quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Vacina experimental contra o dengue apresenta resultados positivos

A vacina experimental tetravalente contra a febre do dengue, da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da francesa Sanofi-Aventis, apresentou resultados positivos nos testes, para os quatro vírus que produzem a doença, motivando o avanço para etapas posteriores dos ensaios clínicos, e a sua expansão na Ásia e América Latina. A companhia planeia procurar aprovação para a vacina em 2012.

A companhia declarou que a imunização com a vacina experimental tetravalente contra o dengue gerou uma resposta de seroneutralização de anticorpos, contra todos os quatro serotipos do vírus responsável pela febre do dengue, em 100 por cento dos adultos que participaram no ensaio nos Estados Unidos. Os resultados foram apresentados no 56º congresso anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (American Society of Tropical Medicine and Hygiene - ASTMH), em Filadélfia, Estados Unidos.

A vacina experimental é baseada numa nova tecnologia que incorpora o invólucro de proteínas, e também irá fornecer imunização contra as formas mais graves da doença: a febre hemorrágica do dengue e a síndrome de choque do dengue.

A febre do dengue é uma doença originada por um mosquito que afecta até 100 milhões de pessoas todos os anos, e que resulta em 24 mil mortes, principalmente em crianças, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença representa uma potencial ameaça para cerca de metade da população mundial e ocorre especialmente em países tropicais e subtropicais.

O dengue, uma infecção originária das regiões subtropicais, tem sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, arrepios, dores de cabeça, náuseas, dores abdominais, e dores musculares e nas articulações. Mas pode degenerar em febre do dengue hemorrágico que, em muitos casos, provoca a morte.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, Reuters, Bloomberg, MarketWatch, www.mni.pt, www.rttnews.com, www.tradingmarkets.com

FDA rejeita antidepressivo Gepirone ER da GSK

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) rejeitou a aprovação do fármaco experimental Gepirone ER (gepirona), da GlaxoSmithKline Plc (GSK), para o tratamento de adultos com depressão grave.

A FDA emitiu uma carta de não aprovação para os comprimidos de libertação prolongada da GSK e da Fabre-Kramer Pharmaceuticals Inc. As companhias entraram num acordo, em Fevereiro, para a colaboração no desenvolvimento e comercialização, a nível mundial, dos comprimidos Gepirone ER, um agonista dos receptores 5HT1A de primeira classe. As companhias não revelaram a razão pela qual a FDA rejeitou o fármaco. A GSK e a Fabre-Kramer declararam que estão agora a avaliar a resposta da FDA para determinar os próximos passos mais apropriados.

Esta notícia revelou-se um rude golpe para a GSK, que necessita de novos fármacos para compensar a expiração pendente de patentes de fármacos blockbuster chave, e uma recente queda nas vendas do segundo fármaco mais vendido, o Avandia (maleato de rosiglitazona) para a diabetes, que tem sido alvo de receios relativamente à possibilidade de estar relacionado com ataques cardíacos.

Os analistas tinham previsto que o Gepirone ER, caso fosse bem sucedido, poderia eventualmente atingir vendas entre 800 milhões de dólares e 1,6 mil milhões de dólares por ano.
Isabel Marques

terça-feira, 6 de novembro de 2007

SNS vai integrar vacina contra cancro do colo do útero

O Governo anunciou, hoje, a ampliação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), passando a integrar programas nacionais de saúde oral, apoios à procriação medicamente assistida e vacinação contra o cancro do colo do útero - provocado pelo vírus do papiloma humano (HPV).

Durante o discurso de defesa do Orçamento do Estado para 2008, o primeiro-ministro, José Sócrates, revelou que o Programa Nacional de Vacinação irá contar com a vacina contra o cancro do colo do útero - o que a torna gratuita - estimando que, ainda no final deste mês, seja divulgado o parecer da comissão técnica de vacinação relativamente às condições técnicas em que deve ser administrada a vacina. O líder do Executivo socialista assegurou ainda que o acesso à vacinação em causa “não dependerá das condições económicas das respectivas famílias."

Realçando que "pela primeira vez desde sempre, o SNS passará a integrar um Programa Nacional de Saúde Oral", o primeiro-ministro concretizou que seria alargado "ao conjunto de crianças entre os seis e os 12 anos a intervenção de prevenção da cárie dentária, realizada nas escolas."

No que concerne ao incentivo à natalidade, José Sócrates admitiu apoios à procriação medicamente assistida, asseverando o "acesso deste tipo de tratamento a mais famílias que queiram ter filhos."

Na Europa são detectados anualmente 50 mil novos casos de cancro do colo do útero e 25 mil pessoas por ano morrem da doença. Em Portugal, este cancro, que aniquila a vida sexual e familiar das sobreviventes, mata em média uma mulher por dia.

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa/TVI/RTP/PortugalDiário

Fármaco mais eficaz para doentes renais

Estudo confirma vantagem do medicamento: acção mais prolongada no organismo e menos tomas

Um estudo divulgado pela revista «The Lancet» indica que o uso do fármaco “methoxy polyethylene glycol-epoetin beta” pode ser mais eficaz no tratamento de pacientes anémicos com doença renal crónica.

De acordo com uma nota do laboratório Roche, a vantagem deste medicamento - aprovado em Julho deste ano pela União Europeia - “é agir durante mais tempo no organismo, podendo ser tomado com uma periodicidade maior.”

É sabido que os doentes com problemas renais, derivado à deterioração progressiva dos rins, têm de tomar estimulantes da eritropoiese (Esa), para colmatar essa dificuldade do organismo em produzir esta hormona - que tem como função estimular a medula óssea a fabricar glóbulos vermelhos.

No sentido de substituir os tipos de Esa que têm um menor período de acção no organismo, a farmacêutica suiça desenvolveu este fármaco “que pode ser administrado uma vez em cada quatro semanas em pacientes com doença renal”, assegura a Roche no comunicado, rematando que “os outros tipos de Esa têm de ser tomados semanalmente.”

Segundo destaca o estudo apresentado na «The Lancet», “como o fármaco é administrado menos vezes, diminui a possibilidade de erros na dosagem, facto que ocorre em 45% dos casos.”

Raquel Pacheco

Fonte: «The Lancet»/comunicado da Roche

Rifadex retirado do mercado nacional

A Labesfal - Laboratórios Almiro, S.A. está a proceder à recolha voluntária no mercado nacional de todos os lotes do medicamento Rifadex (Rifampicina) 300 mg cápsulas. De acordo com uma nota informativa de carácter “urgente”, divulgada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), na origem desta medida está o incumprimento de algumas especificações nas características de um dos lotes do produto.

A mesma circular, emitida esta terça-feira, especifica que a recolha surge na sequência de análises realizadas na Direcção de Comprovação de Qualidade do Infarmed ao lote n.º B0395, val: 01/2009 e que deram conta de resultados fora das especificações no que respeita os parâmetros de doseamento, características organolépticas e massa média.

A estes aspectos acresce ainda o facto de a empresa ter solicitado ao Infarmed o cancelamento da Autorização de Introdução no Mercado (AIM) por considerar que o medicamento não estava em conformidade com o definido no dossier de AIM autorizado.

Nesse sentido, o Conselho Directivo do Infarmed ordena a suspensão imediata da comercialização de todos os lotes do medicamento. O Rifadex (Rifampicina) é utilizado no tratamento da tuberculose, lepra e brucelose e em algumas infecções graves tratadas em meio hospitalar.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Descoberta anomalia que causa cancro do colón em jovens

Telómetro curto pode indicar risco e ajudar na prevenção e tratamento da doença

Um estudo apresentado à American Society of Human Genetics (Sociedade Americana de Genética Humana) revelou que uma anormalidade nos cromossomas característicos do envelhecimento está vinculada ao cancro do cólon em pessoas com menos de 50 anos.

A investigação foi conduzida por investigadores da Clínica Mayo que examinaram 114 doentes com cancro, com menos de 50 anos, nos quais, 98 não apresentavam antecedentes da doença. Nestes pacientes, analisaram a estrutura dos telómeros - que se encontram nas extremidades dos cromossomas e mantêm a sua estrutura.

Segundo anunciou Lisa Boardman, coordenadora do estudo e especialista em Gastroenterologia, a equipa da Clínica Mayo verificou que, “apesar da sua juventude, os doentes com cancro do cólon tinham telómeros curtos” esclarecendo que, geralmente, “os telómeros encolhem com a passagem dos anos e estão relacionados a algumas doenças, entre elas o cancro.”

De acordo com outro resultado divulgado, a doença afectou em maior medida os homens que as mulheres.

Na opinião dos investigadores, a relação entre o cancro e o encurtamento do telómero permite que esta estrutura cromossómica seja “um marcador da doença e um sistema de alarme para antecipar o risco.”

Neste sentido, para os cientistas, a descoberta representa uma “luz de alerta” para potenciais doentes jovens e abre portas a novas investigações para prevenir e tratar a doença.

O cancro do cólon e do recto é, em Portugal, o cancro mais frequente nos homens, embora, neste mesmo grupo, seja a quarta causa de morte oncológica. Já nas mulheres é o segundo tipo de cancro bem como a segunda causa de morte oncológica.

Raquel Pacheco


Fonte: Agência EFE/Portal da Saúde

Desvendado gene relacionado à infertilidade masculina

Descoberta abre caminho a novos tratamentos para homens inférteis

De acordo com investigadores norte-americanos, a razão pela qual alguns homens são inférteis pode estar associada a um único gene agora desvendado. O estudo - publicado na «Nature» - atribui ao gene um papel fundamental nas fases finais da formação das células de espermatozóides.

A investigação conduzida por uma equipa da University of North Carolina (UNC), nos Estados Unidos – realizada em ratos - constatou que os animais aos quais lhes foi retirado um gene registaram uma contagem, significativamente menor, de espermatozóides e eram inférteis.

Em declarações à «Nature» Yi Zhang, coordenador do estudo e professor de bioquímica da faculdade de medicina da UNC, explicou que o gene “tem um efeito muito específico no desenvolvimento do espermatozóide funcional” realçando que, deste modo, “tem um grande potencial de ser alvo de novos tratamentos para a infertilidade."

Segundo informou Zhang, o estudo “concentrou-se no estágio final da formação da célula do espermatozóide, conhecido como espermatogénese. Nessa fase, o ADN é concentrado na cabeça do espermatozóide, para garantir a penetração no óvulo”, concretizando que “os ratinhos concebidos para não terem o gene responsável por esse processo produziram poucos espermatozóides maduros, e os poucos que foram produzidos tinham cabeças de formato anormal e caudas imóveis.”

Raquel Pacheco

Fonte: «Nature»/UNC

Pequena molécula propaga cancro pelo organismo

Cientistas acreditam que microRNA (miR-10b) é agente da metástase

À luz de um estudo publicado na revista «Nature», uma pequena molécula desempenha um papel crucial na metástase (movimento ou disseminação de tecidos doentes de um órgão para outro). Segundo avança a publicação, o próximo passo dos investigadores é descobrir os alvos “para que seja possível determinar o grau de perigo que determinado tumor oferece, como age e como contê-lo.”

Na investigação conduzida por Robert Weinberg, do Instituto Whitehead (EUA) a acção do microRNA é relacionada com a propagação do cancro pelo corpo. “Uma associação (do microRNA) com um dado clínico não é trivial”, considerou a bióloga molecular Dirce Maria Carraro, investigadora do Hospital A.C. Camargo (Brasil), frisando que “é um trabalho muito bom.”

Para testar a ligação, Weinberg e mais dois cientistas analisaram diversos tecidos cancerosos de mama, alguns mais malignos do que outros. De acordo com os investigadores, um microRNA específico, chamado miR-10b, era especialmente evidente nas amostras com grande potencial metastático, ou seja, que lançaram células doentes pelo corpo.

O RNA é um dos principais actores da genética, formado por uma fita de bases químicas. Na forma de mensageiro, carrega as informações do seu primo DNA para fora do núcleo da célula, onde se formam os “tijolos” do corpo, as proteínas. Por sua vez, o microRNA parece um recorte dessa fita: tem apenas cerca de 20 bases. Ainda assim, consegue bloquear o trabalho do RNA mensageiro como sugerem estudos recentes que ligam esta pequena molécula com a morte de células.

Segundo revelou a «Nature», o miR-10b apareceu em 9 de 18 mulheres que tinham um cancro de mama desse tipo, enquanto era quase ausente em cinco pacientes com tipos menos agressivos. A mesma fonte esclarece que o grupo testou a sua teoria em ratos. “Os animais receberam células cancerígenas humanas com o miR-10b, que se espalharam pelos vasos sanguíneos. Por outro lado, quando foram injectadas células de cancro humanas sem a molécula, nenhuma migração aconteceu.”

Os investigadores acreditam que esse microRNA afecta a actuação de um gene chamado «twist», ligado à metástase por outros estudos - inclusive do próprio Weinberg. No entanto, a equipa norte-americana afirma não conhecer exactamente o que acontece dentro das células para produzir comportamentos tão distintos. “É ainda possível que o miR-10b controle alvos adicionais”, referem no artigo.

Weinberg adiantou à «Nature» que descobrir o alvo é o passo seguinte: “Se conseguirmos, será possível determinar o grau de perigo que determinado tumor oferece, como age e como contê-lo.”

Raquel Pacheco
Fonte: «Nature»/NewsTin

Lançamento do Galvus para a diabetes pode ser adiado na Europa

O lançamento do fármaco da Novartis AG para o tratamento da diabetes Tipo 2, Galvus (vildagliptina), aprovado no final de Setembro pela Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), poderá ser atrasado devido ao facto da companhia suíça ter encontrado problemas de segurança para o fígado nas doses elevadas do produto.

Apesar da Novartis ter planeado lançar brevemente na Europa o fármaco para a diabetes, pertencente à família dos inibidores da DPP-IV (dipeptidil peptidase IV), provavelmente o lançamento do fármaco chave para o futuro da companhia será adiado entre três e seis meses.

A companhia anunciou que irá procurar uma revisão das recomendações de prescrição antes de lançar o Galvus na Europa, deixando-o ainda mais atrás do tratamento recentemente lançado pela Merck & Co Inc., o Januvia (sitagliptina).

Segundo a Novartis, os dados demonstraram que os pacientes que tomaram doses de 100 miligramas de Galvus, uma vez por dia, apresentaram mais frequentemente um aumento de uma enzima associada com danos no fígado, em comparação com aqueles que tomaram 50 mg por dia ou 50 mg duas vezes por dia. As recentes análises ilustraram um conhecido desequilíbrio nos níveis das enzimas aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT), que se torna mais proeminente com o regime de dosagem de 100 mg uma vez por dia.

A Novartis propôs alterar as recomendações para a utilização de doses de 50 mg uma ou duas vezes por dia, em vez de uma única dose mais elevada, e também irá discutir os dados e as recomendações com outros reguladores.

Tanto o Galvus como o Januvia são inibidores da DPP-IV, e estão delineados para aumentar a própria capacidade do organismo para baixar os níveis elevados de açúcar no sangue, o que poderá tornar-se uma importante nova forma para controlar a diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença.

Os fabricantes e muitos analistas acreditam que os fármacos DPP-IV podem tornar-se blockbusters, porque não estão associados a um aumento de peso, um dos maiores efeitos secundários de alguns fármacos para a diabetes.

A aprovação nos Estados Unidos foi adiada devido a uma carta de aprovação emitida pela FDA, em Fevereiro deste ano, que solicita mais informações relativamente a descobertas relacionadas com a pele em estudos pré-clínicos em primatas. De momento, a Novartis não prevê apresentar dados adicionais antes do fim de 2009. O fármaco já está disponível no Brasil e no México nas dosagens de 50 mg e 100 mg.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.outsourcing-pharma.com

Lucros da Bayer triplicam no terceiro trimestre

Os lucros da farmacêutica alemã Bayer triplicaram no terceiro trimestre do ano, atingindo os 1,18 mil milhões de euros, relativamente aos 320 milhões de euros registados em igual período de 2006. Os resultados surpreenderam as expectativas dos analistas contactados pela Bloomberg que previam lucros no valor de 1,15 mil milhões de euros.

Num comunicado emitido esta terça-feira, a empresa revela um crescimento nas vendas de 4,5 por cento para os 7,79 mil milhões de euros, o que lhe permitiu rever em alta as estimativas de crescimento de vendas para o cômputo do ano. Espera-se agora uma subida de 6 por cento na totalidade de 2007, em vez do aumento de 5 por cento anteriormente previsto.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Económico, Jornal de Negócios.

FDA rejeita genérico do Lovenox da Momenta Pharmaceuticals

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) rejeitou a aprovação da versão genérica da Momenta Pharmaceuticals Inc. do fármaco anticoagulante contra a trombose, o Lovenox (enoxaparina), da Sanofi-Aventis, devido a preocupações relativas aos efeitos adversos no sistema imunitário.

O fármaco, injecção de enoxaparina sódica, conhecido como M-Enoxaprina foi desenvolvido na sua forma genérica pela parceira Sandoz, a divisão de genéricos da Novartis.

A FDA recomendou que a Momenta e a Sandoz se encontrassem com a agência reguladora, para determinar qual a informação adicional que deve ser fornecida para resolver as preocupações relacionadas com os efeitos no sistema imunitário.

A Momenta revelou que está a trabalhar em conjunto com a Sandoz para responder às questões da FDA e determinar a informação necessária para ganhar a aprovação para o M-Enoxaparin.

A relutância da FDA na aprovação da versão genérica do fármaco pode ser um sinal de um conservadorismo mais alargado relativamente aos medicamentos biossimilares, ou cópias de produtos biotecnológicos.

A FDA clarificou que todos os pedidos de registo para produtos de enoxaparina devem abordar o potencial de imunogenicidade do fármaco. O CEO da Momenta, Craig A. Wheeler, declarou que a companhia poderá antecipar as preocupações da FDA, baseando-se na caracterização detalhada da enoxaparina e na actual literatura médica e científica.

O Lovenox, o maior fármaco da Sanofi, teve vendas mundiais de 1,94 mil milhões de euros (2,82 mil milhões de dólares) nos primeiros nove meses de 2007.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney

Faculdade de Farmácia vai avaliar necessidades de medicação dos idosos

“Investigação e Intervenção Farmacêutica” é o mote para o estudo que vai ser levado a cabo pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, junto de mais de 600 idosos. A pesquisa, que se inicia ainda no mês de Novembro, pretende avaliar as condições em que a população idosa toma a sua medicação.

Os dados actuais indicam que os idosos com idade superior a 65 anos tomam em média sete medicamentos por dia e em alguns casos 17 fármacos distintos. Nesse sentido, torna-se evidente a necessidade de “ajustar as terapêuticas e reavaliar as condições em que os idosos tomam medicação”, refere o comunicado a que o Farmacia.com.pt teve acesso.

A prevalência de doenças crónicas entre a população idosa portuguesa poderá ser um indicador do elevado número de medicamentos tomados, pelo que é preciso aprofundar o conhecimento da situação. Até porque, “a polimedicação aumenta o risco de iatrogenia medicamentosa, ou seja do aparecimento de efeitos negativos associados à medicação”, alerta o mesmo documento.

Tendo em conta uma avaliação das patologias e as necessidades de medicação da população idosa, o estudo que será realizado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa tem inicio marcado para o mês de Novembro e prolonga-se até ao final de 2008. Os objectivos do trabalho vão ser apresentados na quinta-feira, à 9h30, na Universidade Sénior em Oeiras.

Na mesma ocasião, serão realizados rastreios cardiovasculares que inclui medição de glicemia, colesterol total, peso, altura e caracterização farmacoterapêutica dos participantes.

Marta Bilro

Fonte: E-mail Farmacia-press.

Consultas gratuitas de oncologia e plástica da mama durante o mês de Novembro

Ao longo do mês de Novembro a Clínica de Todos os Santos, em Lisboa, vai proporcionar consultas gratuitas de cirurgia oncológica e cirurgia plástica da mama. O objectivo é incentivar o diagnóstico precoce do cancro da mama e promover o seu tratamento atempado. O serviço será disponibilizado a todos os utentes que queiram submeter-se a um rastreio, que aguardem tratamento, que queiram efectuar uma reconstrução pós excisão do cancro ou que desejem ouvir uma segunda opinião médica.

A iniciativa surge na sequência da abertura da primeira unidade oncoplástica da mama no sector privado. De acordo com a disponibilidade da agenda, uma inscrição telefónica coloca à disposição da paciente uma equipa médica multidisciplinar para o tratamento da patologia mamária, incluindo uma “Breast Nurse” - enfermeira, que acompanha os doentes em todo o seu percurso.

O tratamento médico do cancro da mama tem vindo a registar avanços notáveis ao longo das últimas duas décadas e o diagnóstico precoce contribui significativamente para a redução da mortalidade. A cura para alguns casos de cancro da mama é muitas vezes possível através da detecção do problema em fase inicial.

O cancro da mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário. É muito mais frequente nas mulheres, mas pode atingir também os homens. O cancro da mama é a principal causa de morte nas mulheres entre os 35 e os 59 anos, vitimando quatro mulheres portuguesas por dia. Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, dos quais 75 por cento são tratados com sucesso.

Marta Bilro

Fonte: Médicos de Portugal, Expresso, Portal da Saúde, Farmacia.com.pt.

Supercomputador Milipeia utilizado em projectos farmacológicos

O supercomputador Milipeia, criado pela Universidade de Coimbra (UC) em 2006, está a ser utilizado na realização de estudos científicos na área da saúde e em projectos ligados à medicina e farmacologia. De acordo com o professor Pedro Vieira Alberto, um dos responsáveis pelo Laboratório de Computação Avançada da UC, alguns destes programas poderão ter implicações directas na vida das pessoas.

Instalado no Laboratório de Computação Avançada da UC, onde foi concebido, através do Milipeia estão a ser desenvolvidos projectos que trabalham na simulação de proteínas, cujos estudos poderão, no futuro, ajudar à descoberta de fármacos para a cura da doença de Alzheimer ou da doença dos pezinhos, revelou o investigador Pedro Alberto, em declarações à agência Lusa.

Um dos projectos de destaque a ser auxiliado pelo supercomputador é o estudo da tomografia por emissão de positrões, já utilizada em Portugal para observar processos dinâmicos de algumas doenças, com vista ao desenvolvimento e evolução desta técnica imagiológica de aplicação clínica.

“São sistemas muito complexos, com milhares de partículas em interacção, que necessitam de muitas horas de cálculo científico”, explicou o responsável, acrescentando que “sem um sistema de cálculo desta dimensão não seria possível executar muitos destes projectos”.

Com 520 processadores, o Milipeia é o mais poderoso sistema computacional destinado a cálculo científico existente em Portugal. Disponibilizando cerca de 3,5 milhões de horas de cálculo, o supercomputador está desde Outubro ao serviço de 34 projectos científicos de sete universidades e centros de investigação portugueses.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

OMS quer pacto global para reduzir preços de medicamentos

Custos elevados impedem acesso a fármacos nos países pobres

A falta de acesso a medicamentos por parte das populações dos países pobres está a desencadear fortes preocupações no seio da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para tornar os fármacos mais acessíveis, a directora-geral da OMS, Margaret Chan, apelou à criação de um acordo global que imponha uma redução de preços.

"Comprometo-me totalmente em favorecer o acesso de todos aos medicamentos", declarou a diretora-geral da OMS, na abertura de uma reunião de um grupo de trabalho sobre a saúde pública, a inovação e a propriedade intelectual.

Os custos elevados dos tratamentos e das patentes são o principal entrave ao acesso aos medicamentos nos países mais pobres do globo. Assim, é necessário encontrar uma forma de fornecer medicamentos a preços acessíveis sem travar o estímulo às inovações farmacêuticas da iniciativa privada.

"Não podemos aceitar que o custo do atendimento médico empurre as famílias desfavorecidas ainda mais para a pobreza", disse Chan, citando como exemplos a Sida e a tuberculose. Nesse sentido, "o desafio é trabalhar em múltiplas frentes para atender às necessidades imediatas para o acesso equitativo a fármacos acessíveis e de qualidade, e ao mesmo tempo trabalhar para estimular a inovação", acrescentou.

A proposta da OMS não agrada à indústria farmacêutica que justifica a sua oposição com a necessidade de obter lucros através das vendas para financiar a investigação e o desenvolvimento de novos tratamentos, inclusive para doenças prevalentes em países em desenvolvimento.

Os críticos da ideia dizem também que a OMS está a interferir com a protecção de patentes e o direito intelectual, que são da esfera da Organização Mundial do Comércio e da Organização Mundial da Propriedade Intelectual.

Por sua vez, os países em desenvolvimento e os activistas da saúde defendem que a OMS tem o direito de se envolver em questões de propriedade intelectual quando isso diga respeito à saúde pública.

Marta Bilro

Fonte: AFP, Globo Online.

Incorrecção no folheto na origem da retirada de três lotes
Recolha voluntária do xarope Oxolamina


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) acaba de anunciar, num comunicado com carácter “muito urgente” que a empresa Angelini Farmacêutica Lda. está a proceder à recolha voluntária das farmácias portuguesas de três lotes do xarope Oxolamina 10ml.

De acordo com uma circular informativa difundida nesta terça-feira pelo Infarmed, e que vem assinada por Hélder Mota Filipe, vice-presidente do conselho directivo da entidade reguladora, a companhia farmacêutica terá detectado a existência de uma incorrecção no texto do folheto incluso nas embalagens do medicamento, pelo que procedeu de imediato à recolha dos lotes afectados, a saber: A0301G7 e A0302G7, com um prazo de validade até Julho de 2010, e A0324I7, com um prazo de validade até Setembro do mesmo ano. Em causa está, segundo avança a nota emitida pelo Infarmed, um erro na referência à posologia adequada do medicamento, que pode afectar o cálculo da dose diária a administrar, razão pela qual a entidade reguladora determinou a suspensão imediata do produto, que tem a autorização de introdução no mercado com o número 2688794.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Organon dá os primeiros passos naquele segmento
Anvisa autoriza anticoncepcionais genéricos


A Organon, multinacional holandesa do sector farmacêutico concentrada na área dos anticoncepcionais, está a dar os primeiros passos na área dos genéricos, tendo já recebido o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, entidade reguladora do mercado do medicamento no Brasil, para o desenvolvimento da primeira pílula sem marca comercial.

Líder mundial no mercado dos medicamentos contraceptivos, a Organon obteve já os primeiros registos na Anvisa, devendo avançar brevemente para a produção das versões genéricas da pílula anticoncepcional, embora mantenha por enquanto em segredo, segundo informa a imprensa brasileira, a estratégia para conseguir entrar naquele novo segmento do mercado, que no Brasil está muito centrado nas firmas mais pequenas. Visando romper esse sigilo, algumas fontes da área farmacêutica ventilaram já a notícia de que a Organon estará a ponderar uma aliança estratégica com a EMS, entidade que deverá assegurar a produção dos novos fármacos.

Carla Teixeira
Fonte: «Gazeta Mercantil»
Tratamento está a ser testado no Brasil e na Costa Rica
Novo método combate a diabetes por cirurgia


Depois da bomba de insulina, que veio diminuir substancialmente a necessidade de injecções, e por essa via permitir a melhoria da qualidade de vida aos diabéticos de tipo 1 em todo o mundo, também aqueles que sofrem da variante de tipo 2 têm uma nova esperança no surgimento de tratamentos menos penosos. As picadas diárias e a dependência constante da utilização de medicamentos podem afinal estar perto do fim, vindo a ser substituídos por uma cirurgia ao intestino delgado.

O novo método de combate à doença está a ser testado no Brasil e na Costa Rica, segundo informações avançadas há dias pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, José Luís Medina, que recordou que o procedimento já é relativamente comum como resposta a casos de obesidade. Em declarações ao «Diário de Notícias», o médico adiantou ainda que esta cirurgia tem efeitos não só nos doentes de diabetes, servindo também para “controlar os níveis de colesterol, hipertensão e triglicerídeos”, destinando-se essencialmente a doentes “diabéticos com muito peso ou com complicações graves”, não sendo prudente, na sua opinião, a generalização do tratamento a todos os pacientes. Do mesmo modo, explica, “é preciso ter em conta várias complicações, como o stress cirúrgico”, uma vez que aquele procedimento exclui uma parte do tubo digestivo, que poderá limitar a absorção de nutrientes importantes”.

Carla Teixeira
Fonte: Fábrica de Conteúdos, «Diário de Notícias»
Semana do Diabético arranca com um alerta:
Bomba de insulina ainda sem comparticipação


O presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal assinala o arranque da Semana do Diabético, nesta quarta-feira, com um alerta e uma demonstração de apreensão face ao futuro: às entidades do sector Paulo Madureira frisa a urgência da comparticipação da bomba de insulina, tratamento inovador para a diabetes de tipo 1 que já conta com apoio estatal noutros países, e que tem revelado resultados positivos no controlo da doença, aumentando a qualidade de vida dos pacientes e minimizando a ocorrência de complicações tardias como a cegueira e a amputação de membros.

Sem entender “por que o assunto continua a arrastar-se em Portugal”, quando são já mais do que evidentes os benefícios do novo método terapêutico na qualidade de vida dos doentes e na diminuição dos transtornos associados à diabetes de tipo 1, a forma mais grave da doença, para a qual nem sequer existe prevenção, o líder da AJDP mostra-se “preocupado” com o futuro dos diabéticos portugueses. Em causa está, afirma, o facto de, “com a comparticipação da bomba infusora de insulina até poderemos poupar dinheiro ao Governo, porque muitos jovens diabéticos vão poder prevenir as complicações tardias associadas à diabetes, como a cegueira ou as amputações de membros”.
Agastada pela indiferença da tutela face a um problema que afecta cerca de 10 por cento da população portuguesa, Paulo Madureira diz que, “enquanto o Governo não se decide a ajudar-nos, a associação pretende oferecer duas bombas de insulina a dois jovens carenciados, a fim de provar a melhoria que aquele dispositivo permite na vida dos doentes”. Na sessão de abertura da Semana do Diabético – uma ideia que a AJDP desenvolveu em 2005 e que, desde essa altura, vem dinamizando com um ritmo anual –, cerimónia marcada para as 11 horas desta quarta-feira na Praça Central do piso 1 do Centro Comercial das Amoreiras, em Lisboa, deverão estar em destaque este e outros temas de interesse para os doentes diabéticos portugueses, num encontro que lançará o mote para uma série de iniciativas. Na sessão deverão participar jovens diabéticos, que deixarão o seu testemunho, e também alguns médicos endocrinologistas, que debaterão as principais novidades no tratamento da doença.
Tal como o farmacia.com.pt tem vindo a dar conta em sucessivos artigos que visam assinalar a aproximação do Dia Mundial da Diabetes (14 de Novembro), a bomba infusora de insulina é um pequeno dispositivo electrónico que contém um reservatório com insulina de acção rápida e que, ligado a um tubo fino, conduz a insulina até um cateter colocado debaixo da pele. O pequeno aparelho, que pesa cerca de 100 gramas, permite acabar com as múltiplas injecções diárias e reduz as complicações de saúde a longo prazo, uma vez que permite um maior controlo da diabetes. Com a terapia com bomba de insulina, em vez de quatro picadas diárias, basta uma injecção de três em três dias, evitando-se, em média, 120 injecções por mês. Um ganho assinalável na qualidade de vida dos doentes.

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado de imprensa da Hill and Knowlton, AJDP

Takeda sem conclusões sobre fármaco experimental para o colesterol

A Takeda Pharmaceutical Co Ltd, a maior farmacêutica do Japão, anunciou que ainda não chegou a conclusões relativamente ao fármaco experimental para reduzir o colesterol, o TAK-475 (acetato de lapaquistat).

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) recomendou, na semana passada, que a Takeda suspendesse os ensaios com doses mais elevadas do TAK-475, após terem sido descobertos níveis elevados de uma enzima, que podem indicar danos no fígado, mais frequentemente nos grupos que estavam a tomar o fármaco do que nos grupos de controlo. A FDA também solicitou dados clínicos adicionais, antes da companhia submeter o pedido de registo de um novo medicamento.

Segundo o que um dos administradores da Takeda, Kiyoshi Kitazawa, avançou numa conferência de imprensa, a companhia estará em conversações próximas com a FDA, e dependendo das informações veiculadas pela agência e pelas outras autoridades da saúde, irá tomar uma decisão final. De momento, a Takeda não chegou a nenhuma conclusão sobre o TAK-475, não sabendo se irá parar ou não com o desenvolvimento do fármaco.

O TAK-475 um inibidor da síntese do esqualeno, um tipo de fármaco que corta o colesterol, e que ainda tem de ser desenvolvido com sucesso. O fármaco para reduzir o colesterol, da companhia japonesa, é um de três na fase final de desenvolvimento que a Takeda espera que se tornem muito lucrativos para contrabalançar as esperadas quebras nos lucros, após o fármaco base para a diabetes, o Actos (pioglitazona), perder a protecção de patente nos Estados Unidos em 2011.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Reuters

Especialista desconhece alegado défice na eficácia
Medicamentos genéricos prolongam terapia?


Não há motivos para crer numa menor eficácia dos medicamentos genéricos, temida por grandes faixas populacionais em todo o mundo. Um conselheiro da Ordem dos Médicos apontou a adesão dos doentes como chave para um melhor ou pior resultado dos tratamentos a que são sujeitos, e garantiu que os problemas que ocorrem com os genéricos também têm lugar quando são usados os chamados medicamentos de marca.

Depois de um clínico ter dito, aos microfones do Rádio Clube Português, que de acordo com a sua experiência aqueles medicamentos prolongam o tempo de tratamento necessário para produzir o mesmo efeito de um medicamento com marca comercial - Hernâni Pinharanda indicou que, com base “empírica e na sua constatação directa”, os antibióticos e anti-inflamatórios genéricos podem prolongar “três a quatro dias” os tratamentos para “atingir o mesmo efeito" -, o presidente do Conselho Consultivo da Ordem dos Médicos para a Medicina baseada na Evidência, António Vaz Carneiro, disse à Agência Lusa que “se houver dúvidas quanto à eficácia dos genéricos os médicos têm de se dirigir ao Infarmed, onde são realizadas análises aleatórias ao controlo de qualidade nos laboratórios”.
O especialista comentou que, “não negando impressões” de médicos sobre alguma falta de eficácia dos genéricos, a adesão dos doentes aos tratamentos poderá ser a chave para a eventual diferença na obtenção de resultados. Lembrando estudos que provam a desconfiança dos doentes em relação aos medicamentos genéricos, indicou que qualquer alteração no “circuito complexo” que vai da receita até à toma do medicamento pode determinar um resultado diverso e não relacionado com a “formulação galénica do medicamento”. Vaz Carneiro admitiu que a impressão de Hernâni Pinharanda pode não ter por base a “qualidade intrínseca dos genéricos”, mas adesão do doente. “O que se passa com os genéricos passa-se com as moléculas originais. Há doentes que respondem melhor”, vincou.
O director do Centro de Estudos da Medicina baseada na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa sublinhou que há uma grande variabilidade de resposta aos medicamentos, que não é previsível, e que o método de fabrico de genéricos é idêntico ao dos medicamentos de marca, ocorrendo normalmente nos mesmos laboratórios. “Se há um problema com os genéricos, deve haver também com os originais, porque as fábricas são as mesmas”, argumentou.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Cápsula endoscópica pode detectar cancros em estádios iniciais

Investigadores portugueses esperam que novo método possa também permitir biopsia ou a libertação de fármacos

Uma nova cápsula endoscópica está a ser desenvolvida em Portugal. Os investigadores da Universidade do Minho garantem que este método pode ser promissor na detecção de cancros em estádios iniciais.

“A nova cápsula representa uma técnica de endoscopia digestiva que recorre a uma pequena câmara de vídeo encerrada dentro duma cápsula do tamanho dum comprimido de vitaminas para filmar o tracto gastro-intestinal ao longo do processo de digestão”, explicou a mentora do projecto.

Rosana Dias é investigadora em engenharia biomédica na Universidade do Minho (UM) e trabalha, especificamente, na área da endoscopia por autofluorescência: "Um método promissor na detecção de cancros em estádios iniciais" asseverou, esclarecendo que “a imagem é composta por autofluorescência e por reflectâncias, conseguindo detectar pólipos hiperplásicos, cancro rectal, adenomas displásicos, e mucosas normais, nos diferentes estádios do cancro.”

Sublinhando que a endoscopia é dos exames mais dolorosos para o doente, a cientista sustentou a necessidade de apresentar uma nova solução que permita “olhar para o interior do corpo, sem causar desconforto ao paciente.”

Neste sentido, Rosana Dias está a trabalhar numa cápsula endoscópica “sem fios e não reutilizável, integrada numa estação de trabalho altamente computorizada”, clarificou, acrescentando que “o paciente tem uma série de sensores fixados no seu abdómen para onde a cápsula envia, por radiofrequência (15 fotografias por segundo). Assim, os sensores enviam para o disco rígido do computador onde o médico analisa as imagens.”

Para além da visualização de imagens, segundo revelou a investigadora da UM, há ainda outras funções alvo de estudo que podem ser equacionadas: "Espera-se que esta cápsula permita a incorporação de instrumentos como a biopsia ou a libertação de fármacos."

Recorde-se que, - tal como noticiou o farmacia.com.pt - os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) usaram, em Outubro passado, uma cápsula para examinar o cólon. Munida com duas câmaras que filmam o interior do intestino, a cápsula endoscópica foi ingerida, pela primeira vez, em Portugal, por um doente que, ao longo de oito ou nove horas, transportou um aparelho (do tamanho de um telemóvel) que depois deixou no hospital para que os resultados fossem analisados pelos especialistas.

Raquel Pacheco
Fonte: UM/farmacia.com.pt

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Gentium modifica principal objectivo do fármaco oncológico Defibrotide

A companhia biotecnológica italiana Gentium S.p.A. planifica modificar o protocolo de um fármaco oncológico, o Defibrotide, actualmente na Fase III do ensaio clínico, alterando o principal objectivo de sobrevivência aos 100 dias para uma resposta completa.

A Gentium anunciou que irá submeter à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) a alteração relacionada com o Defibrotide, para o tratamento da doença hepática veno-oclusiva com falência de múltiplos órgãos, uma complicação do transplante de células estaminais. A decisão para apresentar a modificação foi encorajada pelas recentes conversações entre a companhia e a FDA.

De acordo com o protocolo alterado, o endpoint primário para o estudo multicentrado de Fase III, com 160 pacientes, controlados historicamente, iria mudar a sobrevivência aos 100 dias para uma resposta completa como definido pela bilirrubina menor do que 2 mg/dL e a resolução da falência de múltiplos órgãos. A sobrevivência aos 100 dias será avaliada como o endpoint secundário.

Segundo o protocolo original, a resposta completa era o endpoint secundário, que também incluía o retorno da hepatomegalia à base e a resolução da dor no quadrante superior direito. Contudo, estes dois critérios adicionais serão agora eliminados devido à sua natureza subjectiva.

Determinadas terapias com doses elevadas de quimioterapia ou radiação, e transplante de células estaminais podem danificar as células dos vasos sanguíneos e resultar em doença veno-oclusiva (DVO), um bloqueio das veias pequenas do fígado que pode causar falha hepática e falha de outros órgãos, e que é uma condição potencialmente fatal.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.rttnews.com, Business Wire

Gardasil pode ser eficaz em mulheres até aos 45 anos

Merck tem planos para alargar indicações da vacina

O Gardasil, vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) destinada à prevenção do cancro do colo do útero, poderá oferecer protecção em mulheres até aos 45 anos de idade. Um ensaio clínico de fase III levado a cabo pela Merck e pela Sanofi-Aventis confirmou a eficácia do produto em mulheres com idade mais avançada, uma descoberta que poderá abrir caminho a uma amplificação das indicações da vacina.

Os resultados do estudo, que contou com a participação de 3800 mulheres com idades entre os 24 e os 45 anos, indicam que o Gardasil preveniu 92 por cento das doenças associadas ao HPV, como as infecções persistentes, anomalias cervicais menores, verrugas genitais e pré-cancerígenas em quatro estirpes do vírus.

“Este é o primeiro estudo de eficácia conduzido nesta faixa etária de população”, afirmou Eliav Barr, responsável pelo programa de vacinação do HPV da Merck, citado pela Reuters. “A vacina actuou como esperávamos. Foi extremamente eficaz”, acrescentou a mesma fonte.

O Gardasil, vacina comercializada pela Merck, protege contra os tipos 16 e 18 do HPV, que são responsáveis por 70 por cento de todos os casos de cancro cervical, bem como contra as estirpes 6 e 11 que causam verrugas genitais. Actualmente, a utilização da vacina está aprovada em adolescentes e mulheres com idades entre os 9 e os 26 anos, porém o laboratório norte-americano tem planos para alargar a sua aplicação a mulheres mais velhas.

Merck vai solicitar aprovação da FDA

O estudo, apresentado durante a 24ª Conferência Internacional do Vírus do Papiloma Humano em Pequim, na China, revelou que o Gardasil preveniu 83 por cento das infecções, anomalias cervicais e pré-cancerígenas e lesões genitais externas causadas pelas estirpes 16 e 18 do HPV.

As conclusões da investigação indicam também que a vacina reduziu em 94 por cento o número de citologias inconclusivas derivadas destas estirpes do vírus e preveniu em 100 por cento dos problemas causados pelas verrugas genitais com origem nas estirpes 6 e 11 do HPV.

As mulheres foram acompanhadas durante mais de dois anos após um período de vacinação de seis meses. A farmacêutica pretende ainda continuar a segui-las até um período total de quatro anos.

A Merck vai agora utilizar os dados para submeter um pedido de aprovação junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para comercializar a vacina com indicações de utilização em mulheres com idade até 45 anos.

Entretanto, a GlaxoSmithKline avançou que uma nova investigação que envolveu o Cervarix, a vacina concorrente, demonstrou que esta induziu eficazmente os anticorpos do HPV no cérvix – o único local onde o vírus pode escapar ao sistema imunitário e multiplicar-se – dois anos após a inoculação.

Para Tino Schwarz, da Universidade de Wuerzburg, na Alemanha, esta descoberta prova que o Cervarix fornece protecção onde esta é mais necessária. O Cervarix já recebeu luz verde das entidades reguladoras europeia e australiana porém aguarda ainda autorização da FDA.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Hemscott, Market Watch, Farmacia.com.pt.

Medinfar recolhe Paramolan 500

Defeito de qualidade não altera eficácia e segurança do produto

O Laboratório Medinfar - Produtos Farmacêuticos, S.A. está a proceder à recolha voluntária no mercado nacional de todos os lotes do medicamento Paramolan 500, comprimidos. Em causa está o incumprimento de especificações relacionadas com a dureza do produto. A medida foi divulgada esta segunda-feira através de uma circular informativa de carácter “urgente” emitida pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

De acordo com a informação veiculada pelo Infarmed, a recolha do Paramolan 500 - embalagem de 20 comprimidos e embalagem de 500 comprimidos – surge na sequência de análises realizadas na Direcção de Comprovação da Qualidade do Infarmed, que revelaram resultados fora das especificações no que respeita o parâmetro de dureza.

No seguimento destas conclusões, o Conselho Directivo do Infarmed ordena “a suspensão imediata da comercialização de todos lotes de medicamento”. No entanto, os responsáveis advertem que “este defeito de qualidade não apresenta risco para a saúde dos utilizadores destes lotes de medicamento, uma vez que a eficácia e segurança do medicamento não estão afectadas”.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Comprimidos revestidos com problemas de dissolução
Recolha voluntária do Ibuprofeno Bluepharma


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) deu nesta segunda-feira a conhecer, numa circular informativa com carácter “urgente” assinada pelo seu vice-presidente, Hélder Mota Filipe, com conhecimento do seu departamento de inspecção, que a Bluepharma – Indústria Farmacêutica SA está a proceder à recolha voluntária do mercado nacional do medicamento Ibuprofeno Bluepharma 200mg (comprimidos revestidos).

A decisão, tomada pelo laboratório, surge na sequência de análises realizadas na Direcção de Comprovação de Qualidade do Infarmed e no próprio fabricante, que aferiram “resultados fora das especificações”, designadamente no que tem a ver com o ensaio de dissolução, e no seguimento do anúncio da empresa o Infarmed determinou a imediata suspensão da comercialização de todos os lotes daquele produto, asseverando, no entanto, que o defeito encontrado “não põe em causa a segurança do produto, não apresentado risco para a saúde pública”.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Bayer suspende comercialização do Trasylol nos EUA

Estudo canadiano sugere que fármaco aumenta risco de morte

A farmacêutica alemã Bayer suspendeu a comercialização do Trasylol (Aprotinina) no mercado norte-americano, um medicamento utilizado para controlar as perdas sanguíneas em doentes submetidos cirurgias cardíacas. A medida surge na sequência de um pedido endereçado ao laboratório pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) depois da divulgação de um estudo canadiano que sugere que o medicamento aumenta o risco de morte.

De acordo com a nota informativa enviada ao Farmacia.com.pt, a FDA ainda não teve acesso a todos os dados do estudo, no entanto, tenciona agir em conjunto com a Bayer, os investigadores do “Ottawa Health Research Institute” e outras entidades reguladoras para se encarregar de uma análise mais aprofundada dos dados e melhor avaliar os riscos e benefícios do fármaco.

A FDA diz ainda que enquanto não revir a totalidade dos dados não será possível determinar e identificar a população de pacientes submetidos a cirurgias cardíacas na qual os benefícios da administração do Trasylol superam os riscos.

As vendas anuais do medicamento renderam perto de 234 milhões de euros em 2005, tendo caído para um terço deste valor em 2006.

No mês passado, depois de um ensaio clínico realizado no Canadá ter suspendido a administração de Trasylol aos pacientes devido a suspeitas deste estar ligado a um aumento do risco de morte, a FDA disse estar a rever o medicamento.

A segurança do fármaco tem vindo a ser posta em causa desde Janeiro de 2006, altura em que um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” indicava que o Trasylol duplicava o risco de falha renal, bem como de ataque cardíaco, falha cardíaca e enfarte. Os autores da investigação concluíram que “a utilização prolongada [do medicamento] não é recomendada” e afirmaram que as duas alternativas genéricas eram mais seguras. No entanto, o estudo não envolveu pacientes aleatoriamente submetidos à toma do medicamento.

Em Dezembro do mesmo ano a FDA alterou o folheto informativo do Trasylol, acrescentando-lhe uma advertência sobre potenciais danos renais e limitando a população de pacientes à qual o fármaco era recomendado.

Marta Bilro

Fonte: FDA, The New York Times, Health Canada, Farmacia.com.pt.

Cientistas suecos dizem estar a dois passos da vacina anti-HIV

Investigadores do Instituto Karolinska da Suécia dizem estar perto de obter uma vacina eficaz contra o vírus da Sida. De acordo com o anúncio feito pelos cientistas na televisão sueca, a imunização poderá ser possível dentro de dois ou três anos.

Os ensaios clínicos da vacina revelaram que 97 por cento dos 40 voluntários inoculados desenvolveram resposta imunológica contra o vírus HIV. O estudo está em marcha há já sete anos.

A Tanzânia foi o país escolhido para uma nova fase de testes com a vacina que está a ser administrada a 60 voluntários daquele país. Os primeiros testes sugerem que deverá ser possível obter resultados semelhantes aos alcançados na Suécia.

“Os resultados das fases 1 e 2 dos testes têm sido extremamente promissores”, afirmou a cientista Britta Wahren, responsável pelo projecto da vacina no Instituto Karolinska, em entrevista à BBC, citada pelo portal Diário Digital.

Ao longo das últimas duas décadas foram desenvolvidas perto de 200 vacinas em diferentes países, porém, até ao momento, nenhuma conseguiu obter resultados eficazes nos testes com humanos em larga escala.

Falhas registadas nos resultados preliminares fizeram com que, em Setembro passado, fossem suspensos os testes de uma vacina experimental que era considerada uma das mais avançadas. Após 13 meses de testes, o estudo levado a cabo pela farmacêutica Merck em nove países, demonstrou que a vacina não conseguiu impedir a contaminação de voluntários com o vírus HIV.

Os dados da Organização das Nações Unidas indicam que a Sida já provocou mais de 20 milhões de mortes, e hoje cerca de 40 milhões de pessoas são portadoras do vírus HIV no mundo – 70 por cento delas no continente africano.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital.

Diabetes atinge 10% dos portugueses

Numa sociedade cujos estilos de vida são cada vez mais sedentários, as estatísticas relativas ao número de diabéticos não param de aumentar. Dados divulgados pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), Luís Correia, indicam que actualmente 10 por cento dos portugueses sofrem de diabetes, embora apenas 6,5 por cento sofra oficialmente da doença.

Um inquérito realizado pela SPD revelou que 6,5 por cento da população portuguesa sofre da doença, sendo que muitos casos ainda estão por diagnosticar, afirmou Luís Correia em declarações à TSF.

De acordo com o responsável, “há uma larga faixa de pessoas que não estão diagnosticadas” e que se estima estar entre as “200 a 300 mil”. A partir deste número facilmente nos aproximaremos “do milhão de portugueses que têm diabetes”, alertou.

O presidente da SPD disse ainda que a diabetes tipo II está a “aumentar de forma explosiva”, sendo que, nos últimos 15 a 20 anos, Portugal terá registado um aumento de cerca de 40 por cento nos portadores da doença. A alimentação errada e a vida sedentária são apontadas pelo responsável como as principais justificações para este cenário.

“Isto é tão marcante que estão a aparecer diabéticos com idades muito jovens, situação que está ligada à obesidade”, acrescentou Luís Correia.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, TSF Online.

Identificado código genético do cancro do pulmão

Descoberta pode dar origem a novas terapias

Uma equipa de cientistas norte-americanos conseguiu delinear o primeiro mapa das alterações genéticas que dão origem aos tumores cancerígenos do pulmão, uma descoberta que promete abrir caminho a novas terapias. O estudo identificou 57 anomalias no código genético que são frequentemente detectadas em seres humanos com tumores do pulmão.

Ao analisar o ADN de 528 tumores, os investigadores identificaram um gene, o NKX2-1, que não estava previamente associado a qualquer tipo de cancro, mas cuja presença parece ser significativa num elevado número de tumores.

Para analisar o ADN de cada tumor pulmonar, os investigadores basearam-se em tecnologias genómicas recentes e examinaram o genoma humano em busca de centenas de milhares de marcadores genéticos, denominados polimorfismos nucleótidos simples (SPN’s). Esta observação permitiu-lhes localizar as partes do genoma do tumor cujas cópias estavam presentes em excesso ou não existiam.

“Esta é uma visão sem precedentes do genoma do cancro do pulmão”, afirmou Matthew Meyerson do Broad Institute, dependente da Universidade de Harvard e do Massachusetts Institute of Technology. Para o responsável, as conclusões do estudo “fornecem bases essenciais, tendo já permitido destacar um gene importante que controla o crescimento das células pulmonares”. Meyerson acredita que a descoberta "revela detalhes cruciais acerca da biologia do cancro do pulmão e permitirá elaborar novas estratégias para o seu diagnóstico e terapêutica".

A natureza das alterações genéticas que ocorrem no cancro torna difícil a compreensão da biologia da doença e a escolha da terapia adequada a cada paciente. Se for possível determinar que uma mutação num gene particular está a desencadear o cancro do paciente, podem ser seleccionados fármacos específicos para esse doente que tenham como alvo esse gene em particular.

Para Francis Collins, director do Instituto Nacional de Investigação sobre o Genoma Humano, (EUA), o alcance das descobertas apresentadas neste estudo "vai para além do cancro do pulmão e indica que um grande número de genes ligados ao cancro permanece por descobrir".

"O mapa genético do cancro do pulmão entrega-nos uma descrição sistemática desta terrível doença, confirmando coisas que sabemos, mas que sublinham igualmente numerosas peças em falta no puzzle", referiu o professor Eric Lander, director fundador do Broad Institute e autor do estudo publicado na revista “Nature”.

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística indicam que, em Portugal, o cancro do pulmão ocupa o segundo lugar nas mortes por cancro (13,9%), seguido do colo-rectal (14%). A nível global, o cancro do pulmão é a principal causa de mortalidade por cancro, responsável por mais de um milhão de mortes por ano.

Marta Bilro

Fonte: Science Daily, Times Online, Diário de Notícias.

Medicamento da Astra Zeneca para a depressão bipolar
Seroquel® aprovado no mercado brasileiro


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade reguladora do sector farmacêutico no Brasil, aprovou na passada quinta-feira o medicamento Seroquel® (quetiapina) da Astra Zeneca para o tratamento da depressão bipolar. Trata-se de um antipsicótico que anteriormente tinha sido aprovado para tratar a fase de mania do transtorno bipolar, e que agora passa a ser o único fármaco daquela classe a ser indicado para a terapia das duas fases da doença.

Depois desta aprovação o Seroquel® passa a constituir uma opção única e eficaz nos episódios depressivos e de euforia da doença, sem necessidade de quaisquer associações medicamentosas, situação que os especialistas consideram poder ser incentivadora de uma maior adesão ao tratamento daquele transtorno mental, pelo facto de tornar mais fácil uma terapia que, até ao momento, assenta na combinação de vários fármacos. A Food and Drug Administration (FDA), entidade que regula as áreas do medicamento e da alimentação nos Estados Unidos, avisou que a doença bipolar ainda é muito confundida com a depressão, razão pela qual muitos daqueles pacientes são erradamente tratados com antidepressivos, que não são aprovados pela FDA para a depressão bipolar.

Carla Teixeira
Fonte: InvestNews, Anvisa
Quando os tratamentos ensaiados não chegam ao mercado...
"Cobaias" não recebem resultados dos testes


O congresso norte-americano aprovou em Setembro um projecto-lei que exige aos fabricantes de medicamentos e equipamentos médicos que, finalizados os ensaios clínicos e aprovada a entrada no mercado de um determinado produto, divulguem aos participantes os resultados nos testes. No entanto, quando os ensaios clínicos terminam e por qualquer motivo o produto não entra no circuito de comercialização, as “cobaias” humanas perdem esse direito. Os especialistas denunciam a situação.

Aprovado com o objectivo de aumentar a transparência dos resultados dos ensaios clínicos a novos medicamentos, o diploma legal mereceu o aplauso dos peritos, que no entanto se mostram agastados com a falta de protecção dos interesses de quem participa nos estudos a fármacos e tratamentos que não chegam a ser introduzidos no mercado. Deborah Zarin, directora do ClinicalTrials.gov., uma página electrónica sobre ensaios clínicos operada pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, lamentou que, com a nova legislação, “os promotores de ensaios clínicos possam optar por manter confidenciais as informações sobre alguns testes, numa situação que gera sérios dilemas éticos”.
Considerando “perturbador” o facto de alguns doentes que participam nos estudos para o desenvolvimento de novos medicamentos nunca chegarem a ser informados sobre os resultados desses estudos, e sobre o motivo levou à sua descontinuação, os especialistas alertam que o problema pode ser ainda mais relevante nos casos em que os pacientes recebem aparelhos médicos em implantes, que podem manter por muito tempo depois da conclusão dos testes. De acordo com os peritos, só nos Estados Unidos haverá milhares de pessoas por ano que são submetidas a testes a medicamentos e equipamentos médicos que nunca chegam a ser comercializados, embora não haja números fiáveis sobre essa realidade.
Tendo em conta que uma das razões pelas quais um produto ensaiado não chega ao mercado poderá ser, justamente, os maus resultados obtidos nos testes clínicos, os especialistas consideram fundamental assegurar o direito dos participantes nos ensaios a saber o que levou à desistência do laboratório responsável pelos testes no desenvolvimento do produto, defendendo que, mesmo que não sejam forçados a revelar os resultados aos pacientes em todas as condições, deverão ser obrigados a fazê-lo sempre que esses resultados revelem riscos para a saúde.

Carla Teixeira
Fonte: «The New York Times»

domingo, 4 de novembro de 2007

Governo aplica 20 milhões de euros em 98 propostas de estudo
Espanha investe na investigação de doenças raras


O Ministério da Saúde de Espanha anunciou há dias a intenção de investir cerca de 20 milhões de euros na investigação e no tratamento de doenças raras, diabetes e transplantes. Avaliar a eficácia de algumas terapias existentes, comparar métodos terapêuticos e evitar a propagação de certas patologias são os grandes objectivos da medida.

De acordo com uma notícia avançada pelo portal espanhol AZ Farmácia, são 98 as propostas defendidas pelas autoridades sanitárias do país vizinho. Avaliar a eficácia do tratamento dos pacientes com síndroma de Williams – rara desordem genética de diagnóstico difícil e que não tem causas ambientais, médicas ou a influência de factores psicossociais, estimando-se que afecte uma em cada 20 mil nascituros –, comparar os efeitos do tratamento com bombas infusoras de três tipos de insulina em crianças diabéticas ou prevenir os efeitos das quedas, frequentes entre idosos, são apenas alguns dos objectivos deste investimento da tutela espanhola, que com um aporte de 20 milhões de euros pretende ajudar a resolver alguns dos problemas de saúde que mais afectam os cidadãos espanhóis.
No seguimento de um programa inédito de incentivo e financiamento à investigação farmacêutica no país vizinho, anunciado em Fevereiro, e ao qual foram submetidas 549 candidaturas, o ministério atribuirá, tendo por base a escolha de uma comissão de especialistas, um montante global de 20 milhões de euros, a distribuir por 188 solicitantes, autores das 98 propostas admitidas a concurso. No âmbito deste apoio, ainda de acordo com o AZ Farmácia, será dada prioridade à investigação nas áreas de medicamentos órfãos, fármacos de elevado interesse sanitário mas sem grande interesse comercial, ensaios clínicos e estudos comparativos com vista a reduzir a resistência aos antibióticos e medicamentos específicos para grupos especiais da população, designadamente crianças.
Os estudos abrangidos pelo apoio estatal agora anunciado deverão desenvolver-se no prazo máximo de três anos, e decorrerão em centros de saúde e hospitais das regiões de Andaluzia, Aragão, Astúrias, Baleares, Canárias, Cantábria, Castela-La-Mancha, Castela e Leão, Catalunha, Extremadura, Galiza, Madrid, Múrcia, Navarra, País Basco e Comunidade Valenciana.

Carla Teixeira
Fonte: AZ Farmácia, www.ensinoespecial.blogspot.com

sábado, 3 de novembro de 2007

Portugal pondera medida já em andamento no Brasil
Bulas de medicamentos para doentes invisuais


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade reguladora do sector do medicamento no Brasil, propôs e submeteu a uma consulta pública a questão da implementação de bulas de medicamentos adaptadas aos deficientes visuais. Bulas escritas em Braile, em formato de CD, electrónicas ou magnéticas são as hipóteses em estudo. Em Portugal as novas bulas deverão surgir até final do ano.

De acordo com um comunicado da Anvisa publicado na página online da instituição, foi posto em marcha um processo de consulta pública sobre este assunto, devendo os interessados dar conta da sua opinião, no que toca a vantagens e desvantagens da proposta, que poderá, num futuro próximo, dar lugar a uma resolução. Todos os cidadãos são chamados a pronunciar-se sobre esta matéria, podendo fazê-lo até ao dia 29 deste mês. Os contributos para esta discussão deverão ser enviados para o endereço de e-mail cp103.2007@anvisa.gov.pt, ou pelo correio, para a morada:

Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Assessoria Técnica
SEPN 515, Bloco “B”
Edifício Ómega, Asa Norte
Brasília, DF, CEP 70.770-502.

Citado no site, o responsável principal pelo departamento de Assessoria Técnica da Anvisa, Pedro Ivo Ramalho, refere que a proposta regulamenta o Decreto nº 5296 de 2004, que obriga a indústria farmacêutica a disponibilizar exemplares das bulas para deficientes, desde que haja uma solicitação nesse sentido. “Estamos definindo os critérios que as indústrias devem seguir para oferecer estas bulas aos pacientes, inclusivamente através do Serviço de Atendimento ao Consumidor”, explicou. Fora do alcance desta medida deverão ficar apenas os medicamentos administrados por profissionais de saúde em hospitais e demais serviços de saúde.

Realidade lusitana
Em Portugal essa possibilidade vem sendo aflorada desde há alguns meses, depois de, em Junho do ano passado, no âmbito do 42º Encontro Anual da Associação da Indústria Europeia de Automedicação, que teve lugar na Grécia, quatro centenas de especialistas se terem centrado nas questões da publicidade e dos efeitos de uma eventual liberalização dos preços dos medicamentos, e de, nessa discussão, terem aferido que o nível de instrução influencia o modo como os cidadãos consomem os fármacos não sujeitos a receita médica, considerando necessária a implementação de bulas mais claras e compreensíveis, e abordando igualmente a necessidade de produzir aqueles folhetos em formatos alternativos, nomeadamente em Braile.
Já este ano, no passado mês de Setembro, a Federação de Instituições de Apoio a Doentes Crónicos participou, com diversas outras entidades, numa reunião informal realizada nas instalações da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), que visou essencialmente a recolha de opiniões sobre como «Gerir o risco associado à utilização dos medicamentos», temática que dias depois haveria de ser discutida com o Grupo Europeu de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento (EMEA).
No âmbito do debate surgiu a questão dos folhetos informativos que acompanham os fármacos, que de acordo com os especialistas deverão obedecer a “critérios de informação especialmente concebidos para serem facilmente compreensíveis pelo utente”, concretizando que, a breve trecho, “para os invisuais haverá tradução das bulas em linguagem Braille”. O processo de alteração está, ao que tudo indica, “em fase adiantada”, estando neste momento “a ser elaborado em harmonia com outros estados da União Europeia” para, previsivelmente até final deste ano, ser concluído e entrar em vigor, ainda sob a presidência portuguesa da União Europeia.

Carla Teixeira
Fonte: Anvisa, «Expresso», Portal do Cidadão com Deficiência

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

OMS quer fármacos mais seguros para crianças

Melhora do tratamento da saúde infantil passa por instalação de medidas urgentes

A Organização Mundial de Saúde (OMS) quer aumentar a segurança de medicamentos para crianças. A todos os países, foi recomendada a instalação urgente de medidas que visem apertar a vigilância e apoiar o desenvolvimento de técnicas com vista à produção de fármacos infantis.

Pouco ainda se sabe sobre como reage o organismo de uma criança aos medicamentos em geral. Uma realidade que está a preocupar a OMS, levando-a a publicar uma notificação onde destaca a necessidade urgente de instalar medidas adequadas de vigilância de medicamentos para crianças.

Howard Zucker, Director-Geral Assistente em Tecnologia de Saúde e Farmacêutica da OMS, realçou que os efeitos colaterais de um fármaco, “normalmente são bem conhecidos entre os adultos, porque é nesta faixa etária que, em geral, os medicamentos são testados”, concretizando que, em relação às crianças, as situações adversas “envolvem muitos outros aspectos.”

Segundo advertiu o responsável, o uso de doses e métodos de administração inadequados, “ocasiona danos potenciais que são três vezes mais frequentes na infância do que nos adultos”, exemplificando: “O desconhecimento deste problema resultou na morte de quatro crianças, com menos de três anos, no início deste ano, após terem engolido comprimidos de albendazol, durante uma campanha contra parasitoses infantis na Etiópia.”

Howard Zucker alertou ainda para outro aspecto grave a equacionar aos efeitos adversos em pediatria referente à notificação destes casos: “Estão quantificados em menos de 10 por cento”, sustentando com “a inexistência de estratégias seguras de vigilância farmacêutica e sanitária, principalmente, em países pouco desenvolvidos.”

O representante da OMS apontou, também, a lacuna existente relativa às manifestações precisas dos efeitos colaterais na infância, especialmente naqueles pacientes mais jovens e recém-nascidos, defendendo que
esse conhecimento “é essencial para que haja uma melhora no tratamento da saúde infantil.”

A estratégia de promoção de segurança de medicamentos para crianças, feita pela OMS, apresenta uma série de recomendações para que essas medidas sejam instaladas, em todos os países. Uma das orientações prende-se com o emprego de sistemas de vigilância e o apoio ao desenvolvimento de investigações voltadas para a descoberta de técnicas mais apropriadas de produção de medicamentos infantis.

Raquel Pacheco

Fonte: World Health Organization (OMS)

Lucros da Sanofi-Aventis sobem 9,1% no terceiro trimestre

A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis registou um crescimento de 9,1 por cento nos lucros do terceiro trimestre do ano, face ao período homólogo de 2006, para os 1,85 mil milhões de euros. Os resultados superaram as expectativas dos analistas, sendo que a empresa reviu em alta as suas previsões para o conjunto do exercício deste ano.

De acordo com um comunicado divulgado esta quarta-feira pelo laboratório, entre Junho e Setembro de 2007, o seu lucro líquido somou 1,85 mil milhões de euros, relativamente aos 1,69 mil milhões de euros registados nos mesmos meses do ano anterior. As vendas da empresa aumentaram 1,8 por cento, para os 7,03 mil milhões de euros.

A venda de vacinas de uso humano (mais 49 por cento, para os 943 milhões de euros) permitiu à empresa reduzir os curtos e aumentar os ganhos depois da quebra nas vendas do Acomplia (rimonabant) e da concorrência dos genéricos. As projecções de crescimento dos lucros por acção no conjunto do exercício foram revistas em alta pela Sanofi, situando-se agora nos 10 por cento.

Matra Bilro

Fonte: Dinheiro Digital, Diário Económico, International Herald Tribune, Reuters.

Medicamentos à venda na internet a partir de quarta-feira

Os portugueses vão poder encomendar medicamentos pela internet, telefone ou fax já a partir de quarta-feira, dia 7 de Novembro. O pedido deverá ser feito junto das farmácias e locais de venda de fármacos não sujeitos a receita médica, segundo uma portaria publicada hoje.

Para tornar possível a entrega dos medicamentos ao domicílio, as farmácias e outros locais de venda têm de criar uma página na Internet onde devem constar o preço do serviço, formas de pagamento, cobertura geográfica da prestação de serviço e tempo provável da entrega, bem como o nome do director técnico da farmácia ou do responsável do local de venda.

De acordo com a portaria, este serviço fica limitado ao município onde está instalada farmácia e aos concelhos limítrofes. O controlo da entrega de medicamentos nestas condições fica a cargo de um farmacêutico ou técnico de farmácia e não dispensa a apresentação de recita médica, no caso dos fármacos a ela obrigados.

Para além da internet, a requisição de medicamentos para entrega ao domicílio pode também ser efectuada através de correio electrónico, telefone ou fax.

Também a partir de quarta-feira, as farmácias vão poder começar a dar as vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação.

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) terá que ser previamente informada acerca da venda de medicamentos pela Internet e entrega ao domicílio. A lista de sites dos locais que procedam à venda on-line será disponibilizada no portal do Infarmed (www.infarmed.pt).

A realização de apoio domiciliário, administração de primeiros socorros e de medicamentos ou a utilização de meios auxiliares de diagnóstico (medição da tensão e de níveis de diabetes e colesterol, entre outros) são também contemplados pela portaria que define os novos serviços a prestar pelas farmácias.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Portugal Diário, Correio da Manhã.

Stress pode desencadear doença de Alzheimer

Investigadores portugueses contribuíram para a descoberta

O stress pode ser um factor decisivo no desenvolvimento da doença de Alzheimer, uma descoberta levada a cabo por uma equipa de investigadores liderada por dois cientistas portugueses. Apesar dos resultados serem promissores, os responsáveis insistem em abordá-los com prudência, visto que a experiência só foi ainda realizada em animais.

Conduzida por três investigadores, entre os quais dois portugueses, Osborne Almeida e Nuno Sousa, a pesquisa resultou da colaboração entre diversos cientistas da Alemanha, Reino Unido e Portugal e, dois anos e meio depois de ter sido iniciada, está ainda a dar os primeiros passos.

Conforme explicou Nuno Sousa, investigador da Universidade do Minho, em declarações à agência Lusa, as alterações que conduzem à doença de Alzheimer são devidas ao mau processamento de uma proteína chamada beta-amilóide, responsável pela formação das chamadas placas amilóides que aparecem no cérebro dos doentes com Alzheimer.

Através dos animais, os investigadores tentaram “avaliar se a exposição ao stress induzia o processamento anómalo desta proteína. Submetemos animais a protocolos de stress crónico e verificámos que havia esta relação”, explicou o investigador. Numa fase posterior, adicionaram-se outros dois estímulos: injecção de glucocorticóides - cuja produção é a primeira resposta fisiológica ao stress - e de beta-amilóide no cérebro dos ratos.

“Fomos verificar se havia efeito cumulativo e, de facto, estímulos distintos caminham no sentido de aumentar esta proteína”, o que revela que os glucocorticóides têm o mesmo efeito, confirmando o importante papel desempenhado pelo stress na doença, disse, salientando que “stress e hormonas de stress são indutivas do aparecimento de marcadores de Alzheimer”.

Esta conclusão torna-se especialmente relevante visto que o glucocorticóide é usado para tratar doentes de Alzheimer, mas tendo em conta os resultados da investigação, poderá estar a contribuir para a doença em vez de ajudar. Porém, de acordo com Nuno Sousa, “há mais do que um tipo de glucocorticóide, e ligam-se a diferentes receptores. Quando se ligam a um determinado receptor, conferem protecção neuronal. Mas os que se ligam a outro, o receptor GR, podem ser nefastos”.

Ainda assim, o cientista faz questão de ser cauteloso no que toca às implicações destes dados. “Uma coisa são os animais, outra são as pessoas. Mas não deixa de ser um fortíssimo indicador de que pode ter confirmação clínica”. É com essa intuito que a mesma equipa de investigadores já está “a dar os primeiros passos nestes estudos clínicos”, adiantou.

Agora há dois caminhos a tomar por parte dos investigadores: por um lado prosseguir o estudo em modelos animais e verificar que mecanismos estão na base destas alterações, por outro lado fazer investigação clínica e ver os processos de envelhecimento, porque a doença de Alzheimer se enquadra numa perturbação que tem a ver com a idade. Os resultados da investigação, já disponíveis na edição online da revista "Molecular Psychiatry", serão também publicados na versão em papel.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, TSF.

IMS Health prevê quebra no ritmo de vendas de medicamentos
Mercado farmacêutico abranda em 2008


Um relatório anual da IMS Health, empresa especializada em informação sobre o sector farmacêutico, prevê que o crescimento nas vendas de medicamentos a nível mundial sofra um ligeiro abrandamento em 2008, situando-se entre os 735 e os 745 mil milhões de dólares, resultado ligeiramente inferior ao deste ano. O documento salienta que, pela primeira vez, os mercados mais sofisticados deverão contribuir apenas com metade do crescimento esperado.

Em contrapartida, de acordo com os índices de progressão estimados no «Global Pharmaceutical Market and Therapy Forecast» – o mais importante indicador anual da evolução, do dinamismo e da performance do mercado farmacêutico em termos mundiais –, divulgado na última quinta-feira, sete mercados emergentes – a China, o Brasil, o México, a Coreia do Sul, a Índia, a Turquia e a Rússia – deverão assumir a responsabilidade por um quarto dos resultados previstos, que no total darão conta de um crescimento entre cinco a seis por cento, quando os resultados do último ano se cifraram entre seis e sete por cento.
A IMS Health prevê igualmente que medicamentos equivalentes a 20 mil milhões de euros em termos de vendas vejam a sua patente expirada durante o próximo ano, e outros produtos deverão também perder a sua exclusividade em vários mercados, o que impulsionará um crescimento na ordem dos 14 a 15 por cento nas vendas dos medicamentos genéricos, para mais de 70 mil milhões de dólares. Em 2008, atesta o documento, a que o farmacia.com.pt teve acesso, “os laboratórios produtores de genéricos e biofármacos deverão conceber e implementar modelos mais agressivos de expansão dos seus negócios, para aproveitar as oportunidades criadas por esta movimentação no mercado farmacêutico global”. Uma realidade que, avisa a IMS Health, “requer a reinvenção dos agentes do mercado”.
Segundo explica o relatório, que identifica as principais motivações para o cenário traçado, os factores que mais condicionam a evolução global do mercado estarão relacionados com a diminuição dos custos de tratamento nos principais mercados, a deslocação do aumento das vendas dos maiores mercados para os emergentes e dos tratamentos primários para cuidados de especialidade, associados à crescente incerteza sobre a saúde pública, os preços e as questões ligadas às patentes e ao acesso aos mercados. Assim, os elementos-chave da evolução prevista pela IMS Health para o próximo ano são a quebra nas contribuições dos mercados de topo (Estados Unidos, Europa e Japão), a aceleração das vendas nos novos mercados e a crescente aposta nos medicamentos genéricos: fármacos líderes de vendas vão perder a sua exclusividade em diversos mercados em 2008 (Risperdal, Fosamax, Topomax, Lamictal e Depakote).
Também a expansão no número de tratamentos existentes (o relatório estima que sejam lançados 29 medicamentos inovadores no próximo ano) e vários problemas relacionados com a segurança dos medicamentos aumentarão o grau de incerteza e de fiabilidade em torno daqueles produtos. A IMS Health prevê igualmente que a mudança em curso nos direitos de propriedade intelectual, desafiada em múltiplas frentes, terá um papel importante no desenvolvimento do sector ao longo do próximo ano.

Carla Teixeira
Fonte: IMS Health, Diário Digital
Fármaco contra o cancro da mama da GlaxoSmithKline
Tykerb deverá chegar ao Brasil em 2008


Deverá chegar às farmácias brasileiras no início de 2008 o novo medicamento da companhia farmacêutica britânica GlaxoSmithKline para o cancro da mama, que já é vendido nos Estados Unidos e acaba de ser autorizado pelo governo brasileiro. O Tykerb (ditosilato de lapatinibe) age sobre os tumores em estádio avançado, com a presença da proteína HER2, que “alimenta” a evolução do tumor.

Diante dos vários tipos de carcinomas mamários existentes, que têm em comum a circunstância de serem provocados por uma mutação genética, mas que divergem no modo como reagem à quimioterapia, o tratamento convencional para a doença, ganha relevância a descoberta de qualquer novo método que revele a capacidade de inibir a reprodução das células cancerígenas. O cancro da mama com presença da proteína HER2 corresponde a cerca de 25 por cento de todos os carcinomas do seio, e atinge principalmente jovens em idade produtiva.
Administrado por via oral, o Tykerb actua nos casos em que o Herceptin, o fármaco convencional no tratamento do cancro da mama, que é usado em algumas doentes por via intravenosa, não produz resultados, podendo inclusivamente ter como efeito o surgimento de problemas do foro cardíaco. Os dois produtos podem ser utilizados em regime de complementaridade, sendo que o Tykerb apresenta como vantagens o facto de não pressupor a obrigatoriedade de internamento da doente, que pode fazer o tratamento em sua própria casa, e a circunstância de não ter efeitos graves além da diarreia e de ligeiras irritações na pele. Antes do surgimento do fármaco da Glaxo, as doentes que não reagiam ao Herceptin não tinham qualquer tratamento ao dispor, acabando muitas vezes por morrer.

Carla Teixeira
Fonte: Clicabrasilia.com.br

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Lucros da farmacêutica britânica caíram 15 por cento
Genéricos ameaçam resultados da Astra Zeneca


Os lucros da Astra Zeneca sofreram uma quebra de 15 pontos percentuais durante o terceiro trimestre deste ano, segundo anunciou nesta quinta-feira em comunicado a segunda maior companhia farmacêutica com sede no Reino Unido. Na origem do recuo terá estado a concorrência dos medicamentos genéricos.

De acordo com o comunicado difundido pela empresa, entre os meses de Julho e Setembro os resultados da Astra Zeneca evidenciaram um recuo face ao período homólogo de 2006, de 1,1 mil milhões de euros para 929 milhões. Na base destes resultados terão estado o aumento dos custos das aquisições que a empresa está a integrar – com destaque para a Cambridge Antibody Technology e a MedImmune – e o facto de os medicamentos do laboratório com melhores resultados ao nível das vendas enfrentarem actualmente a cada vez mais feroz concorrência das fórmulas genéricas com os mesmos princípios activos. Analistas citados pela agência Bloomberg consideram que a Astra Zeneca está a acusar os efeitos da pressão das companhias produtoras de genéricos, em regra bastante mais baratos do que os medicamentos de topo da companhia: Nexium, Crestor e Toprol XL.

Carla Teixeira
Fonte: Bloomberg, «Diário Económico»
Bastonária pronunciou-se sobre o novo regime jurídico
Rumo à perda da identidade das farmácias


No rescaldo da entrada em vigor do novo regime jurídico das farmácias de oficina, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos reiterou a sua “total discordância” face à liberalização da propriedade dos estabelecimentos de dispensa de medicamentos, considerando que a reforma não traz benefícios à população nem quaisquer mais-valias ao Estado. Para Irene Silveira o futuro é claro: as farmácias vão perder a sua identidade enquanto espaços de saúde.

Decalcando uma posição que por diversas vezes tinha já assumido, inclusivamente numa entrevista concedida ao farmacia.com.pt ainda na qualidade de candidata a bastonária, Irene Silveira veio novamente a público dar conta da firme oposição da Ordem dos Farmacêuticos a uma das ideias-chave do diploma que entrou em vigor na passada terça-feira, e num comunicado publicado na página electrónica da OF, em www.ordemfarmaceuticos.pt, insistiu na convicção de que “esta medida não traz quaisquer benefícios à população nem mais-valias ao Estado”, constituindo também “uma porta aberta à inevitável e progressiva degradação da qualidade dos serviços farmacêuticos actualmente prestados nas farmácias”.
A bastonária considera que, ao revogar o princípio da indivisibilidade entre direcção técnica e propriedade da farmácia, “um pressuposto que constitui o garante de uma plena independência e responsabilidade do farmacêutico no exercício da profissão”, o Governo pretende “reduzir a dispensa de medicamentos a uma mera actividade económica de retalho”, tratando o fármaco como uma qualquer mercadoria, e como tal susceptível de ser enquadrada segundo mecanismos de livre funcionamento dos mercados. Considerando que a nova medida legislativa “carece de fundamentação científica e técnica”, Irene Silveira prevê que ela possa espoletar o surgimento de situações de “assimetria no acesso a medicamentos, resultante da concentração das farmácias nos centros urbanos com maior densidade populacional, bem como de uma descaracterização e decréscimo na qualidade dos serviços prestados pelos farmacêuticos.
Num futuro próximo a representante máxima da classe farmacêutica prevê mesmo a “concentração do capital agora disperso em direcções técnicas individualizadas”, e perspectiva mesmo a “verticalização económica de cadeias (talvez internacionais) de farmácias”. Irene Silveira acredita que “a breve trecho” as regras introduzidas no sector terão como resultado uma “perda de identidade da farmácia como espaço de saúde”, em detrimento da imagem das farmácias como alvos de investimento financeiro, estimulando a “agressividade comercial e de marketing”, que poderá ser “indutora da venda de medicamentos e produtos de saúde, contrariando o princípio de moderação e adequação do consumo” daqueles produtos, como salvaguarda da Saúde Pública.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
Obstáculos aos novos estabelecimentos em meio rural
“Governo dificulta abertura de farmácias”


O Sindicato Nacional dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos considera que o Governo está a criar obstáculos à abertura de novas farmácias em pequenos meios rurais. Em causa estão os custos elevados inerentes à formalização da candidatura e a obrigatória indicação de dois farmacêuticos, medidas que a estrutura sindical. O sindicato acusa ainda a tutela de ter retardado o fornecimento de informações sobre o novo regime jurídico.

Recordando que só recebeu muitos dos documentos relacionados com a legislação agora em vigor depois de “muita insistência”, o sindicato aponta a existência de uma “contradição evidente, com a promessa ou intenção da melhoria da qualidade e do alargamento da assistência farmacêutica”. Em causa está, segundo adiantou fonte sindical ao jornal «Destak», “a diminuição da capitação relativa à instalação, por concurso, de novas farmácias, enquanto se “cria obstáculos intransponíveis” à sua abertura nos pequenos meios rurais, tendo em conta “não só o valor elevado a que a participação no concurso obriga” (cerca de 10 mil euros), como pela “obrigação da indicação de dois farmacêuticos”.
Asseverando que é “objectivamente impossível” garantir a presença contínua de um farmacêutico numa farmácia obrigada a prestar serviço ininterrupto – 24 horas por dia durante os 365 dias do ano –, a estrutura acusa o Governo de “propiciar” que na ausência daquele profissional o estabelecimento de venda de medicamentos possa ser confiado a “pessoal sem qualquer qualificação técnica, ou outra claramente definida, mantendo a existência de ambiguidades”, quando essa função deveria ser assumida por técnicos de farmácia.
Outra crítica do sindicato incide na comercialização de medicamentos pela internet, tendo em conta que o novo regime jurídico estabelece a necessidade de supervisão das vendas por um “auxiliar legalmente habilitado”, conceito que o sindicato garante não saber a que tipo de profissional diz respeito, endurecendo a posição para dizer que “o que verdadeiramente está em causa é mais uma cedência inconcebível do lobby farmacêutico (ANF e farmacêuticos proprietários de farmácias), que consegue por esta e outras vias uma compensação positiva pela perda da exclusividade na propriedade”.

Carla Teixeira
Fonte: «Destak», Agência Lusa

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Recolha de opiniões sobre o novo regime jurídico
Sindicato quer auscultar farmacêuticos


O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos deu início a um processo de recolha de opiniões, junto da classe farmacêutica, relativamente aos projectos de portaria do Decreto-Lei nº 307/2007, de 31 de Agosto, que institui o novo regime jurídico das farmácias de oficina, que entrou em vigor na última quarta-feira. No âmbito desta auscultação, o SNF pretende ouvir os seus associados sobre a reforma legislativa que, segundo aquela estrutura, em muito influencia a actividade de uma grande parte dos profissionais do sector. Os interessados em colaborar nesta recolha de dados deverão enviar as suas opiniões para geral@sindicatofarmaceuticos.org.

Carla Teixeira
Fonte: Sindicato Nacional dos Farmacêuticos