A tecnologia recombinante, por exemplo, está a ser crucial no desenvolvimento de vacinas para doenças infecciosas, ao mesmo tempo que se estuda a sequenciação genómica dos patogénios para perceber melhor a sua estrutura biológica e identificar novos antimicrobianos, escreve o portal. A bioinformática, por sua vez, está a ser vital na identificação de novos alvos, e a tecnologia recombinante é uma parte fundamental da elaboração de produtos terapêuticos.

Tudo isto está a reflectir-se na saúde do paciente, considera Seamon. “Os fármacos biotecnológicos estão a oferecer uma oportunidade única e prometedora para prover tratamentos para doenças graves e dar resposta às exigências dos sistemas de saúde”, sublinhou. A isto, acresce ainda o facto da segurança e qualidade dos medicamentos biotecnológicos não ficar atrás da segurança e qualidade dos fármacos que se obtêm por processos químicos, até porque consegue superá-las.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico.

APED preconiza aumento para os 95 por cento
Comparticipação de analgésicos é muito baixa


Os analgésicos actualmente disponíveis nas farmácias portuguesas são dos mais caros de toda a Europa. Em causa está o facto de no nosso país a comparticipação daqueles fármacos ser de apenas 37 por cento, quando há estados em que chega muito perto ou mesmo aos 100 por cento. A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor demanda um aumento daquela taxa para os 95 por cento.

Considerando que a sintomatologia da dor não pode continuar a ser desvalorizada, como tem sucedido até aqui, quer pelos profissionais de saúde, quer pelos próprios doentes, e tendo em conta que a taxa máxima de comparticipação actualmente admitida pelo Ministério da Saúde português é de 95 por cento, já que o governo português não prevê a gratuitidade daqueles fármacos, decorrente de um apoio na ordem dos 100 por cento, a APED estabelece a comparação entre a realidade nacional e o cenário comum na generalidade dos países da Europa, para demandar uma subida substancial do apoio estatal à aquisição de analgésicos.
José Romão, médico do Hospital Geral de Santo António, no Porto, e elemento da direcção da Associação para o Estudo da Dor, atesta que “a taxa de comparticipação de analgésicos em Portugal é muito baixa relativamente à da esmagadora maioria dos países europeus, já que em alguns desses países os analgésicos opióides chegam a ser gratuitos, usufruindo de comparticipações que atingem os 100 por cento”. Na opinião da APED, a comparticipação “adequada” aos analgésicos é de 95 por cento, sendo “inaceitável” que doentes com dor crónica possam ser impedidos de receber tratamento por falta de recursos económicos.
O clínico vai mais longe e compara a taxa de comparticipação dos analgésicos com a dos anti-inflamatórios, de 69 por cento, apesar de aqueles medicamentos revelarem “muitos efeitos secundários que são potencialmente graves”, tais como sangramentos e úlceras pépticas. Dados da Organização Mundial de Saúde relativos a 2004 demonstraram que o consumo de analgésicos opióides em Portugal é inferior ao que ocorre na grande maioria dos países europeus: seis vezes menos do que em Espanha, 12 vezes menos do que em França, 15 vezes menos do que na Alemanha e 20 vezes menos do que no Reino Unido. A associação exorta por isso a tutela a rever o apoio dado aos doentes que sofrem de dor crónica e que têm nos medicamentos analgésicos a principal fonte de alívio dos sintomas e de conforto no quotidiano.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, APED

Liga dos Amigos do Hospital São Bernardo vai oferecer 15 cadeiras terapêuticas para Oncologia

A Liga dos Amigos do Hospital São Bernardo (LAHSB) anunciou segunda-feira que pretende adquirir 15 cadeiras terapêuticas para equipar as novas instalações do serviço de oncologia daquela unidade hospitalar, situada em Setúbal, um objectivo que deverá estar cumprido até ao final do ano.

De acordo com Cândido Teixeira, presidente da LAHSB, a aquisição das 15 cadeiras terapêuticas, com um valor global de 30.000 euros, é um dos objectivos da Liga e deverá ser alcançado durante a campanha de sensibilização para a prevenção do cancro da mama, que decorre de 18 a 20 de Outubro, em Setúbal.

Cândido Teixeira falou aos jornalistas durante a apresentação pública de uma acção de prevenção contra o cancro da mama, promovida pela LAHSB e pela Sociedade Portuguesa de Senologia, no âmbito de uma campanha nacional que decorre ao longo do mês de Outubro.

Esta campanha de prevenção do cancro da mama deverá contar com a ajuda da antiga primeira-dama Maria José Ritta, que participa, sexta-feira, num passeio pela baixa da cidade de Setúbal, a que se seguem outras iniciativas, que terão lugar sábado à tarde no Auditório Charlot.

“O melhor diagnóstico do cancro da mama nas mulheres é a prevenção através do auto-exame, de preferência nos cinco dias após o período menstrual”, uma vez que a detecção precoce permite o tratamento de mais de 805 por cento dos casos, adianta a médica Emília Vaz Pereira, da Sociedade Portuguesa de Senologia.

“Em 2006 operámos 107 mulheres no Hospital São Bernardo, para além de muitas outras que foram tratadas sem cirurgia”, disse Emília Vaz Pereira, reforçando a ideia de que o auto-exame, feito pela própria mulher, é fundamental.

Emília Vaz Pereira lembra ainda que todas as mulheres com mais de 40 anos devem fazer uma mamografia todos os anos e que “qualquer mulher que detecte um corrimento mamilar, um nódulo palpável, uma alteração de cor ou de calor da mama, deve recorrer de imediato ao seu médico de família”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Fármaco contra o cancro pode travar doenças vasculares

Investigadoras portuguesas descobrem novo efeito do "imatinib"; estudo vai ser publicado na revista «Angiogenesis»

O imatinib – composto usado no tratamento de alguns tipos de cancro – pode combater também doenças vasculares. A descoberta da nova terapêutica deste fármaco pertence a três investigadoras portuguesas. O estudo será publicado na revista biomédica «Angiogenesis».

Sabiam que o fármaco era utilizado em células tumorais e decidiram investigar se, também, teria o mesmo efeito no combate à aterosclerose. A equipa de investigadoras do Serviço de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) partiu de uma probabilidade, cujo estudo veio a validar. “O imatinib pode ser um bom agente terapêutico contra a arterosclerose, a restenose e outras doenças do foro vascular”, anunciou Ana Sofia Rocha, bióloga que desenvolveu a investigação.

Caracterizadas pelo crescimento anormal das células do músculo liso (as células de revestimento dos vasos sanguíneos) as doenças vasculares, especificamente, a aterosclerose continua entre as principais causas de doença e morte, em Portugal, embora já existam outros medicamentos capazes de bloquear o processo aterosclerótico.

Este facto não dissuadiu a equipa do Porto na procura de mecanismos alternativos. “Os resultados mostraram que o imatinib pode reverter a aterosclerose”, reforçou Raquel Soares (bioquímica que orientou o estudo), destacando ainda que o fármaco “pode evitar o reaparecimento de obstrução do vaso” (restenose) – que acontece, em muitos casos, após cirurgia.

Segundo explicou Ana Sofia Rocha, “nos ensaios constatámos que a incubação com imatinib reduzia a capacidade e viabilidade de migração das células do músculo liso”, revelando ainda que “foi encontrado um aumento significativo da percentagem de células mortas após o tratamento com o fármaco.”

Ressalvando que os ensaios feitos pertencem a uma fase preliminar, a investigadora antecipou que, o próximo passo de um longo caminho de ensaios clínicos, será “a utilização de modelos animais, nomeadamente, ratos com predisposição para a doença.”

Caso vingue, a descoberta de Ana Rocha, Raquel Soares e Isabel Azevedo pode significar um meio para reduzir o número drástico de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) e enfartes do miocárdio.

De acordo com dados da Fundação Portuguesa de Cardiologia, 60% dos portugueses tem os níveis sanguíneos de colesterol elevados. Hipertensão arterial, obedidade, sedentarismo, tabagismo são factores que, equacionados ao colesterol, potenciam o risco de doenças vasculares.


Raquel Pacheco
Fontes: FMUP/Fundação Portuguesa de Cardiologia

Baldacci já retirou do mercado os lotes 05006 e 26605 de Lauroderme Creme

A Farmoquímica Baldacci anunciou esta segunda-feira que já retirou do mercado nacional os dois lotes do produto Lauroderme Creme, conforme havia anunciado a semana passada, devido à existência de granulosidade, que pode provocar desconforto ao tacto, mas não representa qualquer perigo para a saúde pública, disse à Lusa Vítor Coelho, responsável pela divisão de "Consumer Health" da empresa.

De acordo com o responsável, em causa estão os lotes 05006 e 26605, à venda em Portugal desde o ano passado, e que correspondem a uma forma de apresentação do medicamento com pouca representatividade em termos de vendas.

"A forma de apresentação em questão deve representar 1,5 a dois por cento das vendas totais em Portugal e não tem grande expressão quando comparada, por exemplo, com a pasta cutânea", explicou Vítor Coelho.

A recolha dos lotes em causa foi decidida na semana passada, imediatamente depois de detectado o anormal aspecto final granuloso, e contou com o acompanhamento da Autoridade Nacional do Medicamento (INFARMED).

"Este é um aspecto mais ligado à cosmética, uma vez que não estão em causa a saúde pública, a eficácia e segurança do produto", acrescentou

O Lauroderme Creme não está sujeito a receita médica e é usado como protector da pele, estando disponível em pasta, liquido, pó cutâneo e creme.

A empresa recomenda aos consumidores que estejam a usar estes lotes que se dirijam a uma farmácia para proceder à sua substituição da embalagem.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Afinal tomar a pílula não aumenta o risco de cancro da mama

Afinal os métodos anticoncepcionais orais não parecem estar directamente relacionados com o cancro da mama, pois a taxa de sobrevivência à doença não varia conforme as mulheres tomem ou não a pílula. A conclusão foi divulgada na passada sexta-feira pelo jornal Obstetrics and Gynecology e contraria estudos anteriores que apontavam a pílula anticoncepcional como um dos principais factores de risco do cancro da mama.

Segundo Herbert R. Peterson, um dos responsáveis pelo estudo, os resultados apurados são “muito tranquilizantes”, pois permitiram também concluir que “não parece existir nenhum motivo de preocupação sobre o facto de as mulheres tomarem a pílula em idades jovens, pelo menos relativamente ao problema do cancro da mama”.

A crença de que o cancro da mama está relacionado com a utilização de métodos anticoncepcionais orais surgiu em 1996, depois de uma análise a 54 estudos ter detectado que as mulheres que tomam a pílula têm um risco acrescido de desenvolver a doença.

Contudo, o estudo agora levado a cabo por uma equipa de investigadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, EUA, sugere que o facto de as mulheres tomarem a pílula as aproxima dos cuidados de saúde, o que pode conduzir a um diagnóstico precoce, contribuindo para a diminuição da taxa de mortalidade da doença, pois evitaria que o tumor chegasse a um estado avançado.

Actualmente, a taxa de mortalidade por cancro da mama, em mulheres entre os 20 e os 54 anos, que tomam a pílula, é de 4,292 mulheres.

No entanto, os investigadores não encontraram um aumento da mortalidade nem associado ao uso da pílula, nem à duração da sua utilização, ou tão pouco a alguma formulação especifica deste método anticoncepcional. Aliás, as mulheres que utilizem correntemente este método podem ter um decréscimo de 10 por cento na probabilidade de virem a sofrer da doença, ainda que os investigadores não tenham percebido exactamente como se dá esta relação.

De facto, um outro estudo realizado em 2002 também não encontrou maiores riscos de cancro da mama, em mulheres que tomem a pílula, relembra Peterson.

“Existem dúzias e dúzias de estudos que abordam a relação entre a pílula e o cancro da mama, mas quando analisamos as suas conclusões de forma comparativa percebemos que o resultado é muito tranquilizante, pelo menos no que respeita à mortalidade da doença”, constata o investigador.

No entanto, os investigadores não conseguiram ainda apurar qual o real efeito da pílula durante a menopausa, isto apesar de um estudo recente ter indicado que as mulheres que recorram a terapias de compensação hormonal, nesta altura, têm um risco acrescido de virem a desenvolver a doença.

Pelo sim pelo não, Peterson acredita que “para as mulheres até aos 40 anos, que não sejam fumadoras, os métodos de contracepção oral continuam a ser a solução, para muitas uma boa solução”, mas para ter a certeza serão ainda necessários mais estudos que venham comprovar esta conclusão e que esclareçam a segurança da pílula em mulheres mais velhas.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Rede virtual sobre fármacos e tratamentos
Pfizer associa-se a fórum online para médicos


A Pfizer, multinacional suíça do sector farmacêutico, associou-se ao fórum online Sermo, uma página dedicada exclusivamente à classe médica (www.sermo.com), a quem visa fornecer informações detalhadas sobre a área do medicamento e dos dados clínicos a ele respeitantes.

Na rede virtual os médicos participam em debates, que resultam da sugestão dos utentes do site, trocam informações com os colegas, designadamente sobre a evolução registada nos tratamentos ou a posologia mais indicada para determinados casos clínicos. Há ainda a possibilidade de debater opiniões e pedir conselhos no que toca a diagnósticos e terapias. “Através desta associação com o Sermo, a Pfizer tenta descobrir, com ajuda dos médicos, a melhor maneira de trocar informações pela internet”, explicou o laboratório à Agence France-Presse. O Sermo está disponível online desde 2006 para os clínicos, mediante uma assinatura gratuita, estimando-se que tenha actualmente cerca de 30 mil assinantes.

Carla Teixeira
Fonte: AFP, Sermo.com

Crucell entra em acordo com a MedImmune para desenvolver anticorpos

A compania biotecnológica holandesa Crucell entrou num acordo exclusivo de licenciamento e investigação com a MedImmune, unidade da AstraZeneca, para desenvolver e comercializar anticorpos bacterianos para o tratamento e prevenção de infecções adquiridas nos hospitais.

A Crucell anunciou que a MedImmune irá efectuar pagamentos iniciais, anuais e quando forem atingidos objectivos, que poderão exceder os 40 milhões de dólares, para além do financiamento para investigação e desenvolvimento, e ainda regalias relativas às vendas, num valor não revelado.

Segundo a companhia, esta parceria combina as capacidades únicas de investigação, descoberta e desenvolvimento de anticorpos da Crucell com o conhecimento em desenvolvimento clínico e comercialização de anticorpos anti-infecciosos da MedImmune.

A MedImmune irá poder trabalhar com a tecnologia de anticorpos MAbstract da Crucell, que utiliza um método de subtracção de selecção para gerar anticorpos humanos, que a companhia afirma não estar disponível com outra tecnologia. Esta tecnologia pode ser utilizada para uma selecção mais rápida de especificidades monoclonais, e para identificar alvos únicos em proteínas, vírus, bactérias e células vivas ou tecidos. Também pode ser usada para identificar as regiões de ligação de anticorpos e antigénios, para ajudar no desenvolvimento de vacinas ou inibidores de pequenas moléculas.

Apesar dos resultados desta colaboração não serem esperados até daqui a alguns anos, este acordo é visto como uma validação importante da tecnologia da Crucell, e uma extensão positiva do seu negócio.

Segundo um analista da SNS, Marcel Wijma, os mercados para os tratamentos contra este tipo de infecções é substancial. No geral, este acordo é uma extensão positiva da pipeline actual de vacinas e anticorpos.

Segundo a Crucell, este acordo com a MedImmune tem como objectivo trabalhar numa das cinco áreas específicas de infecções adquiridas nos hospitais, sendo que a Crucell irá trabalhar independentemente nas outras quarto áreas.

A Crucell afirmou que as infecções bacterianas adquiridas nos hospitais afectam aproximadamente 2 milhões de pacientes por ano nos Estados Unidos e na Europa, provocando mais de 200 mil mortes.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, www.in-pharmatechnologist.com, Reuters, Forbes
Farmácia portuense quer facilitar acesso à imunização
Vacina contra o VPH a preço de custo


No mesmo dia em que começou a ser comercializada em Portugal a segunda vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (VPH), agente responsável pelo cancro do colo do útero, uma farmácia portuense decidiu vender a imunização mais antiga a preço de custo. A ideia é democratizar o acesso a um medicamento que, pelo elevado preço, se torna indisponível para muitas famílias. O crédito também é uma opção…

A entrada no mercado farmacêutico português da segunda vacina contra o Vírus do Papiloma Humano levou a direcção da Farmácia de Santa Catarina, na cidade do Porto, a optar por vender as duas imunizações ao mesmo preço, sendo que a vacina que já existia no mercado confere imunidade relativamente a quatro tipos de vírus (6, 11, 16 e 18), enquanto a nova apenas protege das estirpes 16 e 18. O preço do novo tratamento ronda os 433 euros, divididos entre três doses de 144,41 euros cada, mas a farmácia portuense vai vendê-la a 399 euros, o preço que paga por ela, e que equivale a um custo de 130 euros por cada uma das três doses.
Na prática as duas vacinas passam a custar exactamente o mesmo, o que, para os responsáveis por esta iniciativa traduz um esforço no sentido da democratização do acesso ao medicamento por parte da população mais carenciada, tendo em conta que o cancro do útero é actualmente uma das doenças mais mortíferas para as mulheres lusitanas, e considerando ainda que nas famílias em que haja mais do que uma menina em idade de ser vacinada a situação assumirá contornos de grande problemática, visto que a despesa aumenta de modo considerável.
Numa iniciativa que demonstra o elevado espírito de solidariedade da direcção da Farmácia Santa Catarina para com os seus clientes, que na grande maioria recusavam comprar a vacina por não terem disponibilidade financeira para a pagar, o estabelecimento abdicou totalmente da sua faixa de lucro, possibilitando ainda a aquisição da imunização a crédito. Nas palavras do director técnico da Farmácia Santa Catarina, Carlos Almeida, além de esta ideia materializar “um serviço de utilidade pública”, contribuirá previsivelmente para atrair um maior número de clientes ao estabelecimento, fidelizando-os na aquisição daquele e de outros medicamentos, agora e no futuro. Nos últimos dias o responsável admitiu já ter percebido um aumento do número de pessoas que cruzaram a porta da farmácia em busca da vacina ou de outro tipo de produtos.
Porque “a prevenção do cancro do colo do útero não pode ser um privilégio dos ricos”, e tendo em conta que, mesmo custando 390 euros a imunização continua a ter um preço demasiado elevado para a generalidade das carteiras portuguesas, o farmacêutico do Porto entendeu permitir ainda a celebração de contratos de crédito, que são firmados ao balcão do estabelecimento, com vista a que ninguém seja obrigado a deixar de se vacinar por não dispor de meios financeiros para tal.

Carla Teixeira
Fonte: JornalismoPortoNet

FDA aprova Hycamtin Oral para o cancro do pulmão de pequenas células

Primeira terapia oral aprovada pela FDA irá permitir aos pacientes serem tratados em casa

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou o Hycamtin Oral (topotecano), da GlaxoSmithKline (GSK), para o tratamento da reincidência do cancro do pulmão de pequenas células, uma forma bastante rara da doença. A GSK declarou que o fármaco estará disponível em 2008.

A Glaxo sublinhou que o Hycamtin oral é o primeiro agente-único de quimioterapia aprovado para o tratamento do cancro do pulmão de pequenas células, após falha da terapia de primeira linha, e que irá permitir que os pacientes sejam tratados em casa. Especificamente, as cápsulas orais de Hycamtin foram aprovadas para o tratamento de pacientes que responderam total ou parcialmente ao tratamento de primeira linha com quimioterapia, e que estão, pelo menos, a 45 dias de terminar o tratamento. As cápsulas de Hycamtin pertencem à classe de fármacos conhecidos por inibidores da topoisomerase I (topo-I).

A GSK indicou que esta aprovação baseou-se nos resultados positivos da Fase III do estudo que comparou os pacientes com reincidência do cancro do pulmão de pequenas células, que receberam cápsulas de Hycamtin mais cuidados de suporte, com pacientes que só receberam cuidados de suporte, para além dos resultados adicionais dos estudos de Fase II e III.

A GSK anunciou que já submeteu pedidos de registo para o Hycamtin Oral na Europa, Canadá e noutros mercados mundiais.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.rttnews.com, CNNMoney

Eli Lilly deverá liderar mercado de fármacos para a osteoporose em 2011

A farmacêutica norte-americana Eli Lilly deverá surgir como a principal empresa no sector dos medicamentos para a osteoporose até 2011, principalmente por se manter afastada da crescente competitividade no segmento dos biofosfonatos, revela um relatório elaborado pela “Decision Resources” e pelo “Millennium Research Group”.

A Eli Lilly, que no final do período previsto deverá reteruma quota de 29,7 por cento no mercado dos mediamentos para a osteoporose, possui dois fármacos principais no seu portfolio de produtos para o tratamento desta doença, nenhum dos quais se insere na classe dos biofosfonatos. O Evista (Raloxifeno) pertence ao grupo farmacoterapêutico dos moduladores selectivos do receptor do estrogénio, por sua vez, o Forsteo (Teriparatida) é o fragmento activo da hormona paratiroideia humana endógena.

No mercado dos biofosfonatos, os investidores habituais, como a Merck, a Procter & Gamble e a Sanofi-Aventis estão progressivamente a ser desafiados por novas terapias que exigem tomas menos frequentes, ao mesmo tempo que sobre eles paira a ameaça do surgimento de novas classes de medicamentos e de versões genéricas de terapias líder.

“Tanto o Evista como o Forsteo estão protegidos por patente até ao final da previsão; por isso mesmo irão fornecer uma base forte para o crescimento da Eli Lilly, especialmente tendo em conta a nova indicação do Evista na prevenção do cancro da mama inicial e o aumento da confiança dos médicos no Forsteo”, afirmou Matthew Runnalls, analista do “Millennium Research Group”.

No entanto, de acordo com o especialista, o principal impulsionador do crescimento da empresa nos anos mais próximos a 2011 deverá ser o arzoxifene, um modulador selectivo do receptor do estrogénio de segunda geração ainda em ensaios clínicos. Ainda assim, o lançamento deste medicamento deverá estar sujeito a algumas complicações por surgir depois do Viviant, um modulador selectivo do receptor do estrogénio de segunda geração desenvolvido pela Merck, e do Aprela, a combinação entre uma nova terapia de substituição hormonal e um modulador selectivo do receptor do estrogénio, também da Merck, salientou Runnalls.

O mesmo estudo sugere também que apesar de deter a patente do Fosamax (Ácido alendrónico) na Europa continental, a posição de liderança da Merck no mercado dos biofosfonatos – que gerou 1,4 mil milhões de euros nas receitas do sector da osteoporose em 2006 - deverá ser dizimada pelas versões genéricas do fármaco nos Estados Unidos da América, Japão e Reino Unido.

A Merck deverá assistir a uma quebra na sua quota de mercado, que desce dos 37.7 por cento para os 9.1 pontos percentuais em 2011. Uma lacuna que deverá ser equilibrada pela presença da Eli Lilly e de outras empresas nesse novo mercado competitivo. A Wyeth, a Amgen e a Novartis irão mais do que duplicar a sua quota de mercado em 2011, diz ainda o mesmo documento.

Mais de 20 por cento dos médicos inquiridos no âmbito deste relatório prevêem que a Wyeth será a empresa mais influente no ramo da osteoporose durante os próximos cinco anos, graças ao Viviant e ao Aprela. A Novartis e a Amgen deverão também apoderar-se de uma fatia significativa do mercado, no primeiro caso devido ao Aclasta, um biosfonato injectável de administração anual, e no segundo, graças ao Denosumab, o primeiro biológico da sua classe, administrado duas vezes por ano.

Marta Bilro

Fonte: PR Newswire, PharmaLive, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Sanofi Pasteur quer desenvolver vacina contra malária

Farmacêutica firmou parceria com o Instituto Pasteur

A Sanofi Pasteur, unidade de vacinas da farmacêutica Sanofi-Aventis, estabeleceu uma parceria com o Instituto Pasteur, um laboratório francês de destaque na área das ciências da saúde, com o objectivo de desenvolver uma vacina contra a malária, doença para a qual ainda não existe imunização.

O acordo vai permitir à Sanofi Pasteur aceder a antigénios identificados pelo Instituto Pasteur derivados do "plasmodium falciparum", o parasita responsável pela maior parte dos casos mortais da doença.

O projecto conta também com a colaboração de outras entidades, incluindo a da Universidade de Oxford, de forma a desenvolver uma vacina eficaz contra a doença que afecta anualmente 500 mil pessoas, das quais um milhão acabam por falecer.

“A Sanofi Pasteur explora continuamente novos caminhos para desenvolver vacinas inovadoras e este acordo com o Instituto Pasteur sublinha o envolvimento histórico da empresa em parcerias público-privadas com instituições de renome para ajudar a melhorar a saúde pública”, afirmou Wayne Pisano, presidente e director executivo da Sanofi Pasteur.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 40 por cento da população mundial esteja em risco de contrair malária.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes.

Analgésicos têm escassa comparticipação em Portugal

Em Portugal, são os doentes que suportam a maior parte dos encargos financeiros relativos aos analgésicos. A taxa de comparticipação destes medicamentos no país é uma das mais baixas da União Europeia, alerta o presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, que pretende que essa comparticipação aumente dos 37 para os 95 por cento.

“A taxa de comparticipação de analgésicos em Portugal é muito baixa relativamente à da esmagadora maioria dos países europeus, já que nalguns países os analgésicos opióides são até gratuitos, com comparticipações de 100 por cento”, salientou o médico José Romão, em declarações à Lusa, esta segunda-feira, dia em que começa a Semana Europeia Contra a Dor, este ano dedicada à mulher.

O ideal, de acordo com a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, seria que a comparticipação para os analgésicos fosse de 95 por cento, a máxima permitida pelo Ministério da Saúde. Até porque, a falta de recursos não pode justificar “que doentes com dor crónica não possam ser tratados”, salientou José Romão.

Em Portugal há um sério contraste que se verifica entre a baixa taxa de comparticipação dos analgésicos comparativamente à comparticipação de 69 por cento dos anti-inflamatórios, que têm “muitos efeitos laterais que são potencialmente graves”, como sangramentos ou úlceras gástricas e pépticas.

O consumo de analgésicos opióides por pessoa em Portugal é seis vezes inferior ao de Espanha, 12 vezes inferior a França, 15 vezes da Alemanha e fica 20 vezes abaixo do registado no Reino Unido, indicam dados da Organização Mundial de Saúde referentes a 2004.

A “maior probabilidade” das mulheres, relativamente aos homens, para apresentarem “dores múltiplas simultâneas” faz com que, este ano, a Semana Europeia Contra a Dor seja dedicada ao sexo feminino. Segundo explicou José Romão, são os factores hormonais e biológicos que explicam e condicionam várias patologias que afectam mais as mulheres. A Semana Europeia surge também da necessidade de “agitar o meio científico” e chamar a atenção de clínicos e investigadores para as diferentes necessidades das mulheres em matéria de controlo da dor.

A situação não é nova e já tinha sido abordada pelo Farmacia.com.pt num artigo dedicado ao tratamento da dor oncológica. O trabalho, no qual se destacavam as barreiras que se colocam no acesso a estes fármacos tanto por parte do doente como do profissional de saúde, alertava também para o facto de na maioria dos países comunitários os medicamentos para a doença crónica, onde se inclui a dor oncológica, serem comparticipados a 100 por cento pelo Estado. Por sua vez, “em Portugal, e à luz da legislação vigente, o doente de ambulatório tem que suportar um encargo financeiro de pelo menos 45 por cento, da sua medicação antiálgica”, refere um relatório do primeiro P.A.I.N. (Pain Associates International Network) workshop realizado em território nacional, em 2004, sob o tema “Barreiras ao adequado tratamento da Dor Oncológica em Portugal”.

Dor interfere de forma grave no trabalho de 85% dos doentes

Um estudo realizado em pessoas que frequentam unidades de dor crónica nos hospitais portugueses revelou que em 85 por cento dos doentes, a dor interfere de forma moderada ou grave no trabalho. Um problema que poderia ser minimizado, uma vez que se devidamente utilizados, os medicamentos permitem controlar a dor em cerca de 95 por cento dos casos.

Um outro trabalho levado a cabo em 2003 pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge indica que 26 por cento dos doentes sente que a dor tem impacto no seu trabalho; quinze dias de trabalho por ano são perdidos devido à dor e um em cada cinco doentes perde o seu emprego (19%). Para além disso, 74 por cento dos portugueses afirmaram ter tido pelo menos um episódio de dor e 50 por cento manifestaram ter tido mais de um tipo de dor. Entre as dores mais frequentes estão as dores lombares (51%), dores nos ossos e articulações (45%) e dores de cabeça (35%).

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Público, Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor, E-mail do Farmacia-Press, Farmacia.com.pt.

FDA reavalia administração de Tamiflu em crianças

O Comité de Aconselhamento Pediátrico da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) vai reavaliar a segurança do tratamento com Tamiflu (Oseltamivir) em crianças. A reunião está marcada para o dia 27 de Novembro, quase dois anos depois do medicamento ter sido associado à morte de pelo menos uma dúzia de crianças japonesas.

De acordo com uma nota informativa publicada no portal da FDA, o comité de especialistas deverá analisar os efeitos secundários neurológicos e comportamentais provocados pelo fármaco em crianças às quais o mesmo foi administrado. O Tamiflu está sujeito a uma avaliação anual desde que, em 2005, foram relatados casos de suicídio, alucinações e lesões auto-infligidas em pacientes que receberam o tratamento.

O ano passado, o comité de aconselhamento recomendou à Roche uma actualização à rotulagem da substância de forma a alertar para potenciais comportamentos irregulares em pacientes que estejam a receber o tratamento.

Recorde-se que, em Julho deste ano, uma família japonesa processou o ministério da saúde nipónico pela morte do filho que alegavam ter acontecido na sequência da ingestão de Tamiflu. De acordo com os familiares o rapaz terá saído de casa descalço quando foi atropelado por um veículo pesado, cerca de duas horas depois de tomar o medicamento.

Conforme foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, o caso surgiu alguns meses depois das autoridades de saúde japonesas terem emitido avisos sobre a utilização do fármaco, indicando aos médicos que não o prescrevessem a doentes na faixa etária entre os 10 e os 19 anos, devido à detecção de dezenas de casos de mortes e ferimentos entre adolescentes aos quais este tinha sido administrado. A Roche negou qualquer relação entre a ingestão do medicamento e a ocorrência comportamentos fora do padrão normal.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, First Word, Farmacia.com.pt.

FDA aprova Isentress

Novo tratamento anti-HIV disponível nos EUA

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) deu luz verde ao Isentress (raltegravir), o novo tratamento da Merck contra o HIV e o primeiro na classe dos medicamentos anti-retrovirais denominados inibidores da integrase, que bloqueiam a intromissão do ADN do HIV no ADN humano. Fica assim disponível uma nova opção para os pacientes cujo vírus já desenvolveu resistência a outros medicamentos.

De acordo com a farmacêutica norte-americana, a FDA aprovou a utilização do Isentress em associação com outros anti-retrovirais no tratamento de pacientes com HIV-1, já submetidos a outras terapias anti-HIV, que demonstrem actividade do vírus mesmo depois de lhes terem sido administrados outros anti-retrovirais.

O Isentress é a primeira terapia anti-HIV desenvolvida pela Merck desde 1999. As estimativas dos analistas indicam que as vendas do fármaco poderão gerar mais de 700 milhões de euros, por ano, a nível mundial. Actualmente, cerca de 150 mil pacientes nos Estados Unidos da América poderão beneficiar do Isentreess, que deverá chegar ao mercado daquele país dentro de suas semanas, avançou o vice-presidente do departamento de doenças infecciosas e produtos hospitalares da Merck.

Os custos do tratamento deverão rondar os 18,96 euros por dia ou 7.000 euros anuais (27 dólares norte-americanos por dia ou 10.000 dólares por ano), um preço semelhante ao que é cobrado por outros fármacos anti-HIV recentemente desenvolvidos, revelou Amy Rose, porta-voz da empresa.

“Parece muito seguro, comparativamente a outras substâncias”, comentou Homayoon Khanlou, director de medicina na “AIDS Healthcare Foundation” e um dos investigadores envolvidos nos ensaios clínicos. “É muito forte em termos de supressão viral”, salientou o mesmo responsável. A aplicação do tratamento em pacientes órfãos está também a ser analisada pela Merck.

Esta é a segunda nova categoria de fármacos anti-HIV a chegar ao mercado durante este ano. O Selzentry, da Pfizer, recebeu recentemente aprovação da FDA e da Comissão Europeia e é o primeiro medicamento que actua através do bloqueio do CCRC, co-receptor que funciona como porta de entrada principal para o vírus nas células imunitárias humanas.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, First Word, Farmacia.com.pt.

Rinite alérgica afecta 21% das crianças em idade pré-escolar

Doença está “sub-diagnosticada e sub-tratada” alerta a SPAIC

A rinite alérgica afecta 21 por cento das crianças em idade pré-escolar, revela o primeiro estudo português que avaliou a prevalência de doenças alérgicas em crianças entre os 3 e os 5 anos de idade. Os resultados do ARPA KIDS, realizado pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), vão ser apresentados esta quarta-feira, às 10 horas, no Museu das Crianças, no Jardim Zoológico de Lisboa.

A SPAIC avaliou a prevalência da rinite alérgica e de sintomas de asma em mais de 5000 crianças. Os resultados demonstram que a doença “está sub-diagnosticada e sub-tratada, não recebendo cuidados médicos num número significativo de casos”, referem os responsáveis.

A asma poderá atingir um quarto desta faixa etária da população, sendo que apenas um quinto tinha o diagnóstico já estabelecido. Confirma-se, por isso, “que a alergia começa na infância, pelo que a prevenção deve acompanhar esta tendência”, refere um comunicado da SPAIC enviado ao Farmacia.com.pt.

Entre as queixas de rinite, o nariz congestionado por mais de uma hora seguida foi o principal sintoma citado, sendo que 25 por cento das crianças teve pelo menos uma crise de falta de ar no último ano. Os sintomas são “crónicos” e “muito perturbadores da qualidade de vida das crianças em idade pré-escolar”, alerta a SPAIC.

A rinite é uma inflamação da mucosa nasal e constitui uma patologia muito frequente na população, sendo que a sua principal causa são os alergénios, como os ácaros, fungos, pólens, faneras de animais e látex.

Os sintomas típicos são caracterizados por crises de espirros, congestão e obstrução nasal, corrimento aquoso e sensação de pressão na cabeça. A comichão nasal é muito frequente podendo envolver, também a garganta, ouvidos e olhos.

No tratamento farmacológico da rinite alérgica podem ser aplicados anti-hístamínicos orais (Buclizina, Dexclorofeniramina, Cetirizina, Ebastina), anti-Inflamatórios (corticosteroides intranasais e anti-Ieucotrienos) ou descongestionantes nasais (Efedrina, Fenilefrina, Nafazolina). Pode também optar-se pela imunoterapia específica através da aplicação da vacinação anti-alérgica.

Marta Bilro

Fonte: E-mail do Farmacia-Press, SPAIC.com, Médico Assistente online, Farmácia Técnica.

Revista Idade Maior é apresentada esta quarta-feira

Publicação salienta a importância de viver com saúde depois dos 55 anos

A pensar nos interesses e na saúde dos adultos com mais de 55 anos de idade vai ser apresentada, esta quarta-feira, a Revista Idade Maior, uma publicação gratuita e especialmente dirigida àquela camada de público, que surge agora num novo formato. A exibição vai decorrer na Universidade de Lisboa Para a Terceira Idade, às 10h30, e conta com a presença de vários oradores que alertam para as questões de saúde a partir dos 55 anos.

“Viver com saúde depois dos 55” é o mote para a palestra que será ministrada pelo geriatra João Gorjão Clara, Coordenador do Grupo de Investigação e Tratamento do Doente Idoso e Director do Serviço de Medicina Interna II do Hospital Pulido Valente, que vai abordar a temática dos cuidados de saúde na Idade Maior. Para salientar a importância da actividade física em todas as idades estará presente o fisisatra Manuel Martins. Por sua vez, a apresentadora Luísa Castel-Branco vai destacar a necessidade de enfrentar a doença de forma positiva.

Fruto de uma parceria entre a farmacêutica Pfizer, a Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa e a Direcção-Geral de Saúde, a iniciativa integra-se no projecto Idade Maior, iniciado em 2005 com o objectivo incentivar comportamentos saudáveis e educar para a gestão da doença junto dos adultos de idade maior (maiores de 55 anos).

O novo formato da publicação centra-se cada vez mais na saúde, uma questão prioritária nesta faixa etária, sem esquecer a vertente mais lúdica que oferece também passatempos ao leitor. A revista pode ser encontrada nos Centros de Saúde de todo o País e ainda nas Câmaras Municipais, Centros de Dia, Sociedades Recreativas, Universidades da Terceira Idade e outros locais de interesse público.

Emília Barradas de Noronha, Directora da Universidade de Lisboa para a Terceira Idade, será a anfitriã deste evento, no qual participa também Carlos Macedo, Director de Assuntos Governamentais e Públicos da Pfizer.

Marta Bilro

Fonte: E-mail do Farmacia-press, Pfizer.

Encontros bimestrais em Lisboa
Farmacêuticos debatem regulamentação


Hélder Mota Filipe, vice-presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) preside no dia 8 de Novembro, em Lisboa, ao primeiro de uma série de encontros bimestrais promovidos pelo Colégio da Especialidade em Assuntos Regulamentares da Ordem dos Farmacêuticos para debater temas relevantes naquela área.

Segundo avança a OF na sua página online, a conferência deste ciclo tem como título «Responsabilidade farmacêutica no âmbito dos Assuntos Regulamentares», e deverá decorrer nas instalações do Hotel Dom Pedro Palace, na capital, a partir das 18h30, visando proporcionar aos profissionais de Farmácia uma oportunidade única para analisarem e debaterem, com diversos especialistas na área, o papel da classe no contexto da regulamentação do sector, que fruto da iminente aplicação de nova legislação anunciada pelo Governo – que concretiza, entre outros aspectos relevantes, a liberalização da propriedade das farmácias – atravessa uma fase de mudança e de consequente adaptação a novas regras.
Neste primeiro encontro dinamizado pelo Colégio de Especialidade em Assuntos Regulamentares da Ordem dos Farmacêuticos deverá ser tida em conta, para discussão, a questão da responsabilidade dos profissionais do sector, bem como as competências adicionais que lhe serão exigidas e o impacto que essas novas normas terão nas organizações em que desempenham funções. Nesta reunião e nas que hão-de seguir-se no âmbito deste ciclo, poderão participar todos os farmacêuticos especialistas em Assuntos Regulamentares interessados, bastando para tal comunicar a sua presença através do e-mail colegios@ordemfarmaceuticos.pt.

Perfil
Nascido em Mafra no dia 8 de Outubro de 1965, Hélder Dias Mota Filipe concluiu a sua licenciatura em Ciências Farmacêuticas em 1990, pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Na mesma altura iniciou actividade docente, na qualidade de professor assistente estagiário e investigador. Em 1996, na mesma academia, obteve o grau de doutor em Farmacologia, tendo concluído o seu pós-doutoramento em 1999 no William Harvey Research Institute, em Londres. Enquanto investigador esteve ligado à Comissão de Avaliação de Medicamentos, à Comissão Nacional de Ética para a Investigação Clínica e à equipa de peritos da Agência Europeia do Medicamento, tendo também feito parte da direcção da Sociedade Portuguesa de Farmacologia, entre outras actividades de índole internacional.
Segundo adianta o Infarmed na sua página online, ao longo da sua carreira Hélder Mota Filipe terá sido “autor de mais de uma centena de comunicações a reuniões científicas e de mais de 40 artigos em diversas publicações internacionais nas áreas da Farmacologia e da Medicina Experimental”. Actualmente exerce a missão de professor associado de Farmacologia e Imunofarmacologia, e em simultâneo é investigador da Unidade de Farmacologia e Farmacotoxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Desde 2005 acumula ainda, em parceria com Luísa Carvalho, a vice-presidência da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos, Infarmed

domingo, 14 de outubro de 2007

Reduzir impacto das embalagens de medicamentos
Prémio Valormed formalmente criado

Foi formalmente criado, na passada sexta-feira, o Prémio Valormed, que tem a chancela da empresa homónima, que trabalha na área da gestão dos resíduos de embalagens e de medicamentos fora de uso. O galardão, cuja criação surge enquadrada num protocolo firmado entre a Valormed e a Universidade Nova de Lisboa, pretende acima de tudo incentivar o desenvolvimento de trabalhos científicos ou de projectos que minimizem o impacto ambiental daquele tipo de lixo.

José Carapeto, director-geral da Valormed, disse, em declarações ao portal Ambiente Online (www.ambienteonline.pt) que "a formação, a educação e a sensibilização ambiental junto do público" constituem uma "característica fundamental" da acção da empresa. O protocolo com a UNL dá, na opinião daquele responsável, um passo mais além na prossecução desses objectivos, pretendendo funcionar como um "incentivo à comunidade científica e empresarial para que apresente estudos e projectos tendentes a minimizar o impacto ambiental dos produtos colocados no mercado pelo sector farmacêutico". A fim de monitorizar a apresentação desses projectos a empresa pretende criar uma comissão que coordenará e acompanhará as actividades desenvolvidas. Desse órgão farão parte elementos representantes das duas entidades signatárias do acordo.
De acordo com informações avançadas pela Valormed, 98 por cento das farmácias portuguesas integram o projecto ambiental de recolha de resíduos de embalagens e medicamentos fora de uso concebido e implementado pela empresa. A notoriedade alcançada por aquele projecto permitiu, já no ano passado, que a Valormed celebrasse um protocolo com a Universidade de Coimbra, tendo igualmente como objectivo a promoção, em parceria com a academia universitária, de iniciativas para sensibilização da sociedade nas áreas da educação ambiental em saúde pública e do desenvolvimento sustentável.

Carla Teixeira
Fonte: Ambiente Online, Valormed
Defende o coordenador do programa nacional contra a sida
Preço dos anti-retrovirais deve baixar


Os medicamentos utilizados no tratamento da infecção causada pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) são muito caros e pouco acessíveis aos doentes que mais necessitam deles. Quem o diz é o coordenador do programa nacional de luta contra a sida, Henrique de Barros, que preconiza a adopção de “medidas urgentes”, a fim de “garantir a saúde das populações”.

De acordo com aquele responsável, é evidente a necessidade de baixar “verdadeiramente” o preço dos medicamentos para combate às infecções causadas pelo HIV, bem como a adopção de medidas que garantam a igualdade no acesso ao tratamento para indivíduos migrantes e autóctones das zonas onde esse cuidado é requerido. “Há mais pessoas que se infectam por cada dia que passa do que as que têm acesso à medicação, e os fármacos são excessivamente caros”, disse Henrique de Barros à margem da reunião internacional de coordenadores dos programas contra o HIV, realizada em Lisboa neste sábado, sustentando igualmente que “há diversas dificuldades a superar para garantir a saúde das populações”.
Para facilitar o acesso aos medicamentos, o coordenador nacional defende o fim de “falsas barreiras", a fim de impedir que se ergam muros no que dis respeito ao acesso ao tratamento, publicitando os caminhos que as pessoas carenciadas desse cuidado podem seguir para chegarem àquilo de que precisam”. Dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge revelam que em Junho passado havia em Portugal 31.677 casos notificados de sida (mais 2.216 do que em igual período do ano passado). A principal via de infecção é, à luz do mesmo estudo, a via venosa, associada à toxicodependência, que representa 44,4 por cento das 14.061 notificações então registadas. A segunda via mais comum de transmissão da sida é actualmente o contágio sexual entre indivíduos heterossexuais (38,9 por cento), e a terceira a transmissão entre homossexuais, que abrange 11,9 por cento dos casos.
Ainda de acordo com Henrique de Barros, as taxas de utilização do preservativo em Portugal são ainda "tão baixas" que é preciso dar continuidade às campanhas de sensibilização cuja mensagem se centra exactamente nesse aspecto. Segundo aquele responsável, "é fundamental modificar a situação", já que só "quando atingirmos os níveis dos melhores países europeus poderemos começar a dirigir esforços também para outros aspectos". O actual coordenador do programa nacional de luta contra a sida é um epidemiologista da Universidade do Porto e assumiu aquelas funções no mês de Julho de 2005, na sequência da demissão de António Meliço-Silvestre da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, alegadamente por falta de apoio do Governo, e depois de o ministro da Saúde, Correia de Campos, ter decidido efectuar uma alteração naquela estrutura, que passou pela extinção da comissão e pela afectação do combate à sida ao Alto Comissariado da Saúde.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Portugal Diário, Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina do Porto

sábado, 13 de outubro de 2007

Infarmed deixa medicamentos sem vigilância

Despedimento da directora de Farmacovigilância terá originado a paragem do serviço há já duas semanas

Está parada, há duas semanas, a vigilância sobre a segurança e as reacções adversas dos medicamentos (RAM). A notícia foi ventilada pelo semanário «Sol» e terá sido refutada pelo Infarmed, entidade nacional responsável pela farmacovigilância.

Segundo as informações avançadas por aquele semanário, o serviço terá deixado de funcionar na sequência do despedimento, em Setembro, da directora do departamento de Farmacovigilância.

O «Sol» divulga ainda que, num acto de “solidariedade” para com a directora despedida, “a maioria dos médicos que colaboravam com aquele sector decidiu demitir-se.”

A farmacovigilância é um serviço público da responsabilidade da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed). No sentido de obter uma reacção do Infarmed, o farmacia.com.pt contactou fonte daquela entidade, mas a tentativa revelou-se infrutífera. No entanto, em declarações àquele jornal, o Infamed terá asseverado que “o serviço continua a funcionar normalmente.”

Raquel Pacheco
Fonte: Sol

Recolha do Lauroderme creme

Infarmed ordena a suspensão imediata da comercialização do medicamento

A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu um comunicado “urgente” em que alerta para a decisão tomada voluntariamente pela firma Farmoquímica Baldacci, S.A., de proceder à recolha dos lotes n.º 05006, val: 03/2011 e n.º 26605, val: 12/2010 do medicamento Lauroderme creme, com registo de AIM n.º 3395993.

Assinada por Hélder Mota Filipe, do conselho directivo do Infarmed, a circular informativa esclarece que na origem da decisão estão as análises laboratoriais realizadas na Direcção de Comprovação de Qualidade do Infarmed I.P., onde se verificou que os lotes de medicamento supramencionados se encontram “fora de especificações no que respeita ao parâmetro “espalmabilidade”, uma vez que o creme apresenta grumos e provoca sensação de granulosidade ao tacto.”

Em virtude desta situação, o departamento de Inspecção Infarmed ordenou a suspensão imediata da comercialização dos referidos lotes de medicamento.

Raquel Pacheco
Fonte: Infarmed